domingo, 2 de abril de 2017

BASTA A CADA DIA O SEU MAL



Quando nascemos somos matriculados numa escola onde não há previsibilidade para conclusão de curso. Nesta escola ninguém se atreverá a dizer que já tem todo o conhecimento necessário ainda que possua inúmeros certificados de diversos níveis obtidos em outras academias. Esta escola se chama “a escola da vida” e a sala de aula é o ambiente onde cada um habita. Recebemos todos os dias variados tipos de informação que podem contribuir, e muito, para melhorar a nossa qualidade de vida, principalmente, com o advento do mundo virtual, onde ela está disponível gratuitamente para um número considerável de pessoas.
             A grande dificuldade, creio que de todos, é conseguir colocar em prática estes aprendizados, pois parece se formar um grande abismo entre o saber o que fazer, como fazer e o fazer propriamente dito. Citarei um exemplo clássico desta realidade: Sabemos que a ansiedade é uma preocupação exagerada com algo que nem ainda aconteceu e que é um sofrimento desnecessário, não obstante, andamos ansiosos mesmo assim, ou seja, o nosso raciocínio funciona, mas a nossa mente não lhe obedece. Os médicos e terapeutas dizem: Pratiquem esportes, procurem relaxar, se ocupem com coisas prazerosas, evitem os excessos, procurem ter uma alimentação saudável, etc. O nosso cérebro processa bem todas estas informações, no entanto, na hora da prática, somos vencidos variadas vezes por uma mente que teima em recalcitrar.
Dentre tantos desafios que enfrentamos nesta escola de aprendizagem, estão às lembranças insistentes do passado e as preocupações exorbitantes com o futuro que acabam prejudicando o nosso presente. O passado se apresenta como um fantasma assustador trazendo culpa, dor, frustrações, mágoas e pesares, enquanto o futuro reproduz uma falsa imagem de gigantes invencíveis, meras conjecturas.
Jesus no sermão do monte nos ensina a não ficarmos inquietos pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Ele diz ainda que basta a cada dia o seu mal, ou seja, não conseguiremos mudar uma vírgula do nosso passado e não sabemos o que exatamente nos aguarda no futuro (Mateus 6.34).
Contudo, não basta apenas sabermos racionalmente como proceder, mas, é preciso lutar insistentemente com a nossa teimosa mente a fim de subjuga-la a fazer a coisa certa. Um homem que viveu centenas de anos antes de Cristo compôs uma música onde havia um trecho que dizia assim: Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei...” (Salmos 42.11). Um homem que parece falar consigo mesmo, lutando contra suas emoções, pensamentos, incertezas, angústias, ansiedades e depressões, mas, apesar de tudo, no fim, obteve vitória.
Portanto, este é um conflito milenar que todos temos que passar e a boa notícia é que é possível vencer sim, com a ajuda de Deus como orientou o Apóstolo Paulo ministrando aos Coríntios: Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” (2Co. 10.5). Quando se tornar impossível deter a nossa própria mente, então a submetamos aquele que tudo pode como fez o salmista.

Juvenal Mariano de Oliveira Netto

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