quarta-feira, 29 de junho de 2016

O CRISTÃO E A PIRATARIA



Recentemente fui convidado para ministrar para jovens e adolescentes sobre este tema tão controverso. Ao preparar a palestra, fui fortemente confrontado pelo Espírito Santo e levado a rever meus posicionamentos. Quero compartilhar com todos os meus amigos a conclusão que cheguei sobre a pauta:
A aquisição, cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos direitos autorais, a chamada pirataria moderna, causa um prejuízo somente no Brasil estimado em R$115 bilhões por ano, conforme informação do presidente do Fórum Nacional de Combate à Pirataria (FNCP). No mundo inteiro são milhares de pessoas que perdem o seu emprego devido a tal prática.
Não se pretende aqui entrar na parte jurídica da questão, pois, acredita-se que é de conhecimento de todos que a pirataria constitui-se em uma prática delituosa, previsto no Código Penal Brasileiro (Art. 184 - Lei nº 10.695 de 1º/07/2003; Art. 180 e Lei nº 9.610 de 19/02/1998). Já que é algo ilegal e, portanto, indiscutivelmente reprovável a luz da Bíblia, por que tantas pessoas que frequentam assiduamente uma igreja “cristã”, ainda se envolvem com isto sem o menor peso na consciência?
A maior argumentação que utilizamos para nos justificar é que os produtos originais são demasiadamente caros, fora da realidade. Outra desculpa que normalmente damos é que no Brasil todos fazem isto, inclusive as autoridades. Mas será que estes motivos são mesmo convincentes ou admissíveis? Certa feita um grupo de religiosos chamados fariseus tentaram por Jesus em cheque perguntando-lhe se era lícito pagar tributo ao imperador romano. Ele respondeu de forma estonteante: Que imagem está impressa na moeda, a de César? Então, deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mateus 22.15-22).
O motivo que deve levar os cristãos a não participarem da pirataria deve ser não apenas pelo fato de estar previsto nas leis dos homens. O apóstolo Paulo escrevendo para a igreja de Corinto afirma que tudo é lícito para o cristão, mas nem tudo lhe convém ou traz edificação para a sua vida. Ele continua e vai ao ponto chave da questão: “Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem” (I Coríntios 10.23-24).
Deus nos dá liberdade de fazermos as nossas escolhas, tanto isto é fato que apesar de existirem inúmeras leis com as suas respectivas punições no país, somos a quarta maior população carcerária do mundo segundo dados divulgados em 2014 pelo Ministério da Justiça. Podemos fazer o que quisermos e porque não devemos então piratear, simplesmente baseados no CPB? Não apenas por isto, mas porque ao fazer isto, estaremos trazendo enormes prejuízos para outras pessoas. O próprio Cristo colocou uma condição para aqueles que desejam segui-lo: “... se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16.24). Negar a si mesmo é não ser egoísta ao extremo; é pensar no coletivo; é ser altruísta; é pensar e amar ao próximo. Outra forte razão para nós cristãos não sermos participantes da prática de pirataria é o escândalo que ela proporciona a todos aqueles que estão a nossa volta (Mateus 18. 6-7; Hebreus 12.1).
Em vista disso, foram expostos nestas linhas alguns motivos para nos fazer refletir sobre este assunto e revermos os nossos conceitos sobre esta tratantada que tem trazido muito prejuízo para as nossas vidas espirituais e a de muitas outras pessoas. Pense nisto!

Soli Deo Glória!!!
Juvenal Mariano de Oliveira Netto


“Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, sem direitos! Que se vale do serviço do seu próximo, sem pagar, e não lhe dá o salário” (Jeremias 22.13).
“Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude” (Salmos 101.7).
“Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra... os que defraudam o salário do jornaleiro...” (Malaquias 3.5).
“Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos...” (Habacuque 2.9).

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