Para compreendermos o real significado da páscoa é
preciso voltarmos no tempo onde tudo começou, por volta do ano 1300 a.C. Um dos
filhos do patriarca Jacó, chamado José, foi vendido pelos seus próprios irmãos
como escravo para mercadores ismaelitas que o levaram para o Egito (Gn 37.28).
Deus usou a vida de José para cumprir os seus planos e o transformou no segundo
homem mais poderoso daquela nação após ter interpretado um sonho de Faraó cuja mensagem
era a revelação de um período de muita abundância, seguido por outro de grande
escassez e fome (Gn 41.40). José como governador foi o responsável por
administrar todos os recursos de modo a prover as necessidades do povo no período
daquela calamidade. Nesse tempo o Egito passou a ser uma referência para toda a
região porque eram os únicos que possuíam reserva de mantimentos (Gn 42.2). Deus fala com Jacó em sonhos e lhe ordena que
vá para o Egito com toda a sua família (Gn 46.3). O tempo passa, José morre com
toda aquela geração e outro rei que não o conhecera toma posse, momento em que
os hebreus começam a prosperar muito naquela nação, se tornando uma ameaça em
potencial para os egípcios. O rei temeroso começa a impor-lhes sérias sanções,
tendo, inclusive, transformado a todos em escravos (Ex 1.8-14). Depois de
quatrocentos e trinta anos sofrendo horrores, Deus ouviu o clamor do seu povo e
levantou Moisés para tirá-los de lá (Ex 3.7-10; 12.40). O Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó não queria apenas libertar os seus, mas, deixar claro para
todos os povos que Ele é o único e verdadeiro Deus. Para tanto, antes de libertar
a Israel, mandou dez pragas sobre o Egito onde cada praga desmistificava um
ídolo, um deus impostor (Ex 10.1-2; 12.12). A última delas foi a morte dos
primogênitos. Deus manda Moisés reunir o seu povo e dá orientações de como
proceder para escaparem daquela terrível praga. Era preciso sacrificarem um
cordeiro, macho, sem máculas e passarem o seu sangue nos umbrais das portas de
suas casas. Comeriam esse animal assado naquela noite, essa seria a sua páscoa
(Ex 12.1-13). A marca do “sangue” nas portas era o sinal específico para que o
Anjo da morte não adentrasse nelas. No
dia seguinte houve grande pranto no Egito pelas mortes dos primogênitos, inclusive,
o filho de Faraó. Ficaram ilesos apenas os israelitas, pois, havia em suas
residências as marcas do sangue sacrificial. A partir de então toda aquela
região e circunvizinhança ficou sabendo quem é o grande “Eu Sou”, o Deus de
Israel. Os hebreus partiram levando consigo todos os despojos rumo a terra
prometida.
Essa páscoa estabelecida por Moisés era apenas o
prenúncio de uma muito mais abrangente e definitiva. O cordeiro sem defeitos
aponta para Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado, que tira o pecado do mundo
(Jo 1.29; Hb 9.11-28). Assim como as marcas do sangue do animal sacrificado era
capaz de livrá-los do poder do Anjo da Morte, o sangue de Jesus derramado
voluntariamente na cruz do Calvário também pode nos libertar.
Vivemos um momento crítico causado por uma pandemia
que tem gerado instabilidades e provocado muito medo nas pessoas. O perigo da
proliferação acelerada, aliado a restrições quanto à possibilidade de vacinar a
maioria das suas respectivas populações, levou lideranças do mundo inteiro a
tomarem medidas drásticas as quais culminam na limitação das liberdades individuais,
gerando outras enfermidades, tais como, ansiedade, síndrome do pânico e
depressão.
Por isto, essa páscoa tem um sentido todo especial
para a humanidade. O sacrifício do Filho de Deus foi único, suficiente e cabal,
ou seja, num único ato ele trouxe libertação para todas as gerações (Jo 8.36). A
sua expiação é apta para nos libertar de todos os temores, até mesmo destes provocados
por esta pandemia que nos assola. Em Cristo Jesus já não recearemos mal algum,
pois, o nosso maior inimigo, que é a morte, foi vencido definitivamente (Ap
20.11-15). Ele morreu como um cordeiro mudo, mas, ao terceiro dia ressuscitou
para nos tornar “livres para sempre” (ICo 15.20-58). Aleluia!
Uma feliz páscoa para todos os meus amigos.
Juvenal Netto
Excelente texto, explicando todo significado da verdadeira páscoa.
ResponderExcluirObrigado meu irmão por deixar aqui o seu comentário. Que o Senhor complete a sua boa obra em sua vida e familiares. Graça e paz.
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