quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

MENSAGEM DE FIM DE ANO 2021/2022

 

Estamos chegando ao término de mais um ciclo de vida. Este ano não foi bem o que esperávamos pelo fato de as coisas não terem retornado à normalidade, entretanto, temos muitos motivos para agradecer a Deus. Estarmos vivos, com certeza, é um deles.

Certamente, passamos por diversas situações e vivenciamos momentos bons e ruins. Tudo isso faz parte da vida, mas, o relevante é pensarmos no aprendizado que ficou. Em tudo há um propósito, até mesmo nas piores catástrofes. No momento da crise, normalmente não conseguimos imaginar objetivo algum, no entanto, depois de algum tempo, as respostas começam a surgir no horizonte. A tendência humana é sempre ressaltar os acontecimentos negativos e esquecer com facilidade os momentos de vitória e triunfo. Por pior que tenha sido este tempo, quero lhe propor que procures focar apenas nos períodos agradáveis, e, pode ter certeza, foram muitos. Não vale a pena ficar pensando nos pesadelos, pois, só trarão mais dor e sofrimento e não é isso que queremos. Evite empregar suas energias em algo que já passou porque não conseguirás mudar uma vírgula sequer. Se tiver que olhar para trás, seja sempre no intuito de rever posicionamentos e decisões de modo a não os repetir, senão, não fará sentido algum. Jamais cometa o erro de transformar a virada de ano em um muro de lamentações, muito menos, em um momento místico sem qualquer fundamentação. A cor da roupa que vais usar não tem a menor importância, a não ser que seja para elevar sua autoestima. Não lhe dê tamanho poder porque ela tão possui.  

Está chegando a hora de transformar 2021 em apenas uma lembrança e depositarmos todas as nossas energias no ano que está as portas. A atitude correta não é criar expectativas vazias ou apenas esperar, como se tudo dependesse da combinação dos planetas. É preciso sair da passividade e partir para ação, utilizando como princípio a “FAP”.

Diante de tamanhos embates que estão por vir e uma natureza tão frágil como a nossa, a primeira atitude a ser tomada deve estar alicerçada na . Quando tudo extrapolar seus limites, Deus te impulsionará a ir em frente e ultrapassar todos os obstáculos através dela. A fé é a principal ferramenta para quem almeja mover o braço forte do Todo-Poderoso a seu favor. Faça uso dela quantas vezes forem necessárias!

Tem gente que permanece paralisada porque fica o tempo inteiro esperando que alguém faça tudo por ela. Os sonhos e projetos por mais espetaculares que sejam, só se realizarão quando eu e você estivermos dispostos a transformar intenção em ação, isto é, tomar a atitude de AGIR. Se cada brasileiro adotasse este princípio, nossa nação seria bem diferente. Nosso povo é passivo demais e quem mais lucra com essa realidade são os desonestos e eles são muitos. Existem mecanismos pacíficos para agirmos corretamente, basta cada um exercer com responsabilidade sua cidadania. Se informe, participe e decida, pois, quem se omite perde o direito de reclamar. Por falar em perder os direitos, talvez tenhamos que lutar com todas as nossas forças para não perde-los.

Não basta apenas começar bem. O ritmo deve permanecer até o fim; aumenta-lo pode ser uma alternativa; diminui-lo ocasionalmente, e, parar, jamais. A atitude necessária para conquistar o objetivo estabelecido e não ficar no meio do caminho é manter a PERSEVERANÇA. Esteja preparado para as adversidades, que, por certo, surgirão e nunca desista. Conforme a história, Thomas Edison, quando conseguiu êxito na criação da lâmpada elétrica, já havia tentado mais de 1000 vezes. Sua persistência mudou o percurso da humanidade. Se existe uma linha tênue entre vencedores e vencidos, podemos chama-la Perseverança.

Dito isto, quero desejar a todos os meus nobres amigos (Inimigos também, apesar de não os conhecer) um 2022, regado de prosperidade, no sentido máximo da palavra, pois, a financeira é apenas uma pequena parte de sua expressividade. Que a graça de Cristo Jesus superabunde em vossas vidas em cada dia deste novo tempo!

 

Juvenal Netto

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

NATAL: O COMEÇO PARA UM NOVO FIM

 


Quem nunca brincou de montar um quebra-cabeça, não é mesmo? Um jogo muito antigo que foi considerado um dos melhores passatempos para crianças e adultos. Alguns especialistas chegam a afirmar que ele proporciona uma série de benefícios psicomotores. O grande objetivo dele é juntar as partes avulsas que se encaixam perfeitamente uma a uma, formando uma imagem completa. Dois fatores são essenciais para tornar possível o cumprimento da tarefa. As partes precisam estar na posição correta e não pode faltar nenhuma delas por menor e insignificante que pareça ser.

Fazendo uma conexão do entretenimento supramencionado com a estrutura humana, podemos realizar algumas conjunturas interessantes e didáticas. Imaginemos um enorme quebra-cabeça com inúmeras unidades tendo como definição final a figura de um ser humano. Onde algumas delas representariam as necessidades básicas de manutenção do corpo, como água, alimento, vestimentas e descanso. Outras, indicariam demandas mais profundas as quais vão além do corpo físico, alcançando também a alma. Estas seriam caracterizadas pelos sentimentos e emoções, como alegria, tristeza, amor, esperança, perdão, medo, dor, satisfação, contentamento, etc., que oscilam constantemente e estão ligadas diretamente a circunstâncias.  Contudo, poderíamos inserir ainda uma terceira categoria a qual representaria o ser humano por inteiro, digo, corpo, alma e espírito e estaria correlacionada ao estado preparatório para sua eternidade.

Todos aqueles que tentaram montar esse quebra-cabeça, esbarraram num grande obstáculo. Algumas peças simplesmente desapareceram. Observou-se que faltavam algumas que correspondiam aos sentimentos, em especial, a responsável pela sensação de paz que sobrepuja as situações adversas. Além dessas, todas aquelas relacionadas a plenitude, também sumiram. O que teria acontecido? Na verdade, quando Eva e seu esposo, Adão, pecaram, uma série de consequências sobrevieram sobre os habitantes da terra e muitas coisas se perderam, dentre elas todas essas peças. A imagem inicial do homem completo, transcendental, incorruptível ficou deformada, limitada, sem sentido. Algo precisava ser feito para reparar essa triste realidade. Foi então que o Criador decidiu comissionar seu Filho para vir a terra e trazer de volta todos esses objetos perdidos.

Portanto, o nascimento de Jesus possui um significado que ultrapassa a comemorações regadas a mesas fardas, ajuntamento de familiares e troca de presentes, ainda que sejam relevantes. No momento em que Jesus se veste de homem, traz consigo a possibilidade de resgatarmos os fragmentos que haviam se tornado, indisponíveis pelos efeitos causados pelo pecado. Ele é a única esperança para a reconstrução da imagem do homem perfeito, imortal. O início de uma nova história que não terminará mais em morte e sim em vida eterna. Contudo, a única condição para que isto se torne possível e esteja ao alcance de todos é cada pessoa adquirir uma experiência real e individual com Jesus. O Natal só terá sentido para aqueles que se relacionam com este aniversariante. Não fique de fora dessa grande festa espiritual!

 

“E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2.10-11)

 

Um feliz Natal para todos os nossos amigos!

Juvenal Netto e família

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

PESSOAS CONTROVERSAS

 


Nos diversos relacionamentos existentes entre os humanos podemos traçar um paralelo com a função do ímã. Assim como esse corpo gera um campo magnético ao seu redor capaz de aproximar ou repelir objetos de ferro, do mesmo modo, existem pessoas que possuem a capacidade de atraírem ou repelirem outras para o relacionamento por sua maneira de proceder.

Onde houver um indivíduo, ali estará um ser imperfeito ou em aperfeiçoamento, no entanto, eventualmente nos deparamos com gente que abusa na dose. Pessoas de difícil relacionamento que podemos descrevê-las como “controversas”, pois, as suas atitudes normalmente causam rejeição ou repulsa naquelas que estão a sua volta. Como identifica-las? Elas discordam de tudo e de todos; onde chegam, criam discussões acaloradas e sempre acreditam estar com a razão, ou seja, se sentem donas absolutas da verdade. Vivem insatisfeitas e reclamam sempre, não há, absolutamente nada, capaz de satisfazê-las. Possuem postura de predominância negativa, um simples resfriado para elas já pode ser um indício de câncer de pulmão. O grau de egoísmo é tão elevado que nos seus diálogos, gastam todo o tempo contando vantagens ou falando dos seus próprios problemas, no entanto, ignoram ouvir qualquer coisa acerca do outro, e, pior ainda, se for alguma notícia boa. Desconhecem a palavra “diálogo”, pois, em suas conversas, falam sem parar e não deixam a pessoa mencionar uma só palavra sequer; dizer-lhes que você está com pressa é o mesmo que tem todo o tempo do mundo para ouvi-las. Insistem em falar sempre sobre os mesmos assuntos e repetir as mesmas histórias dezenas de vezes.  Se alguém se identificou com duas ou mais características supramencionadas, a luz vermelha deve ser acesa. Até porque a pessoa que age dessa maneira acaba sendo a principal vítima. Quantas delas não acabam isoladas e abandonadas por amigos e familiares? O grande dilema é que elas custam a perceber o comportamento enfadonho que possuem, mas, é possível sim, mudar essa realidade.

A primeira coisa a fazer é reconhecer a deficiência e querer mudar. Jesus tinha o hábito de perguntar para o enfermo o que ele queria receber antes de cura-lo, ainda que fosse o obvio (Mt 20.32; Lc 18.41). Ninguém será curado ou aperfeiçoado a menos que reconheça primeiro que necessita. O segundo passo é desenvolver sua capacidade de exercer o domínio próprio. Na verdade, todos os seres humanos lidam com esse desafio de dominar suas emoções, impulsos ou controlar seus atos em alguma área específica de sua vida. No entanto, nem todos conseguirão êxito sem receberem ajuda de outrem. Para essas, resta-lhes partirem para o terceiro passo, buscar ajuda. Um bom terapeuta pode diagnosticar e auxiliar essa pessoa, inclusive, se for observada alguma patologia, encaminhá-la para um médico especialista.

Consequentemente, temos boas notícias para aqueles que tenham porventura se identificado com tais particularidades. Existe um médico excelente que transformou a vida de milhares e milhares de pessoas no decorrer da história. Jesus, o Carpinteiro de Nazaré, tem poder para tratar nossas excentricidades desde que estejamos conscientes quanto a necessidade de mudança e dispostos a sermos devidamente tratados. Que sejamos solução e não um problema para a vida daqueles que nos cercam. Nos ajude, Senhor, na árdua missão de nos tornarmos seres humanos melhores a cada dia.

Juvenal Netto

segunda-feira, 7 de junho de 2021

PIB da Aldeia - 88 ANOS PROPAGANDO AS BOAS NOVAS DO EVANGELHO

A PIB da Aldeia comemora no dia 11 de junho de 2021 o seu octogésimo oitavo aniversário. São quase nove décadas proclamando as boas novas do evangelho de Cristo Jesus na cidade de São Pedro da Aldeia. Mesmo se quiséssemos conhecer os resultados alcançados por ela ao longo de sua existência, realizando um trabalho minucioso baseado em registros, testemunhos e dados históricos, tudo isso só nos daria uma pequeníssima noção de sua relevância.  Podemos até chegar a frieza dos números como, por exemplo, quantidade de igrejas organizadas; batismos realizados; obreiros enviados para o seminário; missões evangelísticas organizadas em várias regiões do país; famílias assistidas nas suas inúmeras necessidades e pessoas que tiveram suas vidas transformadas, curadas, restauradas por Jesus a partir de sua instrumentalidade. Com toda a certeza o alcance de seus frutos vai muito além de tudo aquilo que se pode registrar. É imensurável, pois, pode ser que apenas uma pessoa que fora alcançada através dela, tenha gerado milhares de discípulos pelo mundo afora e cremos nesta possibilidade e, porque não dizer realidade.

Quando arguimos a profundidade e a extensão dos seus frutos e qual a sua importância para a sociedade não o fazemos por vanglória ou na tentativa de buscar exaltação, muito pelo contrário, é exatamente para chamar a atenção daqueles que hoje fazem parte de sua estrutura, quanto a responsabilidade que possuem como integrantes desta agência do reino dos céus. A PIB da Aldeia não é apenas um templo ou uma organização, mas, como corpo de Cristo é um organismo vivo e dinâmico. Como tal deve se moldar aos anseios da população que a cerca, no entanto, sem perder a sua essência, permanecendo fiel às verdades das Sagradas Escrituras. PIB da Aldeia, esta cidade precisa de você!

É muito bom olhar para o passado e conseguir visualizar quanta coisa boa o Senhor operou através dessa veterana, não obstante, se os nossos olhos permanecerem lá, seremos apenas saudosistas e não é isso que Jesus espera de nós. É preciso estar consciente que a missão ainda não chegou ao fim e de que eu e você somos os responsáveis por fazê-la avançar.

Uma data como esta é momento muito apropriado para uma profunda reflexão: quem somos? Onde estamos? E onde queremos chegar?

Ao responder a primeira pergunta, chegará à conclusão de que Deus te resgatou e te nomeou como embaixador do seu reino, ou seja, onde você estiver, ali estará presente o reino de Cristo. Para cumprir este propósito Ele te introduziu numa comunidade a qual se denomina “PIB da Aldeia”, composta por pessoas como você, falhas, fracas, com temperamentos distintos, entretanto, unidas pelo mesmo propósito, essa é a resposta para a segunda pergunta. O Espírito Santo estará sempre disposto a nos conduzir a lugares altos; nos levar a conquista de espaços outrora dominados pelo poder das trevas; contribuir para impactarmos esta cidade pelo poder transformador do evangelho, entretanto, para que tudo isto aconteça deve haver em nós esse desejo ardente. A resposta que dermos a terceira pergunta servirá como rascunho para aqueles que estiverem dispostos a registrar, no futuro, os feitos dessa maravilhosa noiva do Senhor Jesus Cristo.

Parabéns, PIB da Aldeia!!!

Juvenal Netto


terça-feira, 6 de abril de 2021

O LADO AINDA MAIS SOMBRIO DA PANDEMIA

 


É impressionante como temos a aprender com os animais tachados tradicionalmente como seres irracionais. Nas últimas semanas observamos um casal de cambaxirras que construiu um ninho dentro da nossa caixa de correspondência. Há alguns dias seus filhotes nasceram e, desde então, o que observamos é um cuidado todo especial demonstrado por eles. Toda vez que alguém se aproxima do seu ninho eles começam a emitir um som de alerta estridente, demonstrando estar totalmente dispostos a defenderem sua cria, se necessário for, com o sacrifício das suas vidas. Um sentimento de zelo e amor que vem diminuindo gradativamente entre os humanos.

O nome “pandemia” já diz quase tudo sobre o que ela representa para a humanidade, causando sofrimento, medo, tristeza, apreensão, angústia e morte. Tudo isso já seria o bastante para compará-la a um roteiro de filme de terror, no entanto, existem outros ingredientes que a tornam ainda mais sinistra, como, por exemplo, a falta de amor ao próximo demonstrados por grupos expressivos da sociedade.

Primeiramente, gostaria de mencionar a imprensa, também chamada de “a grande mídia” que aterroriza os lares brasileiros diuturnamente sem pedir permissão para ninguém. Os repórteres anunciam as mortes com ênfase tamanha como se estivessem narrando um gol numa partida de futebol. Se você ficar acompanhando os telejornais por muito tempo até poderá escapar da covid-19, mas, dificilmente de uma depressão ou até mesmo de uma síndrome do pânico. Parece que a ideia dos redatores é deixar a população refém de um sentimento de medo desproporcional ao perigo causado pela doença, ou seja, querem lhes torturar psicologicamente sem dó nem piedade com a doce desculpa de que estão preocupados com a sua segurança e bem-estar. Na verdade, o único objetivo desse grupo é lucrar com a desgraça alheia, tais como urubus que se alimentam de carne putrificada.

Outro grupo que consegue a proeza de ultrapassar o “fundo do poço” é o formado pelos políticos. Como ousam transformar uma pandemia em palanque? Como podem desviar o erário para outras áreas menos importantes num momento como este? Como podem praticar corrupção em meio as covas e a dor de centenas de pessoas? Como podem querer assumir um protagonismo cuja atribuição é para especialistas da área da saúde? Como podem agir sorrateiramente para piorar ainda mais a situação simplesmente por desejo de mais PODER e DINHEIRO? O que tem de errado no ‘DNA’ desses caras? Eles podem ser qualquer outra coisa, menos seres humanos.

Infelizmente, não poderei deixar de mencionar aqui os profissionais da área de saúde, em especial, os médicos. Antes que me julguem erroneamente, quero deixar claro que possuo grande admiração pela classe e sei que muitos tem se doado por inteiro, outros, até morrido em virtude dessa luta desmedida, mas, como em todas as categorias, existe uma “pequena parcela” que poderia contribuir de forma mais expressiva. Estes, aceitaram facilmente a politização da pandemia. Se renderam a protocolos inconsequentes e a proibição quanto a prescrição de determinados medicamentos, sucumbindo diante do “sistema” globalista. A começar pelo então Ministro da Saúde Dr. Mandetta, o qual ordenava para que todos ficassem em casa até sentirem falta de ar e outros que prescreveram apenas dipirona em pacientes com todos os sintomas da doença, apesar de possuírem conhecimento quanto aos bons resultados obtidos com alguns fármacos. Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se tivessem sido tratadas precocemente. Será que eles conseguirão colocar a cabeça no travesseiro e dormirem tranquilamente sem qualquer peso na consciência?

Por fim, me dirijo agora aos demais cidadãos comuns. Quanta gente aproveitando os longos feriados; os horários de expedientes reduzidos; os revezamentos no setor de trabalho para aproveitarem um pouco a vida, não é mesmo? Uma balada, um baile ‘funk’, uma praia com dezenas de amigos? Uma festinha para os duzentos mais achegados, etc. Quanta irresponsabilidade! O próximo que se dane. Meus familiares idosos, não tô nem aí! É muito dramático para uma geração ter que passar por uma pandemia e mais estarrecedor ainda constatar em meio a essa realidade o profundo grau de esfriamento relacional que ela se encontra. Chegamos à conclusão de que as palavras proferidas pelo Mestre dos mestres durante o seu sermão profético estão se cumprindo, em especial quando diz: “E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12). Que Deus tenha misericórdia desta geração!

Juvenal Netto

quinta-feira, 1 de abril de 2021

PÁSCOA: LIBERDADE A PREÇO DE SANGUE

 


Para compreendermos o real significado da páscoa é preciso voltarmos no tempo onde tudo começou, por volta do ano 1300 a.C. Um dos filhos do patriarca Jacó, chamado José, foi vendido pelos seus próprios irmãos como escravo para mercadores ismaelitas que o levaram para o Egito (Gn 37.28). Deus usou a vida de José para cumprir os seus planos e o transformou no segundo homem mais poderoso daquela nação após ter interpretado um sonho de Faraó cuja mensagem era a revelação de um período de muita abundância, seguido por outro de grande escassez e fome (Gn 41.40). José como governador foi o responsável por administrar todos os recursos de modo a prover as necessidades do povo no período daquela calamidade. Nesse tempo o Egito passou a ser uma referência para toda a região porque eram os únicos que possuíam reserva de mantimentos (Gn 42.2).  Deus fala com Jacó em sonhos e lhe ordena que vá para o Egito com toda a sua família (Gn 46.3). O tempo passa, José morre com toda aquela geração e outro rei que não o conhecera toma posse, momento em que os hebreus começam a prosperar muito naquela nação, se tornando uma ameaça em potencial para os egípcios. O rei temeroso começa a impor-lhes sérias sanções, tendo, inclusive, transformado a todos em escravos (Ex 1.8-14). Depois de quatrocentos e trinta anos sofrendo horrores, Deus ouviu o clamor do seu povo e levantou Moisés para tirá-los de lá (Ex 3.7-10; 12.40). O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó não queria apenas libertar os seus, mas, deixar claro para todos os povos que Ele é o único e verdadeiro Deus. Para tanto, antes de libertar a Israel, mandou dez pragas sobre o Egito onde cada praga desmistificava um ídolo, um deus impostor (Ex 10.1-2; 12.12). A última delas foi a morte dos primogênitos. Deus manda Moisés reunir o seu povo e dá orientações de como proceder para escaparem daquela terrível praga. Era preciso sacrificarem um cordeiro, macho, sem máculas e passarem o seu sangue nos umbrais das portas de suas casas. Comeriam esse animal assado naquela noite, essa seria a sua páscoa (Ex 12.1-13). A marca do “sangue” nas portas era o sinal específico para que o Anjo da morte não adentrasse nelas.  No dia seguinte houve grande pranto no Egito pelas mortes dos primogênitos, inclusive, o filho de Faraó. Ficaram ilesos apenas os israelitas, pois, havia em suas residências as marcas do sangue sacrificial. A partir de então toda aquela região e circunvizinhança ficou sabendo quem é o grande “Eu Sou”, o Deus de Israel. Os hebreus partiram levando consigo todos os despojos rumo a terra prometida.

Essa páscoa estabelecida por Moisés era apenas o prenúncio de uma muito mais abrangente e definitiva. O cordeiro sem defeitos aponta para Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; Hb 9.11-28). Assim como as marcas do sangue do animal sacrificado era capaz de livrá-los do poder do Anjo da Morte, o sangue de Jesus derramado voluntariamente na cruz do Calvário também pode nos libertar.

Vivemos um momento crítico causado por uma pandemia que tem gerado instabilidades e provocado muito medo nas pessoas. O perigo da proliferação acelerada, aliado a restrições quanto à possibilidade de vacinar a maioria das suas respectivas populações, levou lideranças do mundo inteiro a tomarem medidas drásticas as quais culminam na limitação das liberdades individuais, gerando outras enfermidades, tais como, ansiedade, síndrome do pânico e depressão. 

Por isto, essa páscoa tem um sentido todo especial para a humanidade. O sacrifício do Filho de Deus foi único, suficiente e cabal, ou seja, num único ato ele trouxe libertação para todas as gerações (Jo 8.36). A sua expiação é apta para nos libertar de todos os temores, até mesmo destes provocados por esta pandemia que nos assola. Em Cristo Jesus já não recearemos mal algum, pois, o nosso maior inimigo, que é a morte, foi vencido definitivamente (Ap 20.11-15). Ele morreu como um cordeiro mudo, mas, ao terceiro dia ressuscitou para nos tornar “livres para sempre” (ICo 15.20-58).  Aleluia!

 

Uma feliz páscoa para todos os meus amigos.

Juvenal Netto

quarta-feira, 24 de março de 2021

UM INIMIGO IMPORTUNO

 


Por mais que você venha a se esforçar sobremaneira, jamais conseguirá agradar todas as pessoas a sua volta. Ao longo da vida construímos muitas amizades, mas, inevitavelmente, também formaremos inimigos, alguns declarados, enquanto outros, anônimos e inimagináveis, todavia, todos intimidadores. Para evitar surpresas desagradáveis, seria prudente buscar conhecer minuciosamente quais armas estão à disposição deles. O que conhecem a seu respeito, ou seja, as suas vulnerabilidades? Quais serão as possíveis estratégias a serem empregadas contra ti? Contudo, a informação mais importante de todas é saber quem são e qual o grau de periculosidade de cada um.

Depois dessa introdução, talvez alguns já pensem de imediato naquele que provavelmente é o seu arqui-inimigo. Um anjo caído que teve a audácia de se rebelar contra Jeová. Aquele que arrastou a terça parte dos seres celestiais em seu motim e, sendo lançado na terra, vive incansavelmente tentando destruir as pessoas simplesmente por serem feitas a imagem do seu Criador (Ez 28; Jo 10.10). Não menosprezando, em hipótese alguma, todo o seu currículo infernal e todo o mal que causa diuturnamente a humanidade, existe outro inimigo, além do diabo, que exige de cada um de nós uma atenção toda especial.

O grande apóstolo dos gentios quase sucumbiu diante de sua perspicácia (2 Co 12.7-10). Paulo foi capaz de vencer serpentes, naufrágios, apedrejamentos, imperadores, endemoniados, e, até falsos irmãos, mas, por muito pouco não foi nocauteado por ele. Um inimigo tão íntimo que deita e acorda com você todas as manhãs e não estou me referindo ao seu conjugue. Em alguns aspectos se torna ainda mais terrível que Satanás, o inimigo de nossas almas, pois, este apesar de todo o seu poder não consegue penetrar em nossa mente, isto é, nos conhece apenas por fora, por intermédio de diagnósticos baseados em informações obtidas normalmente através de palavras, gestos e atitudes. Enquanto o primeiro tem livre acesso aos nossos arquivos mais secretos e nos conhece também por dentro.

O nosso homem interior, isto é, o nosso espírito, quer adorar a Deus e ser fiel em todo o tempo, não obstante, está integrado a uma natureza humana, frágil, inclinada para o pecado, que a Bíblia chama de “carne”. Parece que numa mesma pessoa existem dois seres antagônicos que se digladiam constantemente entre si. O apóstolo Paulo escrevendo aos romanos descreve com muita propriedade sobre esse dilema vivido pelos cristãos, onde a carne milita contra o espírito e vice-versa, incansavelmente. O próprio Mestre nos advertiu quanto a esta realidade dizendo: “vigiai e orai para que não entreis em tentação, pois, na verdade, o espírito está pronto, mas, a carne é fraca” (Mt 26.41). Apesar desse confronto desafiador, o apóstolo conclui afirmando que se o Espírito Santo estiver reinando na vida dessa pessoa, o seu corpo estará mortificado para o pecado (Rm 7). O grande diferencial na vida de cada um, tendo em vista que essa luta acontece com todos, seria quem está sendo mais alimentado e, consequentemente, mais fortalecido, o espírito através de uma vida de oração, jejum e meditação na Palavra ou o corpo, com a sua exposição a todos os prazeres que o diabo disponibiliza gratuitamente nesse mundo gerido por ele. 

Portanto, para vencermos esse inimigo inconveniente será necessário andarmos segundo o Espírito, subjugando o poder da carne através de uma vida de santificação, para esses, de acordo com Paulo, já não haverá nenhuma condenação. Tal proceder na vida do discípulo não é facultativo, pois, ele precisa ser guiado não mais pelos seus instintos carnais que outrora o dominavam, mas, agora, pela ação regeneradora do Espírito Santo, o tornando um homem espiritual. Parece fácil, mas não é. Essa luta precisa ser vencida dia a dia, se quisermos oferecer um testemunho eficaz acerca do evangelho de Cristo Jesus.

Juvenal Netto

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

A PORTA CONTINUA SENDO ESTREITA

 


A vida em toda e qualquer sociedade requer o estabelecimento de regras e padrões os quais serão fundamentais para impor limites e tornar possível o convívio e a manutenção dos relacionamentos. Daí surgem as leis, decretos, normas, etc., todos criados para nortear a existência humana e preservar a espécie. Não é muito diferente quando se trata de assuntos espirituais que envolvem não apenas o corpo e a vida na terra, mas, a alma, noutra dimensão.

Apesar de ser um caminho pouco conhecido, tendo em vista que não se tem notícias concretas sobre pessoas que tivessem morrido e voltado para nos relatar com detalhes como seria a vida do outro lado, existe uma fonte capaz de nos oferecer subsídios que pode esclarecer muitas coisas a esse respeito. A Bíblia, uma verdadeira biblioteca, composta por inúmeros livros, todos inspirados por Deus, traz revelações suficientes para conduzir o homem no caminho certo, ou seja, aquele que irá lhe conduzir a presença de Deus e assim viver eternamente ao seu lado num lugar conhecido amplamente como “céu”.

Para ter acesso a esse paraíso existem também regras que nesse caso foram estabelecidas exclusivamente pelo Eterno. Certa feita alguém perguntou para Jesus se seriam poucas as pessoas a serem salvas. Ele respondeu de forma incisiva, dizendo que aquele que quisesse ser salvo deveria se esforçar para entrar pela porta estreita, pois, muitos procurariam entrar e não conseguiriam (Lc 13.24). O que Jesus queria dizer com a expressão “entrar pela porta estreita”? Antes de tentar responder a essa pergunta, se faz necessário compreender um pouco sobre soteriologia, parte da teologia que estuda a “salvação” do homem. Ao analisar a Bíblia, na sua totalidade, sem interpretar versículos isolados, chegamos à conclusão de que só há duas condicionantes para que uma pessoa seja salva (Jo 3.16, 14.6; At 3.19; Rm 10.9). Ela precisa se arrepender de seus pecados, crer e confessar a Jesus como seu senhor e salvador, entretanto, seu comportamento a partir de então poderá ratificar ou não tais decisões. Uma pessoa arrependida e que decidiu entregar o senhorio de sua vida a Cristo, certamente viverá numa busca constante pela santificação, procurando limitar o poder de sua natureza humana e pecaminosa; se esforçará ao máximo para subjugar o seu “eu”, vivendo para a glória de seu Senhor; o seu amor por Cristo será infinitamente maior a tudo que o mundo possa lhe oferecer, principalmente, daquelas coisas que são desagradáveis a Deus (Hb 12.14; Gl 2.20; 1Jo 2.15-17).

Portanto, quando Jesus afirma que o salvo deve obrigatoriamente passar pela porta estreita e que muitos não passarão por ela, isso não significa que Deus renunciou a sua graça e misericórdia, mas, estabeleceu regras para que a salvação dos homens se tornasse possível. A grande questão é se as pessoas estarão, de fato, dispostas a abandonar sua vida de pecado em prol desse prêmio, ou se optarão por tentar um atalho, isto é, se convencerem de que podem trilhar pela porta larga, que significa uma vida sob o domínio do pecado, e, mesmo assim, conseguirem alcançar a salvação. De acordo com o próprio Cristo a porta larga e espaçosa, tipificada por aqueles que não temem a Deus e que vivem sob os parâmetros estabelecidos por este mundo, jamais será capaz de conduzir alguém ao reino celestial.

Juvenal Netto