sexta-feira, 25 de agosto de 2023

“A SOLUÇÃO É JESUS”, SERIA APENAS MAIS UM JARGÃO?

 


Existem venenos com ação imediata e os que matam lentamente. Apesar de ambos levarem a morte, estes podem ser ainda mais perigosos, pelo fato de não apresentarem sintomas imediatos, ou seja, quando a pessoa percebe, já é tarde demais. Assim acontece quando banalizamos progressivamente algo considerado vital para a nossa sobrevivência.

Não há sombra de dúvidas sobre Jesus, o filho de José e Maria, nascido em Belém da Judéia, ser o homem com maior supremacia na história da humanidade. Proporcionalmente a sua fama, há o perigo eminente de torná-lo comum. Algumas religiões já fazem isso ao considerá-lo como um grande profeta, apenas. Já se passaram mais de 2.000 anos desde o seu nascimento e podemos chegar ao dobro desse tempo, ainda assim, ele continuará a exercer sua essencialidade, se as pessoas atentarem para o fato de possuir duas naturezas, a humana e a divina.

Todos os homens, em algum espaço de tempo, passarão por situações embaraçosas. Até mesmo os mais ricos e influentes terão que lidar com as suas limitações e necessitarão de alguém para ajudá-los a solucionar os seus problemas. Se fizéssemos uma escala de zero a dez, sobre a capacidade individual em resolver estes infortúnios, onde o zero significasse a total impossibilidade diante deles e o dez, o inverso, qual o nível máximo que um ser humano conseguiria alcançar? 

Jesus, sendo Deus, saiu do seu trono de glória e se vestiu de homem para compreender a fundo as estruturas mais profundas da sua obra-prima (Jo 1.1-3). Por isso, além de possuir plenos poderes no céu e na terra para fazer o que quiser, ele entende as nossas dores, angústias, ansiedades e demais sentimentos e emoções, as quais muitas vezes nos furtam a alegria e a esperança (Mt 28.18). Somente ele pode curar todas as enfermidades. Até a natureza, com todas as suas complexidades, lhe está sujeita por inteiro, pois é capaz de fazer o vento e o mar se aquietarem (Mt 8.27). Se pode fazer tudo isso, não pode também mudar quaisquer circunstâncias que venham nos sobrevir?  

Sobretudo, quando afirmamos que Jesus é a solução, nossa visão deve ir muito além da sua capacidade em resolver situações difíceis dos indivíduos enquanto estiverem aqui na terra, mesmo aquelas consideradas um milagre. O pior dos sofrimentos terrenos não pode ser comparado com uma eternidade longe de Deus, o que a Bíblia chama de segunda morte e inferno (Ap 2.11, 20.14). A morte é o maior inimigo dos homens e todos terão que encará-la em algum momento. A boa notícia é que existe, sim, solução para ela. O apóstolo João tem uma revelação sobre os últimos dias na terra e no primeiro capítulo do livro de Apocalipse ele faz a seguinte narrativa sobre Jesus:

“E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1.17,18).

Diante do exposto acima, concluímos existirem verdades que jamais poderão ser banalizadas. Assim como todos pecaram e a morte adentrou no mundo, somente através do sangue de Jesus conseguiremos o perdão do Pai e, assim, vencermos esse terrível inimigo (Jo 3.16-18, 14.6; At 4.12; Rm 3.23, 6.23, 10.9; I Jo 1.7). Jesus Cristo é a única solução!

Juvenal Netto

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (INTEGRIDADE – SÉRIE III)

 


Uma frase atribuída ao Advogado capixaba, chamado Luiz Maria Borges dos Reis, expressa perfeitamente o assunto a ser abordado nesta terceira série sobre a autenticidade dos seguidores de Cristo. Ela diz assim: “Ser honesto não é qualidade e sim obrigação”. Em uma cultura evoluída, característica peculiar dos países desenvolvidos, essa afirmativa será certamente vista como algo lógico e coerente. Isso pode sinalizar que existem questões, as quais transcendem ao âmbito da religião.

O comportamento desonesto, apesar de ser repelido veementemente por Deus, descritos em inúmeras passagens bíblicas, tornou-se parte da natureza do homem a partir de sua queda no Jardim do Éden. Quando olhamos atentamente pelo retrovisor da história, facilmente nos depararemos com narrativas de vários indivíduos agindo sem nenhum pudor. O modo corrupto de proceder não escolhe raça, sexo, classe social ou profissão. É possível encontrar desde pessoas simples e anônimas, até autoridades renomadas envolvidas em atos ilícitos, inclusive, aqueles que deveriam ser exemplo para a população, como os juízes e demais integrantes de órgãos ligados ao Poder Judiciário.

Mesmo reconhecendo que a igreja é composta por seres imperfeitos, o que a sociedade espera dessas pessoas é que suas atitudes sejam alicerçadas na ética, além de possuírem uma conduta ilibada e exemplar. Todos ficam na expectativa de que a igreja será a última barreira a ser vencida no que tange a preservar princípios basilares, como honestidade, justiça e lealdade, dentre muitos outros. No entanto, há um percentual considerado que vem denegrindo a imagem do evangelho pelo mal testemunho. Pessoas desonestas, trapaceiras e caloteiras, as quais ao denominar-se como cristãs, causam repúdio aqueles que estão a sua volta. Esse é um dos maiores motivos de rejeição a qualquer espécie de religião, como se ela fosse a responsável por esse procedimento reprovável. Jesus faz um alerta sobre o perigo que estes correm:

E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” (Lc 17.1,2).

O Testemunho de Zaqueu, serve como base para validar a realidade de uma pessoa que teve um encontro com Cristo. Ele era um homem que havia enriquecido por meio de práticas desvirtuosas, tendo em vista que exercia a função de cobrador de impostos. Uma profissão repudiada pelos judeus na época, exatamente pela prática de extorsão que a maioria deles cometia. Zaqueu, ao encontrar-se com Jesus, voluntariamente, se predispôs a restituir tudo aquilo que havia roubado, dando sinais de uma autêntica conversão (Lc 19.1-10).

Assim, mesmo admitindo que a virtude da honestidade ultrapassa o campo da religião, como abordado inicialmente, a luz da Bíblia, chegamos à conclusão de que todo aquele que passou por uma experiência real com Cristo foi transformado por inteiro, como aconteceu com Zaqueu e outros milhares de pessoas (II Co 5.17; Ef 4.28). Então, se afirmo ser cristão, consequentemente, ou sou íntegro, ou não passo de um impostor.

Juvenal Netto

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

REFÚGIO: A ÚNICA CIDADE SEGURA

 


O Calcanhar de Aquiles dos habitantes das grandes cidades brasileiras chama-se violência urbana. Um problema que tira a paz das famílias e afeta a qualidade de vida de milhares de pessoas. Por esse motivo existe um êxodo gigantesco; gente de todas as classes sociais fugindo dos conflitos, os quais se aproximam cada vez mais de suas residências. A grande questão é: onde encontrar um local seguro?

O povo de Israel foi libertado da escravidão do Egito e conduzido a Canaã, uma terra altamente produtiva, a qual poderia oferecer grandes possibilidades de recomeço a uma população que vinha sofrendo há tanto tempo. Nesse período, Israel era formado por doze tribos, sendo essa terra repartida entre onze delas. Deus tinha uma missão exclusiva para a tribo de Levi. Foi ela a responsável pela espiritualidade dos israelitas. Manter esse povo fiel às leis e aos mandamentos entregues a Moisés era um grande desafio. Para tanto, receberam 48 cidades posicionadas estrategicamente de forma a alcançar toda a área ocupada (Nm 35.7). As leis eram bem rígidas para uma nação que seria um protótipo para o mundo (Dt 19.21). No entanto, apesar de toda severidade, havia um público que ficaria desprotegido. A Bíblia os chama de “homicidas involuntários”, o que seria chamado hoje de culposo, ou seja, onde não há a intenção de matar. Os levitas receberam mais uma atribuição, dentre as cidades supramencionadas, deveriam separar seis delas, as quais seriam utilizadas como cidades de refúgio (Nm 35.9-15). Como naquela época não existiam tribunais, nem juízes, aqueles que porventura viessem a cometer um crime de forma “involuntária”, estariam sujeitos a vinganças por parte dos parentes das vítimas, algo que poderia redundar em um grande banho de sangue inocente. Essas pessoas eram colocadas nesses locais e lá permaneciam até que fossem julgadas por uma comissão de anciãos formada por integrantes de cada tribo. Somente poderiam sair dali após a morte do sumo sacerdote. Para elas o único local seguro era permanecer nos limites territoriais dessas localidades.

As cidades de refúgio, alegoricamente, apontam para Cristo. Quando uma pessoa tem um encontro com ele, permanece pecador, entretanto, agora “involuntário”, assim como aqueles homicidas do Antigo Testamento. Para esse pecador a sua segurança não está mais em um lugar, mas, exclusivamente na pessoa de Jesus (Jo 5.24, 10.27-30). Ministrando a uma multidão ele disse para seus ouvintes não temerem aqueles que matam apenas o corpo, mas, ao que tem poder para, além de matar, lançar suas almas no inferno (Lc 12.4,5).

À vista disso, eis a oportunidade para todos os que andam temerosos e aflitos. Infelizmente, não encontraremos nenhum lugar cem por cento seguro nesse mundo. Se você ainda não teve uma experiência com Cristo, isto é, peca sem peso na consciência, hoje é o dia para tomar essa decisão e encontrar descanso, mesmo em meio as incertezas desse mundo tão cruel. Caso já tenha optado por isso, lembre-se de que sua segurança está condicionada a permanecer sob a proteção de Cristo, porque fora dele não há salvação (Mt 11.28-30; Lc 11.21,22; At 4.12; Hb 2.1-3).

Juvenal Netto

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS – SÉRIE II)

 


“Não pode” é uma expressão habitualmente utilizada pelos pais ao lidar com as travessuras de seus filhos, principalmente na idade inferior aos dez anos. Quem não se lembra disso em virtude de tê-la ouvido incontáveis vezes, não é mesmo? O pior não é ser impedido de fazer algo, mas, o silêncio ou a indiferença de alguns pais em não responderem o porquê da proibição. Essa atitude causa um efeito ainda pior do que o próprio “não”, em especial, na fase da adolescência. Trataremos aqui sobre um assunto controverso, que exige respostas convincentes e que possuam embasamentos sólidos. O que a Bíblia nos orienta quanto a ingestão de bebidas alcoólicas por parte do público cristão reformado?

Certa feita estava conversando com um pedreiro, o qual realizava um trabalho em minha casa e ele me perguntou se era permitido ao cristão fazer uso de bebidas alcoólicas. Eu respondi para ele que sim. Diante de minha resposta, percebi o seu espanto, talvez pelo fato de me conhecer e saber que sou cristão há muitos anos. Daí, ele, curioso, me fez a segunda pergunta. — E, você bebe? Respondi que não. Sem entender nada, me fez a terceira pergunta. — Se não é proibido, por que você não bebe? Diante de sua perplexidade, logo percebi ter a obrigação de explicar-lhe detalhadamente o motivo pelo qual havia tomado tal decisão. Exporei a seguir os mesmos argumentos que utilizei para responder ao questionamento daquele senhor.

A Bíblia não contém texto algum dizendo “não farás uso de bebida alcoólica” ou frase parecida que contenha essa mesma conotação. Ela não condena o ingerir e sim o embriagar-se (Pv 20.1, 23.20; Is 5.11, 5.22, 28.7; Ef 5.18). Entretanto, a maioria das pessoas que recorre ao álcool com frequência não consegue evitar o estado de embriaguez, sem contar aquelas que evoluem para a dependência e são milhares delas. Quantas vidas e famílias inteiras destruídas por causa do alcoolismo? De acordo com um editorial publicado este ano pela “The Lancet Public Health”, uma revista inglesa de grande prestígio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta afirmando que não existe nível de consumo de álcool que seja seguro à saúde. Acrescentando ainda que mesmo o uso leve ou moderado está associado à incidência de câncer. Com certeza, Deus não está nesse negócio.

Todo cristão sabe que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, devemos cuidar dele com todo zelo e responsabilidade, ou seja, devemos ser bons mordomos de algo tão precioso que o Senhor nos concedeu temporariamente (ICo 3.16; 6.19). O álcool é danoso à saúde, bem como muitas outras substâncias, portanto, deve ser evitado. Uma das piores características dele é o fato de ser uma substância que causa dependência. Uma pessoa que afirma “beber socialmente”, pode perder o controle ao passar por momentos difíceis na vida. Quem já não testemunhou essa triste realidade?

Na cultura brasileira, com algumas exceções, os cristãos reformados (evangélicos) não usam bebidas que contenham álcool. Algumas denominações chegam a se posicionar radicalmente contrárias. Por isso, esses cristãos que optam por fazerem uso dessas bebidas, se tornam motivo de escândalo para o público em geral. O apóstolo Paulo foi um dos maiores missionários da história. Além de pregar o evangelho, ele se preocupava com a saúde espiritual daqueles novos discípulos. Escrevendo aos romanos, Paulo instrui a igreja a nutrir um amor profundo uns pelos outros, a semelhança de Cristo, chegando ao ponto de não se tornarem pedra de tropeço na vida do irmão.

Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” (Rm 14.21)

Isto posto, apesar de não haver proibição expressa na Bíblia quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, não obstante, pelos motivos supramencionados, não é aconselhável que o discípulo de Cristo faça uso delas. Tudo me é lícito, mas, nem tudo me convém (ICo 10.23).

Juvenal Netto