Como pode alguma coisa ruim ser benéfica? Alguém
afirmaria que isto só poderia ser um paradoxo. Tudo vai depender do ângulo em
que nós visualizamos as circunstâncias. Nem tudo o que vivenciamos em
determinadas ocasiões da vida que, aos nossos olhos, parece ser danoso,
prejudicial, de fato o é. Em alguns momentos a nossa visão é como um quadro com
a pintura inacabada onde não conseguimos entender o que aquele pintor está
tentado desenhar. Aí, tentamos imaginar ou deduzir qual é a imagem final a ser
reproduzida pelos poucos traços já desenhados.
O livro dos Juízes narra o período vivido pelo
povo de Israel desde a morte de seu líder Josué até o início da monarquia, por
volta de 1300 A.C, onde eles eram liderados por homens levantados por Deus,
chamados de Juízes. Nos vinte e um capítulos deste livro é possível
identificarmos uma sequência de queda, fracasso e misericórdia. O povo se
afastava de Deus; começava a transgredir os seus mandamentos; eram derrotados
pelos seus inimigos, sentindo na pele as consequências do seu pecado; se
arrependiam e se voltavam novamente para Ele que os perdoava e os redimia. Esta
série se repete incontáveis vezes. Por incrível que pareça o que nos chama a
atenção não são as inúmeras quedas daquele povo, mas, a misericórdia de Deus
sempre pronto a lhes dar uma nova chance de remição e os seus métodos
utilizados como ferramenta para trazer despertamento e fazer com que aquelas
pessoas viessem a cair em si e se voltassem novamente para Ele. Nos versículos
vinte e um e vinte e dois do capítulo dois, Deus afirma que usaria os inimigos
de Israel para servirem de instrumento de correção. Era através das derrotas
sofridas por eles que se lembrariam do Deus que havia realizado maravilhas no seu
meio.
“Eu não expulsarei mais de diante deles
nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu; a fim de que, por elas, ponha a prova Israel,
se há de guardar, ou não, o caminho do Senhor, como seus pais o guardaram, para
nele andar.” (Jz 2.21-22).
O que parecia ser derrota era
vitória; o que parecia ser morte era vida; o que parecia ser o caos era o
início do transbordar da graça e da misericórdia de Deus; o que parecia ser o
fim era o recomeço de uma nova trajetória de vida. O Todo-Poderoso tem os seus
meios de realizar as coisas. Muitas vezes não conseguimos compreender a sua
metodologia. Podemos ver esta mesma realidade em outras passagens bíblicas como,
por exemplo, no testemunho de Jó. Depois de perder todos os seus bens materiais,
seus filhos e, por fim, a sua própria saúde, chega à conclusão de que tudo
aquilo serviria para fortalecê-lo na fé e ter o privilégio de conhecer melhor
ao seu Deus. O seu segundo estágio de vida foi ainda mais próspero, pois o
Eterno restituiu tudo dobro o que ele havia perdido.
“Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas
agora te veem os meus olhos. E o Senhor virou o cativeiro de Jó,
quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo
quanto Jó antes possuía.” (Jó 42.5,10).
Por conseguinte, talvez você neste exato momento
também esteja passando por um momento difícil, de aparente derrota, de dor e
sofrimento, mas, creia que Deus às vezes permite que estas coisas aconteçam
para evitar que um mal maior nos suceda.
As adversidades se tornam a nossa aliada quando elas nos ajudam a nos
aproximar mais de Jesus.
Juvenal Oliveira
Excelente comentário da palavra de Deus.
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