Vocês se lembram de um quadro do programa Silvio
Santos chamado “a cabine do Silvio” onde uma pessoa era colocada num ambiente a
prova de som e o apresentador fazia perguntas, as quais eram normalmente se o participante
gostaria de trocar um objeto por outro? Quando a luz vermelha acendia, ele
tinha que responder apenas “sim” ou “não”. Esse quadro fez muito sucesso e era
muito engraçado, principalmente, pelo fato de a pessoa aceitar trocar um objeto
de muito valor por um insignificante. Lógico que isso era uma forma divertida
de conduzir um ‘show’ suja finalidade era o entretenimento, mas, na realidade,
muitas vezes as pessoas também se equivocam em suas escolhas de forma
surpreendente. Hoje nós analisaremos juntos o encontro confrontador de um jovem
muito rico com Jesus (Mt 19.16-22; Mc 10-17-22 e Lc 18.18-23).
Esse encontro é mencionado nos evangelhos
sinóticos, onde um rapaz abastado procurou Jesus para perguntar-lhe sobre o que
seria necessário fazer para alcançar a vida eterna. Marcos acrescenta ainda um
detalhe, afirmando que ele se ajoelhou, ou seja, aquele indivíduo reconheceu a
autoridade de Jesus como sendo o Deus encarnado. A resposta do Mestre foi objetiva, lhe dizendo
que era necessário apenas guardar os mandamentos e chega a citar alguns deles.
O homem refutou de imediato: “— Tudo isso tenho observado; que me falta
ainda?” (Mt 19.20). A resposta foi incisiva: “— Vende tudo o que tens,
dá aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me.” O
jovem fica triste e se retira, pois, era muito rico. O que esse
encontro tem, especificamente, a nos ensinar?
Diante de Deus não basta nos rendermos apenas
aparentemente. Existem pessoas com a postura parecida com a daquele homem, se
ajoelham constantemente, não obstante, os seus corações permanecem endurecidos;
o seu espírito continua insurgente. É preciso se render por inteiro. Tudo
indica que aquele jovem cumpria os mandamentos, sim, entretanto, de forma,
ritualista, “religiosa”, talvez, levado por uma motivação equivocada. Jesus lhe
ensina que o segredo não é apenas cumprir, mas, o porquê cumprir. Não pode ser
algo mecânico, superficial.
Os evangelistas se limitam apenas em
narrar o fato, o diálogo que aconteceu entre Jesus e um indivíduo interessado,
aparentemente, em saber como viver eternamente. Não podemos acrescentar nada
sobre o que está escrito na Bíblia, no entanto, acredito que possamos
conjecturar. Após a reação negativa do moço, Jesus adverte os seus ouvintes
quanto ao perigo das riquezas (Mt 19.23-30). Fala sobre o quanto difícil é para
um rico entrar no céu, entretanto, diante da perplexidade dos seus discípulos
ao ouvirem tal afirmação, faz questão de ressaltar que para Deus não há
impossibilidade alguma. Baseados nessa
explicação de Jesus, podemos pressupor que Ele não tinha a intenção de
constranger aquele rapaz a doar realmente todos os seus bens. Ele queria apenas
verificar se o seu desejo em lhe servir sobrepujava as demais coisas que o
cercava.
Quantas pessoas estão tristes, assim
como esse jovem, porque, apesar de temerem a Deus, perceberam que os seus
corações estão divididos. Estão dominadas por um relacionamento impróprio ou
por um sentimento doentio, quem sabe por vícios, enfim, atitudes e situações reprováveis
aos olhos do Eterno.
Isso posto, vale a pena refletir se vale realmente
a pena trocar uma eternidade com Deus por todas essas coisas temporais e
passageiras? Qual será a sua resposta? “SIM” ou “NÃO”?
“O mundo e a sua cobiça passam,
mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1Jo 2.17)
Juvenal Netto
Qualquer pessoa envolvida nos valores mundanos que não estiver disposta a renunciá-los quando necessário não será candidata ao reino de Deus, independentemente de ser rica ou não. Deus precisa estar em primeiro lugar. Este é o primeiro mandamento, que, aliás, frequentemente é quebrado.
ResponderExcluirExatamente, parece que aquele jovem não estava apto a cumprir, na prática, os mandamentos, em especial, o que fala que devemos amar a Deus sobre todas as coisas.
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