O gênio da física, Albert Einstein, chegou a
seguinte conclusão em relação à criação do mundo: “Todo aquele que se dedica ao
estudo da ciência chega a convencer-se de que nas leis do universo se manifesta
um Espírito sumamente superior ao do homem, e perante o qual nós, com os nossos
poderes limitados, devemos humilhar-nos.” — Não precisamos ter um “QI” elevado,
como o desse alemão, para acreditarmos que existe um ser supremo, o qual rege
todas as galáxias, mas, a grande questão a se pensar seria o quanto estamos
próximos ou distantes dEle. Ressaltando, que compete ao homem tomar a
iniciativa para estabelecer esse contato, até porque o Eterno é onipresente e
autossuficiente. Será mencionado nesse episódio a história de uma pessoa que
decidiu encurtar esse distanciamento e alcançou a graça divina causando
perplexidade até mesmo nos religiosos da época (Lc 7.3 (Lc 7.36-50).
No relacionamento com Deus, existem aqueles que
parecem estar perto, mantendo distância, enquanto há outros muito distantes, os
quais se tornaram muito mais próximos. É exatamente essa realidade que o doutor
Lucas descreve quando certa feita Jesus aceitou um convite de um fariseu (membro
de uma ramificação religiosa do judaísmo) para jantar em sua casa. No momento
em que Ele se assenta a mesa, chega uma prostituta e se humilha diante dEle.
Suas lágrimas lhe banham os pés e ela os enxuga com os seus cabelos, ao mesmo
tempo em que derrama sobre ele um vidro de perfume. O fariseu fica incomodado
com a conduta daquela mulher, e pensa: se este homem fosse realmente quem diz
ser, não permitiria tal atrevimento por parte de uma pessoa tão pecadora. O seu
raciocínio não estava totalmente errado, afinal de contas, tais práticas, como,
por exemplo, a prostituição, adotadas por essa mulher, são abomináveis aos
olhos de Deus. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, decidiu fazer uma
ilustração de modo a poder lhe explicar o que estaria acontecendo. Para isso, conta
uma história sobre certo credor, o qual perdoou a dívida de dois devedores,
sendo que um devia dez vezes mais do que o outro. Ele pergunta para o fariseu
qual dos dois amava mais aquele credor, ao que lhe respondeu, imediatamente,
suponho que ao que mais lhe perdoou. Baseado na própria conclusão do fariseu, o
Mestre se volta para a mulher e ressalta todo o seu proceder para com ele em contraponto
com a do anfitrião. Um contraste enorme das atitudes daquela “pecadora” com a
indiferença e frieza do “religioso”.
Jesus não estava sendo conivente com os pecados
cometidos por ela. Entretanto, como Deus, conseguiu penetrar nas entranhas da
sua alma e percebeu um verdadeiro arrependimento que se exteriorizou em gestos
de humilhação, súplica e, acima de tudo, adoração, os quais
atraíram, sobremaneira, sua atenção. Já o fariseu que se achava tão merecedor,
digno, santo, não foi capaz de perceber que estava diante do “Rei dos reis e Senhor
dos senhores” e, consequentemente, não lhe concedeu a honra devida (Ap 19.16).
Em vista disso, chegamos à conclusão de que Deus
não está muito interessado com o nosso passado, com o tamanho do pecado que já
cometemos e sim com o presente, através de um arrependimento genuíno e constante,
bem como do nosso futuro, por intermédio de uma decisão sincera de lhe servirmos
incondicionalmente. Outro aprendizado durante esse encontro é para aqueles que
se consideram muito justos e numa posição superior à dos demais pecadores; se sentem
merecedores das bênçãos divinas e menosprezam a graça e a misericórdia do Pai.
A Bíblia afirma que não há um justo sequer sobre a terra, ou seja, todos
carecem da ação reconciliadora de Cristo (Rm 3.10, 23). Suas palavras finais
foram: mulher, os seus pecados são perdoados; a tua fé te salvou; vai-te em
paz. Que encontro inimaginário! Ele pode
indicar também que teremos muitas surpresas ao chegarmos no céu.