sábado, 10 de outubro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE VII

 



Vocês se lembram de um quadro do programa Silvio Santos chamado “a cabine do Silvio” onde uma pessoa era colocada num ambiente a prova de som e o apresentador fazia perguntas, as quais eram normalmente se o participante gostaria de trocar um objeto por outro? Quando a luz vermelha acendia, ele tinha que responder apenas “sim” ou “não”. Esse quadro fez muito sucesso e era muito engraçado, principalmente, pelo fato de a pessoa aceitar trocar um objeto de muito valor por um insignificante. Lógico que isso era uma forma divertida de conduzir um ‘show’ suja finalidade era o entretenimento, mas, na realidade, muitas vezes as pessoas também se equivocam em suas escolhas de forma surpreendente. Hoje nós analisaremos juntos o encontro confrontador de um jovem muito rico com Jesus (Mt 19.16-22; Mc 10-17-22 e Lc 18.18-23).

Esse encontro é mencionado nos evangelhos sinóticos, onde um rapaz abastado procurou Jesus para perguntar-lhe sobre o que seria necessário fazer para alcançar a vida eterna. Marcos acrescenta ainda um detalhe, afirmando que ele se ajoelhou, ou seja, aquele indivíduo reconheceu a autoridade de Jesus como sendo o Deus encarnado.  A resposta do Mestre foi objetiva, lhe dizendo que era necessário apenas guardar os mandamentos e chega a citar alguns deles. O homem refutou de imediato: “— Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?” (Mt 19.20). A resposta foi incisiva: “— Vende tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me.” O jovem fica triste e se retira, pois, era muito rico. O que esse encontro tem, especificamente, a nos ensinar?

Diante de Deus não basta nos rendermos apenas aparentemente. Existem pessoas com a postura parecida com a daquele homem, se ajoelham constantemente, não obstante, os seus corações permanecem endurecidos; o seu espírito continua insurgente. É preciso se render por inteiro. Tudo indica que aquele jovem cumpria os mandamentos, sim, entretanto, de forma, ritualista, “religiosa”, talvez, levado por uma motivação equivocada. Jesus lhe ensina que o segredo não é apenas cumprir, mas, o porquê cumprir. Não pode ser algo mecânico, superficial.

        Os evangelistas se limitam apenas em narrar o fato, o diálogo que aconteceu entre Jesus e um indivíduo interessado, aparentemente, em saber como viver eternamente. Não podemos acrescentar nada sobre o que está escrito na Bíblia, no entanto, acredito que possamos conjecturar. Após a reação negativa do moço, Jesus adverte os seus ouvintes quanto ao perigo das riquezas (Mt 19.23-30). Fala sobre o quanto difícil é para um rico entrar no céu, entretanto, diante da perplexidade dos seus discípulos ao ouvirem tal afirmação, faz questão de ressaltar que para Deus não há impossibilidade alguma.  Baseados nessa explicação de Jesus, podemos pressupor que Ele não tinha a intenção de constranger aquele rapaz a doar realmente todos os seus bens. Ele queria apenas verificar se o seu desejo em lhe servir sobrepujava as demais coisas que o cercava.

        Quantas pessoas estão tristes, assim como esse jovem, porque, apesar de temerem a Deus, perceberam que os seus corações estão divididos. Estão dominadas por um relacionamento impróprio ou por um sentimento doentio, quem sabe por vícios, enfim, atitudes e situações reprováveis aos olhos do Eterno.

Isso posto, vale a pena refletir se vale realmente a pena trocar uma eternidade com Deus por todas essas coisas temporais e passageiras? Qual será a sua resposta? “SIM” ou “NÃO”?

 

“O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1Jo 2.17)

 

Juvenal Netto

2 comentários:

  1. Qualquer pessoa envolvida nos valores mundanos que não estiver disposta a renunciá-los quando necessário não será candidata ao reino de Deus, independentemente de ser rica ou não. Deus precisa estar em primeiro lugar. Este é o primeiro mandamento, que, aliás, frequentemente é quebrado.

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    1. Exatamente, parece que aquele jovem não estava apto a cumprir, na prática, os mandamentos, em especial, o que fala que devemos amar a Deus sobre todas as coisas.

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