sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

MENSAGEM DE FIM DE ANO 2023-24

 


Estamos atravessando mais um ciclo, 2023 passou como um relâmpago e quanta coisa vivenciamos. Os acontecimentos são tão intensos que a nossa mente já não consegue acompanhá-los. Alguns enxergam esse período com certo grau de misticismo, enquanto outros o veem apenas como uma mudança no calendário. O importante é respeitar o momento de cada um. Particularmente, considero a virada de ano um período muito propício para realizarmos uma parada estratégica com o intuito de rever conceitos, restabelecer metas e tentar corrigir os inúmeros erros, além de dar aquela respirada funda para buscar um oxigênio novo e revigorador para reiniciarmos essa nova fase. Preciso ser responsável para não transmitir uma mensagem fantasiosa, surreal, triunfalista, pois todos estão experimentando na pele a realidade deste mundo globalizado e cada vez mais inclinado para uma Nova Ordem Mundial, ainda que muitos a considerem pura teoria da conspiração. Também não quero expressar uma visão realista de futuro, tão somente baseada em fatos recentes, pois, isso seria nostálgico e ninguém quer pensar dessa maneira num momento de festa e celebração como essa, então, empregarei algumas palavras que possam corroborar individualmente na aplicação para a chegada deste novo ano.

A primeira delas é a GRATIDÃO. É comprovado cientificamente que aqueles que a praticam com frequência experimentam como resultado uma melhor qualidade de vida e saúde mental. Paremos de focar naquilo que não alcançamos ou não obtivemos êxito e exercitemos a gratidão. Se você se esforçar um pouco, conseguirá perceber que mesmo em meio as lutas, sempre há algo a agradecer. Obrigado meu Deus por nos conceder mais um ano de vida!

A segunda é a . Podemos constatar na prática diária que em alguns momentos nossa força, estratégia, inteligência e até mesmo o poder aquisitivo, não serão suficientes para nos conduzir a vitória. Fé, é a convicção absoluta de que existe um Deus Todo-Poderoso, que apesar da sua grandeza, sendo o criador de todas as galáxias, possui a capacidade e o interesse em ouvir a cada ser humano que o busque com um coração contrito e sincero. Capaz de reverter as situações mais inusitadas da vida.

A terceira é a ESPERANÇA. Coirmã da fé, ela nos proporciona ver os acontecimentos por uma lente otimista. As circunstâncias dizem não tem solução e todas as portas parecem estar fechadas, mas, a esperança insiste em contradizer tudo isso e nos fazer seguir em frente em pleno deserto, apesar das inúmeras vozes insistirem que o que vemos é apenas uma miragem.

A quarta é a PERSEVERANÇA, prima das duas anteriores. O mais importante não é começar bem e sim concluir com êxito total. Para tanto, nosso olhar não pode se desviar do objetivo final e jamais se distrair ou se empolgar com metas secundárias alcançadas. O descanso é para ser usufruído apenas na linha de chegada, antes disso, pode ser indício para o fracasso.

A quinta é o PROPÓSITO. Viver sem propósito é desperdiçar o tempo e tornar a vida sem sentido. Não há nada de errado em estabelecer metas, ainda que não a alcancemos. O propósito é o combustível da existência humana, sem ele, simplesmente, paralisamos e perdemos o entusiasmo. Viver sem propósito algum é ser apenas um vegetal. Por mais insignificante que ele pareça ser para os outros, o que importa é o quanto ele vai nos impulsionar.

A sexta é a RETIDÃO. Em especial, no Brasil, em todo o tempo somos tentados a pegar os atalhos. Nos rendermos ao “Sistema Corrupto”. Até mesmo os juízes, de onde deveria partir o exemplo, são os primeiros a agir com desonestidade e partidarismo. Em contrapartida, A justiça de Deus é simplesmente infalível. A conta de toda essa imundícia vai chegar mais cedo ou mais tarde. Se conseguirem se safar neste mundo, certamente não escaparão no vindouro. No final, apenas ali, todos terão que reconhecer a lei da semeadura, isto é, o que se planta, colhe. Deus honrará todo aquele que permanecer firme, optando por uma vida reta, mesmo diante de tanta sedução.

A última palavra, não menos importante, é o AMOR. Não qualquer tipo de amor, pois até mesmo o significado dessa palavra vem ganhando outros sentidos totalmente antagônicos aos legítimos. O amor a ser alcançado e buscado como alvo para as nossas vidas deve ser o bíblico, descrito brilhantemente pelo apóstolo Paulo:

 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.” (I Co 13.4-8)

 

Um Feliz e próspero 2024 para todos os nossos amigos.

Juvenal Netto e família

sábado, 14 de outubro de 2023

QUE TODOS SE CURVEM A ARTE DO ENSINO

 

O que seria da humanidade se não houvesse pessoas vocacionadas e empenhadas a nobre tarefa de transmitir conhecimento?  O mundo, através dos séculos, vem passando por transformações significativas, as quais impactam diretamente as populações, contribuindo para obtermos excelência na maneira de viver e isso só é possível pela existência dos professores.

Alguns definem o ensino apenas como uma profissão. São as pessoas com propósito exclusivo de se dedicarem ao aprendizado de uma matéria, chegando ao ponto de conseguir dominá-la, e, assim, realizar a disseminação da mesma para outros de forma remunerada, fazendo desta o exercício de seu sustento. No entanto, tamanha sua expressividade, não podemos deixar de encará-lo por outros ângulos. Ele pode ser definido também como um dom. Gente que nasceu com a capacidade intrínseca de ensinar com maestria. Pessoas com esta virtude tendem a conseguir maior êxito, pois, transmitem as informações de maneira mais clara, obtendo como resultado um melhor aproveitamento de seus alunos. Quando a arte de ensinar extrapola ao puro recebimento de um dom ou as questões meramente remuneratórias, movida por amor intenso, ela ganha uma nova conotação e se transforma em um ministério. Alguém com o coração em chamas, desejando ser instrumento de Deus com o intuito de ajudar outras pessoas a progredirem em determinada área (s) de sua vida. O renomado escritor e médico psiquiatra, Augusto Cury, escreveu o livro “Mestre dos mestres”, cujo título se refere a Jesus de Nazaré, o Mestre por excelência. Os seus ensinamentos iam além de pensamentos filosóficos, ou apenas didáticos. Eles eram pedagógicos na essência, sempre com o propósito de bem servir ao próximo, alcançando a plenitude, isto é, seu corpo e alma/espírito. Além do mais, se perpetua por séculos afinco e continua norteando milhares de vidas na atualidade.

No sistema de energia elétrica toda a carga é transmitida via fios condutores por quilômetros de distância, desde a sua origem até chegar ao destino.  Do mesmo modo, independentemente das classificações mencionadas anteriormente, o professor exerce um papel proeminente para a sustentação e avanço da sociedade. Ele é esse fio condutor, responsável por ligar gerações através dos séculos, fazendo chegar o conhecimento adquirido aos lugares mais longínquos da Terra.

Para expressar todo nosso reconhecimento, admiração e respeito por cada brasileiro, o qual se dedica a tarefa ímpar de transmitir seus aprendizados a outrem, com ou sem diplomas acadêmicos, conclamo a todos a aplaudirem de pé esses exímios educadores. Que Deus esteja revigorando as vossas forças, aperfeiçoando seus ministérios e os conduzindo de fé em fé até a trajetória final.  O maior bem que um ser humano pode deixar neste mundo, ao passar por ele, é o seu legado e vocês têm essa oportunidade. Façam isso sem medir esforços, pois, a recompensa um dia virá.  Deus abençoe a todos os Professores do nosso amado Brasil!

Juvenal Netto


sábado, 30 de setembro de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (GENEROSIDADE – SÉRIE VI)

 


O Universo todo espera com muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos realmente são (Rm 8.19). Estas foram palavras utilizadas pelo apóstolo Paulo escrevendo aos romanos. Existe uma grande responsabilidade delegada por Deus aos seguidores de seu Filho. Diante de tantos aspectos acerca da sua doutrina, um deles é o exercício da generosidade. O cristão não foi chamado apenas para ter seu nome escrito no livro da vida e andar numa redoma espelhada, admirando sua própria imagem constantemente.

O sentido da palavra “generosidade” possui inúmeras definições, no entanto, será observado nesta reflexão apenas o de se dispor a sacrificar os próprios interesses em benefício de outem. A virtude de uma pessoa generosa não está, necessariamente, atrelada a ser adepta a uma religião. Até mesmo um ateu pode possuir habilidades e dons naturais que o caracterizem como tal. Todo ser humano possui certo grau de egoísmo inerente a sua natureza, uma das consequências do pecado. Não obstante, o que se espera daqueles que tiveram um encontro com o Mestre, são atitudes predominantemente altruístas.

Para determinados cristãos, exercitar a compaixão não é tão difícil, tendo em vista que mesmo antes de se converterem, já eram inclinados a prática de ajudar ao próximo. Em relação a outros, é um desafio constante, uma luta travada entre sua natureza carnal e a ação do Espírito Santo. Para se tornar um aprendiz obediente, o discípulo de Cristo deve compreender que demonstrar amor pelas pessoas vai muito além de pregar-lhes o evangelho. O Mestre jamais deixou de ensinar prioritariamente seus ouvintes sobre o que deveriam fazer para herdar o reino do céu. Entretanto, demonstrava toda sua generosidade, pois, entendia perfeitamente que sua obra deveria ser completa, alimentando corpo e alma/espírito. À semelhança de Cristo, somente seus discípulos estão habilitados a exercer esta virtude no sentido mais profundo.

O mundo pós-pandemia se tornou ainda mais enfermo, em especial, o acometimento de doenças que envolvem diretamente a mente. Os terapeutas têm contribuído sobremaneira, utilizando todo o conhecimento adquirido para prestar auxílio a esses cidadãos. Todavia, por muitas vezes, além dessa ajuda, necessitaremos da intervenção divina. As pessoas estão extremamente carentes, assustadas e desesperançadas. Os relacionamentos, hoje, predominantemente virtuais, não são capazes de suprir as carências por serem frios, sem calor humano, portanto, ineficazes.  

Que o Espírito Santo nos encha de fervor espiritual, ajudando-nos a vencer a indiferença e a frieza que assolam o mundo. Não duvidamos que esta é a vontade do Pai, pois, fomos chamados para cumprir este propósito (Jo 15.16). Então, o que compete a cada um de nós (cristãos) é buscar incessantemente sua face, dispostos a sermos seus instrumentos para glória de Jesus.

Juvenal Netto

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

UM MINISTÉRIO INVISÍVEL NÃO MENOS EXCELENTE

 


Embora os judeus acreditassem na existência de pelo menos sete céus, o apóstolo Paulo faz menção a apenas três (2 Co 12.2). Acredita-se que o primeiro seja o que vemos a olho nu; o segundo, composto por inúmeras galáxias, somente visto mediante o uso de equipamentos; já o terceiro, é o trono do Altíssimo, o qual, será desfrutado apenas pelos salvos, após o Juízo Final. Entretanto, todas às vezes em que um simples mortal se dirige ao seu Criador, através da oração, um fenômeno magnífico acontece. O seu reino vem até nós, criando uma espécie de ponte, uma linha de transmissão direta entre o céu e a terra (Mt 18.18).

É possível verificar na Bíblia algumas categorias de oração e uma delas é a intercessão (Jo 17.20). Há cristãos muito dedicados a essa prática, transformando-a em um autêntico Ministério (serviço), objetivando sempre trazer algum benefício ao próximo (Tg 5.16). A seguir, será utilizada uma narrativa bíblica, fazendo um paralelo para demonstrar a relevância desta oração.

O povo de Israel saiu do Egito sob a liderança de Moisés e começou a peregrinar pelo deserto. Em dado momento, eles se depararam com uma tribo de beduínos, liderados por um homem chamado Amaleque, provavelmente descendentes de Esaú. Houve um empasse e o confronto era inevitável. Moisés mandou Josué escolher os homens e partir para a batalha, enquanto isso, ele, Arão e Hur subiriam ao monte com o bordão de Deus. Assim procedeu seu Comandante. No decorrer da peleja, quando Moisés, em posse do bordão, levantava a mão, Israel prevalecia, no entanto, ao baixá-la por conta do cansaço, era o inimigo quem triunfava. Então, Arão e Hur pegaram uma grande pedra e fizeram Moisés se sentar nela, enquanto se posicionavam um de cada lado dele. Eles mantiveram a mão de Moisés sempre erguida até a vitória final, desempenhando uma função de extrema importância ao ajudar o líder de seu povo a cumprir sua missão (Ex 17.8.16).

A semelhança da experiência daqueles israelitas, a Intercessão exerce sustentação para os demais Ministérios nas igrejas, em especial, aos Pastorais. Diante da luta espiritual onde todos os cristãos são submetidos, ininterruptamente, ela contribui para o fortalecimento dos missionários, concedendo-lhes sabedoria, força e intrepidez para cumprirem a grande missão de pregar o evangelho aos povos não alcançados. Por se tratar de uma guerra contra principados e potestades, não adianta utilizar armas humanas. É preciso recorrer a instrumentos adequados.

O Ministério de Intercessão é uma das ferramentas mais poderosas a ser utilizada pela igreja de Cristo. Lucas, escrevendo acerca dos primeiros passos da igreja primitiva, comenta sobre a prisão do apóstolo Pedro (At 12.9-19). Aos olhos humanos era impossível ele escapar, entretanto, diante do poder intercessor da igreja, Deus enviou um anjo e o arrancou de lá de maneira inacreditável. A intercessão parece não ter tanta relevância, talvez, for ser exercido frequentemente no anonimato (Mt 6.6). Os irmãos chamados para exercerem este Ministério, devem ter ciência quanto a necessidade de utilizarem armas apropriadas, como, a oração e a fé (Ef 6.10-19). Essas armas devem ser empregadas com toda ousadia através da intimidade com Deus, sendo alcançadas por vidas totalmente consagradas a ele.

Portanto, apesar de sua invisibilidade, o Ministério de Intercessão é indispensável para a conquista dos objetivos impostos pelo Mestre a sua igreja, bem como dos traçados pela nossa Junta de Missões Nacionais.

Juvenal Netto

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (SEXO NO RELACIONAMENTO – SÉRIE V)

 


O vocabulário humano é muito limitado quando se trata de definirmos os atributos de Deus. Os teólogos mais brilhantes que o mundo já conheceu, escreveram milhares de páginas tentando esquadrinhar sua natureza, no entanto, nenhum deles conseguiu decifrá-lo na sua plenitude. Não conhecemos quase nada sobre o que fora criado, tendo em vista o número de galáxias existentes no universo, entretanto, focando apenas na Terra, é o suficiente para nos rendermos as maravilhas de tudo aquilo que gira em torno da vida. Uma delas provavelmente é a relação sexual, diria um percentual bastante considerável da população mundial. Inclusive, há comprovações científicas quanto aos dezessete benefícios proporcionados por ela a nossa saúde. O aumento nos níveis de serotonina, hormônio associado ao bom humor, é um deles, ou seja, diminui a irritabilidade, a ansiedade e a depressão.

Não há nenhuma sombra de dúvidas sobre o criador de algo tão prazeroso para as pessoas, entretanto, Deus estabeleceu parâmetros a serem observados quanto as suas práticas. Elas devem ser, exclusivamente, entre seres humanos, heterossexuais e monogâmicas, digo, praticada entre pessoas de sexo oposto; apenas entre um homem e uma mulher e por casais, devidamente unidos através do matrimônio (Lv 18.20-23; Rm 1.26,27; I Co 5.1-11, 6.9-19, 7.2; I Tm 1.10). Além destas, há ainda a abominação de relações que envolvam parentes mais próximos e aquelas onde não há consentimento de uma das partes (Dt 22.25). Todo relacionamento fora destes padrões são veementemente reprovados pelo Eterno e considerados imoralidade sexual. Aqueles que o desobedecerem, sofrerão as devidas consequências de seus atos em tempo oportuno. Cabe destacar a diferença entre pecar e viver em pecado. O salário para aqueles que vivem desse modo é a morte (Rm 6.23).

Deus é o único ser perfeito, absoluto em sabedoria e criou as regras supramencionadas não por um rigor barato e punitivo, mas, pelo amor e zelo que possui sobre a obra criada. Cremos que ao delimitá-las, não somente em relação ao assunto em pauta, mas, também, aos demais, ele busca o melhor para cada um de nós. Mesmo que não houvesse razão alguma para suas restrições, ainda assim, devemos aceitá-las sem quaisquer questionamentos, pois, a criatura jamais poderá se contrapor ao Criador (Rm 9.20).

Em algumas traduções da Bíblia, a palavra “conhecer” é utilizada para definir o ato sexual (Gn 4.25, 19.8; Nm 31.18, 31.35, 19.25), ou seja, é algo muito profundo que une muito mais que corpos, envolve a alma e o espírito (Mt 19.5,6). Praticado no casamento, é uma bênção divina que transcende a finalidade de procriação, isto é, deve ser desfrutado ao máximo, proporcionando prazer a ambos os sexos, não obstante, deve ser acompanhado de respeito mútuo, amor e carinho que excede a uma simples atração física (Gn 26.8).

É muito natural que pessoas descrentes ignorem os princípios deliberados pelo Criador, realizando diversas práticas envolvendo o sexo, tais como: estupro, bestialidade, incesto, fornicação, adultério, homossexualidade, prostituição e toda sorte de pornografias. No entanto, quando voltamos nosso olhar para a igreja cristã, não podemos encarar tais atos com naturalidade. O pecado precisa ser confrontado e denunciado não com a intenção medíocre de expor, humilhar ou massacrar os indivíduos, mas, para produzir arrependimento, cura e libertação. Como foi dito inicialmente, o sexo é muito atrativo, por isso, se constitui em uma ferramenta muito utilizada por satanás para causar destruição. Mal utilizado, ele gera inúmeras enfermidades, as quais, vão desde a, doenças físicas, passando pelas emocionais, até chegar ao ápice, as espirituais, com desdobramentos envolvendo a eternidade.

Sendo assim, o discípulo de Cristo não pode ignorar suas orientações, as quais, possuem fundamentação nas Escrituras e devem nortear nosso estilo de vida. Alguns tentam, maquiavelicamente, esconder os textos correlacionados, outros caminham de forma ainda mais sorrateira, imprimindo e disseminando uma falsa Bíblia sem os referidos trechos. Deus sempre colocou diante de nós a escolha entre a bênção e a maldição (Dt 11.26-28). O que o sexo tem proporcionado aos cristãos desta geração? Pense nisso com muito carinho!

Juvenal Netto

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

EVANGELIZAR OS EVANGELIZADOS UM DESAFIO DUPLO

 


A matemática é vista como ciência exata, por estar inserida numa área de conhecimento fundamentada na lógica e na precisão. Quem nunca ouviu a expressão: “Os números nunca mentem”? É difícil discordar desde que eles sejam utilizados sem considerar nenhum outro parâmetro. Apesar de não errarem, há a possibilidade de serem manipulados consoante os interesses a alcançar. Essa prática é muito usual justamente por se sustentar na exatidão dos cálculos.

Os últimos censos realizados no Brasil revelam um crescimento expressivo do número de evangélicos, no entanto, será que esses dados correspondem à realidade? É preciso esclarecer que não há questionamentos aqui quanto ao resultado, provavelmente, fruto de uma pesquisa individual onde o entrevistado apenas responde qual é a sua religião. Nesse caso, os números podem apresentar distorções, pois, a questão não é tão simples assim. Para ratificar esse recenseamento, obrigatoriamente muitos outros indicadores deveriam ser observados.

Esses números supramencionados ratificam que a igreja tem sido eficiente na proclamação do evangelho, não obstante, pode não estar obtendo o mesmo rendimento no discipulado. Como podemos chegar a essa constatação? Quando observamos o estilo de vida de grande parte desses novos discípulos, muitos deles não congregam ou o fazem irregularmente; não se engajam na missão da igreja; conhecem a Bíblia superficialmente; continuam com o mesmo comportamento de antes e não estão preparados para formar outros discípulos. O apóstolo Paulo na sua segunda viagem missionária retorna a algumas cidades, como Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, com o intuito de fortalecer a fé daqueles novos cristãos (At 14.21,22). Ele enxergava a necessidade de gastar mais tempo para preparar melhor aquelas pessoas. A igreja precisa atentar para o ir, sim, mas, não ignorar a necessidade de retornar para ver como estão as sementes plantadas; se elas germinaram ou não, e acompanhar de perto o seu crescimento. Principalmente depois da pandemia, é possível ver nitidamente como as igrejas recém-organizadas precisam de apoio. Obreiros carecendo urgentemente de auxílio, em todos os sentidos. Nesse contexto ainda há aqueles que tiveram algum contato com o evangelho há mais tempo, portanto, não devem ser considerados recém-convertidos. Ainda assim, estes casos podem ser enquadrados na mesma situação que os novos na fé por viverem do mesmo jeito.

Desse modo, ao voltarmos nossa atenção para a campanha de Missões Nacionais de 2023, constatamos que a igreja precisa cumprir a Grande Comissão trabalhando em pelo menos duas frentes. Anunciar o evangelho aqueles não evangelizados, os quais nunca tiveram contato com o plano da salvação. No entanto, à semelhança do grande apóstolo dos gentios, retornar aos lugares e pessoas já evangelizados para fortalecer sua fé. A missão é árdua, mas o Senhor é conosco e nos fará prosseguir até a cumprirmos cabalmente. Então, poderemos gritar com todo ímpeto: Maranata, ora vem Senhor Jesus!

Juvenal Netto

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (AMOR INCLUSIVO – SÉRIE IV)

 


A humanidade sempre passou por ciclos distintos e com o avanço bombástico da tecnologia da informação esse processo tornou-se mais dinâmico. Muitas alterações comportamentais têm surgido e com elas novos conceitos, os quais são disseminados utilizando técnicas para influenciar o maior número de pessoas possível em um curto período. Um dos métodos é o emprego constante de determinadas palavras-chave.

Falar sobre amor é tremendamente complexo. Muitos poetas conceituados já escreveram livros inteiros no intuito de nos trazer uma compreensão mais profunda. No entanto, a melhor definição que alguém pôde dar até hoje sobre ele foi através do apóstolo Paulo (I Co 13). Para se tornarem autênticos, os conceitos precisam ser acompanhados de ação e não apenas oratória, essa é a grande questão. Alguns dizem que amar é uma decisão e não somente um sentimento, instável e circunstancial. Mesmo que isso seja verdade, uma coisa é decidir, outra, bem diferente, é colocar em prática essa atitude, o que é extremamente radical. As palavras de Paulo ecoam na história devido ao seu testemunho, dando sentido e autenticidade a cada frase elaborada por ele.

A onda do momento é falar sobre ‘inclusão’, no entanto, quando o assunto é amor, para o cristão ele deve suplantar esse nível. A preocupação daqueles que a defendem, costuma ser elementar e voltada apenas para o presente, sem se preocuparem com regras e possíveis consequências. O amor verdadeiro deve ser muito mais abrangente, tratando o homem como um ser completo, possuidor de corpo, alma e espírito. O que adianta um indivíduo experimentar toda a “felicidade do mundo” de forma transitória e ter um final infeliz e desastroso? Enquanto Paulo foi aquele que melhor definiu, Cristo foi o que inquestionavelmente melhor demonstrou esse nobre sentimento. Jesus se preocupava com todos, indistintamente, e andava no meio de pecadores, como prostitutas, cobradores de impostos e mendigos. Foi um revolucionário para sua época, no bom sentido da palavra, inserindo até mesmo as mulheres numa cultura que a tratava como um ser de terceira classe. No entanto, seu padrão de amor por essas pessoas ia além de uma inserção temporária a determinado grupo sociológico. Jesus estendeu sua mão perdoadora para uma mulher adúltera, mas, conclui seu diálogo com ela dando a seguinte advertência: “Vá e não peques mais.” (Jo 8.1-11). Seu olhar compassivo não fixa apenas no presente, mas, foca a eternidade, onde almeja levar a muitos. A semelhança do Mestre, o cristão deve amar o próximo em níveis muito mais profundos do que os estabelecidos pelo mundo. O amor autêntico e verdadeiro é aquele que distingue a pessoa de seus atos e comportamentos. Como um pai disposto a mar seu filho até o fim irrestritamente, não obstante, com o mesmo empenho em corrigi-lo toda vez que se fizer necessário, visando o seu bem futuro.

Que o Espírito Santo inunde nosso ser de tal maneira que amemos as pessoas sem qualquer preconceito ou distinção, o que não significa aceitar com passividade seus erros. Aquele que ama, verdadeiramente, fala a verdade e aponta a direção correta a ser seguida. Nesse “Cruzeiro” chamado vida, mais importante do que as instalações do navio é chegarmos com segurança em um porto seguro. Essa é a inclusão completa, mostrar o caminho pelo qual cada um chegará a cidade santa, ao paraíso preparado por Deus para aqueles que o amam.

Juvenal Netto

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

“A SOLUÇÃO É JESUS”, SERIA APENAS MAIS UM JARGÃO?

 


Existem venenos com ação imediata e os que matam lentamente. Apesar de ambos levarem a morte, estes podem ser ainda mais perigosos, pelo fato de não apresentarem sintomas imediatos, ou seja, quando a pessoa percebe, já é tarde demais. Assim acontece quando banalizamos progressivamente algo considerado vital para a nossa sobrevivência.

Não há sombra de dúvidas sobre Jesus, o filho de José e Maria, nascido em Belém da Judéia, ser o homem com maior supremacia na história da humanidade. Proporcionalmente a sua fama, há o perigo eminente de torná-lo comum. Algumas religiões já fazem isso ao considerá-lo como um grande profeta, apenas. Já se passaram mais de 2.000 anos desde o seu nascimento e podemos chegar ao dobro desse tempo, ainda assim, ele continuará a exercer sua essencialidade, se as pessoas atentarem para o fato de possuir duas naturezas, a humana e a divina.

Todos os homens, em algum espaço de tempo, passarão por situações embaraçosas. Até mesmo os mais ricos e influentes terão que lidar com as suas limitações e necessitarão de alguém para ajudá-los a solucionar os seus problemas. Se fizéssemos uma escala de zero a dez, sobre a capacidade individual em resolver estes infortúnios, onde o zero significasse a total impossibilidade diante deles e o dez, o inverso, qual o nível máximo que um ser humano conseguiria alcançar? 

Jesus, sendo Deus, saiu do seu trono de glória e se vestiu de homem para compreender a fundo as estruturas mais profundas da sua obra-prima (Jo 1.1-3). Por isso, além de possuir plenos poderes no céu e na terra para fazer o que quiser, ele entende as nossas dores, angústias, ansiedades e demais sentimentos e emoções, as quais muitas vezes nos furtam a alegria e a esperança (Mt 28.18). Somente ele pode curar todas as enfermidades. Até a natureza, com todas as suas complexidades, lhe está sujeita por inteiro, pois é capaz de fazer o vento e o mar se aquietarem (Mt 8.27). Se pode fazer tudo isso, não pode também mudar quaisquer circunstâncias que venham nos sobrevir?  

Sobretudo, quando afirmamos que Jesus é a solução, nossa visão deve ir muito além da sua capacidade em resolver situações difíceis dos indivíduos enquanto estiverem aqui na terra, mesmo aquelas consideradas um milagre. O pior dos sofrimentos terrenos não pode ser comparado com uma eternidade longe de Deus, o que a Bíblia chama de segunda morte e inferno (Ap 2.11, 20.14). A morte é o maior inimigo dos homens e todos terão que encará-la em algum momento. A boa notícia é que existe, sim, solução para ela. O apóstolo João tem uma revelação sobre os últimos dias na terra e no primeiro capítulo do livro de Apocalipse ele faz a seguinte narrativa sobre Jesus:

“E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1.17,18).

Diante do exposto acima, concluímos existirem verdades que jamais poderão ser banalizadas. Assim como todos pecaram e a morte adentrou no mundo, somente através do sangue de Jesus conseguiremos o perdão do Pai e, assim, vencermos esse terrível inimigo (Jo 3.16-18, 14.6; At 4.12; Rm 3.23, 6.23, 10.9; I Jo 1.7). Jesus Cristo é a única solução!

Juvenal Netto

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (INTEGRIDADE – SÉRIE III)

 


Uma frase atribuída ao Advogado capixaba, chamado Luiz Maria Borges dos Reis, expressa perfeitamente o assunto a ser abordado nesta terceira série sobre a autenticidade dos seguidores de Cristo. Ela diz assim: “Ser honesto não é qualidade e sim obrigação”. Em uma cultura evoluída, característica peculiar dos países desenvolvidos, essa afirmativa será certamente vista como algo lógico e coerente. Isso pode sinalizar que existem questões, as quais transcendem ao âmbito da religião.

O comportamento desonesto, apesar de ser repelido veementemente por Deus, descritos em inúmeras passagens bíblicas, tornou-se parte da natureza do homem a partir de sua queda no Jardim do Éden. Quando olhamos atentamente pelo retrovisor da história, facilmente nos depararemos com narrativas de vários indivíduos agindo sem nenhum pudor. O modo corrupto de proceder não escolhe raça, sexo, classe social ou profissão. É possível encontrar desde pessoas simples e anônimas, até autoridades renomadas envolvidas em atos ilícitos, inclusive, aqueles que deveriam ser exemplo para a população, como os juízes e demais integrantes de órgãos ligados ao Poder Judiciário.

Mesmo reconhecendo que a igreja é composta por seres imperfeitos, o que a sociedade espera dessas pessoas é que suas atitudes sejam alicerçadas na ética, além de possuírem uma conduta ilibada e exemplar. Todos ficam na expectativa de que a igreja será a última barreira a ser vencida no que tange a preservar princípios basilares, como honestidade, justiça e lealdade, dentre muitos outros. No entanto, há um percentual considerado que vem denegrindo a imagem do evangelho pelo mal testemunho. Pessoas desonestas, trapaceiras e caloteiras, as quais ao denominar-se como cristãs, causam repúdio aqueles que estão a sua volta. Esse é um dos maiores motivos de rejeição a qualquer espécie de religião, como se ela fosse a responsável por esse procedimento reprovável. Jesus faz um alerta sobre o perigo que estes correm:

E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” (Lc 17.1,2).

O Testemunho de Zaqueu, serve como base para validar a realidade de uma pessoa que teve um encontro com Cristo. Ele era um homem que havia enriquecido por meio de práticas desvirtuosas, tendo em vista que exercia a função de cobrador de impostos. Uma profissão repudiada pelos judeus na época, exatamente pela prática de extorsão que a maioria deles cometia. Zaqueu, ao encontrar-se com Jesus, voluntariamente, se predispôs a restituir tudo aquilo que havia roubado, dando sinais de uma autêntica conversão (Lc 19.1-10).

Assim, mesmo admitindo que a virtude da honestidade ultrapassa o campo da religião, como abordado inicialmente, a luz da Bíblia, chegamos à conclusão de que todo aquele que passou por uma experiência real com Cristo foi transformado por inteiro, como aconteceu com Zaqueu e outros milhares de pessoas (II Co 5.17; Ef 4.28). Então, se afirmo ser cristão, consequentemente, ou sou íntegro, ou não passo de um impostor.

Juvenal Netto

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

REFÚGIO: A ÚNICA CIDADE SEGURA

 


O Calcanhar de Aquiles dos habitantes das grandes cidades brasileiras chama-se violência urbana. Um problema que tira a paz das famílias e afeta a qualidade de vida de milhares de pessoas. Por esse motivo existe um êxodo gigantesco; gente de todas as classes sociais fugindo dos conflitos, os quais se aproximam cada vez mais de suas residências. A grande questão é: onde encontrar um local seguro?

O povo de Israel foi libertado da escravidão do Egito e conduzido a Canaã, uma terra altamente produtiva, a qual poderia oferecer grandes possibilidades de recomeço a uma população que vinha sofrendo há tanto tempo. Nesse período, Israel era formado por doze tribos, sendo essa terra repartida entre onze delas. Deus tinha uma missão exclusiva para a tribo de Levi. Foi ela a responsável pela espiritualidade dos israelitas. Manter esse povo fiel às leis e aos mandamentos entregues a Moisés era um grande desafio. Para tanto, receberam 48 cidades posicionadas estrategicamente de forma a alcançar toda a área ocupada (Nm 35.7). As leis eram bem rígidas para uma nação que seria um protótipo para o mundo (Dt 19.21). No entanto, apesar de toda severidade, havia um público que ficaria desprotegido. A Bíblia os chama de “homicidas involuntários”, o que seria chamado hoje de culposo, ou seja, onde não há a intenção de matar. Os levitas receberam mais uma atribuição, dentre as cidades supramencionadas, deveriam separar seis delas, as quais seriam utilizadas como cidades de refúgio (Nm 35.9-15). Como naquela época não existiam tribunais, nem juízes, aqueles que porventura viessem a cometer um crime de forma “involuntária”, estariam sujeitos a vinganças por parte dos parentes das vítimas, algo que poderia redundar em um grande banho de sangue inocente. Essas pessoas eram colocadas nesses locais e lá permaneciam até que fossem julgadas por uma comissão de anciãos formada por integrantes de cada tribo. Somente poderiam sair dali após a morte do sumo sacerdote. Para elas o único local seguro era permanecer nos limites territoriais dessas localidades.

As cidades de refúgio, alegoricamente, apontam para Cristo. Quando uma pessoa tem um encontro com ele, permanece pecador, entretanto, agora “involuntário”, assim como aqueles homicidas do Antigo Testamento. Para esse pecador a sua segurança não está mais em um lugar, mas, exclusivamente na pessoa de Jesus (Jo 5.24, 10.27-30). Ministrando a uma multidão ele disse para seus ouvintes não temerem aqueles que matam apenas o corpo, mas, ao que tem poder para, além de matar, lançar suas almas no inferno (Lc 12.4,5).

À vista disso, eis a oportunidade para todos os que andam temerosos e aflitos. Infelizmente, não encontraremos nenhum lugar cem por cento seguro nesse mundo. Se você ainda não teve uma experiência com Cristo, isto é, peca sem peso na consciência, hoje é o dia para tomar essa decisão e encontrar descanso, mesmo em meio as incertezas desse mundo tão cruel. Caso já tenha optado por isso, lembre-se de que sua segurança está condicionada a permanecer sob a proteção de Cristo, porque fora dele não há salvação (Mt 11.28-30; Lc 11.21,22; At 4.12; Hb 2.1-3).

Juvenal Netto

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO (CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS – SÉRIE II)

 


“Não pode” é uma expressão habitualmente utilizada pelos pais ao lidar com as travessuras de seus filhos, principalmente na idade inferior aos dez anos. Quem não se lembra disso em virtude de tê-la ouvido incontáveis vezes, não é mesmo? O pior não é ser impedido de fazer algo, mas, o silêncio ou a indiferença de alguns pais em não responderem o porquê da proibição. Essa atitude causa um efeito ainda pior do que o próprio “não”, em especial, na fase da adolescência. Trataremos aqui sobre um assunto controverso, que exige respostas convincentes e que possuam embasamentos sólidos. O que a Bíblia nos orienta quanto a ingestão de bebidas alcoólicas por parte do público cristão reformado?

Certa feita estava conversando com um pedreiro, o qual realizava um trabalho em minha casa e ele me perguntou se era permitido ao cristão fazer uso de bebidas alcoólicas. Eu respondi para ele que sim. Diante de minha resposta, percebi o seu espanto, talvez pelo fato de me conhecer e saber que sou cristão há muitos anos. Daí, ele, curioso, me fez a segunda pergunta. — E, você bebe? Respondi que não. Sem entender nada, me fez a terceira pergunta. — Se não é proibido, por que você não bebe? Diante de sua perplexidade, logo percebi ter a obrigação de explicar-lhe detalhadamente o motivo pelo qual havia tomado tal decisão. Exporei a seguir os mesmos argumentos que utilizei para responder ao questionamento daquele senhor.

A Bíblia não contém texto algum dizendo “não farás uso de bebida alcoólica” ou frase parecida que contenha essa mesma conotação. Ela não condena o ingerir e sim o embriagar-se (Pv 20.1, 23.20; Is 5.11, 5.22, 28.7; Ef 5.18). Entretanto, a maioria das pessoas que recorre ao álcool com frequência não consegue evitar o estado de embriaguez, sem contar aquelas que evoluem para a dependência e são milhares delas. Quantas vidas e famílias inteiras destruídas por causa do alcoolismo? De acordo com um editorial publicado este ano pela “The Lancet Public Health”, uma revista inglesa de grande prestígio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta afirmando que não existe nível de consumo de álcool que seja seguro à saúde. Acrescentando ainda que mesmo o uso leve ou moderado está associado à incidência de câncer. Com certeza, Deus não está nesse negócio.

Todo cristão sabe que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, devemos cuidar dele com todo zelo e responsabilidade, ou seja, devemos ser bons mordomos de algo tão precioso que o Senhor nos concedeu temporariamente (ICo 3.16; 6.19). O álcool é danoso à saúde, bem como muitas outras substâncias, portanto, deve ser evitado. Uma das piores características dele é o fato de ser uma substância que causa dependência. Uma pessoa que afirma “beber socialmente”, pode perder o controle ao passar por momentos difíceis na vida. Quem já não testemunhou essa triste realidade?

Na cultura brasileira, com algumas exceções, os cristãos reformados (evangélicos) não usam bebidas que contenham álcool. Algumas denominações chegam a se posicionar radicalmente contrárias. Por isso, esses cristãos que optam por fazerem uso dessas bebidas, se tornam motivo de escândalo para o público em geral. O apóstolo Paulo foi um dos maiores missionários da história. Além de pregar o evangelho, ele se preocupava com a saúde espiritual daqueles novos discípulos. Escrevendo aos romanos, Paulo instrui a igreja a nutrir um amor profundo uns pelos outros, a semelhança de Cristo, chegando ao ponto de não se tornarem pedra de tropeço na vida do irmão.

Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” (Rm 14.21)

Isto posto, apesar de não haver proibição expressa na Bíblia quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, não obstante, pelos motivos supramencionados, não é aconselhável que o discípulo de Cristo faça uso delas. Tudo me é lícito, mas, nem tudo me convém (ICo 10.23).

Juvenal Netto

sábado, 29 de julho de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO - VOCABULÁRIO

 


 

O livro de Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, conta a história dos primeiros passos da igreja após o Senhor Jesus ser assunto aos céus. Uma trajetória marcada por injúrias, tribulações, perseguições e martírios, não obstante, de triunfos, milagres e crescimento, proporcionalmente a tudo isso, fazendo se cumprir o que Jesus havia prometido (Mt 16.18). Depois da morte de Estevão, um dos primeiros mártires, houve uma grande dispersão dos discípulos para a Fenícia, Chipre e Antioquia. Esta, considerada a terceira maior cidade do império romano, onde os discípulos passaram a evangelizar não apenas os judeus, mas, também os gentios. Muita gente se converteu nessa cidade e ali os discípulos começaram a ser chamados de “cristãos” (At 11.26).

Com o crescimento da igreja, logo surgiu o primeiro embate, pois, um grupo de judeus queria obrigar os gentios convertidos a serem circuncidados e a cumprirem toda a lei de Moisés. Depois de uma reunião, realizada em Jerusalém com os apóstolos e presbíteros, sob a liderança de Tiago, líder da igreja, decidiram por não exigir tais ordenanças, estabelecendo algumas diretrizes específicas (At 15). Começava a se formar o corpo doutrinário da igreja cristã, fundamentado mais tarde nos livros que compõem o Novo Testamento. Iniciaremos uma série de reflexões sobre fundamentos da fé cristã, motivados principalmente pela pluralização doutrinária e pela banalização do evangelho existente em meio a centenas de denominações cristãs que surgiram nos últimos anos no Brasil.

Na mesma proporção em que o número de cristãos aumenta, segundo os últimos censos realizados, menos conseguimos identificá-los. Seus hábitos, costumes e comportamentos estão cada vez mais parecidos com os daqueles que não professam a fé em Cristo Jesus. Cabe ressaltar que estamos nos referindo a observância dos ensinamentos do Mestre (doutrina) e não meramente a usos e costumes estabelecidos pelo homem. Nesta reflexão abordaremos sobre a utilização inadequada de palavras, jargões, gírias, etc. Qual deve ser o padrão para o vocabulário utilizado pelo cristão? O apóstolo Paulo nos responde a esta pergunta, dizendo o seguinte: “Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.” (Cl 3.7,8). Em sua carta aos efésios ele também faz menção a esse assunto, assim: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” (Ef 4.29,30). Apesar de ser em um contexto mais abrangente, podemos sim, utilizar também a passagem de Mateus 12.33-37, quando Jesus nos adverte quanto ao emprego impróprio das palavras, que ele chama de “frívolas”, e suas consequências para aqueles que as utilizam com frequencia.

Sendo assim, amados irmãos em Cristo Jesus, não banalizemos o efeito negativo que existe em determinadas palavras, em especial, aquelas consideradas obscenas (popular “palavrão”). Esforcemo-nos para dar um bom testemunho em meio a grande nuvem de testemunhas que nos cercam, utilizando sempre um vocabulário apropriado a santidade que o Senhor requer de cada um de nós (Hb 12.14).

Juvenal Netto

sexta-feira, 21 de julho de 2023

CONSTRUA O ALTAR E ELE VIRÁ

 


Existem pequenos gestos que passam despercebidos pelas multidões por parecerem desprezíveis, entretanto, alguns deles são carregados de um significado tão profundo capaz de atrair e mover o braço do Eterno. Os chamados “patriarcas” o utilizaram em momentos cruciais e não era por acaso, pois, sabiam o quanto era importante para estreitarem seu relacionamento com ele.

Noé foi comissionado por Deus a construir um grande navio porque a terra passaria por um dilúvio e essa embarcação era o único modo de salvar as pessoas e os animais (Gn 6.13-22). Aquele patriarca obedeceu, apesar de ainda não ter chovido sobre o planeta. Perseverou diante de escárnios e zombarias por parte de uma geração obstinada pelo pecado e pela depravação moral. Tudo aconteceu como o Senhor havia advertido e as comportas do céu se abriram, somente ele e sua família conseguiram escapar. Depois que as águas baixaram, a primeira ação daquele homem foi construir um altar para oferecer sacrifícios em adoração ao Todo-Poderoso (Gn 8.20). Com essa atitude ele estava não somente agradecendo pelo grande livramento, mas, por ter sido escolhido com a missão de reiniciar o povoamento da raça humana. Um gesto muito singelo se observado por alguém que nunca teve uma experiência com Deus. No entanto, Noé sabia que não era dotado de qualidades excepcionais, ou seja, reconhecia suas limitações como um mero mortal, mesmo assim, experimentava a inexplicável graça do Senhor (Gn 6.8). Atitude idêntica foi repetida por outros grandes personagens. Abraão construiu um altar abrindo mão do seu bem mais precioso, seu único filho, Isaque, mas, o Senhor providenciou um cordeiro como substituto. Essa atitude lhe assegurou o título de “o pai da fé”, pois creu que ele poderia até mesmo ressuscitar seu filho após ter sido sacrificado (Rm 4.16-18; Hb 11.19). O profeta Elias diante de um altar protagonizou uma das experiências mais incríveis envolvendo o relacionamento entre Israel e Yahweh. Em um momento de apostasia do povo onde estavam em dúvida sobre quem deveriam adorar, encorajados e influenciados por lideranças corruptas (Rei Acabe, sua esposa Jezabel e seus falsos profetas). Elias desafiou 450 profetas de Baal, um falso deus pagão; reconstruiu o altar que estava em ruínas e invocou o Deus de Israel que respondeu com fogo do céu consumindo o holocausto. Ele deixou seu trono e visitou seu povo para confirmar sua soberania. Quando o altar é construído a partir de um coração sincero, ele certamente virá (IRs 18).

Como os sacrifícios oferecidos sobre o altar apontava para Cristo, o Cordeiro de Deus que se entregou como oferta viva para purificação dos nossos pecados, o altar a partir de então ganha um novo sentido (IPe 1.18-20). Jesus deixa isto muito claro no diálogo com a mulher samaritana quando lhe responde onde seria o local exato para a adoração (construção do altar). Não seria mais em um local específico, seguindo um ritual religioso, mas, a partir de corações totalmente voltados para o Senhor, os quais ele chama de “os verdadeiros adoradores” (Jo 4.1-30).

Isto posto, concluímos que não precisamos construir altares à semelhança dos patriarcas, não obstante, aquele que almeja manter um relacionamento íntimo com o Senhor precisará manter a essência daquele ato. Jesus, durante o seu sermão no monte, nos ensina como devemos orar: “... entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.6). O Mestre não está aqui condicionando ou restringindo a oração, pois esse diálogo com o Senhor pode ser feito em qualquer lugar e a qualquer momento, no entanto, existem ocasiões em que precisamos nos refugiar, “construirmos um altar”. Jesus constantemente se isolava e ia orar no monte, creio que o segredo estava no “estar a sós com o Pai e não no lugar”, apesar de não ver nenhum problema em quem assim procede. Se quisermos prevalecer em meio as lutas e tribulações, não podemos abdicar dos nossos momentos a sós com Ele. Prepare o altar do seu coração e Ele virá.

Juvenal Netto

sábado, 8 de julho de 2023

VOCÊ CONHECE A AGENDA DE DEUS?

 


Segundo matéria recente divulgada pela revista Forbes, existem no ano de 2023 aproximadamente 2.668 bilionários, sendo 32 apenas no Brasil. Muitos desses homens possuem patrimônios que ultrapassam o PIB de muitos países. Em relação ao percentual da população mundial, eles não passam dos míseros 0,00003335%. Vocês podem imaginar a dificuldade daqueles que não fazem parte desse seleto grupo em conseguir uma simples audiência com eles? Tal patrimônio os torna mais poderosos que presidentes de alguns países desenvolvidos e demais autoridades dos diversos poderes constituídos e áreas sociológicas. Na verdade, grande parte da população não conseguirá sequer se aproximar de um desses indivíduos.

Ainda segundo a Forbes, o líder atual dessa lista chama-se Bernard Arnaut e possui um patrimônio estimado em 234 bilhões de dólares, isto é, o homem mais rico e poderoso do planeta Terra. Apesar de toda essa fortuna que o torna detentor de muitíssima influência mundial, diante daquele que criou a terra e todas as galáxias, ele não passa de um mero mortal com data de validade por vencer. Poderíamos, inclusive, reunir toda essa elite global que nem assim chegaria aos seus pés em termos de poder e autoridade. Já vimos o quanto seria difícil nos aproximarmos desses bilionários que poderiam ajudar milhares de pessoas a solucionarem muitos dos problemas que as afligem. Quem sabe você não sonhe em conseguir um espaço na agenda de um desses poderosos para relatar-lhe seu problema de tão difícil resolução e conseguir ajuda? E se receber o conselho para tentar falar com o mais poderoso de todos? Não me refiro ao Bernard, mas, ao Criador de todo o universo. Será que existe vaga em sua agenda diante de 8 bilhões de pessoas que habitam este planeta enfrentando tantos desafios simultaneamente?

O único Deus, de Israel, teve sua agenda bastante restrita durante todo o período que precedeu a vinda de seu filho, Jesus Cristo, em virtude do pecado que afastou o homem dele. Nesse tempo apenas os Sacerdotes tinham acesso direto a Ele, sendo uma vez por ano e cumpriam o papel de representantes do povo (Êxodo 30.10). Quando Jesus deu seu último suspiro na cruz, o véu do Templo se rasgou de alto a baixo, simbolizando que a separação existente entre ambos, definitivamente, havia se extinguido (Mateus 27.50-51).

Assim, Jesus, após ter recebido na cruz toda a condenação imposta pelo pecado oriundo do primeiro casal, Adão e Eva, e transmitido indistintamente a toda humanidade, tornou livre o acesso de todos ao Pai (Romanos 5.18-19). Não importa sua raça, condição social, opção religiosa ou qualquer outro requisito. Você também não precisa entrar numa fila de espera, nem de senha, a qualquer dia e horário, pode ir ao seu encontro. Que privilégio tremendo, seres imperfeitos, fracos e pecaminosos como nós, conseguirmos nos relacionar com um ser perfeito, transcendente, amoroso e infinito. Glória a Jesus! A única condição é crer que ele existe e que se torna premiador daqueles que o procuram (Hebreus 11.6). Ele possui todo o poder no céu e na terra, tendo solução para seu dilema (Mateus 28.18). Busque sua face ainda hoje, pois, chegará o dia em que sua agenda se fechará para sempre e virá em seguida o juízo final (Isaías 55.6).

Juvenal Netto

sexta-feira, 30 de junho de 2023

FALAR SOZINHO, É COISA DE GENTE DEMENTE?

 


Quem nunca percebeu alguém caminhando pela rua conversando como se estivesse acompanhada ou quem sabe você mesmo em algum momento não tenha percebido que seus pensamentos ganharam vida em seus lábios através das palavras ou do simples balbuciar? Somos muito preconceituosos, não e mesmo? Durante muito tempo interpretei a pessoa que age dessa maneira como um ser “anormal”, mas, esse costume é mais comum do que muita gente imagina.

Esse hábito não é recente, muito pelo contrário, há fortes indícios de que sua origem chega a ultrapassar cerca de 1.000 anos a. C., data estabelecida por inúmeros estudiosos sobre grande parte das composições, as quais compõem o livro dos Salmos. Esses escritos canônicos ganharam ao longo dos séculos grande proeminência por religiosos de variados credos e até mesmo por pessoas alheias a qualquer tipo de religião. Acredito que um dos motivos prováveis seja em virtude das pessoas se identificarem com as experiências relatadas pelos seus autores e a maneira como conseguiram lidar com elas. Homens que decidiram rasgar seus corações e escrever sobre seus dilemas, momentos de vitórias, conquistas e de júbilo, mas, também de choro, angústia e dor. Tendo como fator determinante seu relacionamento com Deus em quem encontraram o devido alento e respostas para suas inúmeras indagações. Me deterei aqui apenas a um deles, ao de número quarenta e dois.

O autor desse Salmo parece estar vivendo um período terrível em sua vida. Ele não relata qual o motivo, mas, faz um contraste de momentos esplêndidos que experimentou no passado com o presente tão sombrio, parece que estava perplexo. Como poderia diante de tantos dias festivos, alegres e de vitórias que o meu Deus me proporcionou, agora estar passando por essa turbulência? Deve ter se questionado. Uma experiência que praticamente todos nós também vivenciamos em algum instante. Ele repete por três vezes a expressão: “Por que está abatida ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?” É alguém externando sua dor para si, buscando encorajamento e respostas. É alguém refutando a racionalidade de sua própria alma. Será que ela estaria lhe pregando uma peça? Ele pergunta e imediatamente dá a resposta: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.”, ou seja, deixa transparecer que sua mente o estava boicotando.

Por isso, muitos terapeutas da atualidade confirmam o que a Bíblia já revela há milênios. Em alguns momentos se faz necessário romper o silêncio e verbalizar em alta voz o que estamos sentindo, ainda que seja para você mesmo. Observamos lendo o livro de Salmos esse comportamento supramencionado se repetir por inúmeras vezes. A boa notícia para quem chegou até aqui é saber que, em meio a angústia, eles obtiveram a vitória. Permitam-me agora, ir um pouco além dos ensinamentos terapêuticos tradicionais. O segredo desses personagens reais não foi apenas o externar, mas, fazê-lo direcionando sua mente a crer no Deus que já havia provado suficientemente poderoso para mudar toda e qualquer circunstância por mais adversa que pareça ser. Fale sozinho, sim, é terapêutico, mas, jamais deixe de falar para Deus. Somente ele tem TODO o poder para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos (Efésios 3.20).

“Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hebreus 4.14-15)

Juvenal Netto

sexta-feira, 23 de junho de 2023

A IMPORTÂNCIA DE UM AMIGO

 



O psicólogo americano Abraham Maslow se tornou referência na psicologia humanista por criar na metade do século passado a “Teoria da hierarquia das necessidades humanas”, também conhecida como a Pirâmide de Maslow, a qual define cinco níveis graduais de necessidades a serem alcançadas: fisiológicas, segurança, afeto, estima e as de autorrealização. Ele coloca as necessidades sociais em terceiro nível, compreendendo a importância dos relacionamentos afetivos na vida dos indivíduos. A amizade é definida pelos dicionários como um relacionamento que as pessoas têm de afeto e carinho por outra, caracterizada por lealdade, reciprocidade, intimidade, ajuda mútua, compreensão e confiança.

A simples definição supramencionada não é o suficiente para definirmos em nossa rede de relacionamentos quem poderá ser classificado como nossos amigos. Como fazer ou quais outros critérios adotarmos para poder identificá-los? É muito difícil distinguir um amigo quando as coisas estão indo bem, pois, nessas horas muitos se mantêm por perto e até se colocam à disposição para ajudar, caso, seja necessário, isto é o que afirmam categoricamente. Contudo, normalmente são nos momentos de dor e sofrimentos que os verdadeiros amigos se revelam.

Jó era um homem íntegro e temente a Deus. Um dos fazendeiros mais ricos de sua época (Jó 1.1-3). Conjecturando aqui, pois, a Bíblia não fornece este detalhe, talvez por isso sua casa fosse constantemente frequentada por diversos moradores da cidade. Em um curto período aquele homem perdeu tudo, suas riquezas, filhos e a saúde. Jó estava sendo provado. Fazendo um breve parêntese, é isso mesmo, provação é algo para gente que teme a Deus (I Pedro 1.6-9). A diferença para o incrédulo é o fim da linha, para este é condenação, enquanto para aquele, é receber tudo em dobro e a vida eterna. Voltando ao tema principal, agora sua casa na fazenda já não é mais tão frequentada, sua lista de amigos começa a sofrer reduções, mas, ele recebe a visita de três candidatos a amigos, seus nomes são: Elifaz, Bildade e Zofar. Jó estava só, enfermo e carente, necessitando urgentemente de um ombro amigo, no entanto, aqueles homens chegaram estendendo o dedo acusador. Ficaram o tempo todo insistindo que tamanho sofrimento só poderia ser consequência de algum erro cometido por ele diante de Deus, ou seja, metaforicamente, oferecendo uma corda para quem tem motivos de se enforcar. Sua lista de amigos sofre mais cortes, agora só lhe resta sua esposa. Para sua surpresa, ela chega para ele e sugere que amaldiçoasse o seu Deus e morresse (Jó 2.9). Excepcionalmente, no caso deste homem, pôde constatar que não possuía amigo algum, no entanto, refletiu o quanto eles fazem falta.

Por isto, devemos manter todos os esforços para construirmos amizades verdadeiras, reconhecendo que todo relacionamento possui uma via de mão dupla, isto é, eu e você precisamos fazer a nossa parte, nos tornando ombro amigo na vida de outras pessoas. A situação de Jó só não foi ainda mais dramática porque ele possuía um superamigo, Jeová Shammah (O Deus que sempre presente está), quem lhe estendeu a mão e não deixou que perecesse.

Juvenal Netto

domingo, 4 de junho de 2023

CUIDADO COM ALIANÇAS PRODITÓRIAS

 

Muita gente se equivoca e sofre pesadas consequências ao confundir bondade com ingenuidade. Existem princípios espirituais que se sobrepõem a quaisquer outros que sejam estabelecidos pelo homem. Um deles é que a luz jamais se misturará com as trevas (Salmos 1.1). Onde ela chega, obrigatoriamente as trevas são dissipadas. Seria como colocar água e óleo em um liquidificador e bater para formar uma substância homogênea. Eles sempre estarão separados e distintos.

Josafá foi ungido rei sobre Judá (Reino do Sul) aos 35 anos e reinou por 25 anos no período aproximado de 870 a 848 a. C. Ele tinha um coração ousado em seguir os caminhos do Senhor. Se preocupou em ensinar os preceitos de Deus ao designar seus príncipes e levitas para as cidades circunvizinhas de modo a cumprirem essa missão (II Cr 17.7-9). Obteve vitórias expressivas sobre seus inimigos; contra os moabitas e amonitas de forma sobrenatural, após convocar o povo para jejuar e buscar ao Senhor. Um reinado marcado por glórias, riquezas e conquistas, construindo fortalezas e cidades-armazéns. Josafá demonstrou através de sua liderança que temia ao Senhor, por isso foi tão bem-sucedido, não obstante, cometeu dois erros da mesma natureza ao fazer aliança com dois reis pagãos, primeiro, com Acabe e depois, com Acazias, ambos reis de Israel (Reino do Norte). Mesmo sendo alertado pelos profetas quanto a desaprovação do Senhor, insistiu nessa empreitada e pagou um alto preço pela sua teimosia.

Fazendo uma analogia entre Josafá e os dois reis de Israel, diria que o primeiro representaria hoje a Igreja enquanto os outros, o mundo. Antes de prosseguir, é preciso deixar claro que a palavra “mundo” empregada aqui não significa “pessoas” e sim um sistema orquestrado por Satanás, onde os indivíduos se tornam simples marionetes em suas mãos. Uma das inúmeras estratégias desse ser maligno é tentar costurar alianças entre a Igreja de Cristo e o mundo. Tentar desprezar e desqualificar as suas diferenças, principalmente, através do relativismo, onde tudo é questionável e não há verdade absoluta. Como ele é inteligente e estratégico, nem sempre se mostrará de forma clara e limpa, ou seja, muitas vezes se apresentará dissimuladamente como se pertencesse ao mesmo meio, apenas utilizando nomes diferentes os quais podemos também chamá-los de denominações ou religiões. Infelizmente, seu estratagema tem dado resultado, assim como aconteceu com Josafá, mesmo em posse das Sagradas Escrituras onde estão contidas todas as diretrizes para aqueles que querem andar nos caminhos do Senhor, muitos têm cedido à tentação e acabam por fazer alianças com esse mecanismo sinistro. O resultado dessa prática já foi profetizado e aqueles que optarem por esse caminho receberão a sua devida recompensa.

Portanto, se alguém pensa que a Bíblia pode ser modificada ou que o Diabo e seus seguidores, isto é, os demônios, podem vir a se converter, lamento informar-lhes de que estão equivocados (I João 2.15-19). Quem insistir em andar de mãos dadas com eles, fazendo alianças que o Senhor jamais aprovaria, consequentemente, experimentarão o juízo do Eterno, pois ele é amor, mas, também fogo consumidor (Hebreus 12.29).

Juvenal Netto