O Brasil nas últimas décadas vem passando por
inúmeras mudanças, principalmente, na área comportamental, sociológica, fruto
de maçantes investidas por parte de grupos que chegaram ao poder no final do
século passado com o objetivo espúrio de se manterem nele a qualquer preço,
para isto, utilizaram como estratégia a adoção de suas ideologias de forma tão
sutil que muitos só foram cair em si depois de vários anos e outros ainda se
encontram hipnotizados por estas ideias maquiavélicas.
Começaram disseminar a ideia de que disciplina é
sinônimo de cerceamento de liberdade e outras definições ainda piores. Na
concepção destes, disciplina é coisa de milico e, utilizando como pano de fundo
o período do governo militar, tentavam associá-la ao excesso do uso da força e
a intolerância, em todos os aspectos. Até mesmo as famílias foram alvo destas
investidas, onde pais foram questionados por fazerem uso de métodos utilizados
por várias gerações passadas na educação de seus filhos. Diga-se, de passagem,
métodos estes que, de uma maneira geral, se demonstraram bastantes eficientes,
até então.
A igreja como está inclusa neste contexto social
também começou a sofrer estas influências. Chegou-se ao ponto de haver
questionamentos quanto à necessidade de se disciplinar alguém. Seja afastando-o
de todas as suas funções por um determinado período de tempo ou ainda, chegar
ao extremo de ter que desliga-lo do rol de membros pela gravidade da situação
gerada ou por ter optado voluntariamente em permanecer na prática do pecado, tudo
isto, após ter sido orientado e admoestado pela liderança, trazendo como consequência,
escândalo para o Corpo de Cristo (Mt 18.7; ICo 10.32; IICo 6.3; Lc 17.1). Isto sem mencionar as
questões jurídicas, onde a igreja ao invés de se preocupar tão somente em temer
a Deus e a obedecer a sua Palavra, agora está também preocupada com as possíveis
ações impetradas por ímpios transvestidos de crentes junto ao poder judiciário.
O mais importante é sabermos o que a Bíblia nos orienta em relação a este
assunto. Olhem o que está escrito na carta aos Hebreus:
“E já vos esquecestes da exortação que argumenta
convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não
desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, e
açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata
como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem
disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não
filhos.” (Hb 12.5-8).
Deus nos ama tanto ao ponto de entregar o seu
próprio filho para morrer por nós, não obstante, ele afirma que jamais deixará
de aplicar sobre os seus, a disciplina, se preciso for (Jó 5.17; Pv 27.5; Ec
7.5; Pv 3.11, 12.1, 15.10, 29.15). O que diriam do apóstolo Paulo hoje, os
liberais, numa assembleia ordinária se ouvissem novamente o que disse sobre um
suposto crente que vivia de forma mundana entre os irmãos na igreja de Corinto,
cometendo pecados piores do que os dos ímpios? No mínimo, seria tratado como
atitude radical e desprovida de amor.
“Geralmente se ouve que há entre vós fornicação,
e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem
possua a mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos
entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na
verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei,
como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor
Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo,
seja, este tal, entregue a satanás para destruição da carne, para que o
espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. Não é boa a vossa
jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?
Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim
como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.
Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da
maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. Já por
carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto
não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos,
ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário
sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que,
dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou
beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em
julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas
Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse iníquo.” (I Co
5.1-13).
A igreja deve sim utilizar a disciplina, afastando
da linha de frente quem esteja comprovadamente enfermo na alma até que esta
pessoa esteja sarada, isto é verdadeira demonstração de amor e zelo pela Noiva
de Cristo. E, mais, após terem se esgotado todos os recursos para resgatar uma
pessoa que esteja distante do Senhor, a igreja não deve ficar preocupada ou com
a consciência pesada em aplicar a disciplina rígida, que neste caso seria o seu
desligamento do rol de membros, pois talvez esta seja a única forma desta
pessoa vir a cair em si e entender que precisa se arrepender, mudar de vida,
para ser religada a comunhão formal com a igreja local. Pois, muitas vezes, o
fato de estarem com os seus nomes na lista de membros, produz uma falsa
sensação de segurança, como se isto fosse o bastante para se entrar no reino do
céu. Todos nós sabemos que este não é um requisito para se obter a salvação.
Portanto, a igreja não pode e não deve ser
influenciada por qualquer que seja o ensino, modismo ou ideologia moderna que
venha a se contrapor a Palavra de Deus. A disciplina faz parte do tratamento de
Deus para com o homem e aplica-la, quando for necessário, não significa que Ele
ou nós, no caso da igreja, não amamos esta pessoa, pelo contrário, significa
que temos desvelo e que queremos vê-la nos céus conosco.
Juvenal Oliveira
Soli Deo Glória!!!!
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