Há
anos mantenho o hábito de escrever algumas palavras por ocasião da virada do
ano, não apenas como exercício de reflexão, mas como um chamado à consciência e
ao exame espiritual. Mais do que reavaliar caminhos pessoais, somos convidados
a discernir os tempos em que vivemos, pois a história não caminha ao acaso: ela
está sob a soberania de Deus. Cada indivíduo vive experiências distintas,
moldadas por circunstâncias próprias, mas há momentos em que o Senhor permite
crises coletivas para confrontar uma nação inteira.
Existem
diferentes formas de enxergar a realidade: com otimismo ingênuo, com pessimismo
paralisante ou com realismo espiritual — aquele que reconhece os fatos à luz da
verdade de Deus. À medida que as máscaras caem, torna-se cada vez mais evidente
a grave condição moral, econômica e espiritual do nosso país. O descontrole dos
gastos públicos, a opressão tributária e a corrosão do poder de compra são
sintomas visíveis de um problema mais profundo: o afastamento dos princípios
eternos que sustentam uma sociedade justa.
A
Escritura é clara ao afirmar que “a justiça exalta as nações, mas o pecado é o
opróbrio dos povos” (Provérbios 14:34). Quando a dependência do Estado
substitui a responsabilidade individual, quando o trabalho perde valor e a
esperança se desloca dos céus para estruturas humanas, colhemos frutos amargos.
Programas de auxílio são necessários em situações emergenciais, mas não podem
ocupar o lugar da dignidade, do esforço e da responsabilidade que Deus
estabeleceu para o homem. Uma nação que se sustenta artificialmente caminha para
o colapso, e isso não ocorre por acaso, mas como consequência espiritual.
Ainda
mais alarmante é a deterioração do senso de justiça. Quando aqueles que
deveriam guardar a lei a distorcem, a base da sociedade é abalada. A Bíblia nos
adverte: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal” (Isaías 5:20). A
insegurança jurídica que vivemos revela um tempo de inversão de valores, no
qual o justo é perseguido e o ímpio é protegido. Onde a verdade é relativizada,
a democracia não se sustenta. Quando o temor de Deus é removido dos tribunais,
resta apenas a arbitrariedade dos homens.
A
classe política, em grande parte, reflete essa mesma decadência moral.
Escândalos sucessivos de corrupção não são exceções, mas sintomas de um sistema
adoecido. O profeta Miqueias descreveu bem o nosso tempo: “Os seus chefes
julgam por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus
profetas adivinham por dinheiro” (Miqueias 3:11). O poder, quando desvinculado
do temor do Senhor, torna-se instrumento de opressão.
Contudo,
o juízo não começa apenas nos palácios ou tribunais, mas na própria sociedade.
O povo, que segundo a Constituição deveria ser o verdadeiro detentor do poder,
também se corrompeu. Preferiu as mentiras convenientes à verdade libertadora.
Aceitou pequenas vantagens em troca da consciência. A Palavra de Deus declara
que o coração humano é enganoso, e quando uma nação rejeita a verdade, Deus
permite que ela colha os frutos de sua própria escolha.
Diante
de um cenário tão sombrio, surge a pergunta inevitável: existe esperança? A
resposta bíblica é clara: a esperança não vem dos homens, nem de soluções
horizontais, mas do Senhor. Ao longo da história, Deus jamais restaurou uma
nação por meio de acordos políticos, mas por meio de arrependimento genuíno.
No
século VIII a.C., Deus levantou o profeta Jonas para anunciar juízo à cidade de
Nínive. A maldade daquele povo era tamanha que havia chegado diante do trono do
Altíssimo. Jonas resistiu ao chamado, pois os assírios eram inimigos cruéis de
Israel, conhecidos por sua violência e brutalidade. Ainda assim, a ordem divina
foi inequívoca: “Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída” (Jonas 3:4).
A
mensagem não foi suavizada, nem adaptada para agradar ouvintes. Foi proclamada
com fidelidade. O resultado foi um dos maiores avivamentos registrados nas
Escrituras: do rei ao mais humilde cidadão, todos se humilharam, jejuaram, se
arrependeram e clamaram a Deus. E a Bíblia afirma que o Senhor mudou o destino
daquela cidade.
Minha
oração é para que Deus levante, em cada cidade deste país, homens e mulheres
com o espírito de Jonas — não para anunciar palavras agradáveis, mas para
proclamar a verdade com amor e temor. Que o Senhor conceda arrependimento
coletivo, quebrante os corações endurecidos e restaure os fundamentos espirituais
da nossa nação. Que o ano que se inicia não seja apenas uma mudança no
calendário, mas um marco de retorno a Deus, pois somente Ele é capaz de
transformar destinos, curar a terra e renovar a esperança.
Um
feliz 2026 para todos os nossos amigos!
Juvenal
Oliveira


Parabéns pelo conhecimento e pelas sábias palavras meu amigo.
ResponderExcluirQue Deus ouça e atenda suas orações levantando mais pessoas com conhecimento e iniciativa para tornar o mundo um lugar melhor para se viver. Feliz 2026.
Abração
Deus te abençoe meu irmão , abençoando tbm a tda sua família . Que esse novo ano seja com graças e benções de Deus sobre a vida de tds 🙏
ResponderExcluirSonia Regina S.N.e Silva
ResponderExcluir