Como é gratificante quando alguém percebe sua
necessidade e age a seu favor de maneira voluntária antes mesmo que venha lhe
solicitar ajuda, não é mesmo? Essa atitude proativa se torna ainda mais relevante
quando se trata de algo que mudará por completo o seu futuro. Foi exatamente
isso que aconteceu com uma mulher religiosa segundo o relato de Lucas (Lc
13.10-17).
Em tempo de pandemia, infelizmente, tem sido
observado um expressivo grupo de pessoas que vem perdendo o hábito de ir ao
templo, substituindo essa reunião tão solene pelas transmissões via internet. Entretanto,
desde que a igreja cumpra rigorosamente os protocolos de segurança
estabelecidos pelas autoridades competentes e você não possua nenhuma
comorbidade ou esteja na faixa etária de alto risco, pode-se chegar a conclusão
que estará mais seguro ali do que em inúmeros outros lugares públicos, como,
por exemplo, supermercados, lojas e filas de Banco. Os judeus sempre zelaram
por manter o costume de se reunirem para adoração, leitura e estudo das
Escrituras. Jesus pregava em todos os lugares, mas, diversas vezes utilizou a
sinagoga para cumprir esse propósito. Numa dessas ocasiões, enquanto ensinava,
ele se depara com uma mulher enferma a qual vinha sofrendo há dezoito anos com
um espírito de enfermidade que a deixava encurvada. O Mestre a convida, impõe-lhe
as mãos e a cura daquele terrível mal. O evangelho de Lucas não fornece maiores
detalhes acerca dessa pessoa, no entanto, é possível supor que ela tivesse o
hábito de ir frequentemente à sinagoga. Já imaginaram se ela fosse vencida pelo
desânimo e deixasse de congregar? Provavelmente, ela estaria sentenciada a
morrer enferma.
Algumas pessoas podem defender a tese de que o
templo é apenas uma construção como outra qualquer e, ainda, argumentarem que
Deus não é preso, limitado a essa edificação, pois, é onipresente, ou seja,
está em todos os lugares simultaneamente. Elas não estão erradas ao manterem
essa linha de raciocínio, não obstante, quando um grupo de pessoas decide se
reunir voluntariamente num local específico para prestar um culto a Deus, esse
lugar ganha uma nova conotação. No ajuntamento de crentes há encorajamento, despertamento,
apoio mútuo, renovo espiritual, comunhão e desenvolvimento dos dons e talentos
(At 2.42). A igreja primitiva possuía esse hábito de se reunir constantemente
para oração e estudo das Escrituras (At 2.46). O autor da carta aos Hebreus
também chama a atenção de alguns cristãos que estavam deixando de congregar,
enfatizando que tal prática deve ser intensificada proporcionalmente a medida
que os últimos dias se aproximam (Hb 10.25).
Dessa forma, ressaltamos que todos devem zelar pela
saúde espiritual de vossas vidas através de seus momentos devocionais diários,
mas, além disso, devem se reunir constantemente com outros cristãos para adorar
a Deus, assim como fazia aquela mulher anônima e foi beneficiada por Jesus. O
salmista afirmou que um dia nos seus átrios, vale mais do que mil (Sl 84.10).
Juvenal Netto
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