A música tem a idade da raça humana, e desde o
princípio foi empregada a serviço da religião. Os Israelitas a consideravam
como o principal meio de expressar a gratidão e a devoção a Deus. Talvez seja
por isto que para muitos religiosos até hoje a música é sinônimo de adoração. A
origem da música vocal não é conhecida, mas, de acordo com o Pentateuco, a
instrumental teve sua origem com Jubal, um dos três filhos de Lameque (Gn
4.21).
Desde então, os instrumentos foram aperfeiçoados
e outros surgiram e a qualidade do som não parou de evoluir, apesar da
imutabilidade das notas musicais. Assim como no secular, no meio cristão surgem
diariamente centenas de novas composições, arranjos, melodias, ritmos,
harmonias, etc. Não há nada de errado com esta pluralidade musical desde que
alguns princípios sejam observados com muita seriedade e temor. Para que uma
música seja considerada como uma expressão de adoração, ela precisa passar por
alguns fundamentos.
O primeiro princípio é não perder de vista para
quem está sendo direcionada tal música, ou seja, ela precisa ser teocêntrica.
Infelizmente, não é coisa rara de se ver, letras que colocam o homem no topo,
como se ele fosse o centro do universo, o que se define por antropocentrismo.
Existe uma linha tênue entre valorizar o homem assim como o próprio Cristo fez
e coloca-lo num lugar de destaque, como se fosse uma estrela.
O segundo princípio a ser observado é se tal
composição musical não fere os princípios pautados nas Sagradas Escrituras. A
liberdade do poeta ou do compositor termina quando ele resolve ultrapassar os
parâmetros bíblicos. Isto também não é algo impossível de acontecer, inclusive,
poderia citar aqui várias músicas “gospel” que deveriam ser retiradas
definitivamente da ordem de culto. Adorar a Deus é algo muito sério, prova
disso são as experiências de vários personagens bíblicos que ao serem
confrontados com a sua glória, não conseguiram sequer ficarem de pé. Aí, percebe-se
letras em que se referem a Deus como se Ele fosse o seu “amiguinho” da escola.
Ele é Senhor e deve receber toda a nossa reverência; o simples fato de Jesus
ter afirmado que somos mais do que servos, que somos seus amigos não dá o
direito de nos dirigirmos a Ele de forma banal (Ez 3.23, 44.4; Dn 8.18; Jo
15.15; At 22.7; Ap 1.17).
O terceiro princípio a ser aplicado é utilizar
sons que levem as pessoas a refletirem sobre a grandeza de Deus, seus
atributos, seus feitos e a sua essência. Mesmo que haja nos homens a
conscientização de que a música “gospel” deve ter como objetivo agradar, prioritariamente,
a Deus e não a eles, o seu ritmo, harmonia e melodia poderá retirar deles o
foco. Existem sons que induzem as pessoas a, simplesmente, moverem o corpo,
enquanto outros levam suas almas a refletirem sobre quem é Deus e o quanto devem
depender dEle. Este é o poder que a música é capaz de operar sobre os mortais.
Talvez seja por isso que o diabo investe tanto contra o ministério da música
nas igrejas. Assim como a música tida como “romântica” tem o poder de fazer com
que uma pessoa pense exaustivamente na outra amada, a litúrgica conduzirá o
homem a refletir sobre a grandeza do triuno Deus.
Desta forma, levando-se em consideração que a
música é apenas uma forma do homem adorar a Deus, pode-se afirmar que ela somente
poderia ser classificada como “gospel”, se viesse a cumprir os parâmetros
supramencionados. Senão, é apenas mais uma música; uma canção que agrade a alguém
tão-somente pelo seu estilo e não terá nada a ver com adoração verdadeira.
Sendo assim, também não deveria ser cantada durante os cultos congregacionais.
Soli Deo Glória!!!
Juvenal Oliveira
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