sábado, 29 de julho de 2023

SINGULARIDADES DO DISCÍPULO DE CRISTO - VOCABULÁRIO

 


 

O livro de Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, conta a história dos primeiros passos da igreja após o Senhor Jesus ser assunto aos céus. Uma trajetória marcada por injúrias, tribulações, perseguições e martírios, não obstante, de triunfos, milagres e crescimento, proporcionalmente a tudo isso, fazendo se cumprir o que Jesus havia prometido (Mt 16.18). Depois da morte de Estevão, um dos primeiros mártires, houve uma grande dispersão dos discípulos para a Fenícia, Chipre e Antioquia. Esta, considerada a terceira maior cidade do império romano, onde os discípulos passaram a evangelizar não apenas os judeus, mas, também os gentios. Muita gente se converteu nessa cidade e ali os discípulos começaram a ser chamados de “cristãos” (At 11.26).

Com o crescimento da igreja, logo surgiu o primeiro embate, pois, um grupo de judeus queria obrigar os gentios convertidos a serem circuncidados e a cumprirem toda a lei de Moisés. Depois de uma reunião, realizada em Jerusalém com os apóstolos e presbíteros, sob a liderança de Tiago, líder da igreja, decidiram por não exigir tais ordenanças, estabelecendo algumas diretrizes específicas (At 15). Começava a se formar o corpo doutrinário da igreja cristã, fundamentado mais tarde nos livros que compõem o Novo Testamento. Iniciaremos uma série de reflexões sobre fundamentos da fé cristã, motivados principalmente pela pluralização doutrinária e pela banalização do evangelho existente em meio a centenas de denominações cristãs que surgiram nos últimos anos no Brasil.

Na mesma proporção em que o número de cristãos aumenta, segundo os últimos censos realizados, menos conseguimos identificá-los. Seus hábitos, costumes e comportamentos estão cada vez mais parecidos com os daqueles que não professam a fé em Cristo Jesus. Cabe ressaltar que estamos nos referindo a observância dos ensinamentos do Mestre (doutrina) e não meramente a usos e costumes estabelecidos pelo homem. Nesta reflexão abordaremos sobre a utilização inadequada de palavras, jargões, gírias, etc. Qual deve ser o padrão para o vocabulário utilizado pelo cristão? O apóstolo Paulo nos responde a esta pergunta, dizendo o seguinte: “Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.” (Cl 3.7,8). Em sua carta aos efésios ele também faz menção a esse assunto, assim: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” (Ef 4.29,30). Apesar de ser em um contexto mais abrangente, podemos sim, utilizar também a passagem de Mateus 12.33-37, quando Jesus nos adverte quanto ao emprego impróprio das palavras, que ele chama de “frívolas”, e suas consequências para aqueles que as utilizam com frequencia.

Sendo assim, amados irmãos em Cristo Jesus, não banalizemos o efeito negativo que existe em determinadas palavras, em especial, aquelas consideradas obscenas (popular “palavrão”). Esforcemo-nos para dar um bom testemunho em meio a grande nuvem de testemunhas que nos cercam, utilizando sempre um vocabulário apropriado a santidade que o Senhor requer de cada um de nós (Hb 12.14).

Juvenal Netto

sexta-feira, 21 de julho de 2023

CONSTRUA O ALTAR E ELE VIRÁ

 


Existem pequenos gestos que passam despercebidos pelas multidões por parecerem desprezíveis, entretanto, alguns deles são carregados de um significado tão profundo capaz de atrair e mover o braço do Eterno. Os chamados “patriarcas” o utilizaram em momentos cruciais e não era por acaso, pois, sabiam o quanto era importante para estreitarem seu relacionamento com ele.

Noé foi comissionado por Deus a construir um grande navio porque a terra passaria por um dilúvio e essa embarcação era o único modo de salvar as pessoas e os animais (Gn 6.13-22). Aquele patriarca obedeceu, apesar de ainda não ter chovido sobre o planeta. Perseverou diante de escárnios e zombarias por parte de uma geração obstinada pelo pecado e pela depravação moral. Tudo aconteceu como o Senhor havia advertido e as comportas do céu se abriram, somente ele e sua família conseguiram escapar. Depois que as águas baixaram, a primeira ação daquele homem foi construir um altar para oferecer sacrifícios em adoração ao Todo-Poderoso (Gn 8.20). Com essa atitude ele estava não somente agradecendo pelo grande livramento, mas, por ter sido escolhido com a missão de reiniciar o povoamento da raça humana. Um gesto muito singelo se observado por alguém que nunca teve uma experiência com Deus. No entanto, Noé sabia que não era dotado de qualidades excepcionais, ou seja, reconhecia suas limitações como um mero mortal, mesmo assim, experimentava a inexplicável graça do Senhor (Gn 6.8). Atitude idêntica foi repetida por outros grandes personagens. Abraão construiu um altar abrindo mão do seu bem mais precioso, seu único filho, Isaque, mas, o Senhor providenciou um cordeiro como substituto. Essa atitude lhe assegurou o título de “o pai da fé”, pois creu que ele poderia até mesmo ressuscitar seu filho após ter sido sacrificado (Rm 4.16-18; Hb 11.19). O profeta Elias diante de um altar protagonizou uma das experiências mais incríveis envolvendo o relacionamento entre Israel e Yahweh. Em um momento de apostasia do povo onde estavam em dúvida sobre quem deveriam adorar, encorajados e influenciados por lideranças corruptas (Rei Acabe, sua esposa Jezabel e seus falsos profetas). Elias desafiou 450 profetas de Baal, um falso deus pagão; reconstruiu o altar que estava em ruínas e invocou o Deus de Israel que respondeu com fogo do céu consumindo o holocausto. Ele deixou seu trono e visitou seu povo para confirmar sua soberania. Quando o altar é construído a partir de um coração sincero, ele certamente virá (IRs 18).

Como os sacrifícios oferecidos sobre o altar apontava para Cristo, o Cordeiro de Deus que se entregou como oferta viva para purificação dos nossos pecados, o altar a partir de então ganha um novo sentido (IPe 1.18-20). Jesus deixa isto muito claro no diálogo com a mulher samaritana quando lhe responde onde seria o local exato para a adoração (construção do altar). Não seria mais em um local específico, seguindo um ritual religioso, mas, a partir de corações totalmente voltados para o Senhor, os quais ele chama de “os verdadeiros adoradores” (Jo 4.1-30).

Isto posto, concluímos que não precisamos construir altares à semelhança dos patriarcas, não obstante, aquele que almeja manter um relacionamento íntimo com o Senhor precisará manter a essência daquele ato. Jesus, durante o seu sermão no monte, nos ensina como devemos orar: “... entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.6). O Mestre não está aqui condicionando ou restringindo a oração, pois esse diálogo com o Senhor pode ser feito em qualquer lugar e a qualquer momento, no entanto, existem ocasiões em que precisamos nos refugiar, “construirmos um altar”. Jesus constantemente se isolava e ia orar no monte, creio que o segredo estava no “estar a sós com o Pai e não no lugar”, apesar de não ver nenhum problema em quem assim procede. Se quisermos prevalecer em meio as lutas e tribulações, não podemos abdicar dos nossos momentos a sós com Ele. Prepare o altar do seu coração e Ele virá.

Juvenal Netto

sábado, 8 de julho de 2023

VOCÊ CONHECE A AGENDA DE DEUS?

 


Segundo matéria recente divulgada pela revista Forbes, existem no ano de 2023 aproximadamente 2.668 bilionários, sendo 32 apenas no Brasil. Muitos desses homens possuem patrimônios que ultrapassam o PIB de muitos países. Em relação ao percentual da população mundial, eles não passam dos míseros 0,00003335%. Vocês podem imaginar a dificuldade daqueles que não fazem parte desse seleto grupo em conseguir uma simples audiência com eles? Tal patrimônio os torna mais poderosos que presidentes de alguns países desenvolvidos e demais autoridades dos diversos poderes constituídos e áreas sociológicas. Na verdade, grande parte da população não conseguirá sequer se aproximar de um desses indivíduos.

Ainda segundo a Forbes, o líder atual dessa lista chama-se Bernard Arnaut e possui um patrimônio estimado em 234 bilhões de dólares, isto é, o homem mais rico e poderoso do planeta Terra. Apesar de toda essa fortuna que o torna detentor de muitíssima influência mundial, diante daquele que criou a terra e todas as galáxias, ele não passa de um mero mortal com data de validade por vencer. Poderíamos, inclusive, reunir toda essa elite global que nem assim chegaria aos seus pés em termos de poder e autoridade. Já vimos o quanto seria difícil nos aproximarmos desses bilionários que poderiam ajudar milhares de pessoas a solucionarem muitos dos problemas que as afligem. Quem sabe você não sonhe em conseguir um espaço na agenda de um desses poderosos para relatar-lhe seu problema de tão difícil resolução e conseguir ajuda? E se receber o conselho para tentar falar com o mais poderoso de todos? Não me refiro ao Bernard, mas, ao Criador de todo o universo. Será que existe vaga em sua agenda diante de 8 bilhões de pessoas que habitam este planeta enfrentando tantos desafios simultaneamente?

O único Deus, de Israel, teve sua agenda bastante restrita durante todo o período que precedeu a vinda de seu filho, Jesus Cristo, em virtude do pecado que afastou o homem dele. Nesse tempo apenas os Sacerdotes tinham acesso direto a Ele, sendo uma vez por ano e cumpriam o papel de representantes do povo (Êxodo 30.10). Quando Jesus deu seu último suspiro na cruz, o véu do Templo se rasgou de alto a baixo, simbolizando que a separação existente entre ambos, definitivamente, havia se extinguido (Mateus 27.50-51).

Assim, Jesus, após ter recebido na cruz toda a condenação imposta pelo pecado oriundo do primeiro casal, Adão e Eva, e transmitido indistintamente a toda humanidade, tornou livre o acesso de todos ao Pai (Romanos 5.18-19). Não importa sua raça, condição social, opção religiosa ou qualquer outro requisito. Você também não precisa entrar numa fila de espera, nem de senha, a qualquer dia e horário, pode ir ao seu encontro. Que privilégio tremendo, seres imperfeitos, fracos e pecaminosos como nós, conseguirmos nos relacionar com um ser perfeito, transcendente, amoroso e infinito. Glória a Jesus! A única condição é crer que ele existe e que se torna premiador daqueles que o procuram (Hebreus 11.6). Ele possui todo o poder no céu e na terra, tendo solução para seu dilema (Mateus 28.18). Busque sua face ainda hoje, pois, chegará o dia em que sua agenda se fechará para sempre e virá em seguida o juízo final (Isaías 55.6).

Juvenal Netto