O efeito do pecado original é devastador na vida
dos homens e a avareza, com certeza, é um desses. Um comportamento reprovável e
ao mesmo tempo negado por todos, pois no fundo sabem que, no momento que
admitirem, não serão vistos com bons olhos pelas pessoas que o rodeiam, ou
seja, serão discriminados e apelidados com termos pejorativos tais como: “unha
de fome”, “mão de vaca”, “pão duro”, “muquirana”, “mão de figa”, “mão fechada”,
“ganancioso”, “mão de leitão”, “sovina”, “tacanho”, “tranca”, etc.
Existem pessoas que apesar de serem avarentas,
não conseguem enxergar em si mesmas tal característica. Há uma linha tênue
entre ser comedido na administração de suas finanças, ser controlado nos gastos
e ser um “pão-duro”. Então, como identificar uma pessoa assim? Pode um verdadeiro
cristão ser avarento?
Primeiro, são pessoas que possuem um medo
excessivo de perderem aquilo que adquiriram, seja por esforço próprio ou não.
Agem como se fossem levar todos os seus bens para a sepultura como se houvesse
tal possibilidade. Segundo, são pessoas que relutam muito em gastar dinheiro,
ainda que seja para cuidar da sua saúde, conforto e até com itens de
necessidades básicas. Exploram ao máximo, tudo o que o seu próximo pode lhe
oferecer. Só compram produtos que estejam em promoção. Para estas pessoas o que
importa é conseguir viver bem, gastando o mínimo possível. Terceiro, são
pessoas extremamente apegadas aos bens materiais. Costumam amar mais “coisas”
do que pessoas; jamais serão capazes de doar algum objeto a não ser que esteja
deteriorado ou que já não possua nenhum valor. Ao fazerem qualquer tipo de
negócio, supervalorizam os seus bens e tentam, de todas as formas, desvalorizar
os dos outros. Quarto, geralmente são
egoístas e só conseguem enxergar o seu próprio umbigo. Até se propõem a ajudar
ao próximo, desde que isto não lhe gere custos.
A avareza não escolhe raça, condição social ou
até mesmo religião, por mais que esta as ensine exaustivamente o inverso. Ao contrário do que parece, ela não é
exclusividade dos ricos. Parece que algumas pessoas tem uma grande dificuldade
em lidar com este problema e nem mesmo os ensinos religiosos são capazes de
libertá-las por inteiro. Os espíritas, por exemplo, costumam dar muita ênfase às
boas obras e a ajuda ao próximo e isto pode amenizar os efeitos da avareza, eu
disse amenizar. Da mesma forma, as igrejas cristãs reformadas ensinam os seus
fiéis a entregarem o dízimo de tudo aquilo que recebem, além da ênfase também a
ajuda ao próximo. O exercício da entrega mensal de dez por cento de tudo aquilo
que se recebe tem base bíblica e ajuda muito ao desprendimento, não obstante,
também não é capaz de curá-la se ela o fizer por puro medo da condenação eterna
ou de o “devorador” colocar a mão naquilo que ela já tenha conquistado.
Certo é que a Bíblia condena veementemente a
avareza. E a sua definição para esta atitude vai além das fornecidas pelos
dicionários. A Bíblia a define também como idolatria, ou seja, um ídolo, um
tipo de deus que hipnotiza milhões de pessoas e que irá leva-las para o inferno
se não se arrependerem a tempo. Segundo a Bíblia não há como servir a dois
senhores. Infelizmente, a realidade de uma pessoa classificada como sendo avarenta
é que ela ainda está aprisionada ao fascínio deste terrível falso deus e receberá
a devida recompensa por isto. A boa notícia é que eu e você somos livres para
fazermos as nossas próprias escolhas. Então, decidamos hoje a servirmos ao
único Deus, capaz de nos fazer vencer até mesmo a sepultura, Jesus Cristo de
Nazaré, o maior de todos os tesouros. (Ex 18.21; Pv 15.27; Mt 6.24; Lc 12.15;
1Co 5.11, 6.10; Ef 5.5; Cl 3.5; Hb 13.5; 1Tm 3.3; 2Tm 3.2).
Juvenal Oliveira
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