A humanidade sempre passou
por ciclos distintos e com o avanço bombástico da tecnologia da informação esse
processo tornou-se mais dinâmico. Muitas alterações comportamentais têm surgido
e com elas novos conceitos, os quais são disseminados utilizando técnicas para
influenciar o maior número de pessoas possível em um curto período. Um dos
métodos é o emprego constante de determinadas palavras-chave.
Falar sobre amor é
tremendamente complexo. Muitos poetas conceituados já escreveram livros
inteiros no intuito de nos trazer uma compreensão mais profunda. No entanto, a
melhor definição que alguém pôde dar até hoje sobre ele foi através do apóstolo
Paulo (I Co 13). Para se tornarem autênticos, os conceitos precisam ser
acompanhados de ação e não apenas oratória, essa é a grande questão. Alguns
dizem que amar é uma decisão e não somente um sentimento, instável e
circunstancial. Mesmo que isso seja verdade, uma coisa é decidir, outra, bem
diferente, é colocar em prática essa atitude, o que é extremamente radical. As
palavras de Paulo ecoam na história devido ao seu testemunho, dando sentido e
autenticidade a cada frase elaborada por ele.
A onda do momento é falar
sobre ‘inclusão’, no entanto, quando o assunto é amor, para o cristão ele deve suplantar
esse nível. A preocupação daqueles que a defendem, costuma ser elementar e
voltada apenas para o presente, sem se preocuparem com regras e possíveis
consequências. O amor verdadeiro deve ser muito mais abrangente, tratando o
homem como um ser completo, possuidor de corpo, alma e espírito. O que adianta
um indivíduo experimentar toda a “felicidade do mundo” de forma transitória e
ter um final infeliz e desastroso? Enquanto Paulo foi aquele que melhor
definiu, Cristo foi o que inquestionavelmente melhor demonstrou esse nobre
sentimento. Jesus se preocupava com todos, indistintamente, e andava no meio de
pecadores, como prostitutas, cobradores de impostos e mendigos. Foi um
revolucionário para sua época, no bom sentido da palavra, inserindo até mesmo
as mulheres numa cultura que a tratava como um ser de terceira classe. No
entanto, seu padrão de amor por essas pessoas ia além de uma inserção temporária
a determinado grupo sociológico. Jesus estendeu sua mão perdoadora para uma
mulher adúltera, mas, conclui seu diálogo com ela dando a seguinte advertência:
“Vá e não peques mais.” (Jo 8.1-11). Seu olhar compassivo não fixa apenas no
presente, mas, foca a eternidade, onde almeja levar a muitos. A semelhança do
Mestre, o cristão deve amar o próximo em níveis muito mais profundos do que os
estabelecidos pelo mundo. O amor autêntico e verdadeiro é aquele que distingue
a pessoa de seus atos e comportamentos. Como um pai disposto a mar seu filho
até o fim irrestritamente, não obstante, com o mesmo empenho em corrigi-lo toda
vez que se fizer necessário, visando o seu bem futuro.
Que o Espírito Santo
inunde nosso ser de tal maneira que amemos as pessoas sem qualquer preconceito
ou distinção, o que não significa aceitar com passividade seus erros. Aquele
que ama, verdadeiramente, fala a verdade e aponta a direção correta a ser
seguida. Nesse “Cruzeiro” chamado vida, mais importante do que as instalações
do navio é chegarmos com segurança em um porto seguro. Essa é a inclusão
completa, mostrar o caminho pelo qual cada um chegará a cidade santa, ao
paraíso preparado por Deus para aqueles que o amam.
Juvenal Netto
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