terça-feira, 6 de abril de 2021

O LADO AINDA MAIS SOMBRIO DA PANDEMIA

 


É impressionante como temos a aprender com os animais tachados tradicionalmente como seres irracionais. Nas últimas semanas observamos um casal de cambaxirras que construiu um ninho dentro da nossa caixa de correspondência. Há alguns dias seus filhotes nasceram e, desde então, o que observamos é um cuidado todo especial demonstrado por eles. Toda vez que alguém se aproxima do seu ninho eles começam a emitir um som de alerta estridente, demonstrando estar totalmente dispostos a defenderem sua cria, se necessário for, com o sacrifício das suas vidas. Um sentimento de zelo e amor que vem diminuindo gradativamente entre os humanos.

O nome “pandemia” já diz quase tudo sobre o que ela representa para a humanidade, causando sofrimento, medo, tristeza, apreensão, angústia e morte. Tudo isso já seria o bastante para compará-la a um roteiro de filme de terror, no entanto, existem outros ingredientes que a tornam ainda mais sinistra, como, por exemplo, a falta de amor ao próximo demonstrados por grupos expressivos da sociedade.

Primeiramente, gostaria de mencionar a imprensa, também chamada de “a grande mídia” que aterroriza os lares brasileiros diuturnamente sem pedir permissão para ninguém. Os repórteres anunciam as mortes com ênfase tamanha como se estivessem narrando um gol numa partida de futebol. Se você ficar acompanhando os telejornais por muito tempo até poderá escapar da covid-19, mas, dificilmente de uma depressão ou até mesmo de uma síndrome do pânico. Parece que a ideia dos redatores é deixar a população refém de um sentimento de medo desproporcional ao perigo causado pela doença, ou seja, querem lhes torturar psicologicamente sem dó nem piedade com a doce desculpa de que estão preocupados com a sua segurança e bem-estar. Na verdade, o único objetivo desse grupo é lucrar com a desgraça alheia, tais como urubus que se alimentam de carne putrificada.

Outro grupo que consegue a proeza de ultrapassar o “fundo do poço” é o formado pelos políticos. Como ousam transformar uma pandemia em palanque? Como podem desviar o erário para outras áreas menos importantes num momento como este? Como podem praticar corrupção em meio as covas e a dor de centenas de pessoas? Como podem querer assumir um protagonismo cuja atribuição é para especialistas da área da saúde? Como podem agir sorrateiramente para piorar ainda mais a situação simplesmente por desejo de mais PODER e DINHEIRO? O que tem de errado no ‘DNA’ desses caras? Eles podem ser qualquer outra coisa, menos seres humanos.

Infelizmente, não poderei deixar de mencionar aqui os profissionais da área de saúde, em especial, os médicos. Antes que me julguem erroneamente, quero deixar claro que possuo grande admiração pela classe e sei que muitos tem se doado por inteiro, outros, até morrido em virtude dessa luta desmedida, mas, como em todas as categorias, existe uma “pequena parcela” que poderia contribuir de forma mais expressiva. Estes, aceitaram facilmente a politização da pandemia. Se renderam a protocolos inconsequentes e a proibição quanto a prescrição de determinados medicamentos, sucumbindo diante do “sistema” globalista. A começar pelo então Ministro da Saúde Dr. Mandetta, o qual ordenava para que todos ficassem em casa até sentirem falta de ar e outros que prescreveram apenas dipirona em pacientes com todos os sintomas da doença, apesar de possuírem conhecimento quanto aos bons resultados obtidos com alguns fármacos. Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se tivessem sido tratadas precocemente. Será que eles conseguirão colocar a cabeça no travesseiro e dormirem tranquilamente sem qualquer peso na consciência?

Por fim, me dirijo agora aos demais cidadãos comuns. Quanta gente aproveitando os longos feriados; os horários de expedientes reduzidos; os revezamentos no setor de trabalho para aproveitarem um pouco a vida, não é mesmo? Uma balada, um baile ‘funk’, uma praia com dezenas de amigos? Uma festinha para os duzentos mais achegados, etc. Quanta irresponsabilidade! O próximo que se dane. Meus familiares idosos, não tô nem aí! É muito dramático para uma geração ter que passar por uma pandemia e mais estarrecedor ainda constatar em meio a essa realidade o profundo grau de esfriamento relacional que ela se encontra. Chegamos à conclusão de que as palavras proferidas pelo Mestre dos mestres durante o seu sermão profético estão se cumprindo, em especial quando diz: “E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12). Que Deus tenha misericórdia desta geração!

Juvenal Netto

quinta-feira, 1 de abril de 2021

PÁSCOA: LIBERDADE A PREÇO DE SANGUE

 


Para compreendermos o real significado da páscoa é preciso voltarmos no tempo onde tudo começou, por volta do ano 1300 a.C. Um dos filhos do patriarca Jacó, chamado José, foi vendido pelos seus próprios irmãos como escravo para mercadores ismaelitas que o levaram para o Egito (Gn 37.28). Deus usou a vida de José para cumprir os seus planos e o transformou no segundo homem mais poderoso daquela nação após ter interpretado um sonho de Faraó cuja mensagem era a revelação de um período de muita abundância, seguido por outro de grande escassez e fome (Gn 41.40). José como governador foi o responsável por administrar todos os recursos de modo a prover as necessidades do povo no período daquela calamidade. Nesse tempo o Egito passou a ser uma referência para toda a região porque eram os únicos que possuíam reserva de mantimentos (Gn 42.2).  Deus fala com Jacó em sonhos e lhe ordena que vá para o Egito com toda a sua família (Gn 46.3). O tempo passa, José morre com toda aquela geração e outro rei que não o conhecera toma posse, momento em que os hebreus começam a prosperar muito naquela nação, se tornando uma ameaça em potencial para os egípcios. O rei temeroso começa a impor-lhes sérias sanções, tendo, inclusive, transformado a todos em escravos (Ex 1.8-14). Depois de quatrocentos e trinta anos sofrendo horrores, Deus ouviu o clamor do seu povo e levantou Moisés para tirá-los de lá (Ex 3.7-10; 12.40). O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó não queria apenas libertar os seus, mas, deixar claro para todos os povos que Ele é o único e verdadeiro Deus. Para tanto, antes de libertar a Israel, mandou dez pragas sobre o Egito onde cada praga desmistificava um ídolo, um deus impostor (Ex 10.1-2; 12.12). A última delas foi a morte dos primogênitos. Deus manda Moisés reunir o seu povo e dá orientações de como proceder para escaparem daquela terrível praga. Era preciso sacrificarem um cordeiro, macho, sem máculas e passarem o seu sangue nos umbrais das portas de suas casas. Comeriam esse animal assado naquela noite, essa seria a sua páscoa (Ex 12.1-13). A marca do “sangue” nas portas era o sinal específico para que o Anjo da morte não adentrasse nelas.  No dia seguinte houve grande pranto no Egito pelas mortes dos primogênitos, inclusive, o filho de Faraó. Ficaram ilesos apenas os israelitas, pois, havia em suas residências as marcas do sangue sacrificial. A partir de então toda aquela região e circunvizinhança ficou sabendo quem é o grande “Eu Sou”, o Deus de Israel. Os hebreus partiram levando consigo todos os despojos rumo a terra prometida.

Essa páscoa estabelecida por Moisés era apenas o prenúncio de uma muito mais abrangente e definitiva. O cordeiro sem defeitos aponta para Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; Hb 9.11-28). Assim como as marcas do sangue do animal sacrificado era capaz de livrá-los do poder do Anjo da Morte, o sangue de Jesus derramado voluntariamente na cruz do Calvário também pode nos libertar.

Vivemos um momento crítico causado por uma pandemia que tem gerado instabilidades e provocado muito medo nas pessoas. O perigo da proliferação acelerada, aliado a restrições quanto à possibilidade de vacinar a maioria das suas respectivas populações, levou lideranças do mundo inteiro a tomarem medidas drásticas as quais culminam na limitação das liberdades individuais, gerando outras enfermidades, tais como, ansiedade, síndrome do pânico e depressão. 

Por isto, essa páscoa tem um sentido todo especial para a humanidade. O sacrifício do Filho de Deus foi único, suficiente e cabal, ou seja, num único ato ele trouxe libertação para todas as gerações (Jo 8.36). A sua expiação é apta para nos libertar de todos os temores, até mesmo destes provocados por esta pandemia que nos assola. Em Cristo Jesus já não recearemos mal algum, pois, o nosso maior inimigo, que é a morte, foi vencido definitivamente (Ap 20.11-15). Ele morreu como um cordeiro mudo, mas, ao terceiro dia ressuscitou para nos tornar “livres para sempre” (ICo 15.20-58).  Aleluia!

 

Uma feliz páscoa para todos os meus amigos.

Juvenal Netto