Recentemente um furacão categoria cinco atingiu
parte da América Central e o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, trazendo
pânico e causando morte e muita destruição. “Irma” foi o nome dado a este
terrível temporal, com ventos que ultrapassaram os 250 km/h. Pelos vídeos
divulgados nas redes sociais é possível imaginar os momentos de desespero que
aquelas pessoas passaram.
Milhares de pessoas pelo mundo afora são
assoladas diuturnamente por um tipo de tormenta ainda pior que o “Irma”. A
diferença é que esta não pode ser detectada pelos satélites; não chama tanto a
atenção da grande mídia; os estragos nem sempre são perceptíveis a olho nu;
diferente das usuais não tem hora certa para começar e muito menos para
terminar, pois estas podem ser previstas com antecedência e monitoradas.
No evangelho de Marcos é narrada uma grande
experiência vivida pelos discípulos de Jesus. Eles obedecendo a uma ordem do
Mestre entraram no barco rumo a Gadara e, subitamente, foram atingidos por uma grande
tempestade que os deixou em pânico (Mc 4.35). Alguns pontos devem ser
observados atentamente aqui. Primeiro, a maioria daqueles homens eram exímios pescadores
e acostumados a mares bravios e ventos fortes. Segundo, eles já tinham testemunhado
inúmeros milagres de Jesus e sabiam quem Ele era, logo, não havia motivo plausível
para tamanho desespero.
Enquanto o vendaval atingia aquele barco ao
ponto de pensarem que naufragariam, Jesus estava dormindo tranquilamente, ou
seja, as circunstâncias externas não eram capazes de tirar-lhe a tranquilidade.
Qual a diferença entre o comportamento de Jesus e o dos seus discípulos se
ambos estavam no mesmo barco? No caso dos discípulos, a tempestade atingiu em
cheio não apenas o barco, mas também os seus corações, deixando-os desesperados,
sem controle, com um medo exorbitante, dominados pelas emoções negativas,
apesar de todas as atenuantes.
As piores intempéries não são as externas, mas
as do coração que ditam o proceder de cada um em meio às turbulências da vida.
O mundo pode estar desabando sobre a sua cabeça, mas se a sua alma estiver em
paz, esta tempestade não passará de um pingo d’água. Por outro lado existem
pessoas a beira da loucura, apesar de estarem diante de um dia ensolarado e
tranquilo, pois a sua tormenta é interior e muitas vezes imaginária (Sl 109.22).
A boa notícia para quem vier a sofrer este tipo
de furacão é que Jesus tem poder para fazê-lo cessar (Mt 28.18). Quando Ele é
acordado pelos seus discípulos, intervém dando ordem ao mar e ao vento, fazendo
bonança (Mc 4.39). Jesus acalmou não apenas a tempestade que atingia o barco,
mas a que atingia o coração dos seus discípulos, fazendo-os confiar e descansar
naquele que tem todo o poder no céu e na terra (Mc 4.41). Existem momentos na
vida em que somente Ele pode acalmar as tempestades que se formam nas
profundezas de nossa alma (Sl 9.9, 35.17, 42.11, 46.1; Mt 11.28-30).
Deus abençoe a sua vida!
Juvenal Oliveira
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