O ministério pastoral
é um dos ofícios mais excelentes que existem na sociedade. O pastor é o médico
da alma e como tal vive a disposição do seu rebanho vinte e quatro horas por
dia, pois não sabe em que momento determinada pessoa irá suplicar-lhe por
socorro. No exercício de seu chamado ele acaba sendo psicólogo, terapeuta,
conselheiro, pai, árbitro, etc. Quando sobe no púlpito ele é um autêntico
profeta; quando pede para as pessoas abrirem as suas Bíblias e aplica um texto
com fidelidade, ele está dizendo “assim diz o Senhor”, ou seja, é o próprio
Deus falando com a sua igreja. Por isto que o apóstolo Paulo escrevendo ao jovem
pastor Timóteo, antes de falar sobre as qualificações necessárias para quem também
deseja ser um, ele vai dizer o seguinte: “... se alguém deseja o episcopado,
excelente obra deseja.” (1 Tm 3.1). Ser pastor é uma bênção divina!
Hoje, no Brasil,
existem centenas de pastores, homens que em algum momento de suas vidas reconheceram
o seu chamado e foram consagrados ao ministério. Por mais que as igrejas sejam
criteriosas no exame do obreiro utilizando como parâmetro nada mais nada menos
que a própria Bíblia, é impossível autenticar o chamado de alguém. Como não
aceitar um testemunho contundente acerca do chamado ao ministério pastoral de
um candidato que cumpre todos os pré-requisitos para a sua consagração? Na
verdade, só Deus, que conhece o homem a fundo poderá confirmar ou não este
chamado. É por isto que dentre estes homens existem os “pastores chamados” e os
“chamados pastores”. Como identifica-los, principalmente pelo fato de ambos
serem humanos e como tais, sujeitos a todo o tipo de falhas e imperfeições?
O pastor chamado
estará sempre pronto a ir onde o seu Senhor mandar, mesmo que este lugar seja
uma terra seca e árida. Ele utilizará sempre a Bíblia como única regra de fé e
prática para conduzir o seu rebanho e jamais a substituirá por qualquer outro
pensamento ou filosofia, ainda que estejam fazendo sucesso e dando resultados positivos
em outros lugares. Jamais permitirá que o seu ministério se transforme em um
mero emprego; trabalhando apenas pelo salário que receberá no final do mês ou
supervalorizando o que faz a fim de receber um acima da média. Este pastor, mesmo
entendendo que depende totalmente do Senhor, procura estar atualizado e medita dia
e noite na Palavra do Senhor a fim de poder oferecer um alimento sólido para o
seu rebanho. Este líder ensina dando o exemplo, assim como fez o Mestre. Ele tem
cheiro de ovelha, pois são elas que dão sentido ao seu ministério. Este verdadeiro
homem de Deus é capaz de chorar junto dos que choram e se alegrar com aqueles que
estão felizes. Não faz acepção de pessoas, em hipótese alguma, tratando-as de
igual modo, independente de suas condições socioeconômicas. Busca
incansavelmente ser um imitador de Cristo ainda que reconheça que jamais
chegará à perfeição. Os pastores chamados também são aqueles que estão nas
estatísticas como os que mais sofrem, mas adoecem físico e emocionalmente, pois
se doam por inteiro aquele que os convocou para toda a boa obra. Quanto aos “chamados
pastores”, estes também hão de receber a sua recompensa, pois estão lidando com
vidas que são a menina dos olhos de Deus.
À vista disso, afirmo
enfaticamente que haverá uma recompensa para todos vocês amados pastores
chamados. Deus, o justo juiz, julgará a causa de cada um dos senhores. Ainda
que não haja qualquer tipo de reconhecimento humano, saibam que Jesus está
contemplando todo o esforço, dedicação, abnegação, empenho e amor que têm
demonstrado em sua obra. Dentre tantas recompensas, assim cremos, quem sabe os
seus nomes não venham a ser inseridos também naquela lista honrosa da carta aos
Hebreus, capítulo onze: “... (Homens) dos quais o mundo não era digno” (Hb
11.38a). No final de tudo, ouviremos um coro em uníssono de todos vocês afirmando
categoricamente que valeu a pena ter sofrido tanto por amor a Cristo. (1Co
15.58).
Juvenal Oliveira