Muitos já tentaram ao longo de centenas de
anos decifrarem os códigos das possíveis causas para o sofrimento humano, mas,
até o momento, ninguém conseguiu chegar a um denominador comum. Acredito que o
que levou você a começar a ler este texto foi a curiosidade em saber a fórmula
para se evitar tamanha dor, os porquês de seus tantos sofrimentos. Quem nunca
sofreu? Quem já não viveu momentos tenebrosos? Uma coisa é certa, neste exato
momento, milhares e milhares de pessoas estão sofrendo por uma
infinidade de causas, o que poderia diferenciar uma das outras, seria a
intensidade da sua dor, dor esta que não está relacionada apenas ao corpo
físico, mas muitas vezes vai além, atingindo a sua alma e emoções.
Utopia de minha parte pensar que seria capaz
de explicar as causas para o sofrimento, a dor, a angústia e o
mais importante, imaginar que poderia oferecer a solução por tudo isto vivenciado
diuturnamente por grandes multidões, entretanto, sem querer me colocar em uma
posição proeminente aos profissionais da área, tais como: Médicos, terapeutas,
Líderes espirituais, filósofos, sociólogos e outros que estudaram mais a fundo
acerca do comportamento e fisiologia humanos. Gostaria de compartilhar alguns
pontos que possam ajudar àqueles que andam assolados pelo sofrimento sem
conseguirem enxergar uma saída.
Porque sofremos tanto? Seria algum tipo de
carma? Seria algo genético? Quem nunca se perguntou o porquê estar passando por
tamanha dor? Recentemente em um comercial de TV foi dito que o que move o mundo
não são as respostas, mas as perguntas.
Sem querer espiritualizar tudo, como muitos
fazem ao tratar deste assunto, quero voltar no tempo até encontrar o inicio de
tudo. Você sabia que o primeiro casal que pisou neste planeta viveu imune ao
sofrimento por um grande período de tempo? Sabia também que foi por um ato de
desobediência deles ao Criador que foi aberto o portal para a entrada do
sofrimento na vida humana, além de muitas outras terríveis implicações (Gênesis
3.16)?
Então já constatamos que o sofrimento não é
privilégio apenas de um grupo seleto. Toda a raça humana, sem exceção, foi
sentenciada a passar por estas amargas experiências a partir da entrada do
pecado no mundo, alguns com mais intensidade e por um período de tempo maior,
já outros nem tanto, certo é que se você não passou ainda por um momento de sofrimento,
algo que considero pouco provável, se prepare, pois um dia ele baterá a sua
porta de maneira inopinada, faz parte da vida na terra.
Já vimos que todos têm que aprender a lidar
com esta aflição, mas também não gostaria de ser tão simplista ao ponto de
colocar toda a culpa pelo sofrimento no pecado, pois ele foi apenas a porta de
entrada. Porque sofremos então? Seria Deus um carrasco, insensível, desprovido
de amor? Muitas são as razões para as aflições, inclusive a de não haver razão
alguma a não ser a de que já nascemos pecadores (Romanos 5. 17-20).
Muitas pessoas sofrem com um tipo de sofrimento
denominado, por mim mesmo, de “miragem do deserto”, ou seja, na verdade, não
existe causa alguma para a sua dor. São criações imaginárias da nossa mente que
mesmo sem causa levam milhares de pessoas aos consultórios terapêuticos, são as
chamadas doenças psicossomáticas.
É
normal vermos pessoas diante da dor e do sofrimento, de imediato tentando
colocar a culpa em Deus ou no diabo. Às vezes o sofrimento é simplesmente resultado
de nossas más escolhas, veio porque decidimos ir por um caminho errado, optamos
por fazer algo de maneira errada. O livro de Provérbios diz o seguinte: “Há um
caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.” (Provérbios
16.25).
Para alguns de nós, o sofrimento é a única
maneira que Deus tem para nos ensinar a vivermos melhor; para reconhecermos
quem somos verdadeiramente, pó; para arrancar de nós toda a altivez, arrogância
e presunção; para descermos as escadas da humildade. Todos nós aprendemos algo
depois de ter experimentado um grande momento de sofrimento; a tendência é
tornarmos mais humanos, altruístas e darmos mais valor a vida. É o tipo de
estágio de aprendizado que ninguém quer passar, mas se faz necessário para o
nosso crescimento.
Deus ao criar o mundo, Ele resolvera deixar por último a
sua verdadeira obra prima, o homem. Desde a sua criação este ser fantástico,
maravilhoso, misericordioso, amoroso, vem tentando a todo o custo atrair a
minha e a sua atenção e, infelizmente, muitas vezes, sem sucesso. Só nos
lembramos Dele para pedir alguma coisa; quando alguma coisa ruim acontece, logo
colocamos a culpa Nele; quando somos agraciados com belas coisas, nem sequer lhe
agradecemos, afinal de contas, fizemos por merecer, não é mesmo? Pelo amor que
este Deus tem por cada um de nós e devido à dureza do nosso coração, Ele
resolve utilizar o último remédio, amargo, ruim, mas será a sua última
investida para trazermos a sua presença. Ele permite que o sofrimento chegue até
nós. Como um pai que corrige rispidamente um filho por querer ver o seu bem no
futuro. (Hebreus 12.5-6).
Se você conseguiu chegar até aqui na leitura, deve estar
se perguntando: Cadê as soluções para o meu sofrimento? Qual a fórmula? Muita
gente de forma até irresponsável tem feito promessas infundadas para o homem se
livrar do sofrimento, utilizam um jargão atrativo e convincente, pelo menos
para os mais desesperados, “pare de
sofrer”.
Apesar de não existir uma fórmula mágica para nos
livrarmos do sofrimento, existem mecanismos que certamente nos ajudarão a
conviver com ele de forma mais amena e suportável. Primeiro, entender que o
sofrimento é algo inerente aos seres humanos, segundo, ter a consciência que
sempre haverá um aprendizado e terceiro, crer que existe um Deus nos céus que
nos ama muito e não ficará surdo ao clamor de um coração contrito.
Davi, um homem considerado segundo o coração de Deus,
escreveu um lindo texto baseado em suas experiências com o altíssimo: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte (sofrimento intenso), não temeria mal algum, pois Tu estás comigo, a tua
vara e o teu cajado me consolam” (Salmos 23.4). Deus não poupou a Davi de
passar por momentos de aflições, mas esteve presente a todo o momento com ele
oferecendo todo o suporte a fim de que conseguisse vencer, assim como também
faz com cada um de nós.
Destarte, quero concluir afirmando que no mundo todos
passaremos por aflições, mas devemos ter bom ânimo e enxergarmos, ainda que na
dor, que precisamos de Jesus bem pertinho de nós. Ele foi o único homem que
poderia ter optado por não experimentar o sofrimento, entretanto, preferiu
voluntariamente sofrer, e muito, ao ponto de ser crucificado numa cruz, para
nos libertar do sofrimento eterno, o inferno. Ele padeceu horrores, morreu, mas
ao terceiro dia ressuscitou e vive para sempre, assim também todos aqueles que
nele crerem poderão passar por sofrimentos, mas terão a garantia de
vida eterna, por tudo isto, afirmo: “PARE
DE SOFRER”. (João 16.33; I Coríntios 6.14; II Coríntios 4.14-18).
Soli Deo Glória
Juvenal Mariano de Oliveira Netto.
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