O sincretismo religioso e o relativismo crescem
neste país na mesma proporção que a igreja reformada, talvez numa tentativa dos
poderes das trevas em tentar trazer desestabilidade ou banalizar a fé como se
todas as religiões fossem iguais. Como esta luta não acontece no mundo visível,
a igreja precisa lançar mão de armas espirituais a fim de combater com eficácia os seus
opositores.
O apóstolo Paulo escrevendo a igreja de Corinto
fala sobre as capacitações disponíveis pelo próprio Deus para equipar a sua
igreja com ferramentas apropriadas e, assim poder torna-la mais bem preparada
para cumprir a sua missão e enfrentar os seus inimigos no decorrer dos séculos
até a volta do Senhor Jesus. Ele termina o capítulo doze encorajando os irmãos
a buscarem com zelo os melhores dons, como se ele quisesse transmitir a
seguinte mensagem: – Antes de saírem para o combate, deem uma passada no paiol
de armamento e escolham armas apropriadas. Aquelas que lhes proporcione maior
segurança e as melhores condições de vencer o inimigo.
Uma dessas armas é o discernimento de espírito e
Paulo entendia muito bem quanto a sua importância para os cristãos (I Co 12.10).
Conjecturando, quem sabe neste momento a sua mente não o tivesse conduzido a
uma experiência vivida durante a sua segunda viagem missionária, na região da Macedônia.
Paulo, Silas e mais alguns discípulos na cidade de Filipos se encontraram com
uma jovem anônima que possuía um espírito de adivinhação (At 16.16-18). E, por
incrível que pareça, ela afirmava categoricamente que eles eram servos do Deus
altíssimo e que anunciavam o caminho da salvação, ou seja, aparentemente não
havia nada de errado com ela. O espírito que atuava nela era tão astuto e sutil
que nem mesmo Paulo foi capaz de discerni-lo de imediato. Somente depois de
alguns dias é que ele consegue identificar que aquela mulher não estava “sozinha”.
Ele repreende aquele demônio que tentava atrapalhar a missão deles de pregar o
evangelho naquela cidade. Pelo poder do nome de Jesus o espírito imundo se retirou imediatamente
do corpo dela.
Quantos espíritos como aquele que atuava na vida
daquela jovem não continuam agindo no meio dos cristãos e até dentro dos
templos “evangélicos” no presente século? Tentando da mesma forma nos tirar do
foco, que é pregar o evangelho a todo tempo. Tem uma aparência piedosa e
utilizam palavras agradáveis. Quem sabe até nos elogiem também. Quantos
espíritos desses não tem passado desapercebidos por crentes fiéis, mas que são
extremamente ingênuos e desprovidos de discernimento espiritual. Os danos que
eles causam a igreja é incalculável, pois lançam contendas, intrigas e o pior,
tentam sutilmente descredibilizar a Bíblia afirmando que somente ela não é o
bastante; colocando dúvidas quanto a sua inspiração, não estão sorrateiramente
tentando banalizar o pecado e o seu poder avassalador na vida dos homens.
Por isto, é mister que a igreja contemporânea esteja
vigilante porque o diabo é capaz de se mostrar até mesmo como um anjo de luz a
fim de enganar o maior número de pessoas (II Co 11.14). Como as coisas
espirituais somente se discernem espiritualmente, todos nós só estaremos
capacitados a distinguir estes espíritos e, assim poder neutraliza-los pela
autoridade que nos foi outorgada por Jesus, na medida em que buscarmos mais
ardentemente a face de Deus (I Co 2.14; Ef 6.10-18). Ele tem um caminho sobremodo
excelente para cada um de nós a fim de podermos cumprir integralmente a nossa missão (I Co 12.31b).
Juvenal Netto