De autoria de Mary Shelley, escritora britânica, Frankenstein
é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico e
considerado a primeira obra de ficção científica da história. Narra a história
de um estudante de ciências que faz inúmeras experiências com cadáveres
querendo brincar de Deus; cria um ser a partir da junção de várias partes deles
devidamente costuradas, um verdadeiro monstro. Tem muita gente em nosso meio que
se parece, e muito, com esta criatura. Estão com as suas vidas todas remendadas.
A vida é maravilhosa, excitante, esplêndida,
incomparável, não obstante, vivemos momentos difíceis e experimentamos dias de
trevas. Enfrentamos gigantes. Somos golpeados e chegamos quase ao nocaute.
Lutas internas com a nossa natureza humana e pecaminosa; lutas externas com
inimigos diversificados que ora atingem o nosso corpo físico, ora a nossa
estrutura emocional e até mesmo a espiritual, isto quando não atingem de uma só
vez todas elas. O que queremos deve ser muito mais que simplesmente vencermos
os inimigos, mas, sairmos ilesos da batalha, sem sequelas. Mas, nem todos
conseguem sair sem cicatrizes. As lutas do dia a dia provocam marcas profundas.
Existem aqueles que saem até dilacerados como um ex-combatente de guerra e parece
que nunca mais serão os mesmos. Não
foram a lona; não se apostataram da fé; não se deram por vencidos; mas, já não
tem o mesmo vigor. Locomovem-se de forma mecânica; o seu sorriso já não é mais
tão contagiante como antes; já não tem a mesma pegada e o mesmo vigor;
desconfiam de tudo e de todos; tendem a se tornar saudosistas. E, reconhecem
que alguma coisa precisa ser feita; tem um profundo desejo de que tudo volte a
ser como antes. Em alguns momentos ficam sem saber o que fazer e em outros
acabam tentando pegar um atalho, ou seja, o caminho mais fácil. Começam a
costurar novamente aquele membro já morto, apodrecido, mutilado e aí é que começam
a ficar parecidos com um Frankenstein. Suas vidas estão todas remendadas, com
aparência de quem vive, mas, estão mortos espiritualmente. O remédio certo ou o
procedimento correto a ser tomado não é tentar costurar novamente aquilo que
está se dissolvendo como muitos fazem.
Deus chama o profeta Jeremias e manda uma
mensagem para o povo. Em especial para aqueles que adoeceram. A palavra inicial
foi a seguinte: “Levanta-te, e desce à
casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.” (Jr 18. 1-6).
Levantem-se desta posição de prostração; levantem-se
não de forma arrogante como se nada estivesse acontecendo; levantem-se não
diante dos homens, mas diante das circunstâncias, dos desafios e dos problemas,
encarando-os de frente; levantem-se não diante de Deus, pois ele sabe quais são
os seus verdadeiros estados.
Em seguida, o caminho para a cura, para a
libertação, para a restauração, é um caminho de descida; momento de se despirem;
abrirem mão de toda a arrogância; de toda a autossuficiência; momento de
descobrirem a ferida; momento de entrega total.
“Como o
vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele
outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer.” (Jr 18.4).
Logo, Deus é este oleiro que tem plenos poderes para
construir e reconstruir qualquer vaso. Este oleiro não é como aquele cientista
que remendava as coisas, mas, o seu agir é totalmente diferente. Ele quebra tudo
e faz um novo. Quem sabe vocês também não estejam com as suas vidas deformadas,
em frangalhos? Precisando descer hoje mesmo a casa deste oleiro a fim de serem
reconstruídos e voltarem a ser aqueles vasos de honra para o louvor da glória
de Cristo (2Tm 2.21).
Juvenal Oliveira
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