quarta-feira, 28 de julho de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXVII

 


Na mesma proporção que a sociedade experimenta progressos significativos em diversificadas áreas, ela retroage na manutenção de princípios básicos e um deles é não dar a justa importância a vida humana.  É muito triste constatarmos que comportamentos frios e indiferentes tem sido cada vez mais comuns entre nós. Jesus, o nazareno, veio a este mundo para quebrar esses paradigmas e restituir a dignidade as pessoas, principalmente, daquelas menos favorecidas, como aconteceu com Onésimo.

Cada indivíduo possui uma história peculiar ao transitar por este planeta, mas, às vezes, elas se repetem entre boa parte da população e talvez o testemunho de Onésimo possa trazer algum aprendizado para você. O que se conhece a seu respeito é que ele pertencia a um homem chamado Filemon da cidade de Colossos.  Só o fato de a pessoa ser um escravo já é o bastante para se pressupor que viva miseravelmente. Ele foge para Roma, uma cidade maior e com mais oportunidades, na esperança de que pudesse recomeçar e experimentar melhores condições de vida. Em virtude das leis que regiam a sociedade da época, ele agora era considerado um transgressor com um agravante de ter cometido um pequeno furto junto ao seu senhor. Ao se efetuar uma análise realista de sua situação, chega-se facilmente à conclusão que suas possibilidades de obter sucesso eram pouco prováveis. Quem acolheria um escravo fugitivo, desconhecido e “insignificante”?  Para Jesus não existe um ser sequer que seja considerado como desprezível. Ele não faz acepção de pessoas e, segundo o seu conceito, todos merecem uma segunda oportunidade, independentemente, do que tenham feito no passado. O apóstolo Paulo recebe a sublime missão de apresentar Jesus a ele. Onésimo se rende a mensagem da cruz e começa a ter sua história reescrita. Ele conquista a confiança de Paulo e demonstra ser um autêntico discípulo de Cristo, mas, precisava voltar e reparar os erros outrora cometidos. No encontro do homem com o Senhor quando há arrependimento sincero, ele é perdoado instantaneamente e passa a ser uma nova criatura, não obstante, isto não significa que não necessite quitar suas dívidas perante a justiça dos homens ou com as pessoas as quais tenha causado algum prejuízo. Paulo não poderia ser conivente com um erro, por isso manda seu novo filho na fé de volta ao seu senhor sob a proteção de Tíquico (Cl 4.7-9), mas, escreve uma carta de recomendação testemunhando sobre sua experiência com Jesus. O apóstolo usando de toda a credibilidade e prestígio que possuía junto a Filemon e sua família, intercede por Onésimo de modo a ser perdoado e receber sua carta de alforria. Segundo análise de grandes estudiosos, Filemon jamais negaria uma solicitação de alguém tão estimado.

Onésimo foge em busca de liberdade, dignidade e felicidade, no entanto, descobre que tudo isso não se encontra em um lugar específico, mas, exclusivamente, na pessoa do Filho de Deus. Quantos homens não vivem assim como aquele escravo perambulando de cidade em cidade em busca de uma suposta felicidade! Ao retornar voluntariamente para a casa de seu senhor, alegre e disposto a permanecer como escravo, se necessário fosse, ele testifica para o mundo sobre o que Cristo é capaz de fazer na vida de um homem. Seu testemunho ganha notoriedade quando a carta redigida pelo apóstolo Paulo a Filemon é introduzida no “cânon” bíblico. Para não deixar dúvida quanto a legitimidade de seu testemunho, Paulo usa uma expressão contundente, “irmão caríssimo”, ao se referir a Onésimo (Fl 16).

Dessa forma, fica evidente que somente Jesus consegue mudar o homem por completo, ou seja, de dentro para fora, preenchendo todas as lacunas de seu vazio existencial, algo que é uma realidade na vida de todos ainda que muitos jamais venham a admitir tal coisa.

Juvenal Netto

sexta-feira, 16 de julho de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXVI

 


O insensato pensa e age enxergando apenas o tempo presente como se o amanhã fosse algo imaginário. Ele empenha todas as suas energias em projetos imediatistas e ignora totalmente as consequências futuras de suas ações do momento sejam elas boas ou ruins. Ele quer vencer e conquistar hoje ainda que isto implique em derrotas sucessivas e mais significantes lá na frente. No entanto, o sábio procede diferente. Ele valoriza a sua vida em todos os momentos. Procura viver intensamente, mas, está consciente que suas decisões e escolhas de hoje poderão impactar de forma irreversível no seu futuro. Seguindo nessa linha de pensamento, as vezes, é preciso perder para ganhar, foi o que aconteceu com um homem chamado Estêvão.

Segundo matéria publicada no site da revista “Super Interessante”, do dia 3 de outubro de 2017, somente nos três primeiros séculos cerca de dois mil cristãos foram mortos pelo governo romano apenas por professarem sua fé em Cristo. Calcula-se que dezenas de milhares já foram mortos pelo mesmo motivo em todo o mundo. O que justificaria tantas pessoas decidirem, voluntariamente, colocar suas cabeças a prêmio ao se tornarem seguidores de Jesus? Para o mundo elas não passam de fanáticas religiosas ou portadoras de alguma deficiência mental, mas, para aqueles que acreditam nas Escrituras e no Deus responsável por ela é a decisão mais sensata a ser tomada por um habitante humano na terra, como foi o caso desse personagem.

A Bíblia não informa os detalhes sobre o momento da conversão de Estevão, mas, deixa claro que ele foi um homem cheio de fé e do Espírito Santo, escolhido para formar a primeira equipe diaconal da igreja primitiva (At 6.1-7). Esse discípulo teve o privilégio de ser tremendamente usado por Deus através de sinais e prodígios e isto despertou inveja por parte de um grupo de judeus religiosos o qual arranjou testemunhas falsas para o incriminar junto ao Sinédrio. O Diácono Estevão é convocado para se defender diante daquelas acusações e acaba sendo protagonista de um dos maiores textos apologéticos do Novo Testamento. Ele faz uma exposição minuciosa da relação do povo judeu com Yahweh a partir dos patriarcas, chegando aos profetas e de como foram usados para falar sobre a vinda do messias, mas, perseguidos e mortos por esse mesmo povo. Os principais do Sinédrio não gostaram do que ouviram e ficaram furiosos. Nesse interim, Estevão olha para o céu e vê a glória de Deus e Jesus de pé a sua direita. Ele foi apedrejado até a morte, enquanto, ajoelhado orava se rendendo e clamando ao Senhor para que não lhes imputasse aquele pecado.

Uma pessoa desprovida de discernimento espiritual talvez fosse induzida a crer que sua pregação tenha sido em vão, tendo em vista, ter obtido como recompensa por tão grande devoção uma morte lenta e cruel, normalmente, imposta aos piores assassinos. — Onde está o seu Deus? Outros devem ter indagado. Aos olhos míopes do mundo, ele era somente mais um aventureiro que perdera sua vida por uma causa insignificante. — Para quê morrer desse jeito, pois, por certo teria ainda uma longa jornada pela frente? Entretanto, diante dos olhos do Eterno, aquele homem se tornaria mais que vencedor e como prêmio receberia a coroa da vida. Uma recepção sobremaneira significativa e calorosa, pois Jesus ficou de pé para tal, como quem recebe a um príncipe, capaz de anestesiar toda a dor das inúmeras pedradas que golpeavam o seu frágil corpo.

Logo, chegamos à conclusão de que Estevão e tantos outros vitimados pela perseguição cruel e sangrenta devido a sua fé não pode ser considerado vencido, perdedor ou lançado a própria sorte, mas, verdadeiro mártir o qual será devidamente recompensado, fazendo-se cumprir as palavras do Mestre: “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.24-25)

Juvenal Netto

SÓ VOCÊ TEM A CHAVE PARA A VITÓRIA