segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

COMO DEVE SER O NAMORO CRISTÃO





Na década de noventa surgiu nos Estados Unidos um movimento entre os jovens cristãos chamado “QUEM AMA, ESPERA”, onde eles se comprometiam com Deus a não terem relações sexuais antes do casamento. Esta onda chegou ao Brasil e em 1995, em um congresso para jovens batistas, realizado em São Paulo, um preletor renomado na época lançou este desafio diante de um ginásio com aproximadamente 5.000 pessoas. A resposta foi surpreendente, pois milhares de mãos se levantaram. Jovens conscientes fazendo um pacto de santidade com Deus e se propondo a manterem um namoro de acordo com os seus princípios.
Hoje, principalmente no ocidente, vemos um apelo ao erotismo e a sensualidade, assim como uma banalização do sexo. Filmes de ação, por exemplo, em que são inseridas cenas íntimas, totalmente desnecessárias. Esta realidade vem mexendo com a cabeça dos nossos jovens e adolescentes que acabam supervalorizando tais práticas como se fossem a fórmula para a felicidade, sem se preocuparem com as suas consequências, que vão além de uma possível gravidez ou dá transmissão de uma DST. Pior ainda é chegarmos à conclusão de que é cada vez mais comum termos jovens solteiros dentro das igrejas mantendo uma vida sexual ativa, como se fosse a coisa mais normal do mundo, inclusive, participando de todas as atividades e exercendo ministérios. Será que a Bíblia mudou? Será que a prática sexual antes ou fora do casamento deixou de ser pecado? Por que muitos líderes, pais e irmãos mais velhos têm feito vista grossa a este assunto de tamanha relevância?
A luz da Bíblia, o sexo é algo estabelecido pelo próprio Deus e é uma bênção, desde que seja realizado por um homem e uma mulher devidamente casados. No primeiro livro da Bíblia está escrito o seguinte: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gn 2.24)”.  Na concepção de Deus, este ato não é apenas uma junção de corpos físicos, mas, uma união tão intensa e tão profunda ao ponto se serem considerados “uma só carne”. Há, portanto, um comprometimento mútuo, uma aliança, uma junção de almas.
Muitos cristãos têm sucumbido aos desejos carnais e caído no pecado da fornicação. A igreja contemporânea precisa estar preparada para lidar com este tipo de situação. Até a década de oitenta era muito comum ver pessoas se casando puras depois de um longo período de namoro.  É fácil compreender porque eles conseguiam isto com mais facilidade. Neste período as famílias eram mais recatadas; os casais jamais ficavam a sós. Resumindo, não havia muita oportunidade para avançarem o sinal. Hoje, por mais que queiramos manter as tradições, é praticamente impossível manter aquele padrão de comportamento do passado e também acho que existem outros mecanismos para lidarmos com isto sem precisarmos ter que voltar nele. Já que não conseguimos voltar aos padrões antigos, o que então podemos fazer para que o tema santidade, principalmente entre os jovens, não seja algo apenas teórico e utópico?
O apóstolo Paulo escrevendo a igreja de corinto dá o seguinte conselho: “Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo.” (I Co 6.18). Paulo sabiamente diz que contra os desejos carnais não se deve tentar resistir, mas, que o caminho certo é o da fuga e é imperativo, “fugi”. Nossos jovens precisam ter esta consciência; precisam ser orientados de que a intimidade é uma via sem retorno, por isto devem se preservar ao máximo, evitando lugares e situações propícias a que isto venha a acontecer; ensinados de que o namoro é para ser levado a sério, com o intuito de buscar o casamento e não um simples passatempo; conscientizados de que o verdadeiro amor transcende ao prazer sexual, isto é, não é conhecendo alguém na sua intimidade que você vai possuir legitimidade para assumir um futuro compromisso nupcial. Se fosse assim não veríamos tantos divórcios em um tempo onde poucos partem para o casamento sendo virgens. O tempo de namoro deve ser gasto em diálogos francos, sinceros e constantes a fim de extraírem ao máximo um do outro, além disto, em oração juntos a fim de obterem a confirmação de Deus para uma futura aliança, pois, diante dEle o caminho para o altar deve ser sem volta.  
Portanto, não adianta tentarmos empurrar a sujeira para debaixo do tapete. A igreja precisa estar preparada e atualizada para lidar com estes desafios do mundo pós-moderno. Nossos jovens precisam sim e devem ser confrontados, não por mim ou por você, mas, pela Palavra. Os tempos mudaram sim, mas, pecado sempre será pecado e ponto final. Isto não quer dizer que a partir de agora tenhamos que decepar a cabeça do primeiro que transgredir algum mandamento, mas, que é dever nosso como igreja, orientarmos os mais novos e alertarmos sobre as possíveis consequências daqueles que optarem conscientemente por andar em desobediência a Deus e a sua palavra. José, lá no Egito, diante da tentativa de sedução da mulher de Potifar, ao fugir, ele testemunha para todos nós que é possível sim vencer e permanecer fiel a Deus (Gn 39.12).

Juvenal Oliveira

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