Quando você pensa em Deus, qual imagem vem a
sua mente? O que fazer para agradá-lo e o que não fazer para despertar sua ira?
Por mais que nos aprofundemos nos estudos teológicos, certamente chegaremos à
conclusão de que um ser infinito jamais se deixará revelar em sua essência por
meros mortais. Entretanto, um simples pastor de ovelhas, chamado Davi, chegou em
um nível de relacionamento com o Eterno que pouquíssimos conseguiram alcançar.
De que forma ele pôde ir tão longe?
Davi não era uma pessoa perfeita, muito pelo
contrário, cometeu inúmeros erros no decorrer de sua vida, alguns, na ótica
humana, gravíssimos, no entanto, foi considerado “um homem segundo o coração de
Deus”. No livro de I Crônicas é possível obtermos informações mais perscrutadas
acerca do reinado desse notável líder israelita. No capítulo 21 podemos ver
como o Diabo lhe dá uma rasteira ao investir em um de seus pontos fracos, a
vaidade, e, porque não dizer, de todos nós? Davi chamou Joabe, chefe de seu
Exército, e mandou que fizesse um recenseamento o qual abrangesse todo o seu
reino. O Senhor sendo conhecedor das intenções obscuras do seu coração, o
repreende e lhe oferece três opções como punição pelo seu ato. A resposta de
Davi foi surpreendente! Ele afirma categoricamente que preferia cair nas mãos
do Todo-Poderoso a padecer nas mãos dos homens. Então, o Senhor enviou a peste
sobre Israel e setenta mil homens morreram de uma só vez. Quando o rei vê como as
consequências do seu erro estava atingindo pessoas inocentes, implora por
misericórdia, pedindo que somente Ele fosse punido. Só havia uma maneira
daquela peste ser interrompida e Deus manda um mensageiro falar com Davi para
construir um altar numa localidade específica. Ele vai até Ornã, o dono daquela
terra, e lhe faz uma proposta de compra após expor o motivo. Ornã oferece gratuitamente
não somente a terra, mas também os animais para o sacrifício. Davi rejeita a
oferta e diz o seguinte: “Não; antes, pelo seu inteiro valor a quero
comprar; porque não tomarei o que é teu para o Senhor, nem oferecerei
holocausto que não me custe nada. (I Cr 21.24)”. Davi comprou o
terreno, construiu o altar, ofereceu os sacrifícios e invocou o nome do Senhor.
Deus respondeu com fogo do céu e fez cessar a peste.
Isto posto, todos nós também somos passíveis
de cometer erros constantemente, no entanto, podemos seguir o exemplo de Davi. Ele
não tenta se justificar ou pôr a culpa em terceiros; chega diante do Senhor com
um coração contrito e arrependido; se dispõe a obedecer a sua Palavra sem
questionar e lhe oferece o seu melhor. Da sua linhagem nasceu o Messias
prometido. Aquele que, ao ser pendurado no madeiro, levou sobre si toda a
condenação provocada pelos nossos pecados (Rm 6.23). Agora temos um advogado
fiel e justo diante do Pai, Jesus Cristo de Nazaré. O seu sangue vertido na
cruz do calvário se tornou o verdadeiro antídoto para nos purificar de todo o erro
cometido (I João 1.9).
Juvenal Netto