Augustus Hopkins Strong, o grande teólogo batista,
define o pecado como a falta de conformidade com a lei moral de Deus quer em
ato, disposição ou estado. Diz ainda que os sacrifícios mosaicos pelos pecados
de ignorância e de omissão e, especialmente pela pecaminosidade em
geral, são evidencia de que o pecado não se limita simplesmente ao ato, mas
inclui algo mais profundo e permanente no coração e na vida (Lv. 1.3; 5.11;
12.8). A palavra “pecado”, "hamartia", no grego, significa ERRAR O
ALVO, isto é, não atingir a meta estabelecida ou não alcançar o fim desejado. Utilizando
um linguajar mais popular, pecado é tudo aquilo que desagrada a Deus. O Novo Testamento
está repleto de textos que falam sobre o pecado, no entanto, não menciona nada
a respeito de haver classificações quanto ao seu grau de gravidade, no quesito,
necessidade de arrependimento e, consequentemente, na liberação do perdão de
Deus. O que pode variar de acordo com aquilo que o homem fizer, serão as consequências
do seu ato. Mais, na prática, parece que os homens não compreendem isto muito
bem, pois, acabam classificando-o como pecado, pecadinho e pecadão. (Rm 3.23,
6.23, 7.11, 8.3; Tg 1.15; 1Pe 2.24; 1Jo 1.8-9, 2.2, 3.4).
Existe um tipo de pecado que costuma passar despercebido
e tratado com descaso por muitos “cristãos” que é o pecado da omissão. Jesus ao
ser interpelado por um teólogo judeu que queria tão somente o colocar a prova,
lhe contou a seguinte história:
“Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e
caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se
retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho
certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita,
chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano,
que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E,
aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o
sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;” (Lc 10.30-34).
Jesus utiliza nesta história a figura de três
homens, sendo, dois religiosos praticantes e um não praticante, que, se fôssemos
contextualizar, os primeiros seriam membros de alguma igreja “evangélica” e o
último alguém que não expressa fé alguma. O erro cometido por estes dois
religiosos aqui não foi por fazerem alguma coisa errada, pelo contrário, foi exatamente
por deixarem de fazer.
Ignoraram a pessoa que precisava de ajuda. Talvez tivessem pensado: – Isto não
é problema meu. Alguém vai aparecer para ajuda-lo. Ou então: – Deve ser consequência
da vida de pecado que ele vive e Deus está por castiga-lo. Ou ainda: – Quando
chegar ao templo vou orar por ele para que Deus faça uma grande obra em sua
vida. Uma frase muito empregada por estes “cristãos” que vivem se omitindo é: “Vamos
orar”. Mas, eles falam isto apenas para se verem livres do problema ou lançar
toda a responsabilidade em Deus. Quanta omissão em nossos arraiais!!! “Eu não
vou fazer.” “Não irei decidir.” “Esta responsabilidade não é minha.” “Alguém chame
os responsáveis, por favor.”
Portanto, Jesus ensina aquele doutor da lei que
não basta ter um profundo conhecimento acerca de Deus e as suas leis, mas, que é
preciso ir além; ter um coração sensível e disposto a lhe obedecer e fazer a
sua vontade. As palavras finais do Mestre para aquele catedrático e que serve
para todos nós hoje: “Vai e procede tu de igual modo” (Lc 10.37).
“Aquele,
pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago
4.17).
Juvenal Oliveira
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