O Universo todo espera com
muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos
realmente são (Rm 8.19). Estas foram palavras utilizadas pelo apóstolo Paulo
escrevendo aos romanos. Existe uma grande responsabilidade delegada por Deus aos
seguidores de seu Filho. Diante de tantos aspectos acerca da sua doutrina, um
deles é o exercício da generosidade. O cristão não foi chamado apenas para ter
seu nome escrito no livro da vida e andar numa redoma espelhada, admirando sua própria
imagem constantemente.
O sentido da palavra “generosidade” possui
inúmeras definições, no entanto, será observado nesta reflexão apenas o de se
dispor a sacrificar os próprios interesses em benefício de outem. A virtude de
uma pessoa generosa não está, necessariamente, atrelada a ser adepta a uma
religião. Até mesmo um ateu pode possuir habilidades e dons naturais que o
caracterizem como tal. Todo ser humano possui certo grau de egoísmo inerente a
sua natureza, uma das consequências do pecado. Não obstante, o que se espera
daqueles que tiveram um encontro com o Mestre, são atitudes predominantemente
altruístas.
Para determinados cristãos, exercitar a
compaixão não é tão difícil, tendo em vista que mesmo antes de se converterem,
já eram inclinados a prática de ajudar ao próximo. Em relação a outros, é um
desafio constante, uma luta travada entre sua natureza carnal e a ação do
Espírito Santo. Para se tornar um aprendiz obediente, o discípulo de Cristo
deve compreender que demonstrar amor pelas pessoas vai muito além de
pregar-lhes o evangelho. O Mestre jamais deixou de ensinar prioritariamente seus
ouvintes sobre o que deveriam fazer para herdar o reino do céu. Entretanto,
demonstrava toda sua generosidade, pois, entendia perfeitamente que sua obra
deveria ser completa, alimentando corpo e alma/espírito. À semelhança de
Cristo, somente seus discípulos estão habilitados a exercer esta virtude no
sentido mais profundo.
O mundo pós-pandemia se tornou ainda mais
enfermo, em especial, o acometimento de doenças que envolvem diretamente a mente.
Os terapeutas têm contribuído sobremaneira, utilizando todo o conhecimento
adquirido para prestar auxílio a esses cidadãos. Todavia, por muitas vezes,
além dessa ajuda, necessitaremos da intervenção divina. As pessoas estão
extremamente carentes, assustadas e desesperançadas. Os relacionamentos, hoje, predominantemente
virtuais, não são capazes de suprir as carências por serem frios, sem calor
humano, portanto, ineficazes.
Que o Espírito Santo nos encha de fervor
espiritual, ajudando-nos a vencer a indiferença e a frieza que assolam o mundo.
Não duvidamos que esta é a vontade do Pai, pois, fomos chamados para cumprir este
propósito (Jo 15.16). Então, o que compete a cada um de nós (cristãos) é buscar
incessantemente sua face, dispostos a sermos seus instrumentos para glória de
Jesus.
Juvenal Netto