Um blog com publicações apologéticas, relacionadas a religião e a fé cristã. Todos os temas fundamentados na Bíblia Sagrada. O propósito principal é trazer edificação para a sua vida espiritual através da propagação das boas novas do evangelho de Cristo Jesus.
segunda-feira, 9 de agosto de 2021
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXVIII
A realidade das circunstâncias pode variar conforme
o ângulo em que a avaliamos. O sofrimento humano, por exemplo, pode ser
encarado através de pelo menos dois prismas. Olhando por um deles, alguém dirá:
— O que torna possível uma pessoa se adaptar e sobreviver as mais terríveis
situações da vida é a capacidade de superação que está intrínseca em seu gen.
Enquanto outro, ao olhar a mesma questão, chegará a conclusão que essa
adaptação possui também um aspecto negativo quando se transforma em uma
conveniência, levando o indivíduo a desistir de lutar. Foi exatamente isso que
aconteceu com um cidadão que teve o dissabor de nascer com uma deficiência
física e passou grande parte de sua vida a mendigar até ser apresentado
formalmente a Jesus.
Lucas não relata o seu nome, o chamando apenas de
“coxo de nascença”. O paralítico era levado diariamente para a
porta do templo na expectativa que os religiosos lhe dessem uma esmola (At 3.1-10).
Normalmente, se presume que uma pessoa que habitualmente comparece ao templo
seja mais caridosa e sensível à necessidade alheia. Que rotina triste a desse
homem! Fora quarenta anos vivendo de esmolas, sem quaisquer perspectivas de alcançar
o mínimo de dignidade. Tão perto da “casa de Deus” e, em simultâneo, há
quilômetros de distância, levando-se em conta que a intenção de estar naquele
lugar não tinha nada a ver em manter um contato com o Eterno e, assim, poder
encontrar uma saída para a sua triste realidade. Estar ali era simplesmente
pela possibilidade de obter ajuda financeira, ainda que justificada pela sua necessidade
de subsistência. Ele não havia perdido
apenas sua autoestima; ele perdeu também sua fé, afinal de contas após tanto
tempo vivendo daquele jeito e, além disso não era habitual ver alguém ser
curado de uma deficiência genética.
Aquele dia seria apenas mais um de seu melancólico
hábito. Estava, como sempre, novamente na porta do templo e seu gesto era, praticamente,
de forma impulsiva; cada vez que alguém se aproximava, ele esticava a mão na
esperança de ganhar algum dinheiro que junto, ao final do dia, poderia ser a garantia
das compras da semana. Por volta das três horas da tarde, eis que surge a sua
frente dois homens, Pedro e João e ele, mais uma vez, dá prosseguimento a sua
rotina, implorando por algumas moedas. A resposta, a princípio, foi
decepcionante, pois ouviu de um deles: “Não possuo nem prata, nem
ouro...”. No entanto, antes que ele abaixasse sua mão, ouviu o
complemento da frase: “... mas o que tenho, isso te dou, em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, anda!” (At 3.6). Ele imediatamente se pôs de pé e
pela primeira vez adentrou no templo sem necessitar da ajuda de terceiros. Ele
exaltava a Deus por receber tamanha dádiva! Esse gesto pode significar que o
milagre recebido redundara também em um encontro real com Cristo lhe
proporcionando algo ainda maior, ou seja, a salvação de sua alma.
Assim, o testemunho desse homem evidencia que
Jesus Cristo supera e sempre superará todas as nossas probabilidades, isto é,
ele estendeu a mão esperando receber dos apóstolos apenas mais uma generosa
oferta, no entanto, recebeu infinitamente mais. A cura da paralisia mudou por
completo o cenário de sua existência. O Senhor não está preso ao “cronos”
humano. Quero afirmar com isto que ele pode realizar todas as coisas a qualquer
tempo, por isso, vale a pena manter a confiança nEle e estar aberto a
possibilidade de o sobrenatural vir a acontecer.
Juvenal Netto