segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

MENSAGEM DE FIM DE ANO (2020-2021)

 


O simples fato de estar tendo o ensejo de ler essa mensagem é motivo suficiente para conseguir enxergar algo positivo em meio a um ano inusitado, dominado por noticiários ruins e previsões apocalípticas. Muitas pessoas já no início do segundo semestre, afirmavam, contundentemente, que ao chegarem no final dele, não haveria nenhuma razão para celebrações. Será que elas acertaram em seus diagnósticos tão precoces?

Muitas famílias sofreram a perda de um integrante e isso realmente é algo muito triste e lamentável. Os humanos não estão e nunca estarão preparados para encarar a realidade nua e crua da morte, entretanto, houve uma grande manipulação quanto a informação por parte da grande mídia em relação às vítimas com a finalidade de causar pânico na população e aumentar a sua audiência. Tudo isso com o apoio ditatorial do Supremo Tribunal Federal (STF) e alguns políticos inescrupulosos que viram no momento a grande oportunidade para usurpar ainda mais. Imaginem, todas as compras sendo realizadas sem licitação, ou seja, uma verdadeira farra com o nosso dinheiro suado. Muitos hospitais de Campanha foram montados e desmontados com o número ínfimo de pacientes, enquanto o, então, Ministro da Saúde, Dr. Mandetta, dizia para a população ficar em casa e só procurar atendimento médico quando sentisse falta de ar.  De acordo com dados obtidos no site “https://transparencia.registrocivil.org.br/registros”, o número de óbitos no país vem aumentando gradativamente nos últimos anos. Acreditamos que seja em virtude do aumento da população. O que nos chama a atenção é que no ano de 2016 tivemos um aumento de 12,4% e em 2018 de 11,8%, enquanto em 2020 de apenas 10,6%.  Esses dados provam que o percentual do número de mortos se comparados com o ano anterior, referentes aos anos de 2016 e 2018 foram maiores que os do ano atual. Reforçando a ideia de que a intenção aqui não é menosprezar a gravidade do problema, muito menos desdenhar do sofrimento alheio, mas, comprovar através de dados oficiais que estão tentando nos manipular, nos amedrontar para, então, nos dominar.  Nossa liberdade vem sendo colocada a prova todos os dias e há quem diga que tudo isso faz parte de um grande plano arquitetado meticulosamente por globalistas, intitulado de “a nova ordem mundial”, enquanto, outros julgam que tudo não passa de mais uma “teoria da conspiração”. Fato é que muitas coisas estranhas vêm acontecendo no decorrer desse ano, e, mais do que nunca, precisamos estar atentos. Um excelente momento para relembrar a eminente frase do irlandês John Philpot Curran (1750—1817): “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.

O grande desafio é manter um olhar otimista mesmo quando todos os poderes parecem conspirar contrariamente. Precisa-se enfatizar que o número de curados foi incomparavelmente maior ao daqueles que sucumbiram, principalmente, pelo fato que muitos morreram com e não pelo COVID-19; sem contar aqueles que morreram por outras causas e foram diagnosticados fraudulentamente por esse mesmo motivo. Mesmo aumentando a dívida que poderá acarretar sacrifícios futuros para todos os cidadãos brasileiros, o auxílio emergencial pode suprir as necessidades básicas de milhares de pessoas. Todos os países tiveram que lidar com o problema, mas, graças a Deus, o Brasil tem se saído muito bem, se o compararmos com as maiores economias do mundo. Alguns itens da cesta básica aumentaram consideravelmente de preço, é verdade, no entanto, não houve desabastecimento, algo que era temido por todos, logo no início da crise.

Muitos templos tiveram que fechar as suas portas ou restringir pela metade o acesso de seus fiéis, entretanto, nunca se propagou tanto o evangelho como nesses dias, através das redes sociais e transmissões dos cultos ao vivo, ou seja, a igreja continuou pregando fervorosamente as boas novas e teve muita gente sendo alcançada pela graça de Deus em sua própria residência.

Se a quarentena imposta gerou ansiedade e depressão em alguns, por outro lado, possibilitou a muitas famílias permanecerem reunidas por longos períodos, algo que já não era mais possível pela correria do mundo pós-moderno. Outro fator positivo no seio familiar foi a necessidade de superproteger os mais idosos, uma oportunidade ímpar de corrigir erros do passado e reacender a chama do amor que vem sendo apagada gradativamente no âmbito familiar. Os pais tiveram a oportunidade de reassumir a responsabilidade quanto a educação de seus filhos, ao invés de transferi-la para os professores. Quem sabe não revejam seus conceitos para o futuro quanto a esse aspecto?

A instabilidade fez estremecer as colunas que sustentam as nossas vidas. Um momento muito propício para reavaliarmos nossos conceitos. Muitos ricos sofreram igualmente aos pobres e nem mesmo com toda a sua fortuna e os melhores planos de saúde, ainda assim, nada disso foi capaz de poupar-lhes a angústia, nivelando a todos, indistintamente.

Quando debruçamos nos livros para estudar a história das civilizações, nos deparamos com superações fantásticas. Comunidades que experimentaram o caos e que, ao invés de se curvarem diante dele, o utilizaram como estimulante para se reerguerem e saírem ainda mais fortes. Um exemplo clássico desse fato foi o que aconteceu com o Japão após ter sido atingido por duas bombas atômicas e hoje ocupa o terceiro lugar na economia mundial. Diante de tudo que passamos neste ano temos uma escolha a fazer: ficarmos olhando para o passado, nos lamentando como um cão que lambe as suas feridas ou seguirmos adiante dispostos a recuperar tudo aquilo que porventura tenhamos perdido. O mundo será outro pós-2020, independentemente, se o que aconteceu foi planejado ou não.

Desse modo, chegamos à conclusão de que apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas, saímos vitoriosos mais uma vez. Convido vocês neste período apropriado a olharem para 2021 como alguém que tem na mesa muitas folhas de papel em branco, um lápis e uma borracha. Essas folhas em branco simbolizam a minha e a sua vida. O primeiro passo é não esquecermos de quem nos proporcionou os meios e tornou tudo isso possível ao manter o nosso fôlego de vida até aqui; aquele que é poderoso para nos conduzir em triunfo e possui os melhores planos e soluções, desde que estejamos dispostos a lhe ouvir e obedecer. Outro ponto a ser observado é compreender que o lápis estará em nossas mãos, ou seja, não devemos criar expectativas nos outros, pois, somos os verdadeiros autores dessas narrativas. Por último, não devemos esquecer que teremos sempre uma borracha a nossa disposição; uma ferramenta valiosíssima a qual servirá para apagar os nossos erros, desde que haja arrependimento, e, nos possibilitará a hipótese de reescrever a nossa trajetória.

 

Que Deus lhe abençoe tremendamente neste ano de 2021!

São os sinceros votos de Juvenal Netto e família.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

NATAL: TRAZENDO A MEMÓRIA O QUE PODE NOS TRAZER ESPERANÇA

 


As circunstâncias mais difíceis da vida minam a esperança, roubam a alegria e faz muita gente desistir de seus sonhos. Como manter o otimismo e a perseverança em meio a tantas notícias ruins e perspectivas ainda piores para o futuro? Convido a todos vocês voltarem os olhos para Israel, considerada a nação escolhida por Deus e de onde surgiu aquele que mudaria para sempre a história da humanidade (2Cr 6.6).

O que mantinha a chama da esperança viva no coração dessa gente tão sofrida, era a promessa do próprio Deus de enviar um libertador (Mq 5.2). Alguém ainda mais poderoso do que o grande rei Davi. Um líder capaz de trazer a paz definitiva e conduzir a nação rumo a prosperidade e manter o domínio supremo sobre todos os seus algozes. Para tanto, o Senhor dos Exércitos, o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó, lançava mão dos seus profetas para se comunicar com o povo e reafirmar os seus propósitos. Uma forma de mostrar-lhes que tudo estava sobre o seu domínio e que na hora certa, ele interviria favoravelmente. Esse diálogo constante do Eterno para com Israel funcionava como uma espécie de combustível, capaz de faze-los suportar as piores crises e não desistirem nunca.  Entretanto, chega o momento em que Deus simplesmente se cala. São quatrocentos anos de silêncio! Quanta dúvida deve ter pairado sobre eles? Será que Deus se esqueceu de nós? Porventura, seria tudo fruto de nossa imaginação e que, na verdade, ele nunca existiu? Eles tiveram motivos suficientes para hesitar, mas, o Senhor dissipa, de uma vez por todas, a insegurança ao comissionar o anjo Gabriel de modo a informar Maria quanto a sua decisão em escolhê-la como seu instrumento para dar à luz ao Salvador (Lc 1.30-33).

O nascimento de Jesus não é simplesmente o cumprimento de uma profecia voltada exclusivamente para o povo judeu, muito menos a chegada de mais um profeta ou alguém com poderes sobrenaturais que arrastaria multidões. É a manifestação do maior ato de amor que o gênero humano já experimentou. A ação de um Deus determinado em resgatar a todos, indistintamente, chegando ao ponto de abrir mão, ainda que de forma temporária, de seu trono de glória para se vestir de homem, como nós, sujeito aos mesmos sentimentos, dores e tentações e estabelecer uma nova e eterna aliança. 

Portanto, quando olharmos para a manjedoura devemos condicionar nossa mente a compreender o seu sublime significado. Deus está no controle de todas as coisas e cumpre as suas promessas (1Jo 2.25). Ele deu provas de seu magnânimo amor pelas pessoas enviando o seu unigênito para morrer em nosso lugar e ainda nos presenteou com o seu Espírito, chamado “o Consolador”, para habitar em nós e nos ajudar a vencer (Rm 5.8; Jo 14.16). Quitou nossa dívida e tornou possível o sonho de estarmos com ele um dia no paraíso (Hb 7.26-28).  Quando entendemos essas verdades, nada e ninguém conseguirá arrancar essa confiança inabalável que possuímos em Cristo. Isto é NATAL!

Que Deus esteja abençoando toda a sua casa neste Natal. Boas festas!!

Juvenal Netto e família

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XIV

 


O ano de 2020 ficará marcado na história pelo surgimento de uma pandemia que abalou as estruturas de todos os habitantes deste planeta. O que parecia exclusividade de cenas de filmes de terror, se tornou realidade diante da perplexidade, medo e incertezas, vividos pelas grandes massas. Quanta gente não foi atingida ao ponto de entrar em desespero! Nessas horas, a tendência natural do ser humano é buscar socorro em algum lugar ou pessoa, mas, nem sempre ele conseguirá uma resposta profícua como foi o caso de um homem que estava com o seu filho muito doente (Mc 9.14-29).

Marcos descreve o dilema vivido por um pai cujo filho, único, era constantemente assolado por um espírito maligno o qual o lançava no chão, fazendo-o espumar e ranger os dentes. De acordo com o relato do próprio pai, ele chegava a se lançar no fogo e na água, ou seja, sua vida era colocada em risco usualmente. Um problema crônico que trazia dor e sofrimento tanto para o garoto, como também para toda a família, ao vê-lo daquela forma. Acredita-se que pela frequência desses ataques e pelo tempo convivendo com esses inconvenientes, pois a origem se deu ainda na sua infância, os seus pais já deviam ter batido em muitas portas à procura de ajuda. Dessa vez esse homem resolveu procurar os discípulos de Jesus na esperança de que pudessem curá-lo, afinal de contas a fama de milagres operados pelo seu Mestre se propagavam por toda aquela região. O resultado foi decepcionante tendo em vista que apesar de todo o aprendizado e a experiência adquirida não foi suficiente para expulsarem o espírito que oprimia mais uma vez o menino. Jesus chega no local e se depara com um tremendo alvoroço causado principalmente pelo fracasso dos seus discípulos em meio a questionamentos por parte dos escribas. O pai do menino se aproxima de Jesus e conta de forma detalhada o que se passava com o seu filho e como tentara mais uma vez libertá-lo, procurando os seus discípulos. Ele foi muito franco ao dizer que depois de inúmeras tentativas fracassadas, sua fé havia se esvaído e chega a usar um termo que incomodou sobremaneira o Mestre: “—... se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos (Mc 9.22b).” Jesus lhes disse: “Se podes! Tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).” Repreendeu aquele espírito surdo-mudo e libertou o menino para sempre.

Muitas pessoas fracassam quando buscam a solução para o seu transtorno na pessoa errada. Outros até sabem onde buscar, mas, se sentem indignas e optam por um possível intermediário, utilizando um atalho assim como fez aquele pai. Deus abomina o pecado, não obstante, o seu amor pelo pecador é incondicional e ele estará sempre com os seus ouvidos atentos ao seu clamor (Is 1.18, 59.1). Na carta aos Hebreus, o autor afirma que todo aquele que se aproxima do Senhor deve crer que ele existe e não apenas isso, mas, que se torna premiador daqueles que o buscam (Hb 11.6). A outra lição que aprendemos com esse encontro é que devemos ser sempre sinceros. Ele confessou sua incredulidade. É como se quisesse dizer para Jesus que se dependesse do tamanho de sua fé, exclusivamente, retornaria para casa com o seu filho enfermo e apela para a sua misericórdia. Ele conseguiu tocar o coração do Mestre e foi vitorioso! Quem sabe não experimentemos também um milagre como esse?

Juvenal Netto

domingo, 6 de dezembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XIII

 


Há uma frase de um pensador chamado Gilmar de Freitas Vasconcelos a qual nos chama muito a atenção e ela diz o seguinte: “Nada é tão bom que não possa ser melhorado, qualquer um de nós está sempre em aprendizado. Quando achamos que já sabemos tudo é o sinal que nem começamos a aprender o básico, HUMILDADE”. Não conheço o autor, mas, essa frase se encaixa perfeitamente com o perfil de um personagem descrito por Lucas quando decidiu buscar a ajuda de Jesus pela situação crítica de saúde em que se encontrava sua filha de doze anos (Lc 8. 40-56). 

Jairo exercia a função de chefe de uma sinagoga, um lugar reservado pelos judeus para se reunirem com a finalidade de estudar a Torá e prestar culto a Deus. Por certo, conhecia muito bem as Escrituras e seguia rigorosamente os preceitos da lei mosaica. Para chegar à posição de líder, devia dar um bom testemunho de fé diante da comunidade de judaizantes. Tendo em vista que a maioria dos fariseus considerava Jesus um impostor, para ele, como um de seus líderes, tomar a iniciativa de procura-lo publicamente, seria, no mínimo, colocar em xeque toda a sua devoção, liderança e imagem. Jairo estava diante de um grande dilema: correr esse risco e tentar salvar a vida de sua filha ou permanecer com o seu ‘status’ de líder religioso exemplar e perde-la para sempre. Ele decide ir ao encontro de Jesus, deixando sua filha em casa num estado gravíssimo. Havia uma grande multidão em volta do Mestre a qual impedia a sua aproximação. Nesse intervalo de tempo, chega alguém e lhe dá uma triste notícia: “— Tua filha já está morta, não importunes mais o Mestre”. Disseram para ele. Jesus, ouvindo a conversa, resolveu intervir dizendo: “Não temas, crê somente, e ela será salva.” (Lc 8.49-50)

Esse homem nos ensina que vale a pena ir ao encontro de Jesus, ainda que seja necessário colocar a própria reputação em jogo. Quantas pessoas não estão precisando da ajuda de Cristo, assim como ele, mas, existem verdadeiras “muralhas” que os impedem?  — O que vão pensar de mim? Serei chamado de fanático, fundamentalista e até mesmo de lunático. Aquele chefe de sinagoga arriscou tudo e não se arrependeu, pois, Jesus viu a sua aflição, se comoveu e foi a sua casa, ressuscitando a sua pequenina. Milhares de testemunhas se unirão a esse religioso, como o som de um grande coral, afirmando, categoricamente: vale a pena arriscar tudo por Jesus!

Com todo o respeito aos profissionais das mais variadas áreas, mas, apesar do vosso conhecimento, experiência e capacidade cognitiva, a última palavra jamais será dos senhores. A palavra humana para aquele pai aflito foi no sentido de desistir, pois, a batalha estaria perdida.  Sempre surgirão vozes nos aconselhando a desistir. Jesus lhes ensina que a partir do instante que Ele decide agir, ninguém poderá impedi-lo.  

Infelizmente, além dos incrédulos, existia ali uma terceira categoria, a dos zombadores. Quando Jesus adentrou a casa de Jairo havia um grupo de pessoas as quais velavam o corpo. Ele disse que a menina estaria apenas dormindo e a reação deles foi começarem a rir. Gente com o coração totalmente cauterizado, insensível a qualquer sinal a ser emitido por Deus.  Hoje, continuam rindo e debochando, mas, no final será choro e ranger de dentes (Mt 13.50). Que encontro revelador!

Juvenal Netto

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XII

 


O gênio da física, Albert Einstein, chegou a seguinte conclusão em relação à criação do mundo: “Todo aquele que se dedica ao estudo da ciência chega a convencer-se de que nas leis do universo se manifesta um Espírito sumamente superior ao do homem, e perante o qual nós, com os nossos poderes limitados, devemos humilhar-nos.” — Não precisamos ter um “QI” elevado, como o desse alemão, para acreditarmos que existe um ser supremo, o qual rege todas as galáxias, mas, a grande questão a se pensar seria o quanto estamos próximos ou distantes dEle. Ressaltando, que compete ao homem tomar a iniciativa para estabelecer esse contato, até porque o Eterno é onipresente e autossuficiente. Será mencionado nesse episódio a história de uma pessoa que decidiu encurtar esse distanciamento e alcançou a graça divina causando perplexidade até mesmo nos religiosos da época (Lc 7.3 (Lc 7.36-50).

No relacionamento com Deus, existem aqueles que parecem estar perto, mantendo distância, enquanto há outros muito distantes, os quais se tornaram muito mais próximos. É exatamente essa realidade que o doutor Lucas descreve quando certa feita Jesus aceitou um convite de um fariseu (membro de uma ramificação religiosa do judaísmo) para jantar em sua casa. No momento em que Ele se assenta a mesa, chega uma prostituta e se humilha diante dEle. Suas lágrimas lhe banham os pés e ela os enxuga com os seus cabelos, ao mesmo tempo em que derrama sobre ele um vidro de perfume. O fariseu fica incomodado com a conduta daquela mulher, e pensa: se este homem fosse realmente quem diz ser, não permitiria tal atrevimento por parte de uma pessoa tão pecadora. O seu raciocínio não estava totalmente errado, afinal de contas, tais práticas, como, por exemplo, a prostituição, adotadas por essa mulher, são abomináveis aos olhos de Deus. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, decidiu fazer uma ilustração de modo a poder lhe explicar o que estaria acontecendo. Para isso, conta uma história sobre certo credor, o qual perdoou a dívida de dois devedores, sendo que um devia dez vezes mais do que o outro. Ele pergunta para o fariseu qual dos dois amava mais aquele credor, ao que lhe respondeu, imediatamente, suponho que ao que mais lhe perdoou. Baseado na própria conclusão do fariseu, o Mestre se volta para a mulher e ressalta todo o seu proceder para com ele em contraponto com a do anfitrião. Um contraste enorme das atitudes daquela “pecadora” com a indiferença e frieza do “religioso”.

Jesus não estava sendo conivente com os pecados cometidos por ela. Entretanto, como Deus, conseguiu penetrar nas entranhas da sua alma e percebeu um verdadeiro arrependimento que se exteriorizou em gestos de humilhação, súplica e, acima de tudo, adoração, os quais atraíram, sobremaneira, sua atenção. Já o fariseu que se achava tão merecedor, digno, santo, não foi capaz de perceber que estava diante do “Rei dos reis e Senhor dos senhores” e, consequentemente, não lhe concedeu a honra devida (Ap 19.16).

Em vista disso, chegamos à conclusão de que Deus não está muito interessado com o nosso passado, com o tamanho do pecado que já cometemos e sim com o presente, através de um arrependimento genuíno e constante, bem como do nosso futuro, por intermédio de uma decisão sincera de lhe servirmos incondicionalmente. Outro aprendizado durante esse encontro é para aqueles que se consideram muito justos e numa posição superior à dos demais pecadores; se sentem merecedores das bênçãos divinas e menosprezam a graça e a misericórdia do Pai. A Bíblia afirma que não há um justo sequer sobre a terra, ou seja, todos carecem da ação reconciliadora de Cristo (Rm 3.10, 23). Suas palavras finais foram: mulher, os seus pecados são perdoados; a tua fé te salvou; vai-te em paz.  Que encontro inimaginário! Ele pode indicar também que teremos muitas surpresas ao chegarmos no céu.

 Juvenal Netto

sábado, 14 de novembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE XI

 



Chega a ser assustador o número de pessoas no mundo inteiro aprisionadas por alguma compulsão ou circunstâncias específicas, normalmente, atraídas por uma falsa sensação de prazer e felicidade momentâneos. Elas acabam se transformando em potenciais atores, tipo aqueles em séries e filmes de zumbis, com a única diferença de fazerem parte do mundo real. Algumas estão presas a substâncias lícitas e ilícitas, outras, as jogatinas de todas as espécies que transcende ao puro desejo de enriquecer, e, ainda, há aquelas escravizadas por outros vícios e até mesmo relacionamentos desajustados. Uma realidade que leva sutilmente essas pessoas ao precipício sem que se apercebam e quando a ficha cai, o retrocesso tornou-se ainda mais desafiador. Muitas delas acabam adentrando num processo de colisão cujo fim, lamentavelmente, é a morte. Quanto mais se afundam nessas situações, mais necessitam de um poder sobrenatural para libertá-las. Um longo processo pelo qual envolve fé, determinação, arrependimento e, algumas vezes, a ajuda terapêutica. Não temos dúvidas de que existe um ser por trás de tudo isso cujo papel é destruir o maior número de humanos e ele se chama Satanás. No passado, ele costumava se apresentar com uma aparência assustadora, usando uma tonalidade de voz de arrepiar os cabelos como aquelas dos filmes de terror, mas, nesses dias, mudou a sua estratégia. Vem se mostrando como se fosse um bom amigo; com uma boa imagem; inofensivo, cujo objetivo dissimulado seria apenas o de tornar a vida das pessoas mais prazerosas. Aqui nós mencionaremos o encontro de Jesus com um homem que havia perdido sua identidade, cuja vida era dominada por espíritos malignos. Um indivíduo sem qualquer esperança, sentenciado a terminar os seus dias miseravelmente (Mt 8.28-33; Mc 5.1-14 e Lc 8.26-34).

A Bíblia não informa o seu nome. Somente relata que ele era duma cidade chamada Gadara. Vivia nos sepulcros, gritando dia e noite e arrancando suas roupas. Foram várias as tentativas de prendê-lo, talvez, por medo de que acabasse ferindo outros moradores na cidade, entretanto, nenhuma corda ou corrente era capaz de detê-lo. Aos olhos de uma pessoa desprovida de discernimento, seria apenas o caso de mais um esquizofrênico que precisaria da aplicação de um “sossega leão” e ser internado num hospício mais próximo. Todavia, esse não era o seu dilema e sim a possessão por uma legião de demônios que resolveu assumir o controle de sua vida.

Jesus entra na cidade e o endemoniado vem de imediato ao seu encontro. Aqueles seis mil demônios não ousaram sequer esboçar qualquer reação diante daquele que detém todo o poder no universo, o qual lhes determinou que saíssem, imediatamente, do corpo daquele pobre homem.

A Bíblia diz que Satanás se rebelou contra Deus nos céus e arrastou a terça parte dos anjos, sendo lançados na terra (Ap 12.4). Esses seres são os responsáveis por grande parte dos males que assolam a humanidade, por isso, as Escrituras afirmam que eles vieram para matar, roubar e destruir (Jo 10.10). No entanto, a boa notícia é que nenhum deles é páreo para o nosso Jesus. Ele os venceu de uma vez por todas na cruz do calvário, sentenciando-os a condenação eterna a qual se consumará depois que todos forem julgados por ocasião do juízo final.

Isto posto, se você conhece alguém com uma história de vida semelhante a desse senhor, a incentive ir também ao encontro de Cristo (Mt 11.28-30). A sua autoridade continua inabalável diante de quaisquer circunstâncias que possam oprimir a menina dos seus olhos, isto é, toda a criação (Mt 28.18; Jo 8.36; 1Jo 3.8b). Ele veio para libertar os cativos!

 Juvenal Netto


sábado, 7 de novembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE X

 


Não é habitual nos seres humanos se sentirem confortáveis em depender da ajuda do outro, muito pelo contrário, o que não falta é lamento quando eles se veem nesta condição, em especial, aqueles mais altivos. Aqui nós descreveremos como a ajuda de alguns amigos foi substancial para o restabelecimento da saúde de um homem cuja enfermidade era incurável (Mt 9.1-8; Mc 2.1-12; Lc 5.17-26).

Os evangelhos sinóticos citam um fato ocorrido no momento em que Jesus pregava em casa, na cidade de Cafarnaum. Um grupo expressivo de pessoas ficou sabendo acerca da sua estadia ali e partiu para o local. A casa ficou tão cheia que não restava mais espaço para a entrada de mais ninguém, pois, até junto as portas de entrada estava ocupado. Nesse exato momento chegaram quatro homens conduzindo um paralítico numa cama. Eles acreditavam que se conseguissem chegar até Jesus, o seu amigo seria curado. Como não havia mais espaço em volta da casa, subiram no telhado e desceram a cama através de um buraco. Jesus fica admirado com tamanha demonstração de fé daqueles homens e disse: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2.5).

Nesse episódio, Jesus deixa muito claro sobre qual seria a sua missão na terra. Salvar os perdidos, pois, a única coisa que pode nos separar de Deus são os nossos pecados (Is 59.2). Para alguém que tem plenos poderes, qual seria a ação imediata diante de um homem que não conseguia sequer ficar de pé? Seria, provavelmente, essa: — Filho, levante-se, a sua fé te curou. Para Jesus, a cura da sua alma era muito mais importante do que a cura física, por mais grave e dolorosa que pudesse ser, pois, aquela lhe concederia a oportunidade de vencer a morte.  Alguns escribas ali presentes o censuraram, apenas no pensamento, pois, não criam que Ele era Deus. Para aqueles que duvidaram e ainda duvidam até hoje sobre a divindade de Jesus, ao identificar os seus pensamentos, deu provas da sua onisciência, um dos atributos incomunicáveis de Deus. Para que saibam que o Filho do Homem tem autoridade (gr - exousia) não apenas para perdoar pecados, mas, para curar, disse ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para a sua casa” (Mc 2.11). Ele se levantou imediatamente e todos ficaram estupefatos.

Que experiência vivenciaram aqueles cinco homens! Os quatro amigos foram tremendamente abençoados, pois, tiveram o grande privilégio de serem instrumentos nas mãos do Eterno para transformação de uma vida. Ao mesmo tempo, em que testificaram sobre a autoridade de Jesus e sua divindade. O texto não fala sobre o que teria acontecido com eles depois dessa experiência tão marcante, mas, pode-se afirmar que tiveram ao seu alcance o mesmo benefício quanto a possibilidade de salvação individual. Já o paralítico anônimo, foi triplamente abençoado. O seu problema, que, a princípio, só serviria para trazer incômodo aos outros, se tornou um canal para que quatro homens experimentassem a graça divina. Só Deus faz essas coisas, transforma o caos em um oásis. Segundo, teve a sua vida na terra restaurada e pode usufruir de tudo aquilo que a sua enfermidade, até então, lhe furtava. Enfim, em terceiro lugar, recebeu no pacote, a maior de todas as bênçãos, a cura de sua alma. Os seus pecados estão perdoados, garantiu-lhe Jesus. Sendo assim, o seu nome naquele momento foi escrito no Livro da Vida (At 3.19; Ap 3.5). O seu passaporte para o céu acabara de ser carimbado. Glória a Deus!

Juvenal Netto

sábado, 31 de outubro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE IX

 


Nesse tempo de pandemia muitas pessoas passaram pela amarga experiência de serem obrigadas a ficar em quarentena por terem contraído o coronavírus. Algumas delas distantes até mesmo de pessoas da sua própria casa. Neste artigo iremos contar a história de um homem que vivia numa quarentena infinita até o dia em que teve um encontro com o “Médico dos médicos”, chamado Jesus de Nazaré (Mt 8.1-4; Mc 1.40-45 e Lc 5.12-16).

O evangelho, segundo Marcos, narra o modo como Jesus ficou profundamente compadecido diante de um homem prostrado aos seus pés o qual lhe suplicava pela cura de sua lepra, uma doença altamente contagiosa e incurável que difere da que nós conhecemos hoje como hanseníase. O que impressionou sobremaneira o Senhor, além de seu estado de humilhação, foi a sua postura de fé: “— Se quiseres, pode purificar-me” (Mc 1.40). Aquele leproso em nenhum momento questionou se Jesus tinha ou não poder para curá-lo, isto é, condicionou seu restabelecimento apenas a pré-disposição do Mestre em atender-lhe a súplica. Sua atitude nos remete a carta escrita aos Hebreus a qual enfatiza que sem fé é impossível agradar a Deus, pois, é necessário que aquele que se aproxima dEle creia que ele existe e que se torna premiador dos que o buscam (Hb 11.6).

O leproso pede para ser purificado e não curado, talvez, pelo fato dos hebreus acreditarem que a lepra estaria correlacionada ao pecado. Independente dessa concepção judaica, fato é que existem algumas características que os tornam semelhantes. Ambos causam separação e distanciamento; seus efeitos criam deformidades e são terrivelmente mortais (Rm 6.23; Ef 2.12-19).

Não conhecemos maiores detalhes sobre a vida pregressa desse homem, mas, levando-se em conta todos os protocolos adotados pela comunidade para impedir o contágio da doença, pode-se chegar a algumas conclusões.  Esse indivíduo, bem como, as demais pessoas atingidas pela lepra, viviam miseravelmente, independentemente, de seu poder aquisitivo ou classe social. O isolamento social talvez fosse ainda mais doloroso do que a própria sentença de morte. Hoje, apesar de termos perdido centenas de pessoas para a COVI-19 e de não haver cura para a mesma, a sua letalidade nos humanos é baixíssima se comparada com a doença daquela época. As pessoas que contraíam a lepra eram colocadas numa quarentena por tempo indeterminado. Além do isolamento, sabiam que havia poucas hipóteses das coisas retornarem ao normal e o pior, a possibilidade de nunca mais manterem contato com os seus familiares, dar um último adeus. Imaginem que situação deplorável, aguardar silenciosamente a chegada da morte em condições sub-humanas? Quanto vazio, desespero e dor! Pior do que os efeitos produzidos no corpo, como feridas, deformações, coceiras, etc., eram os causados na alma.

Logo, chegamos à conclusão de que Jesus não curou apenas sua lepra, mas, ao fazer isso, lhe restituiu a alegria de viver. Restaurou os  seus relacionamentos, concedendo-lhe a oportunidade de ser reinserido em seu meio social. Enfim, seu proceder após ter sido curado, demonstrou que a sua experiência foi ainda mais profunda. Anunciou a todos com tamanha alegria acerca do seu encontro com Jesus, demonstrando, significativamente, que fora revigorado também na alma, ou seja, venceu o dano da segunda morte (Ap 2.11). Aleluia!

Juvenal Netto

terça-feira, 20 de outubro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE VIII


 

Alguém ousaria mensurar a profundidade do amor de Deus? Na verdade, por mais que nos esforcemos isso seria praticamente impossível. Imaginem o quanto é difícil apenas descrevê-lo com toda a riqueza dos idiomas e dialetos existentes no mundo inteiro, quanto mais medirmos o seu grau de intensidade em relação ao Criador? Dentre milhares de testemunhas, queremos destacar aqui a figura de uma samaritana, a qual foi impactada pelo extraordinário amor de Cristo (Jo 4.1-30).

De acordo com informações obtidas no site “aBíblia.org”, havia na palestina na época de Cristo, aproximadamente, de 25 a 30 mil habitantes. O que o apóstolo João faz questão de registrar é como Jesus demonstrou de maneira muito peculiar a grandeza do seu amor por uma vida em meio a uma comunidade com tanta gente. João afirma que eles estavam na região da Judéia e que Jesus decidiu voltar para a Galiléia. O itinerário mais seguro seria prosseguir pelo vale do rio Jordão, inclusive, essa rota era a mais utilizada pelos judeus, mas, o Mestre resolve seguir por outro caminho, o qual implicaria em passar obrigatoriamente pela província de Samaria. Cansado da viagem, decide parar num poço e lá se encontra com uma mulher e lhe oferece a “água da vida”. Talvez você se pergunte, mas, o que tem de tão especial nisso? Primeiro, Jesus, sendo Deus, não para na fonte das águas apenas porque estava com sede ou cansado. Ele é onisciente e sabia que uma pessoa infeliz estaria naquele exato momento ali, ou seja, ele não se importava apenas com as grandes massas, gastou o seu precioso tempo em evangelizar uma única vida. Segundo, havia uma barreira quase mortífera entre judeus e samaritanos, pois, esses eram considerados imundos porque não haviam guardado a linhagem de Israel, tendo se relacionado com outros povos no passado. Terceiro, ensinou uma mulher, algo que era considerado abominação para os fariseus, chegando ao ponto de afirmarem que seria melhor queimar a “Torá” do que ensiná-la a alguém do sexo feminino. Quarto, essa cidadã deveria possuir uma péssima reputação na cidade, pois já havia se relacionado com cinco homens e mantinha agora um relacionamento ilícito com mais um. Todo aquele que se atrevesse parar para conversar a sós com ela na rua, como fez o Senhor, certamente, teria muitas dificuldades diante de toda a sociedade judaica. Quinto, em nenhum momento Jesus lhe acusa pelos seus pecados, mas, começa o diálogo lhe oferecendo a oportunidade de obter a resposta para todos os seus dilemas, pois, compreendeu que as suas atitudes eram produto de um grande vazio existencial.

Por isso, diante da exposição destes cinco fundamentos supramencionados, podemos afirmar, conclusivamente, que o amor de Jesus por cada um de nós é incomensurável. Fazendo um paralelo com a terceira lei de Newton que diz o seguinte: “a toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto”, diante da ação de amor e carinho demonstrados pelo Messias, a reação daquela samaritana foi: “— Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.” (Jo 4.15). Essa pobre mulher representa toda a humanidade sedenta, ainda que de forma imperceptível, pela água capaz de saciar a alma, assim como, o convite feito por Jesus a ela é ampliado a cada um de nós. Qual será a sua reação diante dele? Lembre-se, que a resposta implicará na sua eternidade.

 Juvenal Netto

sábado, 10 de outubro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE VII

 



Vocês se lembram de um quadro do programa Silvio Santos chamado “a cabine do Silvio” onde uma pessoa era colocada num ambiente a prova de som e o apresentador fazia perguntas, as quais eram normalmente se o participante gostaria de trocar um objeto por outro? Quando a luz vermelha acendia, ele tinha que responder apenas “sim” ou “não”. Esse quadro fez muito sucesso e era muito engraçado, principalmente, pelo fato de a pessoa aceitar trocar um objeto de muito valor por um insignificante. Lógico que isso era uma forma divertida de conduzir um ‘show’ suja finalidade era o entretenimento, mas, na realidade, muitas vezes as pessoas também se equivocam em suas escolhas de forma surpreendente. Hoje nós analisaremos juntos o encontro confrontador de um jovem muito rico com Jesus (Mt 19.16-22; Mc 10-17-22 e Lc 18.18-23).

Esse encontro é mencionado nos evangelhos sinóticos, onde um rapaz abastado procurou Jesus para perguntar-lhe sobre o que seria necessário fazer para alcançar a vida eterna. Marcos acrescenta ainda um detalhe, afirmando que ele se ajoelhou, ou seja, aquele indivíduo reconheceu a autoridade de Jesus como sendo o Deus encarnado.  A resposta do Mestre foi objetiva, lhe dizendo que era necessário apenas guardar os mandamentos e chega a citar alguns deles. O homem refutou de imediato: “— Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?” (Mt 19.20). A resposta foi incisiva: “— Vende tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me.” O jovem fica triste e se retira, pois, era muito rico. O que esse encontro tem, especificamente, a nos ensinar?

Diante de Deus não basta nos rendermos apenas aparentemente. Existem pessoas com a postura parecida com a daquele homem, se ajoelham constantemente, não obstante, os seus corações permanecem endurecidos; o seu espírito continua insurgente. É preciso se render por inteiro. Tudo indica que aquele jovem cumpria os mandamentos, sim, entretanto, de forma, ritualista, “religiosa”, talvez, levado por uma motivação equivocada. Jesus lhe ensina que o segredo não é apenas cumprir, mas, o porquê cumprir. Não pode ser algo mecânico, superficial.

        Os evangelistas se limitam apenas em narrar o fato, o diálogo que aconteceu entre Jesus e um indivíduo interessado, aparentemente, em saber como viver eternamente. Não podemos acrescentar nada sobre o que está escrito na Bíblia, no entanto, acredito que possamos conjecturar. Após a reação negativa do moço, Jesus adverte os seus ouvintes quanto ao perigo das riquezas (Mt 19.23-30). Fala sobre o quanto difícil é para um rico entrar no céu, entretanto, diante da perplexidade dos seus discípulos ao ouvirem tal afirmação, faz questão de ressaltar que para Deus não há impossibilidade alguma.  Baseados nessa explicação de Jesus, podemos pressupor que Ele não tinha a intenção de constranger aquele rapaz a doar realmente todos os seus bens. Ele queria apenas verificar se o seu desejo em lhe servir sobrepujava as demais coisas que o cercava.

        Quantas pessoas estão tristes, assim como esse jovem, porque, apesar de temerem a Deus, perceberam que os seus corações estão divididos. Estão dominadas por um relacionamento impróprio ou por um sentimento doentio, quem sabe por vícios, enfim, atitudes e situações reprováveis aos olhos do Eterno.

Isso posto, vale a pena refletir se vale realmente a pena trocar uma eternidade com Deus por todas essas coisas temporais e passageiras? Qual será a sua resposta? “SIM” ou “NÃO”?

 

“O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1Jo 2.17)

 

Juvenal Netto

sábado, 3 de outubro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE VI

 


Existem momentos em que o silêncio de Deus é mais avassalador do que o pronunciamento de suas maiores sentenças. Uma pobre viúva se questiona pela perda tão precoce de seu filho. — Por que isto foi acontecer justamente comigo, Senhor? Possivelmente, esta deve ter sido a sua indagação por incontáveis vezes.  Acompanhem comigo neste artigo o encontro restituidor vivido pela viúva de Naim (Lc 7.11-17).

Não existe ocasião mais difícil de se pronunciar uma só palavra a alguém, como acontece nos momentos em que ela venha a perder um ente querido. Todas as palavras somem de nosso vocabulário e parece que tudo o que viermos a dizer, mesmo que seja com as melhores das intenções, se tornarão oratórias vazias e ineficazes. Que frases de estímulo surtirão efeito diante de uma mãe, viúva, a qual acabara de perder o seu único filho?  Diante da nossa total incapacidade de aliviar essa dor, o que nos resta nessa hora é apenas oferecer um ombro amigo. Um abraço silencioso, simbolizando que entendemos perfeitamente que nada do que ousarmos pronunciar, fará cessar tamanho sofrimento ou mudar as circunstâncias.

O evangelho de Lucas registra acerca de um encontro de duas multidões, a primeira seguia a Jesus em direção a entrada da cidade de Naim e a outra acompanhava a pobre viúva, num cortejo fúnebre. Essas multidões eram antagônicas entre si, ou seja, a primeira representava possibilidades como, por exemplo, vida, esperança, paz, alegria e vitória, estando ao lado de Cristo. Já a segunda, era a encarnação da derrota, da tristeza, do desespero, enfim, da própria morte. Se fosse descrever a sua situação atual, qual dessas multidões mais se assemelharia contigo?

A Bíblia diz que Jesus se compadeceu diante do sofrimento demonstrado pela viúva ao ver as suas lágrimas. Decidiu naquele exato momento intervir no trajeto daquela multidão. Toca no defunto e o ressuscita, devolvendo-o para a sua genitora.

As nossas lágrimas para os demais humanos é apenas um sinal de fraqueza, fragilidade e sofrimento, mas, para Jesus, é a expressão mais autêntica do quanto somos carentes e dependentes de sua grandeza. É o nosso pedido de socorro mais urgente! É a criatura apelando pela benevolência de seu Criador. É a decodificação de que precisamos urgentemente do poder que somente Ele tem. É a linguagem mais perfeita de um ser caído implorando para ser resgatado. Elas estão quase sempre presentes por ocasião de uma intervenção divina.

Somente um e mais ninguém poderia mudar o percurso daqueles que acompanhavam o cortejo fúnebre. Existem verdadeiras multidões que teimam em continuar nessa mesma direção, ou seja, andam rumo ao vazio existencial, a destruição, ao fracasso, conscientes ou não, o seu itinerário final será a morte, caso não busquem ajuda. Nunca nos esqueçamos que Jesus tem poder suficiente para mudar a nossa trajetória de vida. O que será mais difícil que ressuscitar um falecido?

No instante em que aquelas inúmeras pessoas testemunham um morto retornando à vida, ficam extasiadas e dizem: “— Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.” (Lc 7.16). Jesus, ao realizar esse milagre, deixa claro não apenas para aquelas pessoas as quais presenciaram esse acontecimento, mas, para todas as gerações vindouras que Ele veio para transformar morte em vida; para garantir que a sentença de morte eterna a qual pairava sobre a humanidade acabava de ser cancelada. Para aqueles que creem nEle, a morte já não apavora mais, pois, agora ela deixou de ser um ponto final e passou a ser apenas uma vírgula, isto é, o recomeço de uma nova vida num lugar onde não vai haver pranto, dor, tristeza ou decepção, mas, regozijo eterno.

Portanto, Saia hoje mesmo dessa multidão que simboliza os fracassados e embarque na multidão daqueles que decidiram seguir a Jesus, pois, com Ele a vitória é certa! A decisão é exclusivamente nossa (Rm 8.31-39).

 

Juvenal Netto

sábado, 26 de setembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE V

 


Na mesma proporção que a população mundial cresce, tal fenômeno acontece com relação ao esfriamento relacional entre os seus habitantes. Tem sido usual se levantarem grupos extremamente preocupados com o trato dos animais, não que essa atitude seja errada, mas, é paradoxal quando esse sentimento sobrepuja a importância a ser dada aos próprios humanos. Convido vocês a conhecerem melhor a história de um centurião, o qual se sensibiliza profundamente com o estado de saúde de um de seus criados (Mt 8.5-10; Lc 7.1-10).

Os evangelhos de Mateus e Lucas descrevem o encontro de um oficial romano, intitulado por centurião, pois, comandava uma centena de soldados, com Jesus. A Bíblia não fornece mais informações a seu respeito, nem sequer menciona o seu nome. Tudo o que os evangelistas afirmam é que dentre os seus inúmeros servos, um estava terrivelmente enfermo. Ele ouviu que Jesus estava entrando em Cafarnaum. Nessa época, toda a Palestina se encontrava alvoroçada pelos grandes sinais e prodígios realizados pelo Messias. Pense comigo, será que aquele cidadão não tinha outros problemas mais desafiadores a serem resolvidos? Dilemas envolvendo a sua própria vida, de parentes ou até mesmo de pessoas “mais importantes”, atinentes ao seu seleto ciclo de amizades, tendo em vista que exercia um cargo de destaque na cidade? Ter a oportunidade de um encontro com alguém, o qual possui plenos poderes não é algo que acontece todo dia, não é mesmo? Você “queimaria um cartucho” desses para interceder por um serviçal? O Dr. Lucas é mais acurado e conta que o centurião manda uma comitiva composta por anciãos judeus, de modo a suplicar a Jesus pela cura do seu servo. Quando o Mestre está se aproximando do seu endereço, chega outro grupo de amigos seus, com mais uma mensagem. Agora ele manda dizer que não era digno de recebê-lo em sua casa, mas, que bastaria uma palavra sua e o seu servo seria imediatamente curado. O que levou Jesus a atender o pedido daquele comandante romano? Veremos a seguir algumas virtudes, as quais impressionaram sobremaneira a Cristo, de modo a impulsioná-lo a atender aquela petição.

Um grupo de anciãos insiste com Jesus para ajudar o centurião, lhe dizendo que ele era amigo dos judeus, inclusive, teria ajudado a construir uma sinagoga. Jesus observou que ele possuía uma boa reputação, a qual não se caracteriza por aquilo que afirmamos ser e sim pelo que os outros testificam a nosso respeito. Melhor ainda do que ter uma boa reputação diante dos homens é obtê-la diante de Deus. Só para refletirmos, como anda a minha e a sua?

Mesmo sendo um alto representante do imperador romano, colocou-se como indigno de receber a Jesus em sua casa. Tinha autoridade, inclusive, para determinar o seu comparecimento, não obstante, se posicionou humildemente. Todo aquele que se humilhar, será exaltado! (Mt 23.12)

Foi capaz de sentir a dor do seu criado, algo que o Mestre conhece muito bem, pois, a compaixão é inerente a sua natureza. Como o mundo está carente de pessoas cheias de compaixão! Gente que sinta a dor do vizinho. (Mt 9.36; Lc 7.13; Mc 1.41)

Como comandante militar, afirmou que os seus soldados o obedeciam fielmente, sem questioná-lo, como um dos princípios intrínsecos a sua profissão que é o exercício da autoridade. Acreditou fielmente que Jesus também a possui diante de quaisquer circunstâncias, em especial daquela enfermidade que atingia o seu criado. — Basta uma palavra sua e ele será curado. Que fé era aquela minha gente! (Is 43.13; Mt 8.27)

Para o centurião, o seu criado não era apenas um executor de tarefas, mas, um ser humano digno de ser cuidado adequadamente. Jesus se identificou com ele, pois, sabe melhor do que ninguém o que significa amar o próximo, chegando ao ponto de dar a sua vida por ele. (1Jo 3.16)

A sua atitude altruísta deslumbrou o Senhor, tendo em vista que o centurião poderia ter agido de forma individualista, no entanto, priorizou a necessidade alheia. Deus se alegra quando nos importamos com o sofrimento dos outros, muito mais ainda quando nos mobilizamos para ajuda-los. (Lc 10.30-37)

Logo, o exemplo de vida daquele centurião ecoa pelos séculos e deve servir como inspiração para todos nós, principalmente, nos momentos em que estivermos passando por algum vendaval e necessitarmos do agir de Jesus.

 

Juvenal Netto

domingo, 20 de setembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE IV

 


Grande parte dos problemas que nos afligem estão ligados não as nossas próprias vidas, mas, a de alguém bem próximo a nós. Para algumas pessoas a dor de um familiar chega a ser mais intensa e desconfortante do que se ocorresse nela. Quem nunca ouviu o pronunciar da seguinte frase: — Como eu gostaria que este problema estivesse acontecendo comigo e não com ele (a). Os evangelhos de Mateus e Marcos narram a história de uma mulher, a qual se encontrava desesperada pelo estado crítico em que se encontrava a sua filha (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30).

Marcos, sem mencionar o seu nome, a chama de a mulher siro-fenícia, provavelmente se referindo a região onde ela habitava. O evangelista narra que ela ouviu falar a respeito de Jesus, se aproxima dEle e, se prostrando aos seus pés, lhe suplica que expulsasse um espírito imundo, o qual assolava a sua pequenina. Mateus nos oferece mais detalhes, afirmando que os seus discípulos chegaram a sugerir ao Mestre que a despedisse, pois, estaria se tornando inconveniente. Ela não desiste e vence a primeira obstrução, daqueles que deveriam incentivá-la a continuar buscando, mas, que ao invés disso, a desencorajavam. Talvez você também tenha que ultrapassar alguma barreira como essa, como, por exemplo, a de algum religioso que se acha muito íntimo de Jesus, lhe dizendo o mesmo: — Desista, suporte a sua dor. Você já fez tudo que podia. Se Ele não interviu até o momento é porque não é da sua vontade. Mateus diz que Jesus rompeu o silêncio e confrontou a cananéia, deixando bem claro que a sua missão seria buscar as ovelhas perdidas de Israel, ou seja, ela não tinha prioridade nesta grande lista de aflitos. Ninguém sabe ao certo o motivo pelo qual o Senhor teria agido de forma tão dura com aquela mulher, talvez, houvesse nEle a intenção de testar a sua fé. Diante de sua insistência, Ele foi ainda mais austero: “— Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos". Ela continua insistindo: “— Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos". Diante de uma manifestação tão grande de fé, Jesus atendeu a sua petição. Imediatamente, a sua filha ficou livre daquele tormento. O que temos a aprender com o encontro dessa incansável mãe?

Mesmo que todas as circunstâncias sejam desfavoráveis, é preciso crer que Deus pode ser auspicioso. Se ela desistisse diante do primeiro revés, o resultado seria voltar pra casa e continuar sofrendo com a filha.  Tem muita gente almejando obter o favor divino, no entanto, não admitem ser confrontadas, questionadas. Se alguém pôr o dedo em suas feridas, fogem de imediato, mesmo que essa atitude seja no intuito de promover a cura.  Apesar do sofrimento ainda continuam com o nariz em pé, com dura serviz. Com a sua atitude aquela estrangeira deixou claro para Jesus que “as suas migalhas” eram muito mais valiosas do que qualquer banquete oferecido pelo homem mais rico desta terra, isto é, ela tocou no mais profundo do seu ser. Demonstrou-lhe o quanto era dependente da sua graça e misericórdia. O seu gesto humilde, determinado, mas, ao mesmo tempo, com um espírito demasiadamente adorador, o qual foi capaz de mover o coração de Jesus. Quem sabe você, assim como esta mulher, não se sinta como um estrangeiro diante de Deus, no sentido de não ter intimidade alguma com Ele? Não sabe sequer como fazer uma oração, entretanto, gostaria de lhe afirmar que você pode sim reproduzir integralmente o seu gesto e atrair do mesmo modo a atenção e a benevolência do Pai.

 Juvenal Netto

domingo, 13 de setembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE III

 



Apesar de ser extraordinário ver um paralítico andar ou um cego enxergar, existe um milagre ainda mais surpreendente que esses, cujo poder para realiza-lo somente o Eterno possui. A transformação que acontece não de fora para dentro, mas, no sentido inverso. Vamos relembrar aqui a história de um homem chamado Zaqueu que foi uma testemunha ocular desse milagre (Lc 19.1-10).

A cultura brasileira chama a atenção do mundo inteiro, principalmente, pela habilidade que possuímos no futebol e pela alegria contagiante de um povo muito carismático. Todavia, nem tudo são flores, pois também somos conhecidos globalmente pelo jeito irresponsável, malandro e burlador de ser, comportamentos que parecem estar entranhados em nosso DNA. O chamado “jeitinho brasileiro”, onde se procura levar vantagem em tudo sempre. Muitos já se perguntaram, incomodados com essa imagem tão negativa: será que existe solução para esse desvio de caráter? Uma população que reclama exaustivamente de seus governantes pelos constantes envolvimentos com a corrupção, mas, que age da mesma forma. São fraudes na conta de água e luz (gato), invasão de terras, descumprimento de leis no trânsito, sonegação de impostos, licenças médicas por doenças simuladas e outras dezenas de irregularidades previstas em lei. O pior de tudo isso é que essas pessoas acham tudo isso muito normal. As suas consciências já estão cauterizadas.

Zaqueu, assim como muitos brasileiros, possuía um caráter bastante duvidoso, a começar pela sua profissão. Ele exercia um cargo de liderança sobre os cobradores de impostos, os quais tinham uma péssima reputação pela maneira corrupta de proceder com a maioria da população judaica que vivia sobre o jugo opressor do Império Romano, o qual dominava toda aquela região. Este homem possuía um perfil que o tornava um daqueles que as pessoas faziam o seguinte comentário a seu respeito:  — Este nem Deus muda! Tudo indica que Zaqueu apesar de ser rico, o seu dinheiro não foi capaz de torna-lo feliz e realizado. A popularidade de Jesus chama a atenção daquele homem, afinal de contas quem é este que tem mudado a vida de tanta gente! O Mestre estava entrando na cidade de Jericó e uma grande multidão o acompanhava, por isso Zaqueu resolveu subir numa árvore de modo a conseguir atrair a sua atenção. Deu certo, o seu comportamento decidido e convicto atraiu o Nazareno que ordena para que descesse depressa, pois iria adentrar a sua casa. A resposta de Zaqueu foi convincente, pois além de receber a Jesus com alegria, ele tomou a iniciativa de confessar-lhe os seus pecados, afirmando que daria metade dos seus bens aos pobres e restituiria até quatro vezes mais a todos aqueles a quem ele tivesse defraudado. Jesus, como consegue penetrar as entranhas da alma, logo testificou que as palavras deste publicano estavam sendo sinceras, por isso, fez questão de afirmar diante daquelas inúmeras testemunhas que a salvação acabara de chegar naquele lar. Nascia ali um novo homem, totalmente restaurado. O que aprendemos com esse encontro de Zaqueu?

Tem muita gente iludida quanto a relevância do dinheiro. Alguns passam a vida inteira obcecados por adquirir mais e mais bens, na expectativa de que serão mais felizes e realizados, pura ilusão! Apesar de ele ser indispensável para a sobrevivência humana, jamais podemos atribuir-lhe tamanha importância. Zaqueu, assim como outras milhares de testemunhas são capazes de comprovar isso. O segundo aprendizado que absorvemos com esse episódio é que a maior evidência de quem teve um encontro com Jesus, não é tão somente frequentar assiduamente algum templo ou religião (IICo 5.17; Gl 6.15). Infelizmente, vemos muitas pessoas dentro das igrejas dando um péssimo testemunho de vida. O maior indicador daquele que se rendeu a Jesus, assim como Zaqueu, é o seu novo nascimento, ou seja, ele passa a ser uma nova pessoa, com um caráter transformado por inteiro.  Em terceiro lugar, Deus conhece o profundo do nosso coração. Diante dos homens, Zaqueu era somente um pecador asqueroso e abominável, mas, aos olhos de Jesus era alguém que estava disposto a abandonar o pecado e a recomeçar a sua vida. Diante de casas com pessoas muito melhores que Zaqueu, O Mestre decidiu justamente adentrar a sua, pois entendia a urgência em resgatar um perdido. Quem sabe ele também não decida entrar em sua casa hoje? “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lc 19.10)

 

Juvenal Netto

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS – SÉRIE II

Nem toda enfermidade física é oriunda em consequência direta de pecados, entretanto, eles podem vir a causar alguma delas ocasionalmente. A própria ciência já admite que determinados sentimentos, como a ira, a mágoa e o ódio, por exemplo, são capazes de produzir um câncer, dentre outros males. Será retratado, nesta segunda série de encontros, a história de alguém que se encontrava muito enfermo, aparentemente, como fruto de uma vida de desobediência voluntária a Deus.

O apóstolo João narra a história de um paralítico, o qual permanecia desse modo havia trinta e oito anos (Jo 5.1-15). Ele ficava diariamente junto ao pórtico de um tanque, chamado betesda, na expectativa de que um anjo pudesse vir e curá-lo. Havia na época uma crença de que de tempos em tempos um ser celestial desceria naquele local e curava o primeiro enfermo que fosse lançado nas águas agitadas por ele (Jo 5.4). Por esse motivo o lugar se transformou num encontro de dezenas de enfermos. Não se sabe se esse fato é verídico ou apenas uma crendice pagã, tendo em vista que o versículo que fala estritamente sobre esse acontecimento não se encontra nas cópias mais antigas do Novo Testamento, todavia, ele é irrelevante. O mais importante nessa história é que Jesus foi ao tanque e curou uma pessoa paraplégica, devolvendo-lhe não apenas a sua mobilidade, mas, a sua alegria, autoestima e prazer de viver. 

Alguns dias depois Jesus encontrou o homem que fora liberto no templo e lhe diz o seguinte: “Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior.” (Jo 5.14). Essa afirmativa do Mestre pode indicar que a sua enfermidade estava relacionada ao pecado. Que lições podemos tirar e aplicar as nossas vidas a partir desse encontro tão marcante?

Um dos efeitos do pecado sobre os seres humanos é torna-los escravos, dependentes, aprisionados, doentes, como era o caso daquele inválido. Entretanto, a Bíblia diz que se o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres (Jo 8.36). Quantas pessoas, assim como aquele homem, não estão buscando a cura no lugar e pessoa errados? Gente com muita fé e confiança, não obstante, depositadas num deus limitado, ilusório, fantasioso, impostor. Quando Jesus chega diante do paralítico, ele faz uma pergunta, a qual parece redundante: “queres ficar são?” Isto significa que Deus não força as pessoas a tomarem qualquer que seja a decisão, ou seja, ele quer uma obediência voluntária e não simplesmente imposta, seja por um dogma, uma religião ou por qualquer outro motivo. Quase quatro décadas foi o tempo do seu cativeiro, entretanto, aprendemos duas lições aqui. Não existe tempo longo demais, pelo qual Jesus seja impedido de intervir. Segundo, a sua graça pode alcançar até mesmo os mais terríveis pecadores, assim como eu e você.

À vista disso, gostaria de incitá-lo a decidir, ainda hoje, se arrepender de seus pecados e entregar o leme da sua vida a Cristo Jesus. Depois que foi curado da paralisia aquele indivíduo correu em direção ao templo para adorar a Deus. Esse proceder tem um simbolismo tremendo, pois ele demonstrou que a sua cura foi além da fisiológica, alcançou a sua alma. Ele fora totalmente transformado e agora serviria ao Senhor, tendo como resultância dessa conduta voluntária, a oportunidade de passar a eternidade ao seu lado. Que encontro libertador!

Juvenal Netto

terça-feira, 1 de setembro de 2020

ENCONTROS NOTÁVEIS - SÉRIE I

 


Daremos início a narrativa de uma série de testemunhos sobre pessoas, as quais num dado momento foram impactadas a partir de um encontro reparador. Essas experiências individuais servirão para comprovar que sempre há esperança para os diversificados desafios, os quais a humanidade precisa enfrentar no seu cotidiano, ainda que pareçam intransponíveis. 

Todos nós somos agraciados com o dom da fé, mas, assim como um músculo que precisa ser exercitado para poder se fortalecer e crescer, assim, também acontece com ela. Neste caso, para a estimularmos, será necessário ouvir os relatos, repetidas vezes até que a Palavra rompa as barreiras do intelecto e atinja as profundezas da nossa alma (Rm 10.17).

Os evangelhos sinóticos narram a história de uma mulher que estava acometida por uma enfermidade havia doze anos (Mt 9.20-22; Mc 5.24-34; Lc 8.43-47). Ela gastou todas as suas economias buscando o auxílio de médicos, nos quais pudessem resolver o seu dilema, contudo, sem obter nenhum êxito. Permanecia da mesma forma e para piorar a sua situação, agora além de doente, estava falida. Uma hemorragia incessante, desconfortável que a obrigava a viver isoladamente. Ela não perdeu apenas a sua saúde, mas, a esperança, a dignidade e a sua autoestima. O que lhe restou foi apenas a sua fé. Quem sabe você não esteja atravessando uma fase parecida?

Um belo dia Jesus visitou a sua cidade e ela decidiu ir ao seu encontro, entretanto, havia um tremendo entrave a ser vencido. Uma multidão cercava o Nazareno e formava uma verdadeira muralha humana, a qual a impedia de se aproximar dele. Ela conseguiu furar aquele bloqueio, toca nas suas vestes e é curada instantaneamente.  

A experiência vivida por essa mulher tem muito a nos ensinar. A resposta para o seu dilema estava em Jesus e ela reconheceu que precisava tomar a iniciativa. Sair de sua zona de conforto, que, nesse caso, seria a sua própria casa, talvez a sua cama. Assim como ela, nós também, na hora da aflição, precisamos muitas vezes ir ao encontro do Senhor. Buscar a sua face. O poder está nEle, totalmente disponível ao alcance de todos. Em alguns momentos, decidir busca-lo não será o bastante. Ela se levantou e foi para a rua, mas, ainda havia um obstáculo entre ela e o seu objetivo, a multidão. Mais do que buscar, para quem deseja ser impactado pelo poder de Deus, precisa perseverar e não deixar que as “multidões” o façam desistir. Em meio a dezenas de pessoas, naquele momento, apenas ela foi curada, mesmo chegando depois. Não existe fila de espera para aquele que decide buscar a Deus de todo o seu coração (Jr 29.13).

Portanto, quero encorajá-lo a imitar a atitude nobre dessa mulher. Você não precisa de fórmulas mágicas ou de recursos relevantes, mas, apenas colocar a sua fé em ação. Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente, por isto, lhe afirmo, categoricamente, que há poder nEle para transformar a sua vida. Disse Jesus: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 8.48).


Juvenal Netto