sexta-feira, 29 de maio de 2015

NADANDO CONTRA A CORRENTEZA



Apesar de nunca ter vivido tal experiência, já ouvi muitos relatos de pessoas que quase perderam suas vidas em um mar ou rio revolto, devido a fortes correntezas. Nadar contra elas é algo extremamente fatigante, até mesmo para os mais exímios nadadores. A única diferença entre um nadador profissional e um principiante ou afogado é o tempo de resistência e a capacidade de não entrar em pânico. Os mais experientes nesse assunto ensinam estratégias, tais como: mudar a direção do nado, procurar um ângulo perpendicular ou desbordar até chegar à terra firme.

Também é possível se deixar levar pelo movimento das águas e ver onde se vai parar, sem um destino definido ou a certeza de que se conseguirá chegar vivo ao fim. Nunca ouvi nadadores, por mais habilitados que sejam, incentivarem alguém a persistir no nado frontal contra a correnteza. Segundo eles, quem insiste nessa tática acabará se cansando e, dependendo da distância a ser percorrida, será vencido pelo cansaço. A tendência é o esgotamento, a fadiga e, por fim, o afogamento.

Para muitas pessoas, a vida se tornou como nadar contra uma grande correnteza, que constantemente tenta arrastá-las para lugares e posições indesejáveis. Quem nunca teve essa sensação de estar lutando contra uma força maior? Empregar muita energia sem conseguir sair do lugar e, pior, ver as forças se esvaírem.

Vivemos em um mundo dominado pela corrupção, onde a ética foi descartada, e os valores morais, no presente século, são considerados ultrapassados. Soma-se a isso a tentativa de banalizar a família tradicional e dar ênfase às relações homoafetivas. O que fazer para vencer todos esses obstáculos?

A homossexualidade sempre existiu, e todos têm conhecimento dessa realidade. No entanto, querer impor essa prática de forma generalizada ultrapassa todos os limites. O pior de tudo é que esse comportamento vai além de nossas fronteiras — é um fenômeno global, com exceção de alguns países conservadores. Quem defende e luta pela manutenção de princípios como ética, honestidade, bons costumes e a família tradicional precisa estar consciente de que enfrentará forte oposição. Um exemplo dessa realidade são os heterossexuais assumidos que defendem a prática homossexual.

Um dos assuntos em pauta atualmente é a homofobia, uma palavra muitas vezes aplicada de forma equivocada, intencional e manipuladora. À luz dos dicionários, "homofóbico" define-se como um agressor físico de pessoas assumidamente homossexuais. No entanto, um indivíduo não pode ser classificado como tal pelo simples fato de se posicionar contra essa prática no campo das ideias. A verdade é que tentam transformar o errado em certo de maneira impositiva e irracional.

Quem nunca enfrentou resistência no ambiente de trabalho? No conceito imposto pela estrutura social, quem sabe mais e tem as melhores ideias são sempre os mais graduados, os chefes, os que estão no comando — ou, em linguagem militar, os que possuem a maior patente. Mas será que esse princípio está correto? Quantas pessoas com grande potencial para progredir e avançar estão paralisadas porque lutam diariamente contra os poderes dessa organização? Quem se atreve a discordar ou questionar é tachado como rebelde, infiel ou até mesmo problemático. Quantos líderes sequer ouvem seus liderados? E, quando o fazem, é apenas para cumprir um protocolo, pois, na verdade, suas decisões já estão tomadas.

No campo da fé, a luta parece ainda mais intensa, pois a dificuldade começa dentro da própria igreja. Muitas pessoas estão estagnadas, mas, quando percebem que alguém está se movimentando para fazer algo, são as primeiras a colocar obstáculos. Com um espírito crítico, tentam desanimá-las com frases como: "Isso já foi feito aqui, mas não deu certo"; "As pessoas deste lugar são de coração duro"; "A igreja tal já tentou isso e falhou"; "Você não está preparado"; "Eu tenho uma ideia melhor". Infelizmente, o Diabo encontra muitos colaboradores para dificultar nossa caminhada, tornando a correnteza ainda mais forte.

No campo jurídico, a situação não é diferente, pois grande parte de seus membros já não é confiável. Basta observar as sentenças e os processos para concluir que tudo depende do poder aquisitivo. Pessoas que praticam os mesmos crimes recebem decisões diferenciadas conforme sua influência. A seu favor, contam com advogados renomados, muitos deles "amigos" de juízes e desembargadores. Você já tentou entrar com uma ação contra instituições federais ou grandes empresas? A dificuldade é imensa.

Essa crise do chamado “petróleo” é apenas a ponta do iceberg, pois o esquema de propina e corrupção está enraizado em quase todos os setores da sociedade. Todos os domingos, há alguém sendo investigado e preso por falcatruas, segundo matérias do Fantástico, transmitidas pela Rede Globo. O sistema corrompeu as camadas mais altas da sociedade. Recentemente, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Joaquim Barbosa, pediu aposentadoria, mesmo tendo ainda 10 anos para permanecer no exercício de suas funções. Com certeza, ao tomar essa decisão, ele se sentiu como alguém impossibilitado de lutar contra esse gigante.

No início, falei que existe uma estratégia humana para vencer as correntezas empregando menos energia. No entanto, ao tratar-se das situações corriqueiras da vida, enfrentadas por todos — principalmente pelos cidadãos de bem, obedientes a Deus e à Sua Palavra —, creio que a solução seja um pouco diferente.

Jesus, no Sermão do Monte, afirma que devemos entrar pela porta estreita:

"Larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e são muitos os que entram por ela. Porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela" (Mateus 7:13-14).

A porta estreita significa continuar guerreando contra essas forças. Não há atalhos nem desbordamentos. É preciso encarar os desafios com perseverança. A correnteza simboliza o mundo e todo o seu sistema, que tenta, a todo momento, nos fazer desistir.

Portanto, enfrentemos a correnteza com fé, crendo que Jesus de Nazaré nos dará força suficiente para vencermos o cansaço e chegarmos ao porto seguro.

"Não veio sobre nós tentação que não fosse humana, mas fiel é Deus, que não permitirá que sejamos tentados além do que podemos suportar; antes, com a tentação, dará também o escape" (1 Coríntios 10:13).

Vale a pena seguir em frente, pois, ao final, nossa vitória será completa.

Juvenal Netto

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