quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

MENSAGEM DE FIM DE ANO 2021/2022

 

Estamos chegando ao término de mais um ciclo de vida. Este ano não foi bem o que esperávamos pelo fato de as coisas não terem retornado à normalidade, entretanto, temos muitos motivos para agradecer a Deus. Estarmos vivos, com certeza, é um deles.

Certamente, passamos por diversas situações e vivenciamos momentos bons e ruins. Tudo isso faz parte da vida, mas, o relevante é pensarmos no aprendizado que ficou. Em tudo há um propósito, até mesmo nas piores catástrofes. No momento da crise, normalmente não conseguimos imaginar objetivo algum, no entanto, depois de algum tempo, as respostas começam a surgir no horizonte. A tendência humana é sempre ressaltar os acontecimentos negativos e esquecer com facilidade os momentos de vitória e triunfo. Por pior que tenha sido este tempo, quero lhe propor que procures focar apenas nos períodos agradáveis, e, pode ter certeza, foram muitos. Não vale a pena ficar pensando nos pesadelos, pois, só trarão mais dor e sofrimento e não é isso que queremos. Evite empregar suas energias em algo que já passou porque não conseguirás mudar uma vírgula sequer. Se tiver que olhar para trás, seja sempre no intuito de rever posicionamentos e decisões de modo a não os repetir, senão, não fará sentido algum. Jamais cometa o erro de transformar a virada de ano em um muro de lamentações, muito menos, em um momento místico sem qualquer fundamentação. A cor da roupa que vais usar não tem a menor importância, a não ser que seja para elevar sua autoestima. Não lhe dê tamanho poder porque ela tão possui.  

Está chegando a hora de transformar 2021 em apenas uma lembrança e depositarmos todas as nossas energias no ano que está as portas. A atitude correta não é criar expectativas vazias ou apenas esperar, como se tudo dependesse da combinação dos planetas. É preciso sair da passividade e partir para ação, utilizando como princípio a “FAP”.

Diante de tamanhos embates que estão por vir e uma natureza tão frágil como a nossa, a primeira atitude a ser tomada deve estar alicerçada na . Quando tudo extrapolar seus limites, Deus te impulsionará a ir em frente e ultrapassar todos os obstáculos através dela. A fé é a principal ferramenta para quem almeja mover o braço forte do Todo-Poderoso a seu favor. Faça uso dela quantas vezes forem necessárias!

Tem gente que permanece paralisada porque fica o tempo inteiro esperando que alguém faça tudo por ela. Os sonhos e projetos por mais espetaculares que sejam, só se realizarão quando eu e você estivermos dispostos a transformar intenção em ação, isto é, tomar a atitude de AGIR. Se cada brasileiro adotasse este princípio, nossa nação seria bem diferente. Nosso povo é passivo demais e quem mais lucra com essa realidade são os desonestos e eles são muitos. Existem mecanismos pacíficos para agirmos corretamente, basta cada um exercer com responsabilidade sua cidadania. Se informe, participe e decida, pois, quem se omite perde o direito de reclamar. Por falar em perder os direitos, talvez tenhamos que lutar com todas as nossas forças para não perde-los.

Não basta apenas começar bem. O ritmo deve permanecer até o fim; aumenta-lo pode ser uma alternativa; diminui-lo ocasionalmente, e, parar, jamais. A atitude necessária para conquistar o objetivo estabelecido e não ficar no meio do caminho é manter a PERSEVERANÇA. Esteja preparado para as adversidades, que, por certo, surgirão e nunca desista. Conforme a história, Thomas Edison, quando conseguiu êxito na criação da lâmpada elétrica, já havia tentado mais de 1000 vezes. Sua persistência mudou o percurso da humanidade. Se existe uma linha tênue entre vencedores e vencidos, podemos chama-la Perseverança.

Dito isto, quero desejar a todos os meus nobres amigos (Inimigos também, apesar de não os conhecer) um 2022, regado de prosperidade, no sentido máximo da palavra, pois, a financeira é apenas uma pequena parte de sua expressividade. Que a graça de Cristo Jesus superabunde em vossas vidas em cada dia deste novo tempo!

 

Juvenal Netto

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

NATAL: O COMEÇO PARA UM NOVO FIM

 


Quem nunca brincou de montar um quebra-cabeça, não é mesmo? Um jogo muito antigo que foi considerado um dos melhores passatempos para crianças e adultos. Alguns especialistas chegam a afirmar que ele proporciona uma série de benefícios psicomotores. O grande objetivo dele é juntar as partes avulsas que se encaixam perfeitamente uma a uma, formando uma imagem completa. Dois fatores são essenciais para tornar possível o cumprimento da tarefa. As partes precisam estar na posição correta e não pode faltar nenhuma delas por menor e insignificante que pareça ser.

Fazendo uma conexão do entretenimento supramencionado com a estrutura humana, podemos realizar algumas conjunturas interessantes e didáticas. Imaginemos um enorme quebra-cabeça com inúmeras unidades tendo como definição final a figura de um ser humano. Onde algumas delas representariam as necessidades básicas de manutenção do corpo, como água, alimento, vestimentas e descanso. Outras, indicariam demandas mais profundas as quais vão além do corpo físico, alcançando também a alma. Estas seriam caracterizadas pelos sentimentos e emoções, como alegria, tristeza, amor, esperança, perdão, medo, dor, satisfação, contentamento, etc., que oscilam constantemente e estão ligadas diretamente a circunstâncias.  Contudo, poderíamos inserir ainda uma terceira categoria a qual representaria o ser humano por inteiro, digo, corpo, alma e espírito e estaria correlacionada ao estado preparatório para sua eternidade.

Todos aqueles que tentaram montar esse quebra-cabeça, esbarraram num grande obstáculo. Algumas peças simplesmente desapareceram. Observou-se que faltavam algumas que correspondiam aos sentimentos, em especial, a responsável pela sensação de paz que sobrepuja as situações adversas. Além dessas, todas aquelas relacionadas a plenitude, também sumiram. O que teria acontecido? Na verdade, quando Eva e seu esposo, Adão, pecaram, uma série de consequências sobrevieram sobre os habitantes da terra e muitas coisas se perderam, dentre elas todas essas peças. A imagem inicial do homem completo, transcendental, incorruptível ficou deformada, limitada, sem sentido. Algo precisava ser feito para reparar essa triste realidade. Foi então que o Criador decidiu comissionar seu Filho para vir a terra e trazer de volta todos esses objetos perdidos.

Portanto, o nascimento de Jesus possui um significado que ultrapassa a comemorações regadas a mesas fardas, ajuntamento de familiares e troca de presentes, ainda que sejam relevantes. No momento em que Jesus se veste de homem, traz consigo a possibilidade de resgatarmos os fragmentos que haviam se tornado, indisponíveis pelos efeitos causados pelo pecado. Ele é a única esperança para a reconstrução da imagem do homem perfeito, imortal. O início de uma nova história que não terminará mais em morte e sim em vida eterna. Contudo, a única condição para que isto se torne possível e esteja ao alcance de todos é cada pessoa adquirir uma experiência real e individual com Jesus. O Natal só terá sentido para aqueles que se relacionam com este aniversariante. Não fique de fora dessa grande festa espiritual!

 

“E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2.10-11)

 

Um feliz Natal para todos os nossos amigos!

Juvenal Netto e família

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

PESSOAS CONTROVERSAS

 


Nos diversos relacionamentos existentes entre os humanos podemos traçar um paralelo com a função do ímã. Assim como esse corpo gera um campo magnético ao seu redor capaz de aproximar ou repelir objetos de ferro, do mesmo modo, existem pessoas que possuem a capacidade de atraírem ou repelirem outras para o relacionamento por sua maneira de proceder.

Onde houver um indivíduo, ali estará um ser imperfeito ou em aperfeiçoamento, no entanto, eventualmente nos deparamos com gente que abusa na dose. Pessoas de difícil relacionamento que podemos descrevê-las como “controversas”, pois, as suas atitudes normalmente causam rejeição ou repulsa naquelas que estão a sua volta. Como identifica-las? Elas discordam de tudo e de todos; onde chegam, criam discussões acaloradas e sempre acreditam estar com a razão, ou seja, se sentem donas absolutas da verdade. Vivem insatisfeitas e reclamam sempre, não há, absolutamente nada, capaz de satisfazê-las. Possuem postura de predominância negativa, um simples resfriado para elas já pode ser um indício de câncer de pulmão. O grau de egoísmo é tão elevado que nos seus diálogos, gastam todo o tempo contando vantagens ou falando dos seus próprios problemas, no entanto, ignoram ouvir qualquer coisa acerca do outro, e, pior ainda, se for alguma notícia boa. Desconhecem a palavra “diálogo”, pois, em suas conversas, falam sem parar e não deixam a pessoa mencionar uma só palavra sequer; dizer-lhes que você está com pressa é o mesmo que tem todo o tempo do mundo para ouvi-las. Insistem em falar sempre sobre os mesmos assuntos e repetir as mesmas histórias dezenas de vezes.  Se alguém se identificou com duas ou mais características supramencionadas, a luz vermelha deve ser acesa. Até porque a pessoa que age dessa maneira acaba sendo a principal vítima. Quantas delas não acabam isoladas e abandonadas por amigos e familiares? O grande dilema é que elas custam a perceber o comportamento enfadonho que possuem, mas, é possível sim, mudar essa realidade.

A primeira coisa a fazer é reconhecer a deficiência e querer mudar. Jesus tinha o hábito de perguntar para o enfermo o que ele queria receber antes de cura-lo, ainda que fosse o obvio (Mt 20.32; Lc 18.41). Ninguém será curado ou aperfeiçoado a menos que reconheça primeiro que necessita. O segundo passo é desenvolver sua capacidade de exercer o domínio próprio. Na verdade, todos os seres humanos lidam com esse desafio de dominar suas emoções, impulsos ou controlar seus atos em alguma área específica de sua vida. No entanto, nem todos conseguirão êxito sem receberem ajuda de outrem. Para essas, resta-lhes partirem para o terceiro passo, buscar ajuda. Um bom terapeuta pode diagnosticar e auxiliar essa pessoa, inclusive, se for observada alguma patologia, encaminhá-la para um médico especialista.

Consequentemente, temos boas notícias para aqueles que tenham porventura se identificado com tais particularidades. Existe um médico excelente que transformou a vida de milhares e milhares de pessoas no decorrer da história. Jesus, o Carpinteiro de Nazaré, tem poder para tratar nossas excentricidades desde que estejamos conscientes quanto a necessidade de mudança e dispostos a sermos devidamente tratados. Que sejamos solução e não um problema para a vida daqueles que nos cercam. Nos ajude, Senhor, na árdua missão de nos tornarmos seres humanos melhores a cada dia.

Juvenal Netto

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXX

 


Não existe nada mais belo e significativo que poder ser útil a outras pessoas. Somos seres interdependentes, isto é, por mais que tentemos resolver as coisas sem depender dos outros em algum momento perceberemos que isso é impossível. Essa tentativa constante de não querer incomodar o próximo, as vezes pode se tratar de certa altivez de espírito, mas, existem também outros motivos para este comportamento e um deles pode ser o constrangimento de se tornar um peso na vida do outro. No entanto, quando olhamos essa ajuda mútua de fora, podemos chegar a conclusão que viver desse modo é um privilégio concedido pelo Criador, pois, ambos são recompensados, edificados e aperfeiçoados. Filipe compreendeu bem essa lição a partir de seu encontro com Cristo Jesus (Atos 8.1-13, 26-40).

Não existem informações disponíveis sobre o momento exato em que Filipe teve uma experiência com o Senhor. Antes de prosseguir, se faz necessário primeiro esclarecer sobre quem está se falando, pois, existem outros personagens com o mesmo nome descritos na Bíblia. Inclusive um muito próximo, o qual era um dos apóstolos de Cristo. O Filipe descrito aqui se trata de um homem escolhido pelos apóstolos para compor a primeira equipe de diáconos da igreja primitiva. Lucas relata que logo após o dia de pentecostes quando o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja e os discípulos foram revestidos de poder e autoridade para pregarem o evangelho, o número de convertidos se multiplicou de tal forma que precisaram dividir as tarefas. Decidiu-se então, que os apóstolos se dedicariam exclusivamente a oração e ao ministério da palavra e seriam escolhidos sete homens, os quais seriam incumbidos pelo serviço de assistência social, principalmente, a órfãos e viúvas. Na escolha desses irmãos foram observados requisitos considerados indispensáveis como: possuírem uma boa reputação; serem cheios do Espírito Santo e dotados de sabedoria dos altos céus. Filipe foi um dos escolhidos, consagrado com os demais ao ministério diaconal através da oração dos apóstolos com imposição de mãos (Atos 6.1-6).  

Diante de uma grande perseguição sofrida pelos seguidores de Cristo, grande parte deles teve que sair de Jerusalém. Filipe partiu para a cidade de Samaria e lá começou a anunciar o evangelho de Cristo. Esse homem extremamente dedicado a missão que recebera pode ver multidões se subjugarem ao poder do Filho de Deus e serem alcançadas por sua graça. Por certo, deve ter se lembrado do que o Mestre havia prometido a todos os seus futuros seguidores:

Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (João 14.12)

            Filipe pregava com tamanha intrepidez e ousadia que os espíritos imundos saíam das pessoas gritando; paralíticos e coxos eram curados e muitos outros sinais acompanhavam aquele servo do Senhor. Até mesmo um falso mágico, por nome de Simão, acostumado a iludir as pessoas da cidade fora desmascarado por esse determinado e impetuoso evangelista. Lucas enfatiza que apenas um homem conseguiu mudar a realidade de uma cidade inteira. Ele diz que grande alegria adentrou naquele vilarejo!

            Por isso, podemos depreender que a bênção da salvação oferecida gratuitamente por Jesus a Filipe foi muito maior do que ele podia imaginar. Além de salvo, pode se tornar um instrumento vivo nas mãos do Senhor, mudando a história de muitas outras pessoas. Interagindo positivamente com uma comunidade inteira ao ponto de mudar o comportamento de inúmeros habitantes. Filipe foi transformado para transformar e é esse o grande propósito do Mestre dos mestres, inclusive, para todos nós.

Juvenal Netto

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXIX

 

O raciocínio lógico é um dos pontos cruciais que impede a harmonia entre ciência e religião. As chamadas ciências exatas estão alicerçadas, fundamentadas em pilares indestrutíveis os quais podemos defini-los como expressões quantitativas e predições precisas. Se existe uma palavra que não é bem aceita pelos estudiosos desse campo é a improbabilidade, no entanto, a religião caminha no sentido antagônico. Seria pouco provável pressupor que um homem declaradamente inimigo mortal do movimento intitulado de “O Caminho”, viesse a se tornar um dos seus maiores propagadores (Atos 9; 22 e 26). 

Saulo era um judeu ortodoxo, da tribo de Benjamim e pertencente a seita dos fariseus. Foi criado sob a influência de um dos maiores sábios da época, chamado Gamaliel, ou seja, era um homem muito culto. Possuía profundo conhecimento sobre as Escrituras e procurava cumpri-las fielmente. Ele ficou irado quando soube que os discípulos de Jesus, após sua ressurreição, se dispersaram por toda a região da Ásia com o propósito de propagar com intrepidez a mensagem do evangelho. O crescimento dos cristãos começou a incomodar os adeptos do judaísmo, dentre eles, em especial, Saulo, o qual decidiu partir à caça desses “hereges”. Ele foi o responsável pela prisão e açoites de muitos deles, inclusive, estava presente quando Estêvão, um dos primeiros mártires do cristianismo foi morto a pedradas simplesmente por anunciar a Cristo. Saulo em posse de cartas dos Sumos Sacerdotes partiu para Damasco, uma das principais cidades da época, com a intenção de visitar as sinagogas, identificar e prender todos os discípulos de Jesus. No entanto, ele é surpreendido quando chegava à cidade por uma forte luz que o derruba do seu cavalo e ouve a voz daquele que transformaria sua vida para sempre: “Saulo, Saulo, por que tu me persegues? Disse-lhe Jesus. ”

Saulo de Tarso, o perseguidor algoz de cristãos, a partir de então seria conhecido pelo seu nome romano, Paulo, e considerado o apóstolo dos gentios. Uma transformação tão extraordinária que até mesmo os discípulos mais proeminentes levaram tempo para crer que aquele homem era digno de confiança, pois pensavam se tratar de uma dissimulação sua com o intuito de capturá-los. 

Paulo se tornou um verdadeiro ícone para a igreja cristã. Realizou três viagens missionárias e foi o responsável pela implantação de várias igrejas. Testemunhou acerca de sua experiência com Cristo e pregou com ousadia a várias autoridades da época, tendo ouvido do rei Agripa a seguinte declaração: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (Atos 26.28). Realizou curas, sinais e prodígios; as Escrituras testificam que os seus lenços e aventais eram levados aos enfermos e eles eram curados, sempre tributando toda honra a Cristo (Atos 19.12). Escreveu treze epístolas as quais foram inseridas no cânon bíblico; seus manuscritos são amplamente utilizados por toda a comunidade cristã até os dias atuais, e, sem sombra de dúvidas, é um instrumento poderoso para o fortalecimento da fé de milhares de pessoas e um dos pilares da doutrina cristã. Entretanto, sua vida não foi só ‘glamour’, pelo contrário, sofreu muito pelo evangelho. Foram perseguições, açoites, apedrejamentos, naufrágios, prisões, traições, injúrias, fome, mas, em tudo, glorificou a Deus e testemunhou a sua fé inabalável em Cristo. Sua história vem servindo de inspiração para milhares de pessoas e comprova o que Deus pode fazer na vida de alguém, independentemente do que tenha feito no passado. Paulo é a encarnação viva da palavra transformação e a prova do que Deus consegue fazer através de uma vida entregue por inteiro. Não conheço um texto sequer que se aproxime do que escreveu sobre a definição da palavra amor (I Co 13). Seu amor por Cristo é contagiante e emocionante e ele consegue expressar muito bem isto em uma de suas frases clássicas:

“Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. ”  (Atos 20.24)

Jesus treinou ininterruptamente doze homens durante três anos com a missão ímpar de levar sua mensagem ao mundo, não obstante, algo inusitado aconteceu. Ele decide se revelar justamente a um homem considerado inimigo número um de seus discípulos e lhe dar uma desafiadora e peculiar missão, pregar para os povos não judeus.

Logo, o encontro de Paulo com Jesus vem corroborar a ideia que a lógica de Deus difere da humana, como ele mesmo disse em uma de suas cartas que Deus usa as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias, bem como as fracas para confundir as fortes (I Co 1.27). No reino de Deus muitas coisas possuem o sentido inverso do ensinado neste mundo. Os últimos serão os primeiros; ganha aquele que perde; o maior é aquele que serve; doar é algo melhor que receber; é preciso se humilhar para ser exaltado; ser perseguido é maior bem-aventurança que perseguir os outros, o apóstolo Paulo que o diga!

Juvenal Netto

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXVIII

 


A realidade das circunstâncias pode variar conforme o ângulo em que a avaliamos. O sofrimento humano, por exemplo, pode ser encarado através de pelo menos dois prismas. Olhando por um deles, alguém dirá: — O que torna possível uma pessoa se adaptar e sobreviver as mais terríveis situações da vida é a capacidade de superação que está intrínseca em seu gen. Enquanto outro, ao olhar a mesma questão, chegará a conclusão que essa adaptação possui também um aspecto negativo quando se transforma em uma conveniência, levando o indivíduo a desistir de lutar. Foi exatamente isso que aconteceu com um cidadão que teve o dissabor de nascer com uma deficiência física e passou grande parte de sua vida a mendigar até ser apresentado formalmente a Jesus.

Lucas não relata o seu nome, o chamando apenas de “coxo de nascença”. O paralítico era levado diariamente para a porta do templo na expectativa que os religiosos lhe dessem uma esmola (At 3.1-10). Normalmente, se presume que uma pessoa que habitualmente comparece ao templo seja mais caridosa e sensível à necessidade alheia. Que rotina triste a desse homem! Fora quarenta anos vivendo de esmolas, sem quaisquer perspectivas de alcançar o mínimo de dignidade. Tão perto da “casa de Deus” e, em simultâneo, há quilômetros de distância, levando-se em conta que a intenção de estar naquele lugar não tinha nada a ver em manter um contato com o Eterno e, assim, poder encontrar uma saída para a sua triste realidade. Estar ali era simplesmente pela possibilidade de obter ajuda financeira, ainda que justificada pela sua necessidade de subsistência.  Ele não havia perdido apenas sua autoestima; ele perdeu também sua fé, afinal de contas após tanto tempo vivendo daquele jeito e, além disso não era habitual ver alguém ser curado de uma deficiência genética.

Aquele dia seria apenas mais um de seu melancólico hábito. Estava, como sempre, novamente na porta do templo e seu gesto era, praticamente, de forma impulsiva; cada vez que alguém se aproximava, ele esticava a mão na esperança de ganhar algum dinheiro que junto, ao final do dia, poderia ser a garantia das compras da semana. Por volta das três horas da tarde, eis que surge a sua frente dois homens, Pedro e João e ele, mais uma vez, dá prosseguimento a sua rotina, implorando por algumas moedas. A resposta, a princípio, foi decepcionante, pois ouviu de um deles: “Não possuo nem prata, nem ouro...”. No entanto, antes que ele abaixasse sua mão, ouviu o complemento da frase: “... mas o que tenho, isso te dou, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (At 3.6). Ele imediatamente se pôs de pé e pela primeira vez adentrou no templo sem necessitar da ajuda de terceiros. Ele exaltava a Deus por receber tamanha dádiva! Esse gesto pode significar que o milagre recebido redundara também em um encontro real com Cristo lhe proporcionando algo ainda maior, ou seja, a salvação de sua alma.

Assim, o testemunho desse homem evidencia que Jesus Cristo supera e sempre superará todas as nossas probabilidades, isto é, ele estendeu a mão esperando receber dos apóstolos apenas mais uma generosa oferta, no entanto, recebeu infinitamente mais. A cura da paralisia mudou por completo o cenário de sua existência. O Senhor não está preso ao “cronos” humano. Quero afirmar com isto que ele pode realizar todas as coisas a qualquer tempo, por isso, vale a pena manter a confiança nEle e estar aberto a possibilidade de o sobrenatural vir a acontecer.

Juvenal Netto

quarta-feira, 28 de julho de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXVII

 


Na mesma proporção que a sociedade experimenta progressos significativos em diversificadas áreas, ela retroage na manutenção de princípios básicos e um deles é não dar a justa importância a vida humana.  É muito triste constatarmos que comportamentos frios e indiferentes tem sido cada vez mais comuns entre nós. Jesus, o nazareno, veio a este mundo para quebrar esses paradigmas e restituir a dignidade as pessoas, principalmente, daquelas menos favorecidas, como aconteceu com Onésimo.

Cada indivíduo possui uma história peculiar ao transitar por este planeta, mas, às vezes, elas se repetem entre boa parte da população e talvez o testemunho de Onésimo possa trazer algum aprendizado para você. O que se conhece a seu respeito é que ele pertencia a um homem chamado Filemon da cidade de Colossos.  Só o fato de a pessoa ser um escravo já é o bastante para se pressupor que viva miseravelmente. Ele foge para Roma, uma cidade maior e com mais oportunidades, na esperança de que pudesse recomeçar e experimentar melhores condições de vida. Em virtude das leis que regiam a sociedade da época, ele agora era considerado um transgressor com um agravante de ter cometido um pequeno furto junto ao seu senhor. Ao se efetuar uma análise realista de sua situação, chega-se facilmente à conclusão que suas possibilidades de obter sucesso eram pouco prováveis. Quem acolheria um escravo fugitivo, desconhecido e “insignificante”?  Para Jesus não existe um ser sequer que seja considerado como desprezível. Ele não faz acepção de pessoas e, segundo o seu conceito, todos merecem uma segunda oportunidade, independentemente, do que tenham feito no passado. O apóstolo Paulo recebe a sublime missão de apresentar Jesus a ele. Onésimo se rende a mensagem da cruz e começa a ter sua história reescrita. Ele conquista a confiança de Paulo e demonstra ser um autêntico discípulo de Cristo, mas, precisava voltar e reparar os erros outrora cometidos. No encontro do homem com o Senhor quando há arrependimento sincero, ele é perdoado instantaneamente e passa a ser uma nova criatura, não obstante, isto não significa que não necessite quitar suas dívidas perante a justiça dos homens ou com as pessoas as quais tenha causado algum prejuízo. Paulo não poderia ser conivente com um erro, por isso manda seu novo filho na fé de volta ao seu senhor sob a proteção de Tíquico (Cl 4.7-9), mas, escreve uma carta de recomendação testemunhando sobre sua experiência com Jesus. O apóstolo usando de toda a credibilidade e prestígio que possuía junto a Filemon e sua família, intercede por Onésimo de modo a ser perdoado e receber sua carta de alforria. Segundo análise de grandes estudiosos, Filemon jamais negaria uma solicitação de alguém tão estimado.

Onésimo foge em busca de liberdade, dignidade e felicidade, no entanto, descobre que tudo isso não se encontra em um lugar específico, mas, exclusivamente, na pessoa do Filho de Deus. Quantos homens não vivem assim como aquele escravo perambulando de cidade em cidade em busca de uma suposta felicidade! Ao retornar voluntariamente para a casa de seu senhor, alegre e disposto a permanecer como escravo, se necessário fosse, ele testifica para o mundo sobre o que Cristo é capaz de fazer na vida de um homem. Seu testemunho ganha notoriedade quando a carta redigida pelo apóstolo Paulo a Filemon é introduzida no “cânon” bíblico. Para não deixar dúvida quanto a legitimidade de seu testemunho, Paulo usa uma expressão contundente, “irmão caríssimo”, ao se referir a Onésimo (Fl 16).

Dessa forma, fica evidente que somente Jesus consegue mudar o homem por completo, ou seja, de dentro para fora, preenchendo todas as lacunas de seu vazio existencial, algo que é uma realidade na vida de todos ainda que muitos jamais venham a admitir tal coisa.

Juvenal Netto

sexta-feira, 16 de julho de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXVI

 


O insensato pensa e age enxergando apenas o tempo presente como se o amanhã fosse algo imaginário. Ele empenha todas as suas energias em projetos imediatistas e ignora totalmente as consequências futuras de suas ações do momento sejam elas boas ou ruins. Ele quer vencer e conquistar hoje ainda que isto implique em derrotas sucessivas e mais significantes lá na frente. No entanto, o sábio procede diferente. Ele valoriza a sua vida em todos os momentos. Procura viver intensamente, mas, está consciente que suas decisões e escolhas de hoje poderão impactar de forma irreversível no seu futuro. Seguindo nessa linha de pensamento, as vezes, é preciso perder para ganhar, foi o que aconteceu com um homem chamado Estêvão.

Segundo matéria publicada no site da revista “Super Interessante”, do dia 3 de outubro de 2017, somente nos três primeiros séculos cerca de dois mil cristãos foram mortos pelo governo romano apenas por professarem sua fé em Cristo. Calcula-se que dezenas de milhares já foram mortos pelo mesmo motivo em todo o mundo. O que justificaria tantas pessoas decidirem, voluntariamente, colocar suas cabeças a prêmio ao se tornarem seguidores de Jesus? Para o mundo elas não passam de fanáticas religiosas ou portadoras de alguma deficiência mental, mas, para aqueles que acreditam nas Escrituras e no Deus responsável por ela é a decisão mais sensata a ser tomada por um habitante humano na terra, como foi o caso desse personagem.

A Bíblia não informa os detalhes sobre o momento da conversão de Estevão, mas, deixa claro que ele foi um homem cheio de fé e do Espírito Santo, escolhido para formar a primeira equipe diaconal da igreja primitiva (At 6.1-7). Esse discípulo teve o privilégio de ser tremendamente usado por Deus através de sinais e prodígios e isto despertou inveja por parte de um grupo de judeus religiosos o qual arranjou testemunhas falsas para o incriminar junto ao Sinédrio. O Diácono Estevão é convocado para se defender diante daquelas acusações e acaba sendo protagonista de um dos maiores textos apologéticos do Novo Testamento. Ele faz uma exposição minuciosa da relação do povo judeu com Yahweh a partir dos patriarcas, chegando aos profetas e de como foram usados para falar sobre a vinda do messias, mas, perseguidos e mortos por esse mesmo povo. Os principais do Sinédrio não gostaram do que ouviram e ficaram furiosos. Nesse interim, Estevão olha para o céu e vê a glória de Deus e Jesus de pé a sua direita. Ele foi apedrejado até a morte, enquanto, ajoelhado orava se rendendo e clamando ao Senhor para que não lhes imputasse aquele pecado.

Uma pessoa desprovida de discernimento espiritual talvez fosse induzida a crer que sua pregação tenha sido em vão, tendo em vista, ter obtido como recompensa por tão grande devoção uma morte lenta e cruel, normalmente, imposta aos piores assassinos. — Onde está o seu Deus? Outros devem ter indagado. Aos olhos míopes do mundo, ele era somente mais um aventureiro que perdera sua vida por uma causa insignificante. — Para quê morrer desse jeito, pois, por certo teria ainda uma longa jornada pela frente? Entretanto, diante dos olhos do Eterno, aquele homem se tornaria mais que vencedor e como prêmio receberia a coroa da vida. Uma recepção sobremaneira significativa e calorosa, pois Jesus ficou de pé para tal, como quem recebe a um príncipe, capaz de anestesiar toda a dor das inúmeras pedradas que golpeavam o seu frágil corpo.

Logo, chegamos à conclusão de que Estevão e tantos outros vitimados pela perseguição cruel e sangrenta devido a sua fé não pode ser considerado vencido, perdedor ou lançado a própria sorte, mas, verdadeiro mártir o qual será devidamente recompensado, fazendo-se cumprir as palavras do Mestre: “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.24-25)

Juvenal Netto

SÓ VOCÊ TEM A CHAVE PARA A VITÓRIA


 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXV

 


O que dizer diante do testemunho de alguém que teme ao verdadeiro Deus; que possui o hábito de jejuar e orar constantemente e ainda demonstra amor pelo próximo através de ofertas voluntárias? Espiritualmente falando, pela ótica humana, essa pessoa seria um religioso exemplar, afinal, está cumprindo os mandamentos basilares da fé.  A história de Cornélio nos revelará uma realidade diferente, apontando o caminho para alcançarmos uma espiritualidade plena, capaz de transcender as normas prescritas pelos mortais e que atenda aos fundamentos instituídos pelo criador.

Cornélio era um oficial do exército romano da corte chamada Italiana estabelecida em Cesaréia (At 10.1). Mesmo não sendo judeu, adorava ao Deus de Israel e demonstrava ser um homem muito piedoso e fervoroso em sua fé.  Certo dia, durante o seu momento de oração, por volta das três horas da tarde, teve uma visão. Um anjo lhe apareceu confirmando que suas orações, bem como seus atos de benevolência, chegaram até a presença do Altíssimo. Entretanto, precisava conversar com um homem chamado Simão Pedro que lhe daria instruções acerca do que deveria fazer para alcançar a salvação de sua alma, ou seja, o simples fato de suas orações serem ouvidas não significava, necessariamente, que não houvesse atitudes a serem mudadas em sua vida. A reação de Cornélio confirmou o temor que possuía, pois, imediatamente, mandou alguns de seus servos irem ao encontro de Pedro. Depois de quatro dias, o apóstolo Pedro chega em sua casa acompanhado por outros discípulos. Cornélio reúne toda sua família e servos, conta a Pedro sobre sua visão e diz estarem todos prontos para ouvirem o que o Eterno reservara para eles. Pedro ministra a mensagem do evangelho falando a respeito da obra redentora de Cristo. Testemunhou sobre a missão do Filho de Deus o qual foi preso, açoitado e pregado numa cruz, tendo ressuscitado ao terceiro dia como havia preanunciado. Venceu a morte e foi constituído pelo Pai como Juiz de vivos e mortos.  Ressaltou que a partir de então, Jesus passou a ser o único mediador entre Deus e o homem e que somente nEle há remissão de pecados mediante a fé (At 10.41-42). Lucas, o autor do livro de Atos dos Apóstolos, afirma que nesse momento, o Espírito Santo veio de forma sobrenatural sobre as pessoas que pertenciam à casa de Cornélio, testificando que elas haviam se rendido a Cristo. Cornélio foi o primeiro gentio a se tornar cristão, sendo batizado com os demais presentes os quais optaram por imitá-lo em sua decisão. Esse encontro do centurião com o Senhor tem muito a nos ensinar.

Cornélio não queria ser apenas um religioso aprisionado a dogmas ou a mandamentos de homens, mas, estava disposto a fazer qualquer coisa que pudesse aproximá-lo mais do Senhor. Existem indivíduos que vivem exatamente como esse centurião, oram, jejuam e até fazem caridade, no entanto, ainda lhes falta um encontro com Jesus.

Outras pessoas condicionaram sua fé ao surgimento de um anjo para mostrar-lhes o caminho a ser seguido. No entanto, quem foi designado para anunciar as boas novas do evangelho a Cornélio não foi o anjo, mas, Pedro, ou seja, essa missão foi outorgada, exclusivamente, a igreja de Cristo. Hoje, além dos propagadores do evangelho, temos as Sagradas Escrituras que foram seladas, algo que Cornélio não possuía no seu tempo. A Bíblia descreve todo o plano da salvação estabelecido por Yahweh para a humanidade.  Mostra ao homem o que deve fazer para ter os seus pecados perdoados e como manter uma vida de comunhão plena com Deus.

Logo, baseados na experiência vivida pelo centurião Cornélio chegamos à conclusão que a única e verdadeira religião converge para Cristo, pois, ele mesmo afirmou insistentemente que ninguém conseguiria chegar até Deus a não ser por seu intermédio (Jo 14.6).

Juvenal Netto


sexta-feira, 18 de junho de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXIV

 


Quem diria que um simples convite redundaria em experiências marcantes e transformações tão contundentes. Entretanto, quando esse convite parte de alguém como Jesus só fica perplexo aquele que nunca ouviu falar a seu respeito. Ele estava caminhando pelo mar da Galiléia e avistou dois pescadores, Simão e seu irmão, André, então, os convocou para segui-lo, com a promessa de que os elevaria a posição de pescadores de homens. Os irmãos não hesitaram, atendendo de imediato ao seu chamado. O testemunho de Simão, o pescador que virou apóstolo, possui características preciosas as quais podem contribuir sobremaneira para o fortalecimento de nossa fé. 

Simão, a partir de seu primeiro contato com o Senhor teve seu nome mudado para Cefas (no aramaico), ou Pedro, no grego, que significam “pedra”. Já era um grande indício daquilo que ele se tornaria após ser instruído e tratado por Cristo. A mudança no nome evidencia a conversão que ocorre na vida de todo aquele que tem um verdadeiro encontro com Ele. Segundo as narrativas dos Evangelhos, Pedro é um dos discípulos mais próximos de Jesus. Era corajoso, destemido, extrovertido, impulsivo, características positivas de seu temperamento sanguíneo, bem como, inconstante, violento e autoconfiante, traços negativos deste mesmo temperamento.

O encontro de Pedro com Jesus não mudou o seu temperamento. Ele não sofreu uma metamorfose, no sentido real da palavra. Entretanto, quando ele se rende ao controle do Espírito Santo, marcado pelo dia de Pentecostes, este Espírito começa a agir em sua natureza. Operando de tal modo que as virtudes de seu temperamento começam a sobrepujar aos seus defeitos, ou seja, ele continua sanguíneo, mas, agora controlado pelo Espírito Santo. Pedro se tornou uma espécie de modelo para todos aqueles que, assim como ele, possuem o mesmo temperamento. Comprovando o que Deus pode fazer na vida de um homem que decide se render por inteiro a Ele.

O homem que começou seguir a Jesus era “problemático” e ninguém se arriscaria em colocá-lo em sua equipe. Suas virtudes eram quase imperceptíveis, tendo em vista que suas ações eram predominantemente inconvenientes, assim, normalmente ocorre com as pessoas que caminham distantes do Eterno e dominadas pelos instintos carnais. Pedro demorou a assimilar os ensinamentos do seu Mestre. Quando o traidor Judas chegou com a turba para prenderem a Jesus, ele lançou mão de sua espada e só não matou o soldado Malco porque errou, arrancando-lhe apenas uma de suas orelhas (Jo 18.10). Quem não vilipendiaria um aluno tão ruim assim? – Cefas, Cefas, quantas vezes eu não lhe disse que o meu reino não é deste mundo e que era necessário que eu fosse preso, açoitado e crucificado? Jesus nunca desiste de uma pessoa, ainda que seja cheia de defeitos, desde que esteja totalmente disposta a persistir em segui-lo e ser tratada por Ele. Pedro fez algo ainda pior quando negou o Senhor por três vezes, apesar de ter garantido que jamais faria tal coisa (Mt 26.33-34). Você reconsideraria uma decisão a respeito de alguém após ter sido traído por ela por três vezes consecutivas numa única noite? Jesus não apenas o perdoou, bem como manteve o seu projeto inicial de usá-lo como uma das colunas da igreja primitiva. O arrependimento sincero de Pedro e o perdão do Senhor sinalizam para todos nós que haverá sempre uma oportunidade para nos reintegrarmos ao propósito original de Deus, independentemente, do motivo pelo qual tenhamos nos afastado dele.

Quando lemos o livro de Atos dos Apóstolos, principalmente, a partir da descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, vemos um Pedro totalmente diferente daquele antes da crucificação. O seu primeiro sermão foi tão impactante que quase três mil pessoas se converteram de uma só vez (At 2.41). Seu testemunho na região que circundava a cidade de Jerusalém era proeminente de tal maneira que as pessoas traziam os seus enfermos para as calçadas de modo que, pelo menos a sua sombra pudesse cobri-los, e assim muitas pessoas foram curadas por ele (At 5.15-16).  Realizou muitos milagres e foi um dos grandes líderes da igreja cristã nos seus primeiros anos. Defendeu sua fé em Cristo diante do sinédrio e autoridades, chegando a preferir a morte a ter que parar de pregar o evangelho (At 5.29). Pregou para judeus e gentios, sendo responsável pela abertura de várias frentes missionárias. Escreveu duas cartas direcionadas aos cristãos da Ásia Menor, com diversos ensinamentos que, posteriormente, vieram a fazer parte do Novo Testamento. Viveu intensamente sua fé até seus últimos dias e deixou um grande legado para toda a comunidade cristã.

Chegamos à conclusão que Jesus jamais se equivoca em suas escolhas. Pedro era um diamante na sua forma bruta, ignorado pela miopia dos homens. No entanto, o carpinteiro de Nazaré, desde o seu primeiro encontro percebeu o seu potencial e decidiu investir nele. O apóstolo Pedro é único. Jamais nascerá alguém igual a ele, não obstante, sua história serve de inspiração para todos nós. Existem hoje muitos diamantes em nosso meio, talvez até desprezados pelos homens, no entanto, muito evidente aos olhos atentos de Jesus. A esses Ele estende o seu convite, assim como fez com Cefas.

Juvenal Netto

segunda-feira, 7 de junho de 2021

PIB da Aldeia - 88 ANOS PROPAGANDO AS BOAS NOVAS DO EVANGELHO

A PIB da Aldeia comemora no dia 11 de junho de 2021 o seu octogésimo oitavo aniversário. São quase nove décadas proclamando as boas novas do evangelho de Cristo Jesus na cidade de São Pedro da Aldeia. Mesmo se quiséssemos conhecer os resultados alcançados por ela ao longo de sua existência, realizando um trabalho minucioso baseado em registros, testemunhos e dados históricos, tudo isso só nos daria uma pequeníssima noção de sua relevância.  Podemos até chegar a frieza dos números como, por exemplo, quantidade de igrejas organizadas; batismos realizados; obreiros enviados para o seminário; missões evangelísticas organizadas em várias regiões do país; famílias assistidas nas suas inúmeras necessidades e pessoas que tiveram suas vidas transformadas, curadas, restauradas por Jesus a partir de sua instrumentalidade. Com toda a certeza o alcance de seus frutos vai muito além de tudo aquilo que se pode registrar. É imensurável, pois, pode ser que apenas uma pessoa que fora alcançada através dela, tenha gerado milhares de discípulos pelo mundo afora e cremos nesta possibilidade e, porque não dizer realidade.

Quando arguimos a profundidade e a extensão dos seus frutos e qual a sua importância para a sociedade não o fazemos por vanglória ou na tentativa de buscar exaltação, muito pelo contrário, é exatamente para chamar a atenção daqueles que hoje fazem parte de sua estrutura, quanto a responsabilidade que possuem como integrantes desta agência do reino dos céus. A PIB da Aldeia não é apenas um templo ou uma organização, mas, como corpo de Cristo é um organismo vivo e dinâmico. Como tal deve se moldar aos anseios da população que a cerca, no entanto, sem perder a sua essência, permanecendo fiel às verdades das Sagradas Escrituras. PIB da Aldeia, esta cidade precisa de você!

É muito bom olhar para o passado e conseguir visualizar quanta coisa boa o Senhor operou através dessa veterana, não obstante, se os nossos olhos permanecerem lá, seremos apenas saudosistas e não é isso que Jesus espera de nós. É preciso estar consciente que a missão ainda não chegou ao fim e de que eu e você somos os responsáveis por fazê-la avançar.

Uma data como esta é momento muito apropriado para uma profunda reflexão: quem somos? Onde estamos? E onde queremos chegar?

Ao responder a primeira pergunta, chegará à conclusão de que Deus te resgatou e te nomeou como embaixador do seu reino, ou seja, onde você estiver, ali estará presente o reino de Cristo. Para cumprir este propósito Ele te introduziu numa comunidade a qual se denomina “PIB da Aldeia”, composta por pessoas como você, falhas, fracas, com temperamentos distintos, entretanto, unidas pelo mesmo propósito, essa é a resposta para a segunda pergunta. O Espírito Santo estará sempre disposto a nos conduzir a lugares altos; nos levar a conquista de espaços outrora dominados pelo poder das trevas; contribuir para impactarmos esta cidade pelo poder transformador do evangelho, entretanto, para que tudo isto aconteça deve haver em nós esse desejo ardente. A resposta que dermos a terceira pergunta servirá como rascunho para aqueles que estiverem dispostos a registrar, no futuro, os feitos dessa maravilhosa noiva do Senhor Jesus Cristo.

Parabéns, PIB da Aldeia!!!

Juvenal Netto


sábado, 8 de maio de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXIII

 


Amar o próximo se torna uma atitude imperativa para todos aqueles que temem e querem agradar a Deus. Tal decisão independe de quaisquer circunstâncias ou características peculiares de cada um; deve ser demonstrada indistintamente, até mesmo a indivíduos com procedimentos hostis, característico de adversários ou inimigos. Entretanto, essa predisposição em amar incondicionalmente não significa necessariamente ter que desenvolver um relacionamento íntimo com essas pessoas. A relação de amizades mais próximas deve ser muito criteriosa, não por mero preconceito, mas, pelas consequências advindas dessa aproximação. Veremos nesse episódio o encontro que redundou num relacionamento estreito o qual se estendeu por toda a família e comprovou de forma muito contundente a divindade de Cristo Jesus.

Os Evangelhos mostram através de alguns textos o desenrolar de um círculo de amizade formada entre Jesus e Lázaro. João e Lucas, únicos a fazerem menção desse personagem, não fornecem maiores detalhes sobre sua família, mencionando apenas a existência de suas duas irmãs Marta e Maria (Lc 10.38-42; Jo 11, 12.1-11). Não sabemos em que momento nem de que forma o Carpinteiro de Nazaré teria se aproximado desses irmãos, mas, João deixa muito evidente o grau de intimidade existente, pois, relata de forma especial o seu amor por eles (Jo 11.5).

Lázaro adoeceu e quando suas irmãs perceberam ser algo grave, mandaram imediatamente mensageiros a procura de Jesus na expectativa de que chegasse a tempo de curá-lo. A notícia chega depressa, mas, Ele permanece no local por dois dias e diz que aquela doença não era para morte e sim para glorificar o Pai e testificar acerca de si mesmo. Quando chega na aldeia de Betânia já havia quatro dias do sepultamento de seu amigo. Marta e Maria a essas alturas, apesar da tristeza que inundava as suas almas, já se conformavam com a perda de seu querido irmão, mas, o Mestre as encoraja a crer mesmo em meio ao cenário de completo fracasso: “Se creres verás a glória de Deus”. Quanta gente “jogando a toalha” precipitadamente! Ordenou que retirassem a pedra do sepulcro e gritou: “Lázaro, vem para fora”. O seu corpo já em decomposição começa a se regenerar e ele volta a vida. Apesar de Cristo ter ressuscitado outras duas pessoas, o filho da viúva de Naim e a filha de Jairo, neste caso, diferiu, pois, a pessoa já estava morta há quatro dias e havia uma crença entre os judeus de que só a partir de então é que seriam esgotadas todas as esperanças de ressurreição. Portanto, O milagre que aconteceu na vida de Lázaro comprovou de forma irrefutável a divindade do Senhor. Ele, somente Ele tem o poder de dar e tirar a vida.

É uma bênção divina possuir um círculo de amizades sinceras e legítimas afinal de contas não fomos criados para viver isolados, no entanto, diria que desenvolver um relacionamento íntimo com Jesus é vital. Mesmo que haja questionamentos quanto a esta possibilidade, tendo em vista que ele é espírito, podemos garantir que sim, fundamentados no que a Bíblia afirma.   Jesus quando estava para ser elevado aos céus prometeu para os seus discípulos que não ficariam órfãos, pois, o Espírito Santo seria enviado em seu lugar para habitar e se relacionar com eles (Jo 14.16-18). Este Espírito não é um fluido ou uma energia, mas, uma pessoa e como tal é totalmente capaz de se relacionar com aqueles que o buscam (Ef 4.30; At 16.6, 20.23).

Sendo assim, ao socorrer aquela família e ressuscitar a Lázaro, Jesus superou todas as expectativas de seus amigos quanto ao valor de sua amizade comprovadamente fiel; regada por imensurável amor, transbordante de graça e misericórdia capaz de transformar tristeza em alegria, morte em vida, ponto final em um ponto e vírgula, com fortes expectativas para esse novo recomeço com a certeza do triunfo garantido. Hoje, podemos desfrutar dessas mesmas bênçãos através do Espírito Santo que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).

Juvenal Netto

quarta-feira, 28 de abril de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXII

 


É muito perigoso aplicarmos conceitos gerais a experiências individuais e específicas, pois, corremos o risco de cometer sérias injustiças e ainda expor desnecessariamente as pessoas. Foi exatamente isto que aconteceu com os discípulos de Jesus quando se depararam com um cego de nascença. Um encontro emocionante que nos proporciona muitos ensinamentos e ajuda a fortalecer nossa fé.

O Filho do Homem está caminhando e se depara com um mendigo, maltrapilho, vivendo nessas circunstâncias em virtude de uma cegueira que o acompanhava desde o seu nascimento (João 9). Os seus discípulos testemunhando aquela cena melodramática foram logo perguntando para o Mestre sobre quem teria pecado, o cego ou os seus pais? Na cabeça deles todo aquele sofrimento só poderia ser fruto de desobediência a Deus. Jesus lhes disse que estavam equivocados, pois, toda aquela situação não fora causada por pecado algum, mas, para glorificar o nome do Pai. Ele cuspiu no chão, fez lodo e passou nos olhos do moribundo lhe ordenando que fosse se lavar no tanque de Siloé. O cego obedeceu, lavou-se e voltou enxergando.

Nessa cura específica Jesus deixa claro para todas as testemunhas que para Ele não há, absolutamente, nada impossível. Ao curar uma deficiência de ordem genética estava demonstrando, na prática, que pode resolver os nossos transtornos ainda que sua causa esteja relacionada ao período de nossa gestação. Aleluia, que terapeuta fantástico! Além disso, está sinalizando para o seu poder de cura sobre o pecado, outro problema gerado também antes do nascimento. A Bíblia afirma que todos foram gerados em pecado, mas, Ele veio para aniquilar o seu poder sobre nós (Sl 51.5; Jo 8.36; Mc 2.10 e 1 Jo 2.1). Através do primeiro homem, Adão, o pecado adentrou no mundo, não obstante, através do segundo, Cristo, ele foi vencido para sempre (Rm 5.19).

Jesus poderia curar esse homem do mesmo modo que curou Bartimeu, apenas determinando para que a enfermidade fosse embora, mas, resolve utilizar um método diferente. Jamais podemos cometer o erro de tentar restringir o “modus operandi” de Deus. Ele cura se, quando e como quiser; instantaneamente ou gradativamente; sem ferramenta alguma ou através de um instrumento. O único fator pertinente para que o milagre aconteça é a implementação da sua vontade.

Muitas pessoas, assim como o cego, querem ser curadas, mas, diferentemente dele, se recusam a obedecerem ao Mestre. A ordem foi para que ele se lavasse num tanque. O mais incrível foi a confiança “cega” do homem, disposto a fazer qualquer coisa para se ver livre daquele mal. Ouça a sua voz e identifique hoje mesmo o que o Senhor quer que você faça.

Isto posto, fica muito claro que havia pelo menos dois objetivos distintos, motivos pelos quais levaram Jesus a intervir na vida do indivíduo. Deixar claro sua autoridade sobre qualquer grau de dificuldade humana e confrontar as pessoas quanto a cegueira espiritual em que viviam, pois, apesar de serem religiosas, não eram capazes de enxerga-lo como o Messias prometido. Ao reconhece-lo como seu salvador e não um mero curandeiro, aquele cego demonstrou que fora duplamente curado, ou seja, teve sua visão física e espiritual restabelecidas. Louvado seja o Senhor!

Juvenal Netto

quinta-feira, 22 de abril de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXI

 


Imaginem como seria uma civilização onde não houvesse leis, regras e parâmetros a serem seguidos por cada cidadão? Cada Nação estabelece as suas próprias normas conforme a sua cultura e experiências vividas no passado, sempre no intuito de tornar possível e saudável o convívio entre seus habitantes. Normalmente para cada infração cometida haverá uma consequência específica previamente estabelecida através de critérios amplamente discutidos. Alguns Estados chegam a adotar a pena de morte como punição para determinadas transgressões consideradas mais graves.  Veremos nesse episódio a história de uma mulher a qual se encontrava no corredor da morte, prestes a cumprir sua pena, no entanto, teve seu destino redirecionado através de um encontro com o Homem de Nazaré.

O apóstolo João descreveu um acontecimento marcante envolvendo religiosos e uma cidadã que havia sido apanhada praticando um ato sexual extraconjugal (Jo 8.1-11). As leis mosaicas eram bastante rigorosas para quem cometesse tal delito, ambos deveriam ser mortos (Lv 20.10; Dt 22.22). Os escribas e fariseus levaram-na a presença do Mestre com o objetivo de coloca-lo a prova, pois, se concordasse com o cumprimento da sentença, seria tachado como alguém desprovido de misericórdia, contrariando a base de seus sermões e a sua própria essência. No entanto, se descordasse, seria acusado de incitar a desobediência contra as leis de Deus. A resposta de Jesus para aqueles homens foi a seguinte: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” A reação deles foi unânime. Saíram todos, um por um, permanecendo apenas a mulher que fora generosamente perdoada por Jesus.

Aquela mulher teve sua intimidade exposta e passou por grande constrangimento diante das pessoas, mas, tudo isso era necessário para que ela acordasse a tempo. O pecado deixa as pessoas assim, adormecidas e as vezes é preciso que elas passem por um solavanco.  O Mestre não a perdoou por constrangimento provocado por aqueles religiosos maliciosos, muito menos estava sendo complacente para com o pecado e a lei preestabelecida por Deus através de Moisés. Ele não a condenou porque percebeu que ela havia se arrependido do que fizera. Ninguém o engana, pois, pela sua onisciência divina consegue enxergar as entranhas da alma. O segredo para escaparmos das consequências terríveis do pecado não é outra coisa a não ser através do arrependimento (Rm 6.23; At 3.19). A ênfase dada por Jesus ao se despedir da mulher, “vai e não peques mais”, significa que o seu perdão não pode ser assemelhado a um cheque em branco para pecar, mas, que o verdadeiro arrependimento obrigatoriamente redundará em mudança de hábitos e atitudes. Jesus, diferente daqueles religiosos, não estende o seu dedo acusador sobre a pecadora, mas, a constrange pelo seu amor ao ponto de fazê-la reconhecer por si mesma quanto à necessidade que possuía de lutar por mudanças.

Dessa forma, aquela pobre pecadora não desperdiçou a grande oportunidade que teve de escapar da morte. Teve o privilégio de conhecer alguém com qualidades ímpares que o distinguia de todas as “religiões”. Experimentou um ato de misericórdia e de amor quando todos a sua volta a consideravam um ser ignóbil. Tudo isso só se tornou possível porque Cristo estava presente e se você está terminando de ler esse texto, isso significa que ainda há esperança. Ele não mudou e estará sempre disposto a lhe dar uma segunda chance neste dia que se chama “hoje”.

Juvenal Netto

terça-feira, 13 de abril de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XX

 


Existe uma tendência nos seres humanos a somente acreditarem no sobrenatural a partir de algo palpável, visível. Há centenas de anos antes de Cristo já era comum o homem construir os seus “deuses” feitos de barro, metal, madeira, pedra, etc. (Jeremias 10.1-5). Eles precisavam materializar sua fé através desses instrumentos, ainda que construídos por suas próprias mãos. Infelizmente, atualmente ainda nos deparamos com essa triste realidade. Além dos ídolos, ainda existem os amuletos que são bastante diversificados como, por exemplo, água do rio Jordão, sacos de terra trazidos de Israel, fotografias, lenço ungido, peças de roupa e dezenas de outros. Convido-te a observar atentamente a experiência vivida por uma pessoa que a Bíblia chama de “oficial do rei” o qual foi até Jesus para interceder pelo seu filho que estava à morte.

O apóstolo João detalha a forma como esse homem sai da cidade de Cafarnaum e caminha por vinte e quatro km até chegar à cidade de Caná da Galiléia para buscar uma solução para o seu dilema (João 4.43-54). Ele se aproxima de Jesus e lhe pede para descer com ele até sua casa onde estava o menino. O Mestre o repreende, pois, percebeu que sua fé era muito superficial. Uma fé condicionada ao auxílio de algum agente coadjutor. Para aquele homem Jesus só poderia operar o milagre estando presencialmente. O pai estava tão desesperado que nem sequer atentou para a repreensão, insistindo com o Senhor para acompanha-lo. Como Ele é rico em misericórdia e se alegra quando vê alguém determinado em lhe buscar, disse para o oficial: “—Vai, o teu filho vive”. Tudo indica que a admoestação que a princípio parecia dura, produziu amadurecimento em sua volúvel fé, pois, ele acatou de imediato a ordem recebida. Ao chegar em casa ficou sabendo através dos seus servos que a febre do garoto havia ido embora e constatou que isso aconteceu exatamente na hora em que Jesus havia falado com ele.

Que lições podemos absorver a partir da experiência vivida por esse indivíduo? Uma grande fé não se constrói a partir de amuletos ou qualquer outro instrumento visível, muito pelo contrário, ela se caracteriza exatamente pela inexistência de quaisquer sinais humanamente detectáveis. A palavra proferida por Jesus após sua ressurreição diante da incredulidade de um de seus discípulos que exigia ver as marcas dos cravos em suas mãos foi a seguinte: “—Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29). Bastou uma palavra do Mestre e o milagre aconteceu, corroborando com o que disse o profeta Isaías: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? (Is 43.13)”.

A advertência recebida por aquele pai aflito não funcionou como uma desilusão em sua fé ainda imatura, mas, como um tanque de gasolina, fazendo-a efervescer. Ele perseverou. Aceitou humildemente a correção e alcançou a benevolência do Senhor.

Assim sendo, para alcançarmos o favor de Cristo é preciso unicamente crermos que ele pode fazer qualquer coisa se assim for de sua vontade. Ele não precisa de adereços, penduricalhos ou qualquer outro modo de assistência, mas, tão somente de uma fé genuína aliada a uma postura perseverante, pedindo, buscando e batendo em sua porta (Mt 7.7-8).  Que encontro aperfeiçoador!

Juvenal Netto

terça-feira, 6 de abril de 2021

O LADO AINDA MAIS SOMBRIO DA PANDEMIA

 


É impressionante como temos a aprender com os animais tachados tradicionalmente como seres irracionais. Nas últimas semanas observamos um casal de cambaxirras que construiu um ninho dentro da nossa caixa de correspondência. Há alguns dias seus filhotes nasceram e, desde então, o que observamos é um cuidado todo especial demonstrado por eles. Toda vez que alguém se aproxima do seu ninho eles começam a emitir um som de alerta estridente, demonstrando estar totalmente dispostos a defenderem sua cria, se necessário for, com o sacrifício das suas vidas. Um sentimento de zelo e amor que vem diminuindo gradativamente entre os humanos.

O nome “pandemia” já diz quase tudo sobre o que ela representa para a humanidade, causando sofrimento, medo, tristeza, apreensão, angústia e morte. Tudo isso já seria o bastante para compará-la a um roteiro de filme de terror, no entanto, existem outros ingredientes que a tornam ainda mais sinistra, como, por exemplo, a falta de amor ao próximo demonstrados por grupos expressivos da sociedade.

Primeiramente, gostaria de mencionar a imprensa, também chamada de “a grande mídia” que aterroriza os lares brasileiros diuturnamente sem pedir permissão para ninguém. Os repórteres anunciam as mortes com ênfase tamanha como se estivessem narrando um gol numa partida de futebol. Se você ficar acompanhando os telejornais por muito tempo até poderá escapar da covid-19, mas, dificilmente de uma depressão ou até mesmo de uma síndrome do pânico. Parece que a ideia dos redatores é deixar a população refém de um sentimento de medo desproporcional ao perigo causado pela doença, ou seja, querem lhes torturar psicologicamente sem dó nem piedade com a doce desculpa de que estão preocupados com a sua segurança e bem-estar. Na verdade, o único objetivo desse grupo é lucrar com a desgraça alheia, tais como urubus que se alimentam de carne putrificada.

Outro grupo que consegue a proeza de ultrapassar o “fundo do poço” é o formado pelos políticos. Como ousam transformar uma pandemia em palanque? Como podem desviar o erário para outras áreas menos importantes num momento como este? Como podem praticar corrupção em meio as covas e a dor de centenas de pessoas? Como podem querer assumir um protagonismo cuja atribuição é para especialistas da área da saúde? Como podem agir sorrateiramente para piorar ainda mais a situação simplesmente por desejo de mais PODER e DINHEIRO? O que tem de errado no ‘DNA’ desses caras? Eles podem ser qualquer outra coisa, menos seres humanos.

Infelizmente, não poderei deixar de mencionar aqui os profissionais da área de saúde, em especial, os médicos. Antes que me julguem erroneamente, quero deixar claro que possuo grande admiração pela classe e sei que muitos tem se doado por inteiro, outros, até morrido em virtude dessa luta desmedida, mas, como em todas as categorias, existe uma “pequena parcela” que poderia contribuir de forma mais expressiva. Estes, aceitaram facilmente a politização da pandemia. Se renderam a protocolos inconsequentes e a proibição quanto a prescrição de determinados medicamentos, sucumbindo diante do “sistema” globalista. A começar pelo então Ministro da Saúde Dr. Mandetta, o qual ordenava para que todos ficassem em casa até sentirem falta de ar e outros que prescreveram apenas dipirona em pacientes com todos os sintomas da doença, apesar de possuírem conhecimento quanto aos bons resultados obtidos com alguns fármacos. Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se tivessem sido tratadas precocemente. Será que eles conseguirão colocar a cabeça no travesseiro e dormirem tranquilamente sem qualquer peso na consciência?

Por fim, me dirijo agora aos demais cidadãos comuns. Quanta gente aproveitando os longos feriados; os horários de expedientes reduzidos; os revezamentos no setor de trabalho para aproveitarem um pouco a vida, não é mesmo? Uma balada, um baile ‘funk’, uma praia com dezenas de amigos? Uma festinha para os duzentos mais achegados, etc. Quanta irresponsabilidade! O próximo que se dane. Meus familiares idosos, não tô nem aí! É muito dramático para uma geração ter que passar por uma pandemia e mais estarrecedor ainda constatar em meio a essa realidade o profundo grau de esfriamento relacional que ela se encontra. Chegamos à conclusão de que as palavras proferidas pelo Mestre dos mestres durante o seu sermão profético estão se cumprindo, em especial quando diz: “E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12). Que Deus tenha misericórdia desta geração!

Juvenal Netto