Numa situação de guerra,
se você quiser vencer o inimigo, uma das primeiras coisas a fazer é conhecer as
suas vulnerabilidades. A humanidade tem enfrentado ao longo dos séculos uma
infinidade de conflitos, dos quais já foram vitimadas milhares e milhares de
pessoas. Além desses, existe ainda um ainda
mais danoso, permanente e invisível, que acontece sem que as pessoas se apercebam.
São seres espirituais já sentenciados ao inferno, os quais tem um único propósito
que é o de levar o máximo de pessoas com eles para esse lugar.
Desde o Éden, quando Eva e
Adão pecaram, uma enorme brecha foi aberta, mantida e transmitida para todas as
gerações futuras. A humanidade se tornou frágil, suscetível a toda sorte de
males. Temos dificuldade em fazer o bem, como Paulo disse com muita propriedade
(Rm 7.19). Somos inclinados a todo o tipo de comportamentos negativos, talvez,
seja por isso a necessidade de haver tantas leis regulamentares e disciplinares
em todas as sociedades.
Os nossos inimigos são seres
espirituais, poderosos e evoluídos. Sabem como nos atingir pelo simples fato de
nos conhecerem muito bem. Eles estão conscientes dos pontos mais frágeis que
cada um possui. Fazendo aqui uma ilustração, até mesmo o grande super-homem que
parecia imbatível. Voava, tinha visão além do alcance e etc., possuía uma
fragilidade. Ainda nessa linha de raciocínio, qual seria a kriptonita dos
humanos? Ou seja, quais seriam os seus pontos mais expostos?
Diria que dois aspectos se
destacam dentre as inúmeras fraquezas existentes nas pessoas, de maneira
indistinta. O apego ao dinheiro e, consequentemente, a tudo o que ele pode
oferecer, e o encanto pelo poder. Por esses dois atrativos já tive a amarga
experiência de ver coisas inacreditáveis. Familiares que se desentenderam e
nunca mais foram os mesmos, e, em alguns casos, chegaram até a cometer homicídio,
pela disputa da herança. Casais que se agridem e se separam sem ao menos pensarem
no destino de seus filhos; vivem como se fossem adversários e não parceiros,
numa disputa constante, onde só existem perdedores. As melhores e mais
admiráveis amizades já foram desfeitas por esses arqui-inimigos. Alguns são capazes de negar a própria fé,
mesmo conscientes de todas as consequências futuras. Uma vez ouvi certa pessoa
afirmar o seguinte: “não pergunte a alguém se ela será capaz de se corromper, e
sim qual será o seu preço?”. Confesso que já fiquei tentado em crer nessa
afirmativa! Pelo poder e pelo dinheiro as pessoas são capazes de trair, mentir,
subornar, enganar, difamar, maltratar, negar a fé e até mesmo matar. Poder e
dinheiro, essas são as duas iscas mais utilizadas pelos demônios, pois sabem
que muitos sucumbirão diante de tamanha tentação.
À vista disso, vem a
seguinte pergunta: o que fazer para não cair nessa cilada sagaz? Diria que a vigilância
constante e a dependência total de Deus (Mt 26.41). O apóstolo Paulo nos dá uma
dica quando diz o seguinte:
“Fui
crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e
se entregou por mim.” (Gl 2.20)
Juvenal Netto