terça-feira, 11 de junho de 2019

TODO SALVO É UM VOCACIONADO




    É com muita tristeza no coração que constatamos através de algumas fontes de que a religião a qual mais cresce no mundo é o islamismo. A ideia aqui não é abordar quais os motivos que tem produzido tamanha expansão dessa religião, nem tão pouco o porquê do cristianismo ter perdido tanto espaço, mas, quais as implicações desse crescimento para o futuro da humanidade e a responsabilidade que esta geração de cristãos possui para tentar mudar esse caótico quadro.

    A Igreja “evangélica” brasileira precisa rever os seus conceitos em relação ao cristianismo, pois, na prática, muitos cristãos têm demonstrado que não entenderam ainda o que significa ser um seguidor de Cristo. No anseio de alargar as tendas, aliado a vaidade humana, onde o ministério mais eficiente e promissor é medido pelo número do rebanho, muitos líderes deixaram de pregar e ensinar o evangelho genuíno. Uns caminham dando ênfase ao material numa doutrina denominada por “Teologia da Prosperidade”, outros as manifestações sobrenaturais. Ambas as estratégias, se é que se pode chamar isso de estratégia, visam atingir o ponto fraco dos homens e assim, os fisgar como a um peixe faminto que engole a isca. O resultado é triste de se ver. Cristãos egoístas, materialistas e com uma espiritualidade rasa e equivocada.

    O apóstolo Paulo disse o seguinte na carta escrita aos efésios:

“Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam.” (Ef 4.1).

    Paulo escreveu essa carta, que, na verdade, é uma circular, direcionada não apenas a uma Igreja, mas as Igrejas de uma determinada região (Ásia). Nos primeiros versículos deste capítulo ele destaca sobre o serviço dos santos; aquilo que cada um irá produzir de acordo com o talento que recebeu do Pai, que será imprescindível para a propagação do evangelho e o seu crescimento em todo o mundo. O apóstolo chama os cristãos de sua época a assumirem um compromisso maior do que se tornarem apenas membros de uma nova religião. Transcenderem apenas ao de cumprirem obrigações religiosas, ainda que estas sejam mandamentos do Senhor. Para alguns, ministério é algo específico para líderes. Enfatizando que a palavra “ministério” aqui, está sendo empregada no sentido de prestar um serviço. Paulo diz que, na verdade, todos foram chamados com uma vocação. Todos foram chamados para frutificar (Jr 23.3; Mt 7.19; Jo 15.8).

    Uma das desculpas que os cristãos dão para não se envolverem com a expansão do reino é a de que não sabem ou a de que não possuem habilidades suficientes para cumprirem eficazmente a sua missão. Outros ainda possuem a ideia equivocada de que o trabalho é apenas para alguns especiais realizarem e não para todos.

    Deus não é homem para que minta. Quando ele chama cada um de nós, imediatamente também distribui capacitações (Js 1.9). Ferramentas diversificadas que tem como finalidade trazer edificação para o corpo de Cristo (Ef 4.8-16). Por isto não há razão para nos esquivarmos de tal responsabilidade. Você pode até não ter descoberto ainda qual é a sua, mas, buscando a face do Senhor com fervor, irá descobrir qual o seu papel neste Corpo. (Mt 25.14-30; Rm 12.6-8).

    O talento que cada cristão recebeu não tem por finalidade nutrir o próprio detentor, mas, aqueles que estiverem a sua volta; também não serve para alimentar a vaidade, como se quem o possui, estivesse num patamar mais elevado; muito menos para ser desprezado, dispensado ou enterrado. O seu objetivo é produzir muitos frutos (Jo 15.16).

    Desta forma, pode-se concluir que todo aquele que teve uma experiência salvífica com Cristo passou automaticamente a ser um vocacionado. Vocacionado para empreender toda a sua energia, conhecimento e habilidades de modo a fazer novos discípulos e assim, expandir o evangelho em todo o mundo.

Juvenal Oliveira


Nenhum comentário:

Postar um comentário