quarta-feira, 19 de julho de 2017

DEUS PODE PREPARAR UMA MESA NO DESERTO?

Se esta pergunta tivesse partido de um ateu ou de uma pessoa que não soubesse nada sobre Deus, seria naturalmente compreensível, mas vindo de um povo que acabara de ver coisas extraordinárias acontecerem, é, no mínimo, incongruente.
O salmista faz uma síntese do período compreendido entre a saída dos israelitas do Egito; sua peregrinação pelo deserto durante quarenta anos; a chegada à terra prometida e a divisão dela pelas doze tribos (Sl 78). O que chama a atenção neste texto é o comportamento de uma população ingrata, rebelde e incrédula que teima em arguir a Deus em tudo. Eles cometem pelo menos três grandes erros que servem de lição para nós hoje.
O primeiro erro foi não reconhecerem o que Deus vinha fazendo no meio deles. A partir do versículo onze, o salmista relata como Deus operou grandes milagres ainda no Egito, para libertá-los da escravidão que já perdurava quatrocentos e trinta anos; narra como Deus abrira o mar vermelho para que pudessem escapar do exército de Faraó e como Ele os guiava no deserto através de uma coluna de nuvem durante o dia a fim de protegê-los do sol escaldante e das altíssimas temperaturas e durante a noite com uma coluna de fogo para aquecê-los do frio intenso. Fez fluir água da rocha e pão caía do céu diariamente para alimentá-los (maná). Mas tudo isto, por incrível que pareça, ainda não era o suficiente para aqueles descrentes.
O segundo erro foi querer que tudo acontecesse do seu jeito e no seu tempo. O versículo dezoito afirma que eles tentaram contra Deus exigindo um cardápio “ao seu gosto”.
O terceiro erro (vs.19) foi limitar o poder de Deus ao fazerem a petulante pergunta se Ele seria capaz de lhes preparar uma mesa, um banquete, em pleno deserto, ou seja, colocaram em cheque um dos atributos incomunicáveis do Senhor, a sua onipotência.
Quantas vezes repetimos os mesmos erros ao ignorarmos as grandes coisas que Deus faz por nós constantemente. Talvez você neste exato momento não esteja conseguindo se lembrar de nenhuma delas também. Que tal então começar perguntando para o carteiro quando chegará a sua fatura com a quantidade de oxigênio que utilizou este mês? Quantas vezes queremos que Deus faça as coisas da nossa maneira e no nosso tempo, como Marta e Maria que disseram para Jesus que ele havia chegado atrasado. Ele jamais se atrasa, pois sabe como e quando fazer as coisas. Quantas vezes nos portamos com terrível incredulidade e duvidamos do poder do Eterno.

Finalizando, o que nos deixa perplexos é saber que Deus é pura misericórdia. O escritor diz que apesar de tudo isto, quando eles se arrependiam, Deus perdoava as suas iniquidades e não os destruía, antes desviava a sua fúria (vs. 38). Que Deus é este?! É por isto que nos prostramos e lhe rendemos glórias e aleluias, pois assim ele também age conosco diante de nossos murmúrios!!! 

Juvenal Oliveira

Um comentário: