Para quem acha que escravidão é coisa da Idade
Média, está redondamente enganado, segundo um relatório da ONG Walk Free
Foundation, divulgado no site do G1, em 30/05/2016, até então, havia cerca de
46 milhões de pessoas vivendo em regime de escravidão no mundo. Um número
considerável de pessoas vivendo dominadas por algum tipo de subserviência. Estes
dados se referem apenas aqueles que são obrigados a trabalhar em troca de
alimentação, mas, se considerarmos que a definição da palavra escravo inclui
também aquele que está submetido a alguma espécie de poder ou a uma força
incontrolável, chegaremos à conclusão de que este número é insignificante
diante de uma multidão indescritível de escravos espalhados por todo o planeta.
Segundo o relato do apóstolo João aqueles que
vivem na prática do pecado são servos do Diabo que vive pecando desde o
princípio, em contrapartida, aqueles que decidiram abandonar tal prática,
deixaram de ser escravos do pecado e do Diabo, não obstante, passaram a ser
escravos do Deus altíssimo (Rm 14.9-11). Espiritualmente falando, todos, sem
exceção, são escravos, ainda que inconscientemente. O apóstolo João faz a seguinte distinção entre
ambos: “Os filhos de Deus e os filhos do Diabo” (1Jo 3.1-10). De acordo com os
ensinamentos contidos na Bíblia, não existe meio termo ou qualquer
possibilidade de alguém se abster desta decisão, ou se rende a um e repele ao
outro e vice versa (Mt 6.24). Isto tudo
parece uma verdade difícil de ser digerida, afinal de contas quem é que
admitiria ser considerado um escravo? Que termo mais humilhante! Ser um escravo
significa não ter vontade própria; ser privado de liberdade; ser um capacho;
pessoa desprovida da possibilidade de sonhar. Mas, como sempre há uma exceção às
regras existem situações em que ser um escravo é uma prerrogativa.
Moisés liderava o povo pelo deserto após a saída
do Egito e Deus lhe dera diversas instruções que eles deveriam observar e
cumprir. Uma delas se referia ao tratamento para com os escravos que deveriam
servir ao seu senhor por um período de seis anos consecutivos e no sétimo
teriam o direito à liberdade. Entretanto, se este escravo decidisse
voluntariamente continuar servindo ao seu senhor, ele deveria ter a sua orelha
furada para distingui-lo dos demais (Ex 21.1-6). Quem olhasse para ele, saberia
que ele era um escravo livre, ou seja, servia por amor e a sua vida já não
fazia mais sentido fora da presença do seu senhor.
Quando alguém consegue compreender o tamanho do
amor de Deus; a sua infinita misericórdia; a sua inefável graça; a sua
fidelidade “apesar de” toda a miserabilidade humana. Quando se entende que os
seus mandamentos não são no intuito de privar as pessoas de alcançarem a
felicidade ou de puni-las por algum ato desfavorável e sim ensina-las a viverem
melhor (1Jo 5.3; Sl 119.143; Dt 10.13). Enfim, quando se compreende o que ele
foi capaz de fazer para salvar a humanidade enviando seu próprio filho para
morrer em nosso lugar (Jo 3.16; Rm 5.8). Então, entendemos que não há
absolutamente nada que possamos fazer que justifique tamanho amor. Normalmente
ficamos tão gratos e constrangidos que decidimos voluntariamente nos tornarmos
seus servos (2Co 5.14-15). Tornamo-nos “os escravos da orelha furada” para sempre.
Que privilégio é este!!!
Juvenal Oliveira
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