sexta-feira, 28 de abril de 2017

VENCENDO A INCONSTÂNCIA



Obras inacabadas não são coisas raras de se ver. Existem milhares de projetos que nunca saíram do rascunho; cursos que nunca foram concluídos; métodos que jamais foram aplicados. Uma infinidade de sonhos que tinha tudo para se tornar realidade, não obstante, continuam apenas na fértil imaginação humana e não fazem diferença alguma.
Às vezes quando olhamos para alguns personagens que se destacaram na história por contribuírem expressivamente para o avanço sociológico, costumamos imaginar alguém que venceu sem dificuldade alguma; alguém que tinha um DNA sobrenatural, imune a fraquezas, desânimos e fracassos. Ledo engano! Apesar de existirem pessoas com um quociente de inteligência acima da média, isto não significa que elas sejam imunes aos sentimentos e emoções intrínsecas aos demais seres humanos. Ninguém consegue atingir a constância na sua totalidade. Assim como existem dias ensolarados, nublados, chuvosos e tempestuosos, isto também ocorre com as nossas emoções. Por mais forte e resiliente que alguém possa ser, a chuva também poderá atingir a sua cabeça.
A grande questão não está nas ondulações das emoções, mas, nos seus altos índices de curvaturas, ou seja, o problema não é sermos, mas, o quanto somos inconstantes. Existem pessoas que mudam de ideia e humor a cada segundo e não se firmam em nada. Pessoas que já mudaram de curso na faculdade dezenas de vezes e não conseguem concluir nenhum deles.
Acredito que um grande aliado para vencermos as instabilidades da vida, seja a motivação. O que fará alguém vencer a si mesmo e todas as suas limitações senão aquilo que ela almeja ardentemente? E, não adianta negarmos, todos caminham com algum tipo de motivação. Por mais simples que ela pareça ser, é o combustível diário que nos faz seguir em frente.
Não é diferente em se tratando de fé. Existem pessoas que oscilam demais por não conseguirem visualizar com clareza o que as motivam. Gente que caminha sem saber para onde quer ir; que só consegue enxergar o presente; gente que é “Maria vai com as outras”, que não pensa, só imita; gente confusa. Tiago em sua epístola exorta os cristãos do seu tempo a deixarem a volatilidade; estarem cientes de que as provações são necessárias, pois é através delas que se tornarão perseverantes, maduros e calejados (Tg. 1.2-8). Tendo como fator motivacional algo que nunca perecerá, neste caso, a vida eterna com Deus em um lugar simplesmente magnífico (Fl 3.12-14; ICo 15.58).
Por isto, afirmo que vale a pena lutarmos contra as curvas mais acentuadas da nossa inconstância e prosseguirmos firmes, sem vacilar, rumo ao nosso alvo, o céu.
 Soli Deo Glória!!
Juvenal Mariano de Oliveira Netto

terça-feira, 11 de abril de 2017

PÁSCOA: A NOSSA DÍVIDA FOI QUITADA



            Um dos principais usurpadores do sono são as preocupações com as dívidas oriundas de uma má administração, desemprego e outros fatores. Este problema é tão sério que acaba levando um número expressivo de pessoas a cometerem suicídio.
Toda a raça humana herdou uma dívida do primeiro homem, pois a Bíblia diz que todos, sem exceção, pecaram e foram destituídos da Glória de Deus (Rm. 3.23; 5.18). O pecado é algo inerente ao homem, independente de qualquer circunstância; as Escrituras afirmam que a recompensa recebida por ele é a morte (Rm. 6.23). O homem adquiriu uma dívida com Deus impagável, pois quem conseguiria se livrar desta condenação provocada pelo pecado (Rm. 8.3)? Não há um só justo; não há ninguém que consiga viver sem pecar; não há quem consiga cumprir as leis na sua totalidade (Rm. 3.10-12). Já que o salário do pecado é a morte, e não me refiro à morte física, mas, a espiritual, quem ousaria então dizer que merece viver eternamente pelos seus próprios méritos? Estávamos todos sentenciados a morte pelas nossas culpas. Este tipo de delito é ainda pior que o mencionado nesta introdução, pois a consequência dele é passar a eternidade em um lugar de tormento e dor, conhecido como inferno. Quem seria capaz de representar a humanidade para a vida ao invés de leva-la a morte como fez Adão?
Jesus, sendo Deus, deixou o seu trono de glória, se esvaziou e veio a terra para se vestir de homem; sentir as nossas dores a fim de quitar o nosso déficit (Fl. 2.6-11).
No Getsêmani, um pouco antes dele ser crucificado, orou ao Pai insistentemente para que passasse dele aquele terrível sofrimento, se isto fosse possível; era o seu lado humano gemendo. O nível de stress foi tão alto que chegou a derramar gotas de sangue pelos poros (Lc. 22.42-44). Naquele momento crucial ele enxergou toda a humanidade perdida, escravizada, em dívida com o Criador, sentenciada a habitar eternamente no inferno. Foi quando se rendeu por inteiro dizendo ao Pai que não deveria ser do seu jeito; que estava disposto a receber sobre si, na cruz, toda a dívida do pecado da humanidade.
Sendo assim, todo o cristão entende que celebrar a Páscoa não é simplesmente comer chocolate ou curtir mais um feriado prolongado, mas, um momento ímpar de gratidão pelo majestoso gesto de Jesus em se propor voluntariamente a morrer numa cruz quitando toda a nossa dívida. Ele satisfez totalmente a justiça de Deus e o que era impossível, tornou-se possível, pois, agora somos justificados e já não há mais condenação para aqueles que se tornaram pecadores redimidos, lavados e remidos pelo sangue de Jesus (Rm 8.1-2; Ef. 2.13-16; Hb. 13.12; 1Jo. 1.7; Ap. 1.5). Aleluia!!!! Cristo nos libertou. Ele é a nossa Páscoa.
Solus Christus
Juvenal Mariano de Oliveira Netto

domingo, 2 de abril de 2017

BASTA A CADA DIA O SEU MAL



Quando nascemos somos matriculados numa escola onde não há previsibilidade para conclusão de curso. Nesta escola ninguém se atreverá a dizer que já tem todo o conhecimento necessário ainda que possua inúmeros certificados de diversos níveis obtidos em outras academias. Esta escola se chama “a escola da vida” e a sala de aula é o ambiente onde cada um habita. Recebemos todos os dias variados tipos de informação que podem contribuir, e muito, para melhorar a nossa qualidade de vida, principalmente, com o advento do mundo virtual, onde ela está disponível gratuitamente para um número considerável de pessoas.
             A grande dificuldade, creio que de todos, é conseguir colocar em prática estes aprendizados, pois parece se formar um grande abismo entre o saber o que fazer, como fazer e o fazer propriamente dito. Citarei um exemplo clássico desta realidade: Sabemos que a ansiedade é uma preocupação exagerada com algo que nem ainda aconteceu e que é um sofrimento desnecessário, não obstante, andamos ansiosos mesmo assim, ou seja, o nosso raciocínio funciona, mas a nossa mente não lhe obedece. Os médicos e terapeutas dizem: Pratiquem esportes, procurem relaxar, se ocupem com coisas prazerosas, evitem os excessos, procurem ter uma alimentação saudável, etc. O nosso cérebro processa bem todas estas informações, no entanto, na hora da prática, somos vencidos variadas vezes por uma mente que teima em recalcitrar.
Dentre tantos desafios que enfrentamos nesta escola de aprendizagem, estão às lembranças insistentes do passado e as preocupações exorbitantes com o futuro que acabam prejudicando o nosso presente. O passado se apresenta como um fantasma assustador trazendo culpa, dor, frustrações, mágoas e pesares, enquanto o futuro reproduz uma falsa imagem de gigantes invencíveis, meras conjecturas.
Jesus no sermão do monte nos ensina a não ficarmos inquietos pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Ele diz ainda que basta a cada dia o seu mal, ou seja, não conseguiremos mudar uma vírgula do nosso passado e não sabemos o que exatamente nos aguarda no futuro (Mateus 6.34).
Contudo, não basta apenas sabermos racionalmente como proceder, mas, é preciso lutar insistentemente com a nossa teimosa mente a fim de subjuga-la a fazer a coisa certa. Um homem que viveu centenas de anos antes de Cristo compôs uma música onde havia um trecho que dizia assim: Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei...” (Salmos 42.11). Um homem que parece falar consigo mesmo, lutando contra suas emoções, pensamentos, incertezas, angústias, ansiedades e depressões, mas, apesar de tudo, no fim, obteve vitória.
Portanto, este é um conflito milenar que todos temos que passar e a boa notícia é que é possível vencer sim, com a ajuda de Deus como orientou o Apóstolo Paulo ministrando aos Coríntios: Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” (2Co. 10.5). Quando se tornar impossível deter a nossa própria mente, então a submetamos aquele que tudo pode como fez o salmista.

Juvenal Mariano de Oliveira Netto