segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

A PORTA CONTINUA SENDO ESTREITA

 


A vida em toda e qualquer sociedade requer o estabelecimento de regras e padrões os quais serão fundamentais para impor limites e tornar possível o convívio e a manutenção dos relacionamentos. Daí surgem as leis, decretos, normas, etc., todos criados para nortear a existência humana e preservar a espécie. Não é muito diferente quando se trata de assuntos espirituais que envolvem não apenas o corpo e a vida na terra, mas, a alma, noutra dimensão.

Apesar de ser um caminho pouco conhecido, tendo em vista que não se tem notícias concretas sobre pessoas que tivessem morrido e voltado para nos relatar com detalhes como seria a vida do outro lado, existe uma fonte capaz de nos oferecer subsídios que pode esclarecer muitas coisas a esse respeito. A Bíblia, uma verdadeira biblioteca, composta por inúmeros livros, todos inspirados por Deus, traz revelações suficientes para conduzir o homem no caminho certo, ou seja, aquele que irá lhe conduzir a presença de Deus e assim viver eternamente ao seu lado num lugar conhecido amplamente como “céu”.

Para ter acesso a esse paraíso existem também regras que nesse caso foram estabelecidas exclusivamente pelo Eterno. Certa feita alguém perguntou para Jesus se seriam poucas as pessoas a serem salvas. Ele respondeu de forma incisiva, dizendo que aquele que quisesse ser salvo deveria se esforçar para entrar pela porta estreita, pois, muitos procurariam entrar e não conseguiriam (Lc 13.24). O que Jesus queria dizer com a expressão “entrar pela porta estreita”? Antes de tentar responder a essa pergunta, se faz necessário compreender um pouco sobre soteriologia, parte da teologia que estuda a “salvação” do homem. Ao analisar a Bíblia, na sua totalidade, sem interpretar versículos isolados, chegamos à conclusão de que só há duas condicionantes para que uma pessoa seja salva (Jo 3.16, 14.6; At 3.19; Rm 10.9). Ela precisa se arrepender de seus pecados, crer e confessar a Jesus como seu senhor e salvador, entretanto, seu comportamento a partir de então poderá ratificar ou não tais decisões. Uma pessoa arrependida e que decidiu entregar o senhorio de sua vida a Cristo, certamente viverá numa busca constante pela santificação, procurando limitar o poder de sua natureza humana e pecaminosa; se esforçará ao máximo para subjugar o seu “eu”, vivendo para a glória de seu Senhor; o seu amor por Cristo será infinitamente maior a tudo que o mundo possa lhe oferecer, principalmente, daquelas coisas que são desagradáveis a Deus (Hb 12.14; Gl 2.20; 1Jo 2.15-17).

Portanto, quando Jesus afirma que o salvo deve obrigatoriamente passar pela porta estreita e que muitos não passarão por ela, isso não significa que Deus renunciou a sua graça e misericórdia, mas, estabeleceu regras para que a salvação dos homens se tornasse possível. A grande questão é se as pessoas estarão, de fato, dispostas a abandonar sua vida de pecado em prol desse prêmio, ou se optarão por tentar um atalho, isto é, se convencerem de que podem trilhar pela porta larga, que significa uma vida sob o domínio do pecado, e, mesmo assim, conseguirem alcançar a salvação. De acordo com o próprio Cristo a porta larga e espaçosa, tipificada por aqueles que não temem a Deus e que vivem sob os parâmetros estabelecidos por este mundo, jamais será capaz de conduzir alguém ao reino celestial.

Juvenal Netto

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XVII

 


Um homem saiu a passear com seu filho disposto a lhe demonstrar, na prática, mais uma de suas preciosas lições de vida. Se aproximaram de um grande penhasco e aquele pai desafiou o menino a empurrar uma grande rocha ladeira abaixo. O garoto muito obediente partiu em direção a pedra, se esforçou por alguns minutos, mas, retornou cabisbaixo devido ao seu evidente fracasso. O pai insistiu o encorajando a usar toda a sua força. Pela terceira vez ele volta, com o semblante caído diz ser uma tarefa impossível, tendo em vista a sua fragilidade física. O pai chamou o seu filho e ambos se dirigiram até a pedra. Ele disse ao menino: — Filho, você não usou toda a sua força; não compreendeu ainda que eu sou toda a sua força? Juntos, eles finalmente moveram a pedra do penhasco.  

Não tem como não se emocionar ao ouvir o testemunho sobre o encontro de Bartimeu. Marcos nos conta que Jesus estava saindo da cidade de Jericó acompanhado, como sempre, por uma grande multidão. Na beira do caminho havia um homem cego que mendigava. Ao ouvir que Jesus passava por ali, começou a gritar: — Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim! As pessoas o repreendiam e pediam para que ficasse quieto, mas, ele gritava ainda mais alto. O seu clamor chegou aos ouvidos do Mestre fazendo-o parar. Ele pede para que o trouxessem. Assim o fizeram e Jesus restabeleceu a sua visão (Mc 10.46-52).

Bartimeu sabia que Jesus estava saindo da sua cidade e imaginou que essa poderia ser a sua última oportunidade. Ele não a desperdiçou. Um grande equívoco que muita gente comete é o de subestimar as oportunidades, acreditando sempre que outras surgirão. Na verdade, por mais inteligente, rico e bem informado que uma pessoa possa ser, jamais poderá prever o que irá acontecer nos próximos minutos de sua vida. É exatamente por isso que o Senhor nos adverte a busca-lo enquanto se pode achar e invoca-lo enquanto está perto, pois, chegará o momento em que todas as portas se fecharão (Is 55.6).

Para obter o seu milagre aquele cego entendia que necessitaria atrair sobremaneira a atenção de Jesus. Ele empenhou todas as suas energias e soltou a voz com todo ímpeto. Para ele naquele momento nada mais importava a não ser obter a cura para a sua enfermidade e solucionar todos os seus problemas. Em meio a muitas vozes, naquele instante, a sua sobressaiu sobre as demais, chegando ao ponto de fazer o Mestre parar. Engana-se quem pensa que essa experiência vivida por Bartimeu é algo exclusivo. Jesus continua com os seus ouvidos atentos ao clamor daquele que possui um coração contrito; que decidiu busca-lo com todas as suas energias.

Isso posto, diante do seu pedido de socorro, tendo como inspiração as mesmas atitudes desse cego, pela fé, quero encorajá-lo, repetindo a mesma frase utilizada pelos discípulos de Jesus: “Tem bom ânimo; levanta-te, o Mestre te chama” (Mc 10.49). Lembre-se, você ainda não usou toda a sua força!

Juvenal Netto