É impressionante como temos a aprender com os
animais tachados tradicionalmente como seres irracionais. Nas últimas semanas observamos
um casal de cambaxirras que construiu um ninho dentro da nossa caixa de
correspondência. Há alguns dias seus filhotes nasceram e, desde então, o que
observamos é um cuidado todo especial demonstrado por eles. Toda vez que alguém
se aproxima do seu ninho eles começam a emitir um som de alerta estridente, demonstrando
estar totalmente dispostos a defenderem sua cria, se necessário for, com o
sacrifício das suas vidas. Um sentimento de zelo e amor que vem diminuindo
gradativamente entre os humanos.
O nome “pandemia” já diz quase tudo sobre o que ela
representa para a humanidade, causando sofrimento, medo, tristeza, apreensão,
angústia e morte. Tudo isso já seria o bastante para compará-la a um roteiro de
filme de terror, no entanto, existem outros ingredientes que a tornam ainda
mais sinistra, como, por exemplo, a falta de amor ao próximo demonstrados por
grupos expressivos da sociedade.
Primeiramente, gostaria de mencionar a imprensa,
também chamada de “a grande mídia” que aterroriza os lares brasileiros
diuturnamente sem pedir permissão para ninguém. Os repórteres anunciam as
mortes com ênfase tamanha como se estivessem narrando um gol numa partida de
futebol. Se você ficar acompanhando os telejornais por muito tempo até poderá
escapar da covid-19, mas, dificilmente de uma depressão ou até mesmo de uma
síndrome do pânico. Parece que a ideia dos redatores é deixar a população refém
de um sentimento de medo desproporcional ao perigo causado pela doença, ou
seja, querem lhes torturar psicologicamente sem dó nem piedade com a doce
desculpa de que estão preocupados com a sua segurança e bem-estar. Na verdade,
o único objetivo desse grupo é lucrar com a desgraça alheia, tais como urubus
que se alimentam de carne putrificada.
Outro grupo que consegue a proeza de ultrapassar o
“fundo do poço” é o formado pelos políticos. Como ousam transformar uma pandemia
em palanque? Como podem desviar o erário para outras áreas menos importantes
num momento como este? Como podem praticar corrupção em meio as covas e a dor de
centenas de pessoas? Como podem querer assumir um protagonismo cuja atribuição é
para especialistas da área da saúde? Como podem agir sorrateiramente para
piorar ainda mais a situação simplesmente por desejo de mais PODER e DINHEIRO?
O que tem de errado no ‘DNA’ desses caras? Eles podem ser qualquer outra coisa,
menos seres humanos.
Infelizmente, não poderei deixar de mencionar aqui
os profissionais da área de saúde, em especial, os médicos. Antes que me
julguem erroneamente, quero deixar claro que possuo grande admiração pela
classe e sei que muitos tem se doado por inteiro, outros, até morrido em virtude
dessa luta desmedida, mas, como em todas as categorias, existe uma “pequena
parcela” que poderia contribuir de forma mais expressiva. Estes, aceitaram
facilmente a politização da pandemia. Se renderam a protocolos inconsequentes e
a proibição quanto a prescrição de determinados medicamentos, sucumbindo diante
do “sistema” globalista. A começar pelo então Ministro da Saúde Dr. Mandetta, o
qual ordenava para que todos ficassem em casa até sentirem falta de ar e outros
que prescreveram apenas dipirona em pacientes com todos os sintomas da doença,
apesar de possuírem conhecimento quanto aos bons resultados obtidos com alguns fármacos.
Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se tivessem sido tratadas precocemente.
Será que eles conseguirão colocar a cabeça no travesseiro e dormirem
tranquilamente sem qualquer peso na consciência?
Por fim, me dirijo agora aos demais cidadãos
comuns. Quanta gente aproveitando os longos feriados; os horários de
expedientes reduzidos; os revezamentos no setor de trabalho para aproveitarem um
pouco a vida, não é mesmo? Uma balada, um baile ‘funk’, uma praia com dezenas
de amigos? Uma festinha para os duzentos mais achegados, etc. Quanta
irresponsabilidade! O próximo que se dane. Meus familiares idosos, não tô nem
aí! É muito dramático para uma geração ter que passar por uma pandemia e mais estarrecedor
ainda constatar em meio a essa realidade o profundo grau de esfriamento
relacional que ela se encontra. Chegamos à conclusão de que as palavras proferidas
pelo Mestre dos mestres durante o seu sermão profético estão se cumprindo, em
especial quando diz: “E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de
quase todos” (Mt 24.12). Que Deus tenha misericórdia desta geração!
Juvenal Netto
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