Certo homem tinha dois filhos e chegando ao primeiro disse: – Filho
vá hoje trabalhar na minha plantação de uvas. E este respondeu: – Não quero!
Mas, depois mudou de ideia e foi. O pai chegou até o outro filho e disse a mesma
coisa. Ele respondeu: – Sim senhor! Mas,
não foi. Qual dos dois filhos fez a vontade do seu pai?
Esta ilustração foi utilizada por Jesus para esclarecer alguns
religiosos de sua época sobre a necessidade de transformar meras intenções em
ações (Mt 21. 28-32). Enfatizou que não basta apenas falar sobre o que se deve
fazer, mas, demonstrar fazendo; não basta apenas ter o conhecimento acerca do
que Deus quer de nós, mas, estarmos dispostos a obedecê-lo. Os escribas e
fariseus eram rigorosíssimos com as pessoas sobre as práticas da lei judaica e
demonstravam ter muito conhecimento sobre ela, no entanto, não foram capazes de
perceber a chegada do filho de Deus. Ao invés disto o rejeitaram e inflamaram
as pessoas contra Ele.
Quantas vezes nossas mentes são preenchidas por
pensamentos piedosos. Pensamos sobre a necessidade de realizarmos visitas nos
hospitais ou nos presídios; ajudarmos um amigo que se encontra em apuros;
distribuirmos alimentos aos mais necessitados ou ainda, pensamos em parar de
beber, fumar ou fazer qualquer outra coisa danosa a nossa alma. Pensar algo que vá trazer benefícios ao
próximo e a nós mesmos é fantástico! A Bíblia diz: “... tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for
correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa
fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” (Fl
4.8). Às vezes, só pelo fato de possuirmos boas intenções, vem sobre nós certo
sentimento narcisista. Chegamos a achar que somos bons apenas por termos a
intenção de fazermos alguma coisa boa. Quem nunca utilizou, ainda que apenas no
pensamento, a célebre frase: – Oh Senhor tu sabes o quanto eu gostaria de
realizar tal coisa, mas... Até parece que conseguiremos convencer a Deus pelas
nossas tão generosas intenções e que Ele vai nos entender por não termos
colocado em prática tudo aquilo que almejamos fazer!
Os dois
filhos da história tiveram intenções diferentes, mas o que contou mesmo foi o
resultado final e não o projeto inicial. Portanto, chegamos à conclusão de que
uma boa intenção sem ação, não tem valor algum. Não serve para nada. Provavelmente, o inferno será inaugurado por
inúmeras pessoas muito bem intencionadas. Como por exemplo, o caso do rei
Agripa que confessou ter ficado a um passo de se converter ao cristianismo após
ter ouvido uma exposição detalhada e eloquente do evangelho através do apóstolo
Paulo (At 26.28). Mas, preferiu pagar para ver ao continuar negando ao
Salvador.
Então, não
tenha a intenção de fazer, faça; não tenha a intenção de ser uma bênção, decida
ser a partir de hoje; não tenha a intenção de mudar, mude; não tenha a intenção
de um dia se render a Cristo, mas, se entregue hoje mesmo a Ele. Jesus falou
para aqueles religiosos que muitas prostitutas teriam precedência sobre eles no
reino dos céus pelo simples fato de haverem crido nEle e se arrependido de seus
pecados.
Juvenal Oliveira
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