sábado, 30 de setembro de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (GENEROSIDADE – SÉRIE VI)

 


O Universo todo espera com muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos realmente são (Rm 8.19). Estas foram palavras utilizadas pelo apóstolo Paulo escrevendo aos romanos. Existe uma grande responsabilidade delegada por Deus aos seguidores de seu Filho. Diante de tantos aspectos acerca da sua doutrina, um deles é o exercício da generosidade. O cristão não foi chamado apenas para ter seu nome escrito no livro da vida e andar numa redoma espelhada, admirando sua própria imagem constantemente.

O sentido da palavra “generosidade” possui inúmeras definições, no entanto, será observado nesta reflexão apenas o de se dispor a sacrificar os próprios interesses em benefício de outem. A virtude de uma pessoa generosa não está, necessariamente, atrelada a ser adepta a uma religião. Até mesmo um ateu pode possuir habilidades e dons naturais que o caracterizem como tal. Todo ser humano possui certo grau de egoísmo inerente a sua natureza, uma das consequências do pecado. Não obstante, o que se espera daqueles que tiveram um encontro com o Mestre, são atitudes predominantemente altruístas.

Para determinados cristãos, exercitar a compaixão não é tão difícil, tendo em vista que mesmo antes de se converterem, já eram inclinados a prática de ajudar ao próximo. Em relação a outros, é um desafio constante, uma luta travada entre sua natureza carnal e a ação do Espírito Santo. Para se tornar um aprendiz obediente, o discípulo de Cristo deve compreender que demonstrar amor pelas pessoas vai muito além de pregar-lhes o evangelho. O Mestre jamais deixou de ensinar prioritariamente seus ouvintes sobre o que deveriam fazer para herdar o reino do céu. Entretanto, demonstrava toda sua generosidade, pois, entendia perfeitamente que sua obra deveria ser completa, alimentando corpo e alma/espírito. À semelhança de Cristo, somente seus discípulos estão habilitados a exercer esta virtude no sentido mais profundo.

O mundo pós-pandemia se tornou ainda mais enfermo, em especial, o acometimento de doenças que envolvem diretamente a mente. Os terapeutas têm contribuído sobremaneira, utilizando todo o conhecimento adquirido para prestar auxílio a esses cidadãos. Todavia, por muitas vezes, além dessa ajuda, necessitaremos da intervenção divina. As pessoas estão extremamente carentes, assustadas e desesperançadas. Os relacionamentos, hoje, predominantemente virtuais, não são capazes de suprir as carências por serem frios, sem calor humano, portanto, ineficazes.  

Que o Espírito Santo nos encha de fervor espiritual, ajudando-nos a vencer a indiferença e a frieza que assolam o mundo. Não duvidamos que esta é a vontade do Pai, pois, fomos chamados para cumprir este propósito (Jo 15.16). Então, o que compete a cada um de nós (cristãos) é buscar incessantemente sua face, dispostos a sermos seus instrumentos para glória de Jesus.

Juvenal Netto

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

UM MINISTÉRIO INVISÍVEL NÃO MENOS EXCELENTE

 


Embora os judeus acreditassem na existência de pelo menos sete céus, o apóstolo Paulo faz menção a apenas três (2 Co 12.2). Acredita-se que o primeiro seja o que vemos a olho nu; o segundo, composto por inúmeras galáxias, somente visto mediante o uso de equipamentos; já o terceiro, é o trono do Altíssimo, o qual, será desfrutado apenas pelos salvos, após o Juízo Final. Entretanto, todas às vezes em que um simples mortal se dirige ao seu Criador, através da oração, um fenômeno magnífico acontece. O seu reino vem até nós, criando uma espécie de ponte, uma linha de transmissão direta entre o céu e a terra (Mt 18.18).

É possível verificar na Bíblia algumas categorias de oração e uma delas é a intercessão (Jo 17.20). Há cristãos muito dedicados a essa prática, transformando-a em um autêntico Ministério (serviço), objetivando sempre trazer algum benefício ao próximo (Tg 5.16). A seguir, será utilizada uma narrativa bíblica, fazendo um paralelo para demonstrar a relevância desta oração.

O povo de Israel saiu do Egito sob a liderança de Moisés e começou a peregrinar pelo deserto. Em dado momento, eles se depararam com uma tribo de beduínos, liderados por um homem chamado Amaleque, provavelmente descendentes de Esaú. Houve um empasse e o confronto era inevitável. Moisés mandou Josué escolher os homens e partir para a batalha, enquanto isso, ele, Arão e Hur subiriam ao monte com o bordão de Deus. Assim procedeu seu Comandante. No decorrer da peleja, quando Moisés, em posse do bordão, levantava a mão, Israel prevalecia, no entanto, ao baixá-la por conta do cansaço, era o inimigo quem triunfava. Então, Arão e Hur pegaram uma grande pedra e fizeram Moisés se sentar nela, enquanto se posicionavam um de cada lado dele. Eles mantiveram a mão de Moisés sempre erguida até a vitória final, desempenhando uma função de extrema importância ao ajudar o líder de seu povo a cumprir sua missão (Ex 17.8.16).

A semelhança da experiência daqueles israelitas, a Intercessão exerce sustentação para os demais Ministérios nas igrejas, em especial, aos Pastorais. Diante da luta espiritual onde todos os cristãos são submetidos, ininterruptamente, ela contribui para o fortalecimento dos missionários, concedendo-lhes sabedoria, força e intrepidez para cumprirem a grande missão de pregar o evangelho aos povos não alcançados. Por se tratar de uma guerra contra principados e potestades, não adianta utilizar armas humanas. É preciso recorrer a instrumentos adequados.

O Ministério de Intercessão é uma das ferramentas mais poderosas a ser utilizada pela igreja de Cristo. Lucas, escrevendo acerca dos primeiros passos da igreja primitiva, comenta sobre a prisão do apóstolo Pedro (At 12.9-19). Aos olhos humanos era impossível ele escapar, entretanto, diante do poder intercessor da igreja, Deus enviou um anjo e o arrancou de lá de maneira inacreditável. A intercessão parece não ter tanta relevância, talvez, for ser exercido frequentemente no anonimato (Mt 6.6). Os irmãos chamados para exercerem este Ministério, devem ter ciência quanto a necessidade de utilizarem armas apropriadas, como, a oração e a fé (Ef 6.10-19). Essas armas devem ser empregadas com toda ousadia através da intimidade com Deus, sendo alcançadas por vidas totalmente consagradas a ele.

Portanto, apesar de sua invisibilidade, o Ministério de Intercessão é indispensável para a conquista dos objetivos impostos pelo Mestre a sua igreja, bem como dos traçados pela nossa Junta de Missões Nacionais.

Juvenal Netto

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (SEXO NO RELACIONAMENTO – SÉRIE V)

 


O vocabulário humano é muito limitado quando se trata de definirmos os atributos de Deus. Os teólogos mais brilhantes que o mundo já conheceu, escreveram milhares de páginas tentando esquadrinhar sua natureza, no entanto, nenhum deles conseguiu decifrá-lo na sua plenitude. Não conhecemos quase nada sobre o que fora criado, tendo em vista o número de galáxias existentes no universo, entretanto, focando apenas na Terra, é o suficiente para nos rendermos as maravilhas de tudo aquilo que gira em torno da vida. Uma delas provavelmente é a relação sexual, diria um percentual bastante considerável da população mundial. Inclusive, há comprovações científicas quanto aos dezessete benefícios proporcionados por ela a nossa saúde. O aumento nos níveis de serotonina, hormônio associado ao bom humor, é um deles, ou seja, diminui a irritabilidade, a ansiedade e a depressão.

Não há nenhuma sombra de dúvidas sobre o criador de algo tão prazeroso para as pessoas, entretanto, Deus estabeleceu parâmetros a serem observados quanto as suas práticas. Elas devem ser, exclusivamente, entre seres humanos, heterossexuais e monogâmicas, digo, praticada entre pessoas de sexo oposto; apenas entre um homem e uma mulher e por casais, devidamente unidos através do matrimônio (Lv 18.20-23; Rm 1.26,27; I Co 5.1-11, 6.9-19, 7.2; I Tm 1.10). Além destas, há ainda a abominação de relações que envolvam parentes mais próximos e aquelas onde não há consentimento de uma das partes (Dt 22.25). Todo relacionamento fora destes padrões são veementemente reprovados pelo Eterno e considerados imoralidade sexual. Aqueles que o desobedecerem, sofrerão as devidas consequências de seus atos em tempo oportuno. Cabe destacar a diferença entre pecar e viver em pecado. O salário para aqueles que vivem desse modo é a morte (Rm 6.23).

Deus é o único ser perfeito, absoluto em sabedoria e criou as regras supramencionadas não por um rigor barato e punitivo, mas, pelo amor e zelo que possui sobre a obra criada. Cremos que ao delimitá-las, não somente em relação ao assunto em pauta, mas, também, aos demais, ele busca o melhor para cada um de nós. Mesmo que não houvesse razão alguma para suas restrições, ainda assim, devemos aceitá-las sem quaisquer questionamentos, pois, a criatura jamais poderá se contrapor ao Criador (Rm 9.20).

Em algumas traduções da Bíblia, a palavra “conhecer” é utilizada para definir o ato sexual (Gn 4.25, 19.8; Nm 31.18, 31.35, 19.25), ou seja, é algo muito profundo que une muito mais que corpos, envolve a alma e o espírito (Mt 19.5,6). Praticado no casamento, é uma bênção divina que transcende a finalidade de procriação, isto é, deve ser desfrutado ao máximo, proporcionando prazer a ambos os sexos, não obstante, deve ser acompanhado de respeito mútuo, amor e carinho que excede a uma simples atração física (Gn 26.8).

É muito natural que pessoas descrentes ignorem os princípios deliberados pelo Criador, realizando diversas práticas envolvendo o sexo, tais como: estupro, bestialidade, incesto, fornicação, adultério, homossexualidade, prostituição e toda sorte de pornografias. No entanto, quando voltamos nosso olhar para a igreja cristã, não podemos encarar tais atos com naturalidade. O pecado precisa ser confrontado e denunciado não com a intenção medíocre de expor, humilhar ou massacrar os indivíduos, mas, para produzir arrependimento, cura e libertação. Como foi dito inicialmente, o sexo é muito atrativo, por isso, se constitui em uma ferramenta muito utilizada por satanás para causar destruição. Mal utilizado, ele gera inúmeras enfermidades, as quais, vão desde a, doenças físicas, passando pelas emocionais, até chegar ao ápice, as espirituais, com desdobramentos envolvendo a eternidade.

Sendo assim, o discípulo de Cristo não pode ignorar suas orientações, as quais, possuem fundamentação nas Escrituras e devem nortear nosso estilo de vida. Alguns tentam, maquiavelicamente, esconder os textos correlacionados, outros caminham de forma ainda mais sorrateira, imprimindo e disseminando uma falsa Bíblia sem os referidos trechos. Deus sempre colocou diante de nós a escolha entre a bênção e a maldição (Dt 11.26-28). O que o sexo tem proporcionado aos cristãos desta geração? Pense nisso com muito carinho!

Juvenal Netto

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

EVANGELIZAR OS EVANGELIZADOS UM DESAFIO DUPLO

 


A matemática é vista como ciência exata, por estar inserida numa área de conhecimento fundamentada na lógica e na precisão. Quem nunca ouviu a expressão: “Os números nunca mentem”? É difícil discordar desde que eles sejam utilizados sem considerar nenhum outro parâmetro. Apesar de não errarem, há a possibilidade de serem manipulados consoante os interesses a alcançar. Essa prática é muito usual justamente por se sustentar na exatidão dos cálculos.

Os últimos censos realizados no Brasil revelam um crescimento expressivo do número de evangélicos, no entanto, será que esses dados correspondem à realidade? É preciso esclarecer que não há questionamentos aqui quanto ao resultado, provavelmente, fruto de uma pesquisa individual onde o entrevistado apenas responde qual é a sua religião. Nesse caso, os números podem apresentar distorções, pois, a questão não é tão simples assim. Para ratificar esse recenseamento, obrigatoriamente muitos outros indicadores deveriam ser observados.

Esses números supramencionados ratificam que a igreja tem sido eficiente na proclamação do evangelho, não obstante, pode não estar obtendo o mesmo rendimento no discipulado. Como podemos chegar a essa constatação? Quando observamos o estilo de vida de grande parte desses novos discípulos, muitos deles não congregam ou o fazem irregularmente; não se engajam na missão da igreja; conhecem a Bíblia superficialmente; continuam com o mesmo comportamento de antes e não estão preparados para formar outros discípulos. O apóstolo Paulo na sua segunda viagem missionária retorna a algumas cidades, como Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, com o intuito de fortalecer a fé daqueles novos cristãos (At 14.21,22). Ele enxergava a necessidade de gastar mais tempo para preparar melhor aquelas pessoas. A igreja precisa atentar para o ir, sim, mas, não ignorar a necessidade de retornar para ver como estão as sementes plantadas; se elas germinaram ou não, e acompanhar de perto o seu crescimento. Principalmente depois da pandemia, é possível ver nitidamente como as igrejas recém-organizadas precisam de apoio. Obreiros carecendo urgentemente de auxílio, em todos os sentidos. Nesse contexto ainda há aqueles que tiveram algum contato com o evangelho há mais tempo, portanto, não devem ser considerados recém-convertidos. Ainda assim, estes casos podem ser enquadrados na mesma situação que os novos na fé por viverem do mesmo jeito.

Desse modo, ao voltarmos nossa atenção para a campanha de Missões Nacionais de 2023, constatamos que a igreja precisa cumprir a Grande Comissão trabalhando em pelo menos duas frentes. Anunciar o evangelho aqueles não evangelizados, os quais nunca tiveram contato com o plano da salvação. No entanto, à semelhança do grande apóstolo dos gentios, retornar aos lugares e pessoas já evangelizados para fortalecer sua fé. A missão é árdua, mas o Senhor é conosco e nos fará prosseguir até a cumprirmos cabalmente. Então, poderemos gritar com todo ímpeto: Maranata, ora vem Senhor Jesus!

Juvenal Netto

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (AMOR INCLUSIVO – SÉRIE IV)

 


A humanidade sempre passou por ciclos distintos e com o avanço bombástico da tecnologia da informação esse processo tornou-se mais dinâmico. Muitas alterações comportamentais têm surgido e com elas novos conceitos, os quais são disseminados utilizando técnicas para influenciar o maior número de pessoas possível em um curto período. Um dos métodos é o emprego constante de determinadas palavras-chave.

Falar sobre amor é tremendamente complexo. Muitos poetas conceituados já escreveram livros inteiros no intuito de nos trazer uma compreensão mais profunda. No entanto, a melhor definição que alguém pôde dar até hoje sobre ele foi através do apóstolo Paulo (I Co 13). Para se tornarem autênticos, os conceitos precisam ser acompanhados de ação e não apenas oratória, essa é a grande questão. Alguns dizem que amar é uma decisão e não somente um sentimento, instável e circunstancial. Mesmo que isso seja verdade, uma coisa é decidir, outra, bem diferente, é colocar em prática essa atitude, o que é extremamente radical. As palavras de Paulo ecoam na história devido ao seu testemunho, dando sentido e autenticidade a cada frase elaborada por ele.

A onda do momento é falar sobre ‘inclusão’, no entanto, quando o assunto é amor, para o cristão ele deve suplantar esse nível. A preocupação daqueles que a defendem, costuma ser elementar e voltada apenas para o presente, sem se preocuparem com regras e possíveis consequências. O amor verdadeiro deve ser muito mais abrangente, tratando o homem como um ser completo, possuidor de corpo, alma e espírito. O que adianta um indivíduo experimentar toda a “felicidade do mundo” de forma transitória e ter um final infeliz e desastroso? Enquanto Paulo foi aquele que melhor definiu, Cristo foi o que inquestionavelmente melhor demonstrou esse nobre sentimento. Jesus se preocupava com todos, indistintamente, e andava no meio de pecadores, como prostitutas, cobradores de impostos e mendigos. Foi um revolucionário para sua época, no bom sentido da palavra, inserindo até mesmo as mulheres numa cultura que a tratava como um ser de terceira classe. No entanto, seu padrão de amor por essas pessoas ia além de uma inserção temporária a determinado grupo sociológico. Jesus estendeu sua mão perdoadora para uma mulher adúltera, mas, conclui seu diálogo com ela dando a seguinte advertência: “Vá e não peques mais.” (Jo 8.1-11). Seu olhar compassivo não fixa apenas no presente, mas, foca a eternidade, onde almeja levar a muitos. A semelhança do Mestre, o cristão deve amar o próximo em níveis muito mais profundos do que os estabelecidos pelo mundo. O amor autêntico e verdadeiro é aquele que distingue a pessoa de seus atos e comportamentos. Como um pai disposto a mar seu filho até o fim irrestritamente, não obstante, com o mesmo empenho em corrigi-lo toda vez que se fizer necessário, visando o seu bem futuro.

Que o Espírito Santo inunde nosso ser de tal maneira que amemos as pessoas sem qualquer preconceito ou distinção, o que não significa aceitar com passividade seus erros. Aquele que ama, verdadeiramente, fala a verdade e aponta a direção correta a ser seguida. Nesse “Cruzeiro” chamado vida, mais importante do que as instalações do navio é chegarmos com segurança em um porto seguro. Essa é a inclusão completa, mostrar o caminho pelo qual cada um chegará a cidade santa, ao paraíso preparado por Deus para aqueles que o amam.

Juvenal Netto