Na
década de noventa surgiu nos Estados Unidos um movimento entre os jovens
cristãos chamado “QUEM AMA, ESPERA”, onde eles se comprometiam com Deus a não
terem relações sexuais antes do casamento. Esta onda chegou ao Brasil e em
1995, em um congresso para jovens batistas, realizado em São Paulo, um preletor
renomado na época lançou este desafio diante de um ginásio com aproximadamente
5.000 pessoas. A resposta foi surpreendente, pois milhares de mãos se levantaram.
Jovens conscientes fazendo um pacto de santidade com Deus e se propondo a
manterem um namoro de acordo com os seus princípios.
Hoje,
principalmente no ocidente, vemos um apelo ao erotismo e a sensualidade, assim
como uma banalização do sexo. Filmes de ação, por exemplo, em que são inseridas
cenas íntimas, totalmente desnecessárias. Esta realidade vem mexendo com a
cabeça dos nossos jovens e adolescentes que acabam supervalorizando tais
práticas como se fossem a fórmula para a felicidade, sem se preocuparem com as
suas consequências, que vão além de uma possível gravidez ou dá transmissão de
uma DST. Pior ainda é chegarmos à conclusão de que é cada vez mais comum termos
jovens solteiros dentro das igrejas mantendo uma vida sexual ativa, como se
fosse a coisa mais normal do mundo, inclusive, participando de todas as atividades
e exercendo ministérios. Será que a Bíblia mudou? Será que a prática sexual
antes ou fora do casamento deixou de ser pecado? Por que muitos líderes, pais e
irmãos mais velhos têm feito vista grossa a este assunto de tamanha relevância?
A
luz da Bíblia, o sexo é algo estabelecido pelo próprio Deus e é uma bênção,
desde que seja realizado por um homem e uma mulher devidamente casados. No primeiro
livro da Bíblia está escrito o seguinte: “Portanto deixará o homem o seu pai e
a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gn 2.24)”. Na concepção de Deus, este ato não é apenas
uma junção de corpos físicos, mas, uma união tão intensa e tão profunda ao
ponto se serem considerados “uma só carne”. Há, portanto, um comprometimento
mútuo, uma aliança, uma junção de almas.
Muitos
cristãos têm sucumbido aos desejos carnais e caído no pecado da fornicação. A
igreja contemporânea precisa estar preparada para lidar com este tipo de
situação. Até a década de oitenta era muito comum ver pessoas se casando puras
depois de um longo período de namoro. É
fácil compreender porque eles conseguiam isto com mais facilidade. Neste
período as famílias eram mais recatadas; os casais jamais ficavam a sós.
Resumindo, não havia muita oportunidade para avançarem o sinal. Hoje, por mais
que queiramos manter as tradições, é praticamente impossível manter aquele
padrão de comportamento do passado e também acho que existem outros mecanismos
para lidarmos com isto sem precisarmos ter que voltar nele. Já que não
conseguimos voltar aos padrões antigos, o que então podemos fazer para que o
tema santidade, principalmente entre os jovens, não seja algo apenas teórico e
utópico?
O
apóstolo Paulo escrevendo a igreja de corinto dá o seguinte conselho: “Fugi da
fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica
peca contra o seu próprio corpo.” (I Co 6.18). Paulo sabiamente diz que contra
os desejos carnais não se deve tentar resistir, mas, que o caminho certo é o da
fuga e é imperativo, “fugi”. Nossos jovens precisam ter esta consciência;
precisam ser orientados de que a intimidade é uma via sem retorno, por isto
devem se preservar ao máximo, evitando lugares e situações propícias a que isto
venha a acontecer; ensinados de que o namoro é para ser levado a sério, com o
intuito de buscar o casamento e não um simples passatempo; conscientizados de
que o verdadeiro amor transcende ao prazer sexual, isto é, não é conhecendo
alguém na sua intimidade que você vai possuir legitimidade para assumir um
futuro compromisso nupcial. Se fosse assim não veríamos tantos divórcios em um
tempo onde poucos partem para o casamento sendo virgens. O tempo de namoro deve
ser gasto em diálogos francos, sinceros e constantes a fim de extraírem ao
máximo um do outro, além disto, em oração juntos a fim de obterem a confirmação
de Deus para uma futura aliança, pois, diante dEle o caminho para o altar
deve ser sem volta.
Portanto,
não adianta tentarmos empurrar a sujeira para debaixo do tapete. A igreja
precisa estar preparada e atualizada para lidar com estes desafios do mundo pós-moderno.
Nossos jovens precisam sim e devem ser confrontados, não por mim ou por você,
mas, pela Palavra. Os tempos mudaram sim, mas, pecado sempre será pecado e
ponto final. Isto não quer dizer que a partir de agora tenhamos que decepar a
cabeça do primeiro que transgredir algum mandamento, mas, que é dever nosso como
igreja, orientarmos os mais novos e alertarmos sobre as possíveis consequências
daqueles que optarem conscientemente por andar em desobediência a Deus e a sua
palavra. José, lá no Egito, diante da tentativa de sedução da mulher de Potifar,
ao fugir, ele testemunha para todos nós que é possível sim vencer e permanecer
fiel a Deus (Gn 39.12).
Juvenal Oliveira