quarta-feira, 6 de julho de 2022

ISENÇÃO É MESMO A SOLUÇÃO?

 


Um dos mecanismos de defesa do nosso organismo contra a possibilidade de entrarmos em lutas que poderão nos trazer desgastes físicos e emocionais é a de adotarmos a estratégia da fuga ou de uma suposta neutralidade. Primeiramente, a ideia aqui não é julgar as pessoas que adotam essa conduta, seja frequente ou ocasionalmente, tendo em vista o pressuposto de que cada um conhece os seus limites, bem como as circunstâncias do momento em que está passando. Entretanto, quando nos deparamos com perigos iminentes, é aconselhável avaliar suas consequências, a curto, médio e longo prazos e, ainda, quais os seus alvos em potencial. Uma avaliação displicente pode levar o indivíduo a subestimar o perigo e acreditar que ele não será objeto desse arqui-inimigo, muitas vezes por realizar uma análise considerando apenas o tempo presente.

Nossa geração está passando por um período crítico de mudanças comportamentais que, dependendo da postura a ser adotada por cada cidadão, o resultado pode ser catastrófico. Em qualquer guerra o tempo de reação deve andar junto as estratégias a serem empregadas. Uma tática excelente utilizada de forma precipitada ou tardia pode torná-la ineficiente. O que se percebe é que as pessoas não conseguem distinguir com clareza o básico de um conflito: quem são seus verdadeiros inimigos? Isto é extremamente estratégico para ambos os lados. Quando eles não se mostram claramente, induzem as pessoas a lutarem entre si, ou seja, o bem lutando contra ele mesmo. Um exemplo claro dessa realidade é o que acontece entre os cristãos. O embate vai muito além da política e de seus representantes e não está restrito a religião. Não se trata apenas de uma ideologia ou posicionamento seja ele classificado como de “direita” ou de “esquerda”. Também não é exclusividade da sociologia ainda que ela ocupe um papel preponderante nesse assunto. Tratá-lo como um comportamento conservador ou progressista é mascarar a questão.  

É notório que as civilizações experimentam constantes evoluções em abrangentes áreas e não há nada de errado nisto, entretanto, alguns critérios, conceitos, padrões comportamentais, etc., evoluíram ao longo dos séculos e após erros e acertos, chegou-se a definições muito claras, principalmente quanto ao conceito do que é “certo” e “errado” em se tratando da vida em comunidade. As mudanças que querem nos impor a força, a princípio, não parece nada aperfeiçoador, evolutivo, muito pelo contrário, é retrogrado, diria, imbecil. Só pelo fato de ser forçado já seria o suficiente para ficarmos muito atentos.

Não podemos cair na armadilha de tratar o ser humano como uma espécie de subclasse, dividindo-os em hetero e ‘homo’, quanto a sexualidade; brancos e negros, quanto a raça; pobres e ricos, quanto a sua condição socioeconômica; homens e mulheres, quanto ao seu gênero, etc. As leis e regras que regem uma sociedade deve utilizar como pilar o princípio básico, lógico e imutável que é o valor de uma vida, independentemente de qualquer outro aspecto que tentem classificá-la para, posteriormente, inseri-la num determinado grupo. Não existe esse conceito equivocado de lutas pelas minorias. Numa sociedade civilizada e evoluída as minorias sempre serão respeitadas, não obstante, onde houver divergências, o que prevalecerá será a vontade da maioria, ponto. Não se pode atender determinadas reivindicações dessas minorias em detrimento do prejuízo das maiorias, como, por exemplo, obrigar crianças e adultos de sexos distintos a utilizarem os mesmos banheiros públicos. Exceto se houvesse um consenso onde a maioria concordasse voluntariamente com tal postura. Outro fator polêmico, dentre muitos outros, é a tentativa de banalizar o valor da vida, tentando de todas as formas legalizarem o aborto, enquanto supervalorizam aqueles que cometeram crimes e causaram enormes prejuízos à população com o discurso hipócrita de que são vítimas da sociedade, por isso não podem ser penalizados, ou seja, dois pesos e duas medidas. Em todas essas polêmicas, por trás há sempre a tentativa de transformar o certo em errado e vice-versa.

Isto posto, pelos desdobramentos que acarretarão prejuízos incalculáveis a vida de todos nós se esse sistema pernicioso prevalecer, acredito que a isenção ou a neutralidade não é uma atitude inteligente e saudável a ser tomada por nenhum de nós. No entanto, existem várias formas de lutarmos contra ele e você não precisa obrigatoriamente ter de ocupar a linha de frente. O que eu posso fazer, talvez você me questione após ler este texto? Procure estar bem informado. Infelizmente, hoje isto não é possível apenas acompanhando a grande mídia. Procure ler bons livros. Acompanhe as notícias pelas redes sociais. Não acredite de imediato em tudo que vê, ouve e lê. Aprenda a avaliar os fatos e as fontes e compartilhe com seus amigos. Não negocie princípios e valores éticos e morais. Valorize mais o seu voto, principalmente em relação à eleição de Senadores e Deputados Federais, lembrando ser do Congresso Nacional o local de onde saem todas as leis que regem nossa nação.

Que Deus abençoe todas as famílias desta amada Pátria verde e amarela!

Juvenal Netto

2 comentários:

  1. Excelente texto, clareza e objetividade, pontuando fatos que nos colocam constantemente em situações de difíceis soluções...

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  2. Temos exemplos muito perto do que está acontecendo com Argenta, Venezuela, Chile e outros. Será que o povo brasileiro vai querer pagar para ver? A palavra de ordem hoje é liberdade e respeito Constituição.

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