Não existe pior cárcere do que o produzido pela própria
mente. A sociedade enfrenta dois grandes desafios na atualidade que é a depressão
e a ansiedade. O problema é tão desafiador que chega a unir ciência, por meio dos
diversos especialistas na área e a fé, com um emaranhado de religiões. Todos em
busca de uma solução, cura ou uma resposta para este sofrimento invisível que é
a segunda causa dos suicídios no planeta. Segundo últimos dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) somente no Brasil hoje são 12 milhões de pessoas (5,8%) sofrendo
com a depressão. Ela é a principal causa de incapacidade em todo o mundo.
Para lidarmos com este problema, o primeiro
passo é reconhece-lo como um caso de saúde pública, ou seja, é uma doença como
outra qualquer, com algumas exceções. Quando alguém está com problemas no
coração, logo busca um cardiologista, mas, quando está sofrendo com uma
melancolia crônica ou ansiedade compulsiva não quer buscar ajuda em um
especialista em saúde mental (psiquiatra, neurologista, psicólogo, etc.). Principalmente
no meio cristão, ainda existem muitos tabus a serem vencidos. Parece ser
inadmissível para o povo de Deus aceitar que alguém em plena comunhão com o
Senhor e vivendo em santidade seja capaz de viver em tristeza profunda ou com
transtorno de ansiedade. O diagnóstico é dado de imediato: – Isto só pode ser
espiritual!!! Algum pecado escondido, fraqueza na fé ou até mesmo a ação de
demônios. Lógico, que pode ser por todos
estes motivos supramencionados, mas, isto não deve ser uma regra a ser
seguida. O cristão que toma remédios a
vida inteira e não é curado da hipertensão é diferente daquele que sofre de
depressão ou transtorno de ansiedade? Nem todas as doenças físicas e emocionais
serão curadas. Para todo o óbito sempre haverá uma “causa mortis”. Este é o
ciclo da vida independente de religião ou qualquer outro fator. Agora, ao se
tratar de uma enfermidade espiritual, que é a mais danosa, a sua cura dependerá
exclusivamente de cada um de nós (Ez 18.32). Esta realidade não deve mudar em
nada a fé que temos em Cristo de que ele tem poder para curar quem, quando e
como quiser. E o fato dEle não curar pode significar muito mais do que o
tamanho da nossa fé. Talvez haja algum
propósito, mas, chegará o momento em que compreenderemos todas as coisas (ICo
13.12).
Outro fator a ser observado é sabermos diferenciar
um simples momento de tristeza ou de dor que todas as pessoas sentem por
variados motivos, de uma situação patológica. Não se pode cair no erro de
banalizar a depressão. Por isso que é
essencial o acompanhamento de um profissional para avaliar se o caso exige ou
não a utilização de medicamentos.
E onde entra a fé nisso tudo? A Bíblia é
extraordinária. Ela não esconde as fraquezas dos homens por mais
impressionantes que sejam os seus testemunhos, como, por exemplo, Jó, Elias e
Davi. Independente da causa que tenha disparado o gatilho da depressão ou do transtorno
de ansiedade ou até mesmo quando não há causa alguma e sim a consequência de um
fator genético, a fé em Cristo será muito mais que um paliativo; será uma fortíssima
aliada. A resposta de Jó para a sua esposa que sugeria que ele amaldiçoasse o
seu Deus e morresse diante de tanto sofrimento e dor foi:
“Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos
o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus
lábios.” (Jó 2.10)
Jó ficou em melancolia profunda até o ponto de
pedir a morte pelas circunstâncias tenebrosas que teve de encarar e questionou
quanto ao porquê do seu sofrimento, mas, se manteve firme crendo que o seu Deus
não o abandonaria jamais (Jó 19.25). O profeta Elias após ter triunfado sobre
450 falsos profetas, foge diante da ameaça da esposa do rei Acabe e pede a
morte em meio a uma exaustão espiritual que o levou a depressão. Deus envia um
anjo para alimentar o seu filho enfermo, demonstrando que não havia se
esquecido dele. O reanima, encorajando-o a concluir a sua missão na terra (IRs
19.1-18).
Portanto, meus amados, Deus não nos prometeu uma
viagem tranquila e sem turbulências, mas, que chegaríamos ao nosso destino (Rm
8.31-39). O mais importante é não abrirmos mão da nossa fé inabalável em Cristo
Jesus. Se você vive este momento sombrio, continue buscando a sua face, crendo
que ele pode agir em seu favor e de inúmeras maneiras, inclusive, colocando
pessoas certas para lhe oferecer todo o suporte que precisar. E, caso não venha
a obter a cura, lembre-se que no céu, com toda a certeza, estas enfermidades
jamais entrarão. Nunca se esqueça que Ele é o nosso socorro bem presente na
hora da angústia (Sl 46.1).
Juvenal Netto
Que Deus continue te usando poderosamente meu irmão.
ResponderExcluirÓtimo alerta!
ResponderExcluirTema muito pertinente ao nosso tempo.
Parabéns!
Obrigado meu irmão.
ExcluirAmém meu irmão. Soli Deo Glória!!!
ResponderExcluir