Dificilmente nos deparamos com uma pessoa insatisfeita ao receber um
presente, não é mesmo? Ainda que o presente em si não seja exatamente aquilo
que ela almejava, há alegria pelo gesto de amor e carinho demonstrado por quem
o oferece.
O plano original de Deus para o ser humano era a vida eterna. Contudo,
Ele não quis criar meros robôs, que agissem impositivamente, demonstrando uma
obediência cega. O espetáculo da criação — com tudo o que os nossos olhos podem
contemplar, conforme descrito no livro de Gênesis — estava incompleto até o
quinto dia. O Eterno reservou para o final a sua obra-prima e, no sexto dia,
criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.25-27).
Adão e Eva, o primeiro casal, não souberam usufruir da liberdade que
lhes foi concedida e escolheram o caminho da desobediência. Tal atitude trouxe
a morte e condenou toda a humanidade, sem qualquer possibilidade de escape (Rm
5.12).
Yahweh jamais poderia ser surpreendido por algo que Ele mesmo havia
criado. Assim, traçou um plano redentor para reconduzir a obra criada de volta
a Si. Foram longos anos de espera. Os profetas anunciaram essa promessa, mas
ela parecia inalcançável, uma vez que a morte continuava assolando a humanidade
de forma implacável. Muitos partiram sem contemplar o cumprimento da promessa
de um Salvador, mas foram alcançados, pois não duvidaram e perseveraram até o
fim, conforme as Escrituras (Hb 11.2).
Retomando a reflexão inicial sobre como é bom receber presentes, podemos
afirmar, sem qualquer sombra de dúvida, que Deus é o nosso maior presenteador.
Tudo começa com o dom da vida, fruto de um processo extraordinário: milhares de
espermatozoides são lançados, apenas centenas se aproximam do óvulo e,
normalmente, apenas um o fecunda. Foi assim que eu e você chegamos a este
mundo. Isso não é fantástico? Apesar de todos os dissabores que a vida nos
impõe — causados, em grande parte, pelos efeitos do pecado — ainda assim,
podemos afirmar que viver é algo maravilhoso. No entanto, de que adiantaria
experimentar tantos momentos inesquecíveis se todos fossem apenas passageiros?
O Criador cumpriu a sua palavra ao enviar o maior de todos os presentes:
o seu Filho unigênito. Jesus veio ao mundo para resgatar a humanidade perdida
(Jo 3.16). Deus não poderia violar o seu senso de justiça nem ignorar as
consequências do pecado, sendo a maior delas a morte eterna. Como é impossível
ao ser humano viver imune ao pecado, alguém precisaria representar toda a
humanidade. Assim, Jesus se fez homem e, sem jamais pecar, entregou-se na cruz
por todos nós (Rm 5.18-20). Nenhum ser humano, descendente de Adão e, portanto,
pecador, seria digno de tamanha graça divina.
Infelizmente, muitos ainda rejeitam esse maravilhoso presente, seja por
não compreenderem o verdadeiro significado do Natal, seja por endurecerem o
coração. Jesus nasceu trazendo consigo a esperança de vencermos o nosso inimigo
mais temível e cruel: a morte. Por isso, podemos celebrar: “Tragada foi a morte
pela vitória” (1Co 15.50-58).
Obrigado, Jesus, pelo incomparável presente da salvação.
Um feliz
Natal a todos os nossos amigos!
Juvenal Oliveira


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