quinta-feira, 2 de abril de 2020

VOCÊ ACREDITA NA SUA ORAÇÃO?


Não podemos cometer o equívoco de transformar a nossa oração em mera retórica. Lembrando que é impossível enganar a Deus. Se todos orássemos na mesma proporção pelo qual mencionamos, escrevemos e debatemos sobre o assunto “oração”, nossas vidas e de muitas outras que estão a nossa volta seriam bastante diferentes.
A Bíblia está repleta de relatos, definições e experiências de inúmeros homens que obtiveram êxito, exercitando a sua fé ao estreitarem o seu relacionamento com o Eterno através de uma vida regada pela oração. Neste texto utilizarei como exemplo a vida do copeiro que se tornou governador, chamado Neemias.
Neemias, um judeu que vivia num período pós exílio babilônico (por volta do ano 445 a. C.), estava vivendo confortavelmente no palácio real, pois exercia a função de um mordomo de confiança do rei Artaxerxes. Certo dia ele se encontrou com algumas pessoas de sua cidade natal, as quais perguntou como estariam vivendo aquele povo. A resposta foi lastimável, pois o relato foi de uma cidade devastada pela fome, miséria e o caos social. Neemias, a ‘priori’, deve ter se sentido totalmente impotente diante de um quadro tão desafiador. O que poderia ele fazer para mudar essa realidade sendo tão limitado? Talvez neste exato momento ele tenha se lembrado de tudo quanto os seus pais lhe contaram acerca dos milagres e prodígios operados pelo Deus de Israel no meio do seu povo. Ele decidiu buscar a face desse Deus.
As Escrituras narram que ele orou e jejuou. Confessou não apenas os seus pecados, mas, foi além, intercedeu pelos seus compatriotas, suplicando o perdão e a misericórdia do Pai. Usou na sua oração a própria Palavra, como garantia de tudo aquilo que Deus havia prometido para os seus ancestrais. Ele estava em oração por um período aproximado de quatro meses e, agora, foi quando o rei percebeu a sua profunda tristeza e, inesperadamente, lhe pergunta qual seria o motivo de seu abatimento e o que ele poderia fazer para ajudá-lo? Neemias, mais uma vez ora ao Senhor pedindo-lhe orientação e direção, como prova de sua total dependência dEle, apesar de já estar vivendo em consagração por meses a finco. A sua resposta ao rei foi surpreendente e digna de ser repetida constantemente: “ — Se é do agrado de vossa majestade, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá para que eu a reedifique.” (Ne 2.5).
Neemias é alguém que retrata fielmente o verdadeiro sentido da palavra “oração”, ou seja, orar como se tudo dependesse de Deus, não obstante, agir na mesma intensidade, como se tudo dependesse dele mesmo. Ele acreditou em tudo aquilo que pediu ao Senhor e, quando o rei foi tocado, ele entendeu que fora chamado para realizar essa tamanha e desafiadora tarefa de reerguer os muros de Jerusalém. O resultado foi surpreendente, apesar dos inúmeros obstáculos que teve que enfrentar. Ele usa mais de uma vez a expressão que demonstra o segredo de uma liderança tão eficaz em meio a tantas adversidades: “ — Porque a mão do bom Deus era comigo.”
Portanto, a vida e o testemunho de Neemias nos ensinam que vale a pena renunciar um estilo de comodidade e bem-estar em prol de cumprirmos a vontade de Deus, sendo útil para outras pessoas; ensina ainda que a oração não é apenas uma, mas, a única maneira de atravessarmos as grandes tempestades e os mares revoltos, chegando bem do outro lado; que precisamos estar focados o tempo inteiro no objetivo e não permitirmos que os “Sambalates” nos retire do propósito, enfim, que a Palavra de Deus deve ser conhecida, crida e praticada, pois nela estão contidas todas as promessas de Deus, em especial, para a vida de todos aqueles que o buscam com sinceridade.

Juvenal Netto

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