terça-feira, 26 de março de 2019

O ARROZ COM FEIJÃO DO ESPÍRITO



De acordo com um comentário feito pela nutricionista Daniela Meira no programa “Mais Você”, que foi exibido no dia 13/08/2013, o prato típico brasileiro do arroz com feijão é uma combinação perfeita de alimentos, pois além de fornecerem diversos nutrientes, os aminoácidos que faltam em um, você encontra no outro. Além disso, são alimentos ricos em vitaminas do complexo B, cálcio e ferro. Mesmo que você esteja fazendo dieta, é importante consumir estes ingredientes, afirma ela. Apesar de ser um cardápio simples, esta mistura consegue atender as necessidades básicas que o nosso corpo necessita. Com tudo isto, ainda tem muita gente que não aceita bem a ideia de se alimentar todos os dias apenas com estes dois itens. Todo mundo apesar de reconhecer a importância do prato, prefere dar uma inovada e variar o cardápio de vez em quanto.

Nesta introdução foi utilizado como exemplo, elementos baratos e simples que conseguem oferecer sustento para o corpo físico. E, para o sustento da alma? Quais seriam os itens indispensáveis para mantê-la bem nutrida? O que seria o “feijão com arroz” dela?

Existem inúmeras atividades que podem agregar conhecimento, renovar a fé daqueles que estejam enfraquecidos e despertar os que estão vivendo em um sono espiritual profundo. O que dizer de uma vigília, onde as pessoas saem de suas casas com o único propósito que buscarem a face de Deus, por horas afinco. Não há como não serem abençoadas! E, os congressos e retiros espirituais, quanto aprendizado em um curto período de tempo. As conferências, workshop e seminários com temas específicos também trazem edificação espiritual para a vida do cristão, sem qualquer sombra de dúvidas; enfim, como não mencionar as campanhas, de missões e outras, que movimentam a igreja e reacendem nos crentes a chama pela pregação do evangelho. Existem ainda muitas outras laborações com o intuito de trazer avivamento e despertamento para os seguidores de Cristo. Tudo é válido, quando o propósito é buscar uma intimidade maior com Deus e, consequentemente, se preparar para cumprir com excelência o ministério que cada um recebeu do Senhor.

Por outro lado, é muito preocupante quando alguém transforma estas ações no seu combustível primacial, ou seja, vive de congresso em congresso, de vigília em vigília, de campanha em campanha, e, mesmo assim, não consegue amadurecer e acaba também não exercendo eficazmente a função para a qual o Senhor o designou; além do mais, a sua vida espiritual fica ancorada nestas coisas, o que pode ser ainda mais danoso. Isto é tão sério que alguns cristãos ficam desconfiados com a euforia dos pós-congressistas, pois, ficam em dúvida se aquele movimento vai gerar frutos, provocar mudanças genuínas ou não passará de um singelo “fogo de palha”. Todas as atividades supramencionadas, a assemelharemos aquele cardápio diversificado, com uma variedade de verduras, legumes, carnes, saladas, etc. Apesar de ser uma delícia para o nosso paladar, bem como muito nutritivo para o organismo pela riqueza de vitaminas e proteínas que possui, a maioria das pessoas não consegue fazer dele, a sua refeição diária.

Logo, o feijão com arroz da alma pode-se afirmar que é a separação diária de um tempo exclusivo para Deus. Um momento que alguns chamam de devocional, onde utilizamos para orar, ler e meditar na Bíblia. Assim como é impossível estocarmos alimento no corpo físico, sendo necessário realizarmos refeições diárias para o mantermos saudável, da mesma forma acontece com a nossa alma. O nosso espírito precisa ser alimentado e bem nutrido, diariamente, com um alimento capaz de mantê-lo sempre de pé, pronto a realizar tudo aquilo que Deus tem planejado para cada um de nós (Pv 23.17; Sl 1.2; Js 1.8; Mt 12.43-45; t 4.4).

Juvenal Oliveira

sábado, 23 de março de 2019

ONDE COMPRAR AQUILO QUE REALMENTE NECESSITO?



A compulsividade parece ser mais um mal em destaque no mundo moderno, em especial, aqui, será tratado sobre o desejo exacerbado de realizar compras. Um dos lugares mais frequentados quando se busca o lazer, são os shoppings centers; uma variedade de lojas oferecendo os seus diversificados produtos a clientes sedentos por algo que lhes sacie a fome e a sede de deleite. Entrar nestes lugares e não consumir nada é uma tremenda decepção para a maioria dos seus frequentadores!

O grande problema do compulsivo é que o objeto que lhe atrai só conseguirá satisfazê-lo por um curto período de tempo. Isto o forçará a busca-lo novamente assim que a sensação de contentamento acabar e se transforma num ciclo infindável; numa inútil tentativa de alcançar o prazer absoluto. A grande questão para aqueles que compram descontroladamente não é o que comprar, mas onde encontrar o produto certo? Voltando a falar sobre os shoppings, um lugar com uma infinidade de itens, mas, incapaz de suprir plenamente as necessidades das pessoas.

No fundo, no fundo, o que estas pessoas precisam, de verdade, jamais encontrarão nos shoppings, em supermercados, nas lojas de grife, nos sites de venda pela internet, em drogarias ou até mesmo nas chamadas “bocas de fumo”, para os compulsivos em comprar drogas. Onde comprar um quilo de paz ou um litro de amor, ou, talvez, algumas gramas de alegria? Onde comprar um pacote de autoestima? Onde comprar a pílula que trará a cura para as feridas da alma? As respostas para estes questionamentos não serão solucionadas utilizando a palavra “onde”, mas, “em quem”, ou seja, não é um lugar e sim uma pessoa.

Deus, através do profeta Isaías, mostra quem seria capaz de suprir todas estas carências, com um detalhe, sem precisar de qualquer soma em dinheiro. Não que isto tenha sido alcançado gratuitamente, pois, Jesus pagou um alto preço para quitar a nossa dívida com o Pai, ao se entregar, voluntariamente, para morrer na cruz (Is 53.5).  O vazio existencial que, talvez seja a grande causa dos inúmeros tipos de compulsividade, tem um tamanho e peso que só serão preenchidos pela presença do grande “Eu sou” (Sl 42.5).

“Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá;....” (Is 55.1-3)

Desta forma, podemos afirmar que somente o Deus Emanuel, que é Cristo Jesus, será capaz de dar real sentido a existência humana e para isto, eu e você não precisamos possuir grandes quantias bancárias (Mt 1.23). Basta somente, nos arrependermos dos nossos pecados; atender ao seu convite; dar ouvidos a sua voz e entregar-lhe as nossas vidas por inteiro (Mt 11.28-30; Ap 3.20; At 3.19). 
Juvenal Oliveira

segunda-feira, 11 de março de 2019

DISCIPLINAR TAMBÉM É AMAR


O Brasil nas últimas décadas vem passando por inúmeras mudanças, principalmente, na área comportamental, sociológica, fruto de maçantes investidas por parte de grupos que chegaram ao poder no final do século passado com o objetivo espúrio de se manterem nele a qualquer preço, para isto, utilizaram como estratégia a adoção de suas ideologias de forma tão sutil que muitos só foram cair em si depois de vários anos e outros ainda se encontram hipnotizados por estas ideias maquiavélicas.

Começaram disseminar a ideia de que disciplina é sinônimo de cerceamento de liberdade e outras definições ainda piores. Na concepção destes, disciplina é coisa de milico e, utilizando como pano de fundo o período do governo militar, tentavam associá-la ao excesso do uso da força e a intolerância, em todos os aspectos. Até mesmo as famílias foram alvo destas investidas, onde pais foram questionados por fazerem uso de métodos utilizados por várias gerações passadas na educação de seus filhos. Diga-se, de passagem, métodos estes que, de uma maneira geral, se demonstraram bastantes eficientes, até então.

A igreja como está inclusa neste contexto social também começou a sofrer estas influências. Chegou-se ao ponto de haver questionamentos quanto à necessidade de se disciplinar alguém. Seja afastando-o de todas as suas funções por um determinado período de tempo ou ainda, chegar ao extremo de ter que desliga-lo do rol de membros pela gravidade da situação gerada ou por ter optado voluntariamente em permanecer na prática do pecado, tudo isto, após ter sido orientado e admoestado pela liderança, trazendo como consequência, escândalo para o Corpo de Cristo (Mt 18.7; ICo 10.32;  IICo 6.3; Lc 17.1). Isto sem mencionar as questões jurídicas, onde a igreja ao invés de se preocupar tão somente em temer a Deus e a obedecer a sua Palavra, agora está também preocupada com as possíveis ações impetradas por ímpios transvestidos de crentes junto ao poder judiciário. O mais importante é sabermos o que a Bíblia nos orienta em relação a este assunto. Olhem o que está escrito na carta aos Hebreus:

“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.” (Hb 12.5-8).

Deus nos ama tanto ao ponto de entregar o seu próprio filho para morrer por nós, não obstante, ele afirma que jamais deixará de aplicar sobre os seus, a disciplina, se preciso for (Jó 5.17; Pv 27.5; Ec 7.5; Pv 3.11, 12.1, 15.10, 29.15). O que diriam do apóstolo Paulo hoje, os liberais, numa assembleia ordinária se ouvissem novamente o que disse sobre um suposto crente que vivia de forma mundana entre os irmãos na igreja de Corinto, cometendo pecados piores do que os dos ímpios? No mínimo, seria tratado como atitude radical e desprovida de amor.

“Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem possua a mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja, este tal, entregue a satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse iníquo.” (I Co 5.1-13).

A igreja deve sim utilizar a disciplina, afastando da linha de frente quem esteja comprovadamente enfermo na alma até que esta pessoa esteja sarada, isto é verdadeira demonstração de amor e zelo pela Noiva de Cristo. E, mais, após terem se esgotado todos os recursos para resgatar uma pessoa que esteja distante do Senhor, a igreja não deve ficar preocupada ou com a consciência pesada em aplicar a disciplina rígida, que neste caso seria o seu desligamento do rol de membros, pois talvez esta seja a única forma desta pessoa vir a cair em si e entender que precisa se arrepender, mudar de vida, para ser religada a comunhão formal com a igreja local. Pois, muitas vezes, o fato de estarem com os seus nomes na lista de membros, produz uma falsa sensação de segurança, como se isto fosse o bastante para se entrar no reino do céu. Todos nós sabemos que este não é um requisito para se obter a salvação.

Portanto, a igreja não pode e não deve ser influenciada por qualquer que seja o ensino, modismo ou ideologia moderna que venha a se contrapor a Palavra de Deus. A disciplina faz parte do tratamento de Deus para com o homem e aplica-la, quando for necessário, não significa que Ele ou nós, no caso da igreja, não amamos esta pessoa, pelo contrário, significa que temos desvelo e que queremos vê-la nos céus conosco.

Juvenal Oliveira
Soli Deo Glória!!!!

sexta-feira, 1 de março de 2019

SER RADICAL É COISA DE CRISTÃO?



Em um tempo de tremendo relativismo e generalizações, quando alguém ouve falar sobre uma pessoa com atitudes radicais, logo é discriminada e tida como um perigo para a sociedade.  Hoje, normalmente ela é associada a algum grupo extremista, seja ele de ordem religiosa, política ou ideológica, sempre com uma conotação negativa e danosa. Tem muita gente surfando nesta onda, talvez pela grande influência que a mídia global exerce sobre todos. Será mesmo tal classificação um adjetivo pejorativo? Quais as definições que os dicionários dão ao sentido real da palavra “radical”? Precisamos rever os conceitos quanto ao uso indevido de determinadas palavras, principalmente, pela complexidade que é a nossa língua portuguesa.

As principais definições para a palavra radical segundo alguns dicionários são: Relativo ou pertencente à raiz; que parte ou provém da raiz; relativo à base, ao fundamento, à origem de qualquer coisa; básico; fundamental. Baseados nestas definições, podemos afirmar que, dependendo de que origem estejamos a nos referir, ser um radical pode indicar uma grande qualidade de um indivíduo.

Em relação à fé cristã, quando utilizamos esta palavra no sentido mais profundo, estamos afirmando que esta pessoa continua fiel aos princípios ensinados por Cristo; que ela não abre mão destas verdades; que está disposta a lutar por esta causa até o fim; que não permitirá que nada mude estes fundamentos; que não cederá, em hipótese alguma, a tentativas de mudar a sua essência; por fim, que não aceitará intermediários, pois seu desejo é e sempre será permanecer ligado diretamente à raiz, que, neste caso, é e sempre será, Jesus Cristo.

Infelizmente, muitos cristãos têm sido influenciados e contaminados por ensinos pagãos. Quando olhamos a maneira de pregar e de viver desta grande massa, parece que existem dezenas de “cristos”, tamanha a disparidade. Muitos cristãos, se é que podemos chama-los assim, não estão mais ligados à raiz. Estão ligados a uma religião ou líder religioso; a um dogma; a conceitos meramente filosóficos; a ensinos de demônios (ICo 10.20-21).

O apóstolo Paulo exerceu enorme influência entre os cristãos e ainda exerce pelo seu expressivo teor doutrinário, contidos no Novo Testamento, não obstante, jamais tentou usurpar a posição que é tão somente de Cristo. Ele, escrevendo aos coríntios, os adverte, pois em dado momento estavam divididos entre a sua liderança e a de Apolo, se esquecendo de que eles eram apenas instrumentos nas mãos daquele que é o cabeça. Afirmou o seguinte para eles: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (ICo 3.11).

Desse modo, podemos afirmar que o desejo de Cristo é de que sejamos radicais em nossa fé e não venhamos a abrir mão de tudo aquilo que Ele mesmo nos ensinou. Ou somos pequenos cristos neste mundo pagão ou então seremos meros farsantes, adulterados por outros ensinos que não possuem a Cristo como raiz. Que sejamos cristãos radicais sempre e não nos preocupemos com o que o “mundo” vai achar de nós. 

Juvenal Oliveira
Solus Christus!!!!