Como é fascinante a estrutura dos seres humanos e
proporcionalmente complexa. Todos os esforços já realizados unindo ciência,
religião e demais conhecimentos adquiridos até hoje pelos homens mais
inteligentes da história não foram suficientes para trazer respostas
conclusivas acerca dos inúmeros questionamentos que nos rodeiam e um deles
envolve os porquês do sofrimento humano.
Pela introdução utilizada aqui querido leitor você
pode concluir antecipadamente que a ideia não é tratar o assunto de maneira
simplista e prepotente, mas, tentarmos dirimir dúvidas quanto a algumas interpretações
equivocadas e sem qualquer fundamentação substancial, tendo como base para isto
as Sagradas Escrituras.
O livro de Gênesis relata como tudo começou na
terra e como era a vida do primeiro casal, Adão e Eva. O criador deu-lhes plena
liberdade para usufruírem de todas as maravilhas existentes no Jardim do Éden,
exceto comerem do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Gn 1 e 2).
Eles desobedeceram e o pecado entrou em suas vidas, trazendo consigo uma série
de consequências danosas, dentre elas, a realidade quanto ao sofrimento, o qual
passou a fazer parte da natureza humana (Gn 3; Rm 5.12). Pode-se, então,
deduzir a partir da narrativa Bíblica que ele teve uma origem e uma causa.
Muitos seguimentos religiosos acreditam que o propósito
para o sofrimento seria uma espécie de purificação para a alma, no sentido de a
pessoa estar se redimindo e, assim, conseguir alguma recompensa no futuro. Outros
veem o sofrimento como resultado da quitação de uma dívida sua ou de seus
ancestrais. Foi essa a interpretação dos discípulos quando se depararam com um
homem cego de nascença e perguntaram para Jesus sobre quem teria pecado o
próprio ou seus pais? Jesus lhes responde que nem um, nem outro, mas, para que
se manifestassem nele as obras de Deus (Jo 9.1-11).
Mesmo reconhecendo que o sofrimento teve uma
origem e uma causa que contaminou toda humanidade, é muito difícil e arriscado
tentarmos obter respostas sobre os níveis de sofrimento que atingem as
multidões de forma peculiar. Quem assim o fizer arriscará cometer sérias
injustiças. Os três amigos de Jó agiram dessa forma ao tentarem justificar
tamanho sofrimento que o assolava, pois, em dado momento de sua vida, veio a
perder todos os seus bens; logo em seguida os seus dez filhos de uma só vez e foi
finalmente acometido por uma doença que transformou seu corpo em uma enorme
chaga purulenta. Eles deduziram de imediato: tanto sofrimento só pode ser fruto
de pecado e Deus o está punindo severamente por isso. Se vocês lerem o livro de
Jó, verão que a causa não era essa e nem passava perto, ou seja, aqueles homens
estavam totalmente equivocados. Se precipitaram e agiram não como amigos e sim como
verdadeiros algozes.
O consenso que se pode chegar quanto a esse
assunto é que o sofrimento atinge pessoas indistintamente e independe de classe
social, raça, idade, sexo, nacionalidade, credo religioso, etc. (Ec 9.2). Em
alguns casos específicos pode ser fruto de escolhas ou decisões erradas (Pv
14.12, 16.17). A luz da Bíblia podemos concluir que de uma forma generalizada ele
sempre exercerá um papel pedagógico na vida das pessoas (Hb 12.6). Entretanto, só
Deus sabe as razões pelas quais está permitindo que passemos por ele e quais as
doses a serem aplicadas individualmente.
Infelizmente existe um grupo formado por algumas ramificações
religiosas o qual ensina de forma irresponsável que as pessoas ao se tornarem
cristãs estariam imunizadas ao sofrimento e a dor. Uma propaganda enganosa (“pare
de sofrer”) que tem levado muita gente a abandonar a fé. Muito pelo contrário,
Jesus advertiu inúmeras vezes que segui-lo não seria nada fácil e prova de seus
ensinamentos é a quantidade de cristãos perseguidos, torturados e mortos já no
primeiro século da era cristã (Jo 16.33; Hb 11). Entretanto, em nenhum momento
ele condiciona a salvação ao sofrimento como se ele fosse uma via obrigatória
para alguém adentrar ao céu. Essa linha de raciocínio não é bíblica e
extremamente perigosa, pois, leva as pessoas a acreditar que quanto mais sofrerem
aqui na terra, maior a certeza de estarem um dia no céu. A via obrigatória para
alguém possuir seu passaporte para lá não é o sofrimento, ainda que ele faça
parte da trajetória do cristão, mas, um verdadeiro arrependimento com relação
ao pecado e a confissão com seus próprios lábios a Jesus como seu senhor e
salvador (Rm 10.9; At 2.38, 3.19).
Isto posto, concluímos que apesar de não possuirmos
respostas para todos os dilemas que envolvem o sofrimento, em alguns aspectos é
possível, sim, chegarmos a respostas conclusivas e possuidoras de um alicerce
sólido pautado na Bíblia e um deles é de que o sofrimento não é o meio
principal e fundamental para garantir a salvação de uma pessoa. Só Jesus Cristo
Salva!
Juvenal Netto
Amém meu irmão, esta é uma retumbante verdade. Só Jesus é um único caminho, a verdade e a vida.
ResponderExcluirCom certeza. O bálsamo para algo que tanto nos incomoda é termos a certeza de que Jesus estará sempre conosco em qualquer situação, nos assegurando a vitória cabal. Aleluia!
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