A nossa PIB da Aldeia
neste onze de junho de 2020 completa oitenta e sete anos de organização na
cidade de São Pedro da Aldeia. Milhares de pessoas têm passado por ela; muitos
já dormem no Senhor, outros estão servindo ao bom Mestre em outros lugares e
dezenas ainda estão congregando nela, dentre estes, eu e a minha família. Quero
aproveitar esse momento tão sublime para contar um pouco sobre a minha história
de amor por essa oitentona.
No ano de 1992, tive uma
experiência transformadora com Cristo. Tudo aconteceu durante um culto
realizado no local de trabalho por cristãos de várias denominações. Fui
impactado pelo poder da Palavra e decidi confessar a Jesus como meu Senhor e
Salvador. Comecei então a orar pedindo a Ele que me desse uma direção de onde deveria
congregar. Algumas semanas se passaram,
até que caminhando pela calçada da rua Dr. Antônio Alves, pude perceber um
templo pequeno, com letras desgastadas pelo tempo e uma construção logo atrás.
Interessante, que apesar de ter nascido na cidade e estudado no Colégio
Estadual Dr. Feliciano Sodré por oito anos consecutivos, nunca tinha percebido
que havia um templo Batista naquele local. Deve ser por isso que sou determinado
na ideia de se colocar letreiros, tamanho gigante nas fachadas dos templos.
Quem sabe até com lâmpadas de neon de modo a chamar mesmo a atenção de todos
aqueles que transitam pelas ruas. Percebi que tinha um jovem no pátio interno
da igreja. Assim que ele me viu parado na calçada, se aproximou e me perguntou
o que eu desejava. Nem imaginava naquele momento que aquele rapaz franzino, na
verdade, era o Antônio Cláudio de Souza Rosas, Pastor-presidente da PIB da
Aldeia. Ele foi muito gentil e atencioso comigo. Me convidou a participar das
atividades da igreja e disse que havia ali um grupo de jovens que ficaria muito
feliz em poder contar com a minha presença entre eles. Comecei a frequentar os
cultos e a participar da classe preparatória para o batismo com a irmã Vilma
Antunes de Mattos Pinheiro. Como fiquei feliz em dar o meu testemunho durante um
culto para novos convertidos realizado pelo casal Walmir Nóbrega e Heidi, responsáveis
pelo ministério de evangelismo. Meu batismo ocorreu no dia 11/06/1993, momento
em que ela completava o seu sexagésimo aniversário. Fui escolhido naquele mesmo
ano para ser vice-presidente da Unijovem, trabalhando sob a liderança do irmão
André, filho dos irmãos Manoel José da silva e Nilza França. Quantos finais de
semana estive na casa dessa família tão preciosa e aquele suco de graviola que
somente a Nilza sabia fazer? Tínhamos uma juventude muito atuante e unida.
Realizamos diversas programações voltadas para o público jovem, em especial
quero destacar o “AME COM CRISTO”, onde eu, o César Augusto de Souza e o Olavo
Pereira Pinheiro, resolvemos sair das quatro paredes e realizar cultos evangelísticos
no Clube da Cidade (SPEC), com a participação de várias bandas da região. No
início do ano de 1995, como líder dos jovens, decidi cumprir uma missão muito
especial, que mudaria para sempre o meu futuro. A tarefa era reintegrar uma
jovem chamada Nilcéia Coelho Cádimo, a qual havia sido criada na PIBSPA, mas, se
desviara ainda na adolescência, e, estava retornando para os caminhos do
Senhor. Fazendo um parêntese aqui, o pai
dela, o irmão Nercy Cádimo, hoje é o membro mais antigo dela. Confesso que inicialmente
não havia nenhuma intenção por minha parte senão ajudar espiritualmente aquela
moça, mas, como Deus tem os seus próprios planos, no dia 4 de dezembro de 1995,
decidimos dar início a um relacionamento. Passamos por muitas lutas e provações,
mas, o Senhor nos deu a vitória e no dia 24 de janeiro de 1998, no seu templo
ainda inacabado, selamos diante de centenas de testemunhas a nossa aliança de
amor eterno. Uma cerimônia realizada pelos pastores, Antônio Cláudio e Elson de
Souza, primo de minha esposa. O pastor Elson, filho mais velho de um casal
muito atuante, o Diácono Altir de Souza e Marta Cádimo, foi o responsável pelo
projeto de arquitetura para a construção do nosso novo santuário, deixando um
grande legado para todos nós. Um pouco antes de nos casarmos, por motivos
particulares, a Nilcéia pediu o seu desligamento da PIB e passou a frequentar uma Congregação Presbiteriana próxima à sua casa. Tentei permanecer na PIBSPA,
mas, depois de seis meses de casados, percebi que seria inviável estarmos
congregando em lugares diferentes, por isso, em julho de 1998, decidi me
desligar para acompanhar a minha esposa.
Congregamos em algumas comunidades de diferentes denominações, sempre muito
envolvidos com a obra, as quais foram muito úteis para o nosso crescimento
espiritual, pois tivemos a oportunidade de ampliarmos a nossa visão concernente
ao cristianismo reformado. Nesse período Deus fez grandes coisas em nós e
através de nós, dentre elas, quero destacar dois significativos presentes, os
quais foram o nascimento de duas pérolas, a Débora e a Esther. A Débora começou
a demonstrar interesse pela música muito cedo. Aos três anos ela já cantava na congregação.
Depois que ela foi alfabetizada, começamos a procurar alguém que pudesse lhe dar
aula de algum instrumento musical a escolher.
No ano de 2007 fomos informados quanto
à existência de um projeto de musicalização infantil, coordenado pelo Ministro
de Música Josinei Silvério da Costa e sua auxiliar, a seminarista Josiane Gil
da Costa. Matriculamos as duas e a Débora, além da musicalização, começou
também a ter aulas de piano com o Josinei. Nessa época congregávamos na 2ª
Igreja Batista em Iguaba Grande. Josinei e a sua irmã Josiane apesar de tecerem
muitos elogios as duas meninas e demonstrarem interesse em tê-las mais por perto,
sempre foram muito éticos, pois sabiam que éramos muito envolvidos na SIBIG. No
início do ano de 2013 fui designado para trabalhar no Rio de Janeiro e como só
estaria na região nos fins de semana, resolvi entregar todos os meus cargos.
Nesse período as meninas estavam bastante envolvidas na música da PIBSPA e
visando o crescimento delas, decidimos em família retornarmos para a nossa
igreja de origem. Fora 15 anos distantes dela e agora ela tinha outra
formatação. Mais da metade da membresia havia sido mudada, entretanto, fomos
tão bem recebidos que nos sentimos em casa novamente. Como Deus sempre tem os
seus desígnios, aprouve a ele que as nossas filhas, assim como nós, também
fossem batizadas ali e no culto do dia 31 de dezembro de 2013 elas passaram
pelas águas batismais. Nasciam ali mais dois frutos da PIB da Aldeia sob os
olhares de inúmeras testemunhas, em especial, a de dois pais super emocionados
em verem a concretização da sua casa sendo toda salva por Jesus. Deus é fiel!
Como o tempo passa rápido
e já se passaram sete anos desde o nosso retorno para essa tão amada igreja.
Tivemos várias experiências magníficas, como, por exemplo, as viagens
missionárias, as Feiras Bíblicas, a confirmação do chamado da Débora e muitas
outras. Também vivemos períodos muito difíceis, como a saída do Josinei, ainda
no primeiro ano do nosso retorno. Problema de saúde, o qual me obrigou a recuar
naquilo que sempre amei que foi fazer a obra do Senhor, todavia, Deus sempre
manifestou o seu poder não apenas na minha casa, mas, na vida de toda essa
grande família cristã.
A fidelidade do Senhor tem
sido expressiva e manifesta desde o lançamento da pedra fundamental há oitenta
e sete anos quando um grupo de cristãos decidiu abrir nesta cidade uma porta para
a entrada no reino dos céus. Desde então, quantas vidas foram salvas, curadas,
libertas e encaminhadas para o seminário durante todos esses anos! Fazemos
menção a todos aqueles que já partiram, como, a irmã Aurídea, incansável na
tarefa de evangelizar; sempre com um bloco de folhetos em suas mãos a
distribuir por onde quer que andasse. Em breve nos reencontraremos todos no lar
celestial. Será uma grande festa! Agradecemos a todos aqueles que passaram pela
PIBSPA e que hoje estão frutificando em outros lugares, glorificando o nome do
Senhor e honrando o bom nome desta instituição. Alguns exercendo o ministério
pastoral como o Pr. José Crisóstomo de Souza, na PIB em Jardim das Acácias; o Pr.
Carleonel, na Ig. Batista Diante do Trono; o Pr. César Augusto de Souza, na Ig.
Batista da Libertação; o Pr. Marcos Moret, na PIB em Jardim Peró, Cabo Frio; o Pr.
Elson de Souza, na Ig. Batista no Garcia, na Bahia; o Pr. Pedro Crispim, na PIB
em Porto do Carro; o Pr. Paulo Cosendey, na Ig. Batista em Jardim América,
Itaguaí; o Pr. Walmir Nóbrega, na Ig. Batista em Samburá, Cabo Frio; o Pr.
Alexandre Marques, na Ig. Batista Memorial em Iguaba Grande e muitos outros que
não conheci. Clamamos a Deus pelas pessoas que foram evangelizadas ali, mas,
que por algum motivo, se encontram desgarradas do rebanho. Que o Senhor use de
misericórdia para com as vossas vidas. Honramos a todos os obreiros que
serviram a Jesus nela desde a sua organização até os dias atuais, na pessoa dos
Pastores, Elildes Junio Macharete Fonseca, o presidente, Alexandre Tavares Barreto,
Alexandro Abrantes Santana e Raphael dos Santos Antero Pereira. Em especial, o
meu profundo agradecimento a vida do pastor emérito Adelmo Coelho de Oliveira
(in memoriam), o qual marcou a história dessa congregação pelo longo tempo em
que a liderou. Não poderia deixar de mencionar também a vida do pastor Cléber
Jotta Araújo Mendonça, que foi batizado, encaminhado para o seminário e
consagrado ao ministério pela PIB da Aldeia, assumindo a sua liderança como Pastor-presidente
e permanecendo nela por quase vinte anos. Seremos eternamente gratos ao Pr.
Cléber por ter preparado e batizado as nossas filhas. O Pr. Cleber deixou um
enorme legado, primeiro por ter sido membro exclusivo desta igreja desde a sua
infância até o momento em que passou o seu cargo de liderança. Segundo, porque
organizou a PIB em Jardim das Acácias e inaugurou a Congregação no Recanto do
Sol e o Ponto de Pregação na Rua do Fogo, dentre muitos outros feitos, tudo
para a glória do nosso bondoso Mestre. Outro nome que não poderia deixar de
mencionar é o do Pr. Antônio Cláudio de Souza Rosas, o qual me recebeu com todo
o carinho, batizou, doutrinou, realizou o nosso casamento e foi um instrumento
relevante na construção do nosso templo atual. Independente de quaisquer
circunstâncias, ele merece o nosso reconhecimento por tudo o que fez.
Por último, não menos
importante, quero demonstrar a minha gratidão a Jesus pela vida de cada membro
deste corpo. Que sejamos testemunhas fiéis do nosso Salvador, dando
continuidade com excelência a obra iniciada em 11 de junho de 1933 pelos
cristãos batistas da época. O maior presente de aniversário que essa quase
centenária poderá receber, será a agregação de muitas almas transformadas e
libertas pelo poder do evangelho de Cristo. Portanto, mãos à obra amados irmãos,
pois somos todos PIB da Aldeia! Rumo ao centenário.
Juvenal Netto
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