segunda-feira, 1 de novembro de 2021

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XXX

 


Não existe nada mais belo e significativo que poder ser útil a outras pessoas. Somos seres interdependentes, isto é, por mais que tentemos resolver as coisas sem depender dos outros em algum momento perceberemos que isso é impossível. Essa tentativa constante de não querer incomodar o próximo, as vezes pode se tratar de certa altivez de espírito, mas, existem também outros motivos para este comportamento e um deles pode ser o constrangimento de se tornar um peso na vida do outro. No entanto, quando olhamos essa ajuda mútua de fora, podemos chegar a conclusão que viver desse modo é um privilégio concedido pelo Criador, pois, ambos são recompensados, edificados e aperfeiçoados. Filipe compreendeu bem essa lição a partir de seu encontro com Cristo Jesus (Atos 8.1-13, 26-40).

Não existem informações disponíveis sobre o momento exato em que Filipe teve uma experiência com o Senhor. Antes de prosseguir, se faz necessário primeiro esclarecer sobre quem está se falando, pois, existem outros personagens com o mesmo nome descritos na Bíblia. Inclusive um muito próximo, o qual era um dos apóstolos de Cristo. O Filipe descrito aqui se trata de um homem escolhido pelos apóstolos para compor a primeira equipe de diáconos da igreja primitiva. Lucas relata que logo após o dia de pentecostes quando o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja e os discípulos foram revestidos de poder e autoridade para pregarem o evangelho, o número de convertidos se multiplicou de tal forma que precisaram dividir as tarefas. Decidiu-se então, que os apóstolos se dedicariam exclusivamente a oração e ao ministério da palavra e seriam escolhidos sete homens, os quais seriam incumbidos pelo serviço de assistência social, principalmente, a órfãos e viúvas. Na escolha desses irmãos foram observados requisitos considerados indispensáveis como: possuírem uma boa reputação; serem cheios do Espírito Santo e dotados de sabedoria dos altos céus. Filipe foi um dos escolhidos, consagrado com os demais ao ministério diaconal através da oração dos apóstolos com imposição de mãos (Atos 6.1-6).  

Diante de uma grande perseguição sofrida pelos seguidores de Cristo, grande parte deles teve que sair de Jerusalém. Filipe partiu para a cidade de Samaria e lá começou a anunciar o evangelho de Cristo. Esse homem extremamente dedicado a missão que recebera pode ver multidões se subjugarem ao poder do Filho de Deus e serem alcançadas por sua graça. Por certo, deve ter se lembrado do que o Mestre havia prometido a todos os seus futuros seguidores:

Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (João 14.12)

            Filipe pregava com tamanha intrepidez e ousadia que os espíritos imundos saíam das pessoas gritando; paralíticos e coxos eram curados e muitos outros sinais acompanhavam aquele servo do Senhor. Até mesmo um falso mágico, por nome de Simão, acostumado a iludir as pessoas da cidade fora desmascarado por esse determinado e impetuoso evangelista. Lucas enfatiza que apenas um homem conseguiu mudar a realidade de uma cidade inteira. Ele diz que grande alegria adentrou naquele vilarejo!

            Por isso, podemos depreender que a bênção da salvação oferecida gratuitamente por Jesus a Filipe foi muito maior do que ele podia imaginar. Além de salvo, pode se tornar um instrumento vivo nas mãos do Senhor, mudando a história de muitas outras pessoas. Interagindo positivamente com uma comunidade inteira ao ponto de mudar o comportamento de inúmeros habitantes. Filipe foi transformado para transformar e é esse o grande propósito do Mestre dos mestres, inclusive, para todos nós.

Juvenal Netto