segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XVI

 


Todo homem sábio estará sempre disposto a se dobrar diante da majestosa e onipotente mão do Criador. Aquele que graciosamente permite que meros mortais usufruam das suas maravilhas neste planeta azul. Algumas pessoas foram além, pois, conseguiram algum benefício extra, o que podemos chamar de “milagre” e acreditaram que esse favor era o que Deus tinha de melhor a lhes oferecer, no entanto, veremos aqui, através da vida de um leproso, que existe algo ainda mais excelente (Lc 17.11-19).

O Evangelho escrito por Lucas nos relata que Jesus estava se dirigindo a cidade de Jerusalém e adentrou numa aldeia que estava localizada na divisa entre Samaria e a Galiléia. Havia ali dez homens leprosos os quais ao perceberem a chegada do Senhor foram ao seu encontro. Eles não ousaram chegar muito perto, acredito que fosse devido as restrições impostas pelo altíssimo risco de contágio dessa doença, que era incurável na época, e mesmo de longe começaram a gritar: “Jesus, Mestre, compadece-te de nós”. A atitude de Jesus exigiu muita fé daqueles enfermos, pois, simplesmente determinou-lhes que se apresentassem ao sacerdote (a única forma de serem reinseridos ao convívio social). Eles obedeceram sem questionar mesmo sem verem sinal de cura imediata. Somente durante o percurso puderam notar que a lepra havia desaparecido foi quando um deles decidiu retornar e procurar novamente a Jesus para agradecê-lo. O gesto desse estrangeiro, tendo em vista que era o único do grupo que não era judeu, surpreendeu o Mestre que o questionou sobre o porquê dos demais também não terem retornado para agradecerem por tamanho benefício alcançado. Jesus então lhe disse: “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou”.

Os nove israelitas apesar de possuírem um considerável grau de fé, se equivocaram ao acreditarem que a cura da lepra, o milagre alcançado era o melhor que poderiam receber da parte de Deus. Se contentaram com a possibilidade de retornarem para os seus familiares e voltarem as suas vidas cotidianas. Quanta gente tem agido exatamente como esses homens Deus o abençoa, cura suas enfermidades; faz prosperar os seus negócios; restaura o seu casamento e ele acredita que alcançou o melhor.

O samaritano, ao retornar para agradecer a Jesus teve uma experiência singular a qual lhe assegurou a vitória sobre a segunda morte. A palavra de Jesus para ele agora não é mais sobre cura como da primeira vez, mas, sobre a salvação de sua alma, isto é, a garantia de sua estadia no paraíso por toda a eternidade.

Dessa forma, chegamos à conclusão de que a experiência individual com Jesus se sobrepõe a qualquer dádiva ainda que venha das suas próprias mãos. Até quando as pessoas ficarão iludidas acreditando que poderão experimentar o melhor de Deus neste planeta? Quando é que elas entenderão que a presença dEle é incomparavelmente melhor do que tudo que pode nos dar? Existe vida fora do planeta terra sim e não é em Mártir, mas, no céu, através de um encontro transformador com Jesus, assim como aconteceu com aquele samaritano (1Jo 5.11-12).

Juvenal Netto

sábado, 16 de janeiro de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XV

 


Como é gratificante quando alguém percebe sua necessidade e age a seu favor de maneira voluntária antes mesmo que venha lhe solicitar ajuda, não é mesmo? Essa atitude proativa se torna ainda mais relevante quando se trata de algo que mudará por completo o seu futuro. Foi exatamente isso que aconteceu com uma mulher religiosa segundo o relato de Lucas (Lc 13.10-17).

Em tempo de pandemia, infelizmente, tem sido observado um expressivo grupo de pessoas que vem perdendo o hábito de ir ao templo, substituindo essa reunião tão solene pelas transmissões via internet. Entretanto, desde que a igreja cumpra rigorosamente os protocolos de segurança estabelecidos pelas autoridades competentes e você não possua nenhuma comorbidade ou esteja na faixa etária de alto risco, pode-se chegar a conclusão que estará mais seguro ali do que em inúmeros outros lugares públicos, como, por exemplo, supermercados, lojas e filas de Banco. Os judeus sempre zelaram por manter o costume de se reunirem para adoração, leitura e estudo das Escrituras. Jesus pregava em todos os lugares, mas, diversas vezes utilizou a sinagoga para cumprir esse propósito. Numa dessas ocasiões, enquanto ensinava, ele se depara com uma mulher enferma a qual vinha sofrendo há dezoito anos com um espírito de enfermidade que a deixava encurvada. O Mestre a convida, impõe-lhe as mãos e a cura daquele terrível mal. O evangelho de Lucas não fornece maiores detalhes acerca dessa pessoa, no entanto, é possível supor que ela tivesse o hábito de ir frequentemente à sinagoga. Já imaginaram se ela fosse vencida pelo desânimo e deixasse de congregar? Provavelmente, ela estaria sentenciada a morrer enferma.

Algumas pessoas podem defender a tese de que o templo é apenas uma construção como outra qualquer e, ainda, argumentarem que Deus não é preso, limitado a essa edificação, pois, é onipresente, ou seja, está em todos os lugares simultaneamente. Elas não estão erradas ao manterem essa linha de raciocínio, não obstante, quando um grupo de pessoas decide se reunir voluntariamente num local específico para prestar um culto a Deus, esse lugar ganha uma nova conotação. No ajuntamento de crentes há encorajamento, despertamento, apoio mútuo, renovo espiritual, comunhão e desenvolvimento dos dons e talentos (At 2.42). A igreja primitiva possuía esse hábito de se reunir constantemente para oração e estudo das Escrituras (At 2.46). O autor da carta aos Hebreus também chama a atenção de alguns cristãos que estavam deixando de congregar, enfatizando que tal prática deve ser intensificada proporcionalmente a medida que os últimos dias se aproximam (Hb 10.25).

Dessa forma, ressaltamos que todos devem zelar pela saúde espiritual de vossas vidas através de seus momentos devocionais diários, mas, além disso, devem se reunir constantemente com outros cristãos para adorar a Deus, assim como fazia aquela mulher anônima e foi beneficiada por Jesus. O salmista afirmou que um dia nos seus átrios, vale mais do que mil (Sl 84.10).

Juvenal Netto