sábado, 21 de março de 2020

À SEMELHANÇA DE MICAÍAS


Vivemos um tempo em que ninguém admite ser contrariado. Prova dessa realidade foi o surgimento de uma série de palavras, como, por exemplo, homofobia e feminicídio. O verdadeiro significado da primeira palavra, sumariamente falando, é de alguém que agride física ou moralmente uma pessoa por ela se declarar homossexual, no entanto, na prática, basta você se posicionar contra tal comportamento que já é tachado como homofóbico, sujeito, inclusive, a processos judiciais.
Como deve ser o posicionamento da igreja cristã diante de uma realidade como esta, onde as pessoas não admitem que se toque na sua ferida? Talvez o testemunho de um profeta pouco conhecido possa nos ajudar muito em meio a estes desafios que enfrentamos na atualidade. Josafá, rei de Judá, foi procurar a Acabe rei de Israel, para fazerem uma aliança. Fazendo aqui um pequeno parêntese. Josafá temia e servia a Deus, diferente de Acabe que adorava a outros deuses. Fazer acordos e alianças com ímpios nunca foi e jamais será uma boa atitude. Eles queriam se unir para irem à guerra contra um inimigo em comum, os sírios, e Josafá sugeriu que primeiramente consultassem a Deus para saber se essa era a sua vontade (1Rs 22.4-28; 2Cr 18.3-27). Acabe, reuniu os “seus” quatrocentos profetas que a uma disseram que eles poderiam ir porque Deus lhes daria a vitória. Não satisfeito ainda, Josafá perguntou para Acabe se havia mais algum profeta de Jeová o qual pudessem consultar. Foi então que Acabe, mesmo contra a sua vontade, mandou chamar o profeta Micaías. Inicialmente, em um tom irônico, Micaías disse a mesma coisa que os demais profetas, mas, eles perceberam e insistiram para que ele falasse o que Deus havia lhe revelado. Foi então que ele relatou não apenas a derrota, mas, também a morte do rei Acabe. Foi esbofeteado e colocado no cárcere por ter sido fiel à palavra que o Senhor colocou em seus lábios, entretanto, tudo se cumpriu conforme tudo o que ele havia previsto.
Ainda que exista uma multidão agindo como aqueles falsos profetas, dizendo para todas as pessoas que elas estão agradando a Deus mesmo vivendo em pecado e que serão vitoriosas no futuro. A igreja de Cristo deve permanecer fiel à sua palavra. Praticamente todos os profetas do passado foram perseguidos e mortos simplesmente por falarem a verdade; por serem fiéis na transmissão da mensagem de Deus para os homens. Nada mudou, não pensemos que hoje será diferente. O ministério profético nos dias atuais é de responsabilidade da igreja. Ela tem a palavra da verdade nas mãos e deve transmiti-la com fidelidade, ainda que seja perseguida e maltratada por isso.
 Portanto, que o testemunho do profeta Micaías, indo de encontro a uma grande maioria de falsos profetas que queriam apenas agradar aos homens, possa impactar as nossas vidas de tal forma que não arredemos os nossos pés da árdua missão de proclamar o evangelho de Cristo Jesus, com amor, sim, mas com fidelidade.
Juvenal Netto